Capítulo 96: Sacrifício/Assassinato

“Urgh!” O Rei Javali gritou ao sentir seus ossos derretendo com o ataque. Ele não conseguia se mover, preso no lugar pela tremenda pressão ultrassônica impactando de todos os lados.

Depois de aguentar por uma hora, seu corpo não conseguiu mais segurar, explodindo em resposta, causando sua morte.

“Nós… vencemos?” Bora Tusk murmurou surpreso. “O Rei Javali está… morto?”

Tum!

As 36 Presas Empíreas colapsaram de exaustão, quase sem Prana. A armadura de exoesqueleto cobrindo seus corpos recuou como a maré, reformando-se nos edifícios que formavam o assentamento.

Suas articulações também endureceram, impedindo-as de fazer acrobacias como antes. Agora, elas só podiam andar por aí como de costume. As Presas Empíreas haviam retornado às suas formas de economia de energia.

O Clã Mamute estava atordoado, incrédulo, perguntando-se se realmente tinham matado o Rei Javali. Afinal, o Rei Javali era uma Besta Prânica de Grau Místico, a única de seu tipo em Sumatra. Apesar de testemunharem toda a batalha, ainda parecia incrível.

“Está finalmente feito.” Yahard Tusk disse e caiu no chão, tremendo sem parar uma vez que sua adrenalina diminuiu. “Ele é um oponente ridículo.”

“Nosso inimigo predestinado está morto.” O Chefe do Clã Mamute anunciou.

Boom!

Houve uma onda de energia atrás deles quando Resha se levantou, ensanguentado, mas ansioso para lutar. Ele rosnou:

“Não acabou!”

“O Rei Javali não é mais uma Besta Prânica.” Ele anunciou.

Natureza Terciária—Cultivador!

“Você está certo. Eu caí do 3º Estágio Vital para o 2º Estágio Vital.” A resposta veio do topo da cabeça da 1ª Presa Empírea. Em algum momento, o Rei Javali tinha aparecido lá, desconhecido até mesmo para a 1ª Presa Empírea. Ele bateu em sua cabeça e olhou para Resha. “Mas, me pergunto como você ficou sabendo disso. Eu não revelei para ninguém, sabia?”

“Kurr-rahh-alala!” A 1ª Presa Empírea trombetou, pretendendo atacá-lo mais uma vez. Mas ela já havia desfeito seu modo de batalha. Portanto, não podia usar sua armadura de exoesqueleto para mirar nele.

“Fique quieta!” O Rei Javali rosnou enquanto condensava força em sua mão e desfechou seu punho, causando um som trovejante quando a 1ª Presa Empírea perdeu o equilíbrio e desabou.

A 2ª, 3ª e 4ª Presas Empíreas miraram nele com suas trombas. Mas de repente, sua figura desapareceu. Aparecendo no chão estava um javali massivo com altura de cem metros. Parecia uma formiga perante a Presa Empírea, mas seu momentum imponente era maior agora.

Afinal, o Rei Javali era mais forte em sua forma de Besta Prânica. Abrindo a boca, o Rei Javali Empíreo desencadeou dez ondas de Choque de Prana, fazendo as três Presas Empíreas colapsarem.

Logo quando estava prestes a desferir o golpe final, as Presas Empíreas restantes entraram na briga, resultando em uma luta sangrenta. No início, o Rei Javali Empíreo desencadeou Choques de Prana em seus oponentes.

Mas depois de algum tempo, ele simplesmente fortaleceu seu corpo usando as duas camadas de Gravidade Inercial Interna e investiu contra seus oponentes. Ele também estava ficando com pouco Prana. Grandes placas de armadura de exoesqueleto caíram no chão enquanto sangue jorrava como uma fonte das Presas Empíreas feridas.

A essa altura, todos os mestres do Clã Mamute também haviam entrado na briga, mirando o Rei Javali Empíreo com todo tipo de ataque. E liderando a luta estava Resha, ignorando seu corpo machucado para atacar seu inimigo.

Depois de perder uma vida, a força do Rei Javali caiu um nível. E era aparente que ele estava hesitando em usar suas Naturezas restantes. Afinal, ele tinha passado milhares de anos coletando aquelas Naturezas fortes.

A menos que a situação fosse crítica, ele pretendia preservá-las.

‘Foi um erro atacá-los frontalmente assim. Ainda não sou forte o suficiente.’

Enquanto era atacado sem parar, o Rei Javali pensou e voltou para sua forma humana, usando a chance para escapar dos mestres do Clã Mamute enquanto despejava socos sobre uma Presa Empírea, perfurando seus olhos.

No momento, ele pretendia incapacitar todas as Presas Empíreas e fugir. Uma vez que recuperasse sua força, retornaria para eliminá-las uma após a outra.

‘A essa altura, todos os mestres do Clã Mamute morreram pelo menos uma vez. Sua força como um todo caiu severamente.’

Ele bateu palmas uma vez, desencadeando poderosas ondas de choque que pulverizaram os mestres. Mas de repente, uma Presa Empírea apontou sua tromba para ele e desencadeou seu ar comprimido. E disparando como uma bala dela estava Resha, transferindo todo o momentum no impacto.

“De novo!” Resha rugiu quando outra Presa Empírea o sugou para dentro de sua tromba e o disparou contra o Rei Javali. A força do ataque era esmagadora, sem mencionar a capacidade de Resha de puxar o Rei Javali para ele, garantindo assim que o ataque fizesse contato todas às vezes.

E quando eles se tocavam, ele transferia todo o momentum para o corpo do Rei Javali, sacudindo seu interior. Todos estavam cansando, ficando com pouco Prana, Resha incluído. Mas eles não tinham outra escolha a não ser manter a pressão até o Rei Javali ser morto.

“É realmente a Gravidade Inercial Interna?” Virala franziu a testa ao observar de lado. “Como ele é capaz de manifestar os efeitos da gravidade fora de seu corpo?”

Gravidade Inercial Interna era, como o nome implicava, uma Natureza que estava ativa apenas em seus corpos. Nenhuma Presa Empírea era capaz de manifestar seu efeito fora, e o mesmo valia para Blola, Virala e Inala.

Todos eles possuíam Gravidade Inercial Interna. Mas por alguma razão, a de Resha era diferente.

“Ele é um regressor.” Blola percorreu Virala com o olhar, esperando por uma única janela de oportunidade para atacar furtivamente o último pelas costas. “Ele pode ter descoberto um segredo. Você fez algo que forçou ele a tomar esse caminho, Virala?”

“Claro que não…” Virala retrucou antes de recordar que foi seu plano que fez Resha perder todo seu Prana acumulado. E no mesmo dia, ele desapareceu.

Quando ele apareceu uma hora antes, era um indivíduo completamente diferente, seja em termos de força, mente ou presença.

‘Ele já está mais próximo de como era na segunda metade das Crônicas de Sumatra.’

“Eu disse a ele sobre seu…” Virala pretendeu provocar Blola dizendo que já havia revelado a Resha que Blola era o assassino de seus pais. Mas ele parou, percebendo que Blola havia desaparecido. “Para onde ele foi?”

Virala olhou em volta e notou a figura de Blola correndo pelos escombros, fugindo em direção ao Clã Mamute como se sua vida dependesse disso. Por um momento, Virala ficou confuso. Mas imediatamente depois, ele notou as mudanças acontecendo com a 43ª Presa Empírea.

“Oh merda!”

Ele também usou todo seu poder para correr em direção ao Clã Mamute, pois só lá ele poderia sobreviver.

Boom!

Houve uma onda de presença, atordoando todos. O primeiro a reagir foi o Rei Javali, emanando densa intenção assassina, rugindo de ódio:

“Gannala! É você?”

Ele encarou a figura da 43ª Presa Empírea que estava carregando em sua direção, emanando a presença de duas Presas Empíreas. Era porque a 43ª Presa Empírea havia engolido o cadáver da 44ª Presa Empírea.

Todo o espaço dentro dela havia começado a colapsar, transformando-a em um vulcão prestes a explodir. E em tal estado, ela investiu contra o Rei Javali com intenções suicidas.

O Rei Javali não tinha intenção de ser pego em tal investida suicida. Ele virou-se, pretendendo fugir quando uma sangrenta 1ª Presa Empírea apareceu diante dele, tendo assumido seu estado de batalha mais uma vez.

Ela girou 360 graus no ar e bateu sua tromba no Rei Javali, enviando-o voando em direção à 43ª Presa Empírea.

A armadura de exoesqueleto cobrindo a 43ª Presa Empírea estendeu-se como tentáculos e agarrou o Rei Javali, enquanto queimava todo seu Prana, constringindo-o por dois segundos. Naquela duração, ela abriu a boca e o engoliu, saltando com passadas largas enquanto corria para longe da manada.

As 42 Presas Empíreas olharam com tristeza enquanto a 43ª Presa Empírea avançava fundo no Cânion Dieng e sua Gravidade Inercial Interna desligou. Devido ao volume massivo de massa presente em seu corpo como um aglomerado, elas desencadearam sua própria atração gravitacional, trazendo todas as partículas cada vez mais para perto.

“Merda!” O Rei Javali rugiu enquanto era puxado em direção ao centro do aglomerado de massa.

A 43ª Presa Empírea cruzou dezenas de quilômetros a cada salto, viajando para longe antes que seu corpo parasse subitamente. Suas pernas se estilhaçaram e se transformaram em pó antes de encolher para dentro de seu corpo. Seu estômago, cauda, cabeça e até suas preciosas presa seguiram o mesmo destino.

Desintegrando-se na matéria mais simples, eles fluíram para o centro, agindo sob a pura gravidade. E conforme a matéria continuava a se comprimir, uma reação de fusão foi criada por um segundo.

Pairando sobre o Cânion Dieng estava um sol em miniatura que emitiu luz e calor por um segundo antes de cair no chão, exaurido de todo combustível. Assemelhava-se a ferro incandescente, um denso pedaço com apenas alguns metros de diâmetro.

Ao sacrificar-se, a 43ª Presa Empírea matou o Rei Javali, resultando em sua segunda morte. Naquele dia, uma Besta Prânica de Grau Místico morreu duas vezes. No mesmo dia, o Continente Sumatra perdeu duas de suas criaturas mais majestosas.

Volume 1: Presa Empírea—O Fim!