Capítulo 99: Natureza Terciária — Cultivador!

Béééé!

Os Javalis Empíreos gritaram enquanto os membros do Clã Mamute invadiam suas tocas e começavam a capturá-los um após o outro. Eles ainda não foram mortos, pois a eficiência era maior se a Presa Empírea os devorasse vivos.

Por isso, a intenção primária dos membros do Clã Mamute era capturá-los. Enquanto avançavam pela floresta, o recém-nascido os observava com medo de sua toca sob as raízes salientes. Era uma árvore que atingia quase 600 metros de altura.

Portanto, suas raízes cobriam uma grande área e camuflavam seu corpo em crescimento. O javali recém-nascido também cavou um buraco por baixo para formar um lar confortável. Sua inteligência havia se desenvolvido o suficiente para cobrir a área e mascarar sua presença dos invasores.

‘Quem são eles? E por que estão mirando seletivamente meus irmãos?’

Ele seguiu os membros do Clã Mamute de longe, usando seu corpo pequeno a seu favor. Agora media apenas dois metros.

Havia apenas alguns milhares de Javalis Empíreos no Enclave Varahan. Não era um número suficiente para as necessidades da manada de Presas Empíreas.

Portanto, os membros do Clã Mamute não foram agressivos em sua captura. Eles estudaram a psicologia do Javali Empíreo e, assim que uma fêmea dava à luz, rapidamente vinham para “resgatar” os recém-nascidos.

Pelos dois dias seguintes, eles protegiam os recém-nascidos até que ficassem grandes o suficiente para caçar outras Bestas Prânicas na região. Dessa forma, a população aumentaria drasticamente, dando mais lucro ao Clã Mamute.

Afinal, eles precisavam de dúzias de Javalis Empíreos adultos para cada Presa Empírea. Era melhor levar seu tempo e permitir que mais Javalis Empíreos nascessem. Por isso, invadiam o Enclave Varahan em ondas, uma vez por ano.

Durante o quarto ano, o Javali Empíreo recém-nascido pisou no Vazio Cinza-Arenoso, bem próximo ao vale que servia de entrada para o Enclave Varahan. Assim, evitou a detecção do Clã Mamute, que não esperava tal coisa de Bestas Prânicas desprovidas de inteligência.

Bestas Prânicas de Grau Ferro não eram diferentes de animais em termos de inteligência. Eram seres movidos por instinto. Bestas Prânicas de Grau Prata eram bastante inteligentes, quase ao nível humano. Algumas delas até excediam ligeiramente um humano, dependendo da raça.

E, finalmente, Bestas Prânicas de Grau Ouro eram superiores aos humanos.

No Enclave Varahan, três das quatro eram Bestas Prânicas de Grau Ferro. E a última, a Besta Prânica de Grau Ouro, era o Javali Empíreo, insano desde o início. Portanto, o Clã Mamute nem se deu ao trabalho de se preparar para ataques furtivos.

Considerando seus números, fazia muito tempo desde que foram atacados pela última vez. Sua força havia crescido tanto que já não tinham mais adversários.

Além disso, não havia nem mesmo uma espécie de enxame nas proximidades, o que resultava em uma defesa deficiente. Para a invasão, o Clã Mamute enviou todos os seus elites e mestres.

Afinal, não havia motivo para não fazê-lo. Eles não corriam nenhum perigo, além de contar com 188 Presas Empíreas que se protegiam mutuamente. Nada poderia dar errado.

O javali recém-nascido levou quatro anos para entender isso. E no final do quarto ano, quando o Clã Mamute invadiu com força total pela quinta vez, o javali recém-nascido se infiltrou pelo flanco do rebanho de Presas Empíreas, mirando na Presa Empírea mais fraca.

Até a Presa Empírea havia baixado a guarda, por não ter sido alvo nos últimos séculos. E sorrateiramente, pela rota usada pelos membros do Clã Mamute para descer de seu assentamento, o javali recém-nascido subiu.

Logo, chegou à Academia de Refinamento, observando os alunos lá.

‘Eles levarão quarenta dias para retornar.’

Ele se infiltrou pelos corredores, evitando as regiões mais profundas onde a Natureza Primária da Presa Empírea era eficaz. Tudo o que fez foi explorar o assentamento, evitando detecção com sucesso. Permaneceu lá por quase um mês antes de descer do assentamento.

Ele voltou sorrateiramente pela rota que descobriu no Vazio Cinza-Arenoso, retornando para casa. Durante a sexta invasão, ele cavou um túnel subterrâneo por quarenta dias, levando da Área Cinza-Arenosa até o pé da Presa Empírea mais próxima.

Depois de se tornar um especialista em fazer túneis, continuou seu trabalho mesmo depois que as elites e mestres do Clã Mamute retornaram. Agora, sua mente havia amadurecido completamente, permitindo-lhe pensar como uma verdadeira Besta Prânica de Grau Ouro.

Seu corpo permaneceu pequeno, mas sua força continuou a subir. Finalmente, nove anos após o início da invasão, ele completou sua escavação e exploração, tornando-se um especialista em ambos.

A essa altura, o Clã Mamute não o percebeu, apesar de ele roer suas reservas de Frutas Parute. A redução na quantidade era tão pequena que não notaram. Além disso, estava espalhada por todos os 188 Assentamentos.

Assim, o Clã Mamute não percebeu, mas o Javali Empíreo obteve um retorno significativo. No final do nono ano, logo após o início da décima invasão, o Javali Empíreo entrou no 188º Assentamento, caminhando calmamente para a Academia de Refinamento antes de iniciar um massacre.

Os alunos estavam apenas no Estágio Espiritual. Eles não conseguiam nem arranhar uma Besta Prânica de Grau Ouro, mesmo que fosse um Javali Empíreo. Como todos os residentes do Assentamento estavam apenas no Estágio Espiritual, ninguém poderia machucá-lo.

Além disso, o Javali Empíreo agiu logo após a 188ª Presa Empírea adormecer. Ele agora tinha conhecimento de todos os seus padrões de sono, sabendo qual Presa Empírea estava acordada em cada momento.

A primeira entidade que ele engoliu foi um membro do Clã Mamute, um aluno. Como ele não tinha uma Natureza Primária, não foi afetado. Mas isso nem importava mais, pois sua mente havia amadurecido o suficiente para superar os efeitos colaterais de sua própria Natureza Primária.

Todos os alunos do 188º Assentamento foram parar em sua barriga enquanto o Javali Empíreo mirava outro assentamento cuja Presa Empírea estava dormindo. Ele fez um trabalho tão perfeito que nenhuma Presa Empírea conseguiu detectar nada.

Quando as Presas Empíreas adormecidas acordaram, já era tarde demais. Os alunos de mais de sessenta assentamentos desapareceram misteriosamente. E o perpetrador também havia sumido.

O Javali Empíreo se sentiu empanturrado quando voltou para casa. Seu corpo havia atingido o tamanho máximo quando uma mudança misteriosa começou a se formar nele. Devido ao ambiente extremo e à dieta a que se submeteu, ele experimentou uma evolução.

O Javali Empíreo hibernou para permitir que a transformação seguisse seu curso, permanecendo seguro em sua toca. Quando acordou dois anos depois, ficou chocado.

Em primeiro lugar, ele emanava uma presença semelhante à de um membro do Clã Mamute. E em segundo, agora tinha um corpo humano e havia desenvolvido uma Natureza.

Natureza Terciária — Cultivador!