Índice de Capítulo

    “Alguns homens só podem ser si mesmos quando estão incapazes de pensar. Pensar é seu maior castigo, porém também a única forma de não se castigarem.”

    Izandi, a Oniromante


    — Então ficaram três contra mim — continuou Bert, com as costas descansando sobre uma pilastra. Rheider Beesh ouvia o que falava com afinco, como se seu rosto fosse apenas ouvidos. — A gente superava eles em número, obviamente. Eram, sei lá, um pra cada quatro? Ainda assim eles tinham coragem!

    — E então?

    — Perderam. — O mais velho cruzou os braços, resvalando o olhar para cima. — Tio Ereken e o duque vieram a cavalo com lança em mãos, daí eles quiseram fugir. Vieram três na minha direção, mas não tiveram muitas chances. O resto foi rendido fácil… pelo tio. 

    Bert bateu na parede com as costas da mão. Rheider deu um tapinha sorridente no ombro do amigo. Os dois estavam próximos do pátio, onde duas escadas íngremes ao leste e oeste levavam às torres de visita e o barbacã da muralha. A sombra era muita — a alta madrugada tinha as Luas cobertas por nuvens pesadas, cujos ventos frios chicoteavam as paredes de pedra do castelo e as montanhas. Os dois homens olharam para o céu escuro, que de repente pareceu um pouco mais esbranquiçado.

    Os olhos dos dois pesaram, mas por razões diferentes. Bert notou. Seu amigo tinha os olhos entreabertos e caídos, tortos para a ponta dos próprios pés.

    — E então? Como vai a noiva? 

    — Longe — suspirou. Seu semblante ficou mais alegre, mas uma alegria do tipo que Bert não compreendia. — Mal fala comigo. Diz está ocupada por causa do pai. Mal consegue escrever cartas. — Suspirou; o ar fez uma pequena névoa. — Parte de mim fica triste; mas sei que Jeanny não é o tipo de mulher que mente… — sorriu — e fica mais bonita a cada dia.

    — Ao menos ela continua bonita! 

    — Nisso ela não muda, meu caro amigo! 

    Ambos gargalharam.

    — Me lembro da vez que ela veio aqui, no seu primeiro batismo…

    — Quando ela roubou uma espada e tentou te matar porque esmurrou o cavaleiro dela, que por acaso era eu?

    Bert começou a rir quase que sem controle

    — A gente! PF! A gente parecia Juliann e Lender!

    — “Patetas se atraem”, minha mãe disse… E você era bem mais velho. Não tinha graça.

    — Treze pra dez não é muita diferença.

    — Quando se tem três cabeças a mais de altura, é sim! — Deu um soco na costela de Bert, que fingiu sentir dor para animar o amigo. — Pensei que ia morrer!

    — Mas, invés disso — Bert juntou as mãos e levantou o pé direito para trás —, ganhou uma jura de amor! Ah, como é lindo! São como Ceire Tathin e Marsilla: o Cavaleiro e a sua Donzela! Só que neste caso o Cavaleiro é quem tem as tetas!

    Rheider acertou um soco no ombro do amigo. Bert saudou o golpe devolvendo outro, um mais fraco. Estava contente. Não tinha conseguido nenhuma conquista na incursão contra os dissidentes. Todo o crédito fora para Cei Ereken — como de costume. Conseguiu cativar os olhos e as pernas de uma donzela do Moinho, mas não chegava nem perto. Queria desafiar Ereken… Cruzar espadas com ele de novo… Se conseguisse vencê-lo dessa vez…

    Percebendo que estava começando a morder os lábios com força demais, Bert virou o rosto. 

    — Até, Rheid. Acho que vou treinar um pouco. Boa noite. 

    — Deveria dormir… Esquece. Boa noite, amigo. 

    Trocaram um último abraço na noite e o mais velho fitou de soslaio o amigo sair. Os guardas da ronda estavam trocando de turnos. Alguns passaram por perto, brevemente abaixando a cabeça para o mais alto ali. Mas Bert os ignorou. Esperou que estivesse menos movimentado, até que não houvesse movimento nenhum. No momento que achou conveniente, retirou do jaquetão algo para bloquear a visão e respirou fundo.

    Escurecida vista pela faixa grossa de couro, ele fintou sua espada entre dois bonecos de treino. Os estalidos da madeira rompendo foram curtos como o brilho de uma brasa, mas era insuficiente. Sempre era insuficiente, como uma sombra. “Como uma sombra”, rugiu. “Lobos veem o mínimo andar sobre a neve.” E golpeou de novo.

    Estava começando a se perder em seu treino mental. O suor preso entre a veste pesada tinha o calor perdido pela letargia crescente. Seis homens surgiram, um com um machado colossal, um arqueiro, um portador de múltiplas adagas de arremesso envenenadas, outro com dardos a meia centena de metros de distância; um gigante como os das lendas e um anânico, o mais baixo e das pernas mais atrofiados que já imaginou.

    “Fios massudos”, ele pensou. Donos de força; sua força projetando-se através do cabo de espada após permear do peito a tudo. Livrou todos os seus músculos do estresse. Mole como uma gota de espirro, dizia Jenna, a mestra de armas. Desviou de uma flecha e um dardo caindo para o chão. Rápido como o mergulho de uma coruja, lembrou. Fortaleceu suas pernas, brandiu sua espada pesada diagonalmente e endureceu-se. Fios massudos. Golpeou a jugular do machadeiro. 

    Fitou o gigante; dez metros de pura carne e rocha atirando sua mão colossal para esmagá-lo. Pressão! Sentiu todo o ar indo embora com a descida da palma. “Mas é muito fácil”, pensou. Agora havia um sétimo: empunhava um chicote laminado. “Se me pegar, serei tão lacerado que uma amputação doeria menos.” Sorriu. 

    Disparou-se com a espada em riste. A palma do gigante atravessou o do chicote como um fantasma, e a lâmina desse disparou-se como uma cobra se amarrando em sua espada. “Isso!” Levou a força do peito ao braço, pés e pernas como uma mola. Puxou o do chicote com seu salto à direita, sentindo a palma rochosa roçar por seu nariz lupino. No momento que a nuvem de fumaça se ergueu, disparou as molas contra o chão e se deliciou com o vento. 

    Flechas e dardos vindo por suas costas, sentiu. Penetrou a espada no chicoteador desavisado, abaixou-se e rotacionou ambos, fazendo-o de escudo humano e, antes mesmo que caísse, explodiu toda a tensão das molas para cobrir uma distância de mais de trinta metros. “É agora, posso sentir!”

    Uma coceira surgiu em meio da letargia. Sentia seu coração pulsado; seus músculos inchando, ossos roçando os tendões e cada fibra que ligava suas partes pulsando. Sentiu o toque gélido do chão como se estivesse descalço e brandiu. Preferia penetrações a cortes, então focou em um único golpe…

    Cheio de decepção.

    E ouviu o gemido do anânico. “Nunca dei voz a eles!”

    De imediato tirou a venda e viu Hydele, sua querida nanica, dentro de uma camisola branca, mas ainda mais branca de tamanha palidez… pois havia uma espada de aço-rubro roçando sua garganta.

    — …Eu juro que foi sem querer.

    — Vou contar pro papai — “Ah, não machuquei ela!”, pensou Bert — , então ele varrerá o chão com a sua cara! — rugiu ela, com os olhos cheios de susto e deboche. “Mas bem que deveria…”

    Bert saltou para trás e arfou, embainhando sua Dente de Hiena. Hydele cedeu e caiu no chão, sem forças para segurar-se com a bengala. Rapidamente tirou sua manta grossa e foi cobrir a menina, cometendo um erro fatal: ela ainda tinha mãos. Golpeou seus dois pontos fracos com força para derrubá-lo, gritando surdamente sob a fraca luz prateada das Luas.

    — Agora estamos quites — falou com a voz cheia de gargalho. No mesmo instante, Bert imaginou ao menos seis maneiras de se vingar. A mais divertida envolvia pendurá-la numa pilastra de ferro no meio do inverno, porém alguma brasa na sua cabeça ainda letárgica disse-lhe “Ela gostaria.”

    Ficou se contorcendo de dor e frio por mais alguns minutos, sendo esquentado por raiva, até que a menina deitou-se nas suas costas e cobriu ambos com o manto. “Este cabeçudo não merece”, pensou Hydele “, mas não sou uma imbecil, diferente dele.” Já Bert riu consigo, pensando: “Se um dia vê-la fazendo isso com outro homem, juro que deixo intestino dele para os pássaros.”

    Quando ele se recuperou da pior dor já sofrida, Hydele devolveu o manto e apreciou o frio sozinha. Eram irmãos e, portanto, sabiam de coisas que não compartilhavam nem com seus pais. Bert sabia de como o frio era o normal para a menina — apesar de nunca ter pensado nisso como algo normal.

    — Por que tá acordada essa hora, nanica? Aliás, como que você desceu pra cá?

    — Um cavaleiro estava passando pelo lugar, seu insensível! — bufou, com as mãos na cintura e rosto fechado. — Acordei mais cedo… Mamãe e papai estavam fazendo barulho no quarto. Foi só me recuperar que de repente pam!, tudo volta ao normal! Eles são barulhentos demais… — “E também não me esqueci do verde,” pensou ela. 

    A sensação de tontura ainda contorcia seu estômago quando se lembrava. Rastejar pelas paredes, tetos e janelas, tossir e engolir seu próprio corpo… “Mas tinha mais”, tentou lembrar, todavia o frio da madrugada era tão confortável! Com o verde sumindo, preferiu encarar os estranhos vaga-lumes que passeavam acalmados, quase parados, pelo grande palanque retangular de pedra que era o pátio de treino.

    Com Bert era diferente, notou ela. Eram inquietos, turbulentos; batiam-se sem parar, mesmo que seguindo um caminho como uma veia cheia de pequenos pontos apertados. Não tinham várias cores; quase transparentes. Todavia, percebera pequenos traços amarelados nelas.

    De repente uma ideia engraçada surgiu na mente de Bert.

    Desembainhou sua espada e segurou-a pela lâmina.

    — Quer tentar?

    Hydele só conseguiu fitá-lo com olhos arregalados. De repente ficou rosa e vermelha.

    — Sou uma garota! 

    — E? — Bert balançou os ombros, dando-a um olhar tosco e engraçado. — Não é só porque meninas não conseguem usar ahvit que não podem lutar.

    — Jenna consegue — refutou, de braços cruzados.

    — Jenna não é mulher. — “Mesmo tendo uma verdadeira guilhotina entre as pernas”, riu Bert. 

    Hydele imaginou que seu irmão pensou em algo nojento só pelo sorriso.

    — Mas é sério — voltou ele, sentado ao lado dela; olhos direção à primeira muralha do castelo —, não quer tentar?

    — Calos não fazem bem a uma dama — disse sarcasticamente e sussurrou, com os olhos baixos, para si: “Mas bem que queria.”

    Bert reparou seu olhar triste em direção à bengala e pernas. “Vontades imundas, deuses cruéis”, disse consigo. Ainda assim, ela andava no inverno. Saltava das torres com Nianna e corria pelas vilas. “Aposto que, com uns seis meses pondo ela para fazer o básico de um garoto, ela anda no verão.”

    Subitamente Hydele levantou-se.

    — Pode me acompanhar pro bosque interno?

    — Hã? Por quê? — Bert cruzou os braços. — Lugar chato.

    — Hoje é meu dia.

    — Não era daqui a quin…

    — Não, em quinze é meu segundo batismo e, em vinte, foi o meu primeiro, quando me puseram montada nos chifres de um cabrito. Hoje é meu dia… — ficou ainda mais cabisbaixa. — É o que nós nascemos…

    Bert lembrou-se. A tempestade de relâmpagos, a neve que cobria as ameias. O desespero de Ereken. As parteiras recifanas desesperadas e tristes. Os ordenados-sérvis de Lohssau cabisbaixos. Sua expressão, de um garoto de cinco anos animalesco sem nada compreender. O pranto desesperado, quase violento, de Willmina… “Que história cruel, essa.” 

    — Certo — deu um sorriso amarelo, o melhor que conseguiu. A fim de melhorar seu humor, tomou-a pelas axilas e a sentou em seus ombros espadaúdos. “Me sinto alta aqui também”, riu Hydele e, se ela sorria, Bert também.

    A garota não pesava quase nada.

    A grande grade metálica estava fechada, por mais que alguns guardas ainda rondassem e servos começassem a acordar. Fez um ruído desagradável ao subir. Metade do castelo cruzaram para chegar no frontão sempre aberto para o bosque interno, arredondado e com inscrições na língua antiga de Aarvier.

    — “Não Choramos, Brandimos.”

    — Você sabe ler isso, nanica?!

    — É o lema dos Beesh, cabeçudo.

    — Ah!

    Ele deu um passo à frente.

    Heh Huilen Hires, Zweikars.

    Bert moveu o rosto para cima num ângulo doloroso, mas foi como se não sentisse dor alguma. Toda sua feição tinha mudado para surpresa e orgulho. Já Hydele, parecia uma mistura de um sentimento agradável de soberba e felicidade, como se os ombros do irmão fossem uma liteira-sagrada.

    — Não falei que não sabia.

    O irmão a tirou dos ombros e, se jogando de uma vez dentro do bosque, a girou e girou até seu penteado se desfazer e virar uma bagunça de cabelos ruivos para todos os lados. Hydele foi quase jogada no chão por suas próprias pernas, arfando quase roxa de tontura e desespero. Metade de si queria chorar; a outra, se vingar. “Não vou me rebaixar! Não vou!” 

    — Que Nianna te castre! 

    Ele só riu da ameaça. Se sentou ao lado dela, esperando se recuperar, vendo uma fraca luz ou outra atravessar as nuvens e encarando as árvores do bosque interno, onde Ereken fora permitido plantar uma aureira. A vastidão ruivada pintou belas memórias de dias de outono com Willmina e Hydele, quietas sob figueiros-santos enquanto se entretinha Ereken, batendo suas espadas; aço com aço.

    Árvores tão velhas quanto os Beesh estavam lá, dando-lhes bálsamos há gerações. Os grandes carvalhos já tinham perdido parte de suas folhas, enquanto as faias e seus galhos longos cobriam o sol com suas folhas avermelhadas. 

    Uma mistura de sentimentos brincou com Hydele. Não havia a vastidão laranja e vermelha, todavia o verde dos pinheiros velhos e o negro dos galhos desfolhados das incontáveis outras árvores. A figueira-sagrada, no entanto, jamais ficava nua, com seus galhos castanhos cobertos pelo seu esmalte natural, um exsudado doce que ardia na língua depois; uma especiaria muito amada. Amava o inverno mais do que o outono, disso tinha certeza, mas não sabia qual era mais belo.

    Bert reparou o Olho que Chora no topo da montanha. Pensava ser burrice, todavia, a montanha era realmente alta o suficiente para servir de muralha, e de um dos seus rostos, um rio jorrava tão alto que formava lagos de gotas no bosque interno, o que erguia muitos musgos e trepadeiras sobre os destroços de antigas construções entre a mansidão do bosque. Passaram por vários desses até chegarem nela.

    Restos de estruturas jaziam cobertas de musgo ao lado da aureira. Desceu Hydele sob as folhas sempre douradas, grossas e largas, que hoje não tinham nem flores e nem o fruto com sabor de mel à vista. À frente das raízes expostas, grandes como um tronco, jazia uma pequena lápide sem uma urze ou musgo.

    Marnneig Zwaarkind.

    Hydele se ajoelhou, soltou a bengalada, tocou a raiz com as mãos e cabeça e rezou por seu gêmeo.

    — Pensei que rezava pros deuses da tia — falou Bert, quando ela terminou —, que era quimteista.

    — E sou, mas… não fazemos lápides… Só senti que… que deveria.

    Se levantando, Hydele pediu ajuda para achar alguma fruta. Por sorte, a aureira tinha galhos finos e longos, tortos como as costas de um ancião magérrimo. O dourado de suas folhas costumava esconder os frutos até para alguém com os olhos treinados de Bert. Subiu no tronco torto e buscou entre a folhagem cor-de-Sol; redondas, douradas e cheirosas elas eram. Particularmente, não gostava de doces, achava-os enjoativos.

    Não era como Hydele, que comia tortas do inverno, biscoitos de mel, maçãs fritas e vinho de lichia açucarado com caramelo; preferia a boa e velha carne assada à gordura e cerveja preta. De preferência, acompanhado de mentirosos, pois sempre contavam as melhores histórias.

    Chegando no topo da aureira, teve orgulho de ter achado duas frutas maduras, não muito maiores do que sua mão aberta.

    Saltou para o chão, surpreso. Hydele estava sentada, com várias entre as pernas cruzadas no chão terroso e úmido.

    — Filha de coruja corujinha é — suspirou.

    — Vai querer? — Sua boca estava suja até as bochechas. Todas suas, ele responderia, todavia ela virou a cabeça em um ângulo doloroso para ver quem chegava. — Pai!

    A menina se levantou e tentou andar sem a bengala. Caiu na terra macia, rindo amarelamente e, sendo posta nas costas do pai, alegrou-se de verdade. “Filha e pai”, Bert pensou, fitando seu tio, o pai emprestado que lhe tomou das garras do Lobo Branco; que lhe criou ao lado de uma falsa mãe. Ainda se lembrava da sua mãe de verdade. Dos cabelos negros, dos olhos castanhos quase azuis, do rosto oval e nariz adunco. 

    “O que estou pensando?”, desgostou-se, levando a mão ao pomo da Dente de Hiena, que já fora Garra do Lobo. 

    Cabelos brancos, o queixo pontudo quase irreal. Contornos, não passavam de contornos, uma memória de um rapaz de cinco anos… mas cerrou os dentes com força que lhes fazia estalar. “Tenho força, me deram força!’

    ‘E o matarei com ela. Estou quase lá; a sinto dentro de mim… Serei um Mestre.”

    A raiva que sentia estraçalhava os bonecos de treino. Fugiu de volta para o pátio. Uma noite sem luar; nenhuma das Luas enchia o salão de prata e branco. Bert cerrou os dentes, sentindo os calafrios escalarem sua barriga como formigas famintas depois do inverno. O escuro. O vento ribombante salteava a muralha segunda como numa caverna.

    Fwussh!, soaram; os braços se contraíram em tensão máxima.

    O frio. A umidade. O chão áspero que riscava as pontas dos dedos azulados. A escuridão. As estalactites roçando o couro cabeludo; estalagmites rasgando os calos nos pés. Os cortes das adagas. O demônio sentado no cadeirão de pedra, se deleitando com vinho quente e porcos enquanto o rapaz comia morcegos e ratos…

    O frio. A umidade. O inverno era quase tão horrendo quanto a caverna. Dente de Hiena cravou-se no torso do boneco. Bert praticou um salto felino para trás e, em pleno ar, levou o dedão à boca. Bombeou sua força dentro de si, circulando-a rapidamente até a ponta do dedo; esfregou o sangue pelo sulco da lâmina.

    E penetrou a espada com toda sua força no nada.

    O homem de cabelos brancos sequer se moveu. Mas sangue verteu dos braços, pernas, pescoço, torso e de todos os lugares de Bert.

    Caiu ofegando no chão.

    “Estou quase lá.’

    ‘Só mais um pouco.”

    Ignorou os salpicos de neve.

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