Estavam numa sala parcialmente escura, iluminada apenas por algumas velas espalhadas pelo chão.

    Trish!

    Uma coluna de pedra brotou do chão e, como um punho, acertou Kezu no estômago!

    — Gah! — gemeu o menino.

    Trish!

    Outra surgiu, o golpeando na nuca!

    “Eu nem tive reação…”

    — Kuh… hey, você está bem animado, né? Apesar dos golpes que eu já te acertei.

    — Seus golpes são insignificantes! — respondeu o velho deus, este que vestia um manto negro.

    — Vou lutar seriamente, então — rebateu Kezu. — Queime, Kirei!

    Fuuuh!

    Chamas rosadas surgiram do corpo do filho de Yoshiyuki!

    — Anda, moleque, saia do meu caminho! Eu só preciso encontrar os outros dois objetos! — reclamou Hades. — Verme idiota!

    Fuuuh, wuh, wuh, wuh, wuh!

    As chamas do garoto pareciam oscilar!

    — Sair do seu caminho? Nada disso — ele sorriu. — Agora que a luta começou, seu merda!

    Sasah!

    — Para onde você foi!? — exclamou o velho de cabelos prateados, olhando para os lados, desesperado.

    Trish!

    Um chute acertou as costas de Hades!

    — Tome isso! — gritou o deus do submundo, conjurando uma magia de fogo!

    Fuooooh!

    Mas a bola de fogo acertou o teto da casa e se dissipou!

    — Você é rápido… 

    Trish!

    Um outro chute, dessa vez nas costelas!

    Dush, dush, dush, dush, dush, dush, dush, dush, dush, dush, dush, dush, dush, dush, dush!

    Inúmeros chutes golpearam o velho, na região do estômago!

    Sah!

    Kezu reapareceu, ameaçando o socar no rosto. A diferença de altura era de trinta centímetros, mas o punho dele poderia fraturar uma mandíbula!

    — Es-espere! — pediu Hades, se ajoelhando. — Por que não fazemos assim… que tal lutarmos usando somente magias de longa distância?

    — Para que você tenha vantagem por ter mais experiência nesse tipo de combate?

    — Sim, isso mesmo… — os olhos do deus se arregalaram num espanto. — N-não, não é isso não!

    — Você se entregou!

    Trish!

    Um uppercut atingiu o queixo de Hades!

    — Gah!

    Seu corpo foi levantado e, do ar, foi ao chão!

    Bish!

    — Você tem umas magias interessantes… — Kezu riu, pondo o pé em cima do peito do velho deus. — Mas o seu erro foi ter brincado comigo.

    — E por quê VOCÊ estava brincando!?

    Dish!

    — Gahah! — o peito dele foi pressionado rapidamente.

    — Antes que você volte para o seu mundo, na forma de alma… o que acha de me dar as suas razões para atacar a mansão de Nahluna e Nahleo?

    Hades virou o rosto para o lado, irritado.

    — Me mate. Prefiro morrer.

    — Tem certeza? — questionou o menino, aparentemente se divertindo. — Eu posso te deixar vivo.

    — Me engana que eu gosto.

    — Hahah! Certo, certo. Bom, descanse em paz…

    — Eu só espero que você não se arrependa — disse Hades, sorrindo.

    O olhar sanguinário do menino demonstrou um “o quê você quer dizer?”, e ele respondeu:

    — Se está preparando para assumir a culpa por crimes que não cometeu, me mate.

    “Pare de falar asneiras.”

    — Mesmo nesse estado, continua fazendo pose. Tu tem mais é que morrer, mesmo…

    A mão direita de Kezu parecia uma lâmina rosa!

    — Raito… — ela queimava intensamente. — Kahtoh!

    Shim! Splash!

    Ele cortou a cabeça do deus, e o sangue dele espirrou em seu rosto!

    “O deus do submundo não era grande coisa… foi incrivelmente fácil vencê-lo. Para começo de conversa, ele nem esperava que eu fosse aparecer, certeza, por isso a falta de preparo.”

    ㅡㅡㅡ

    — Arf… arf… — ele estava ofegante. — Puta merda…

    O garoto usava um manto, este que roubara de Hades — até mesmo costurou um capuz.

    — Extra, extra! O assassino dos deuses do Olimpo, no universo de Mornal, e do vice-líder do Conselho do Arucosmos… encontra-se na nossa cidade! — gritava um homem de terno que jogava jornais nas ruas.

    Kezu havia se escondido atrás de um pilar, na varanda de uma casa abandonada.

    — Ao que parece…

    “Me incriminaram, como ele havia me dito…”

    — Se está preparando para assumir a culpa por crimes que não cometeu, me mate.

    “O que eu devo fazer…?”

    Ele era perseguido em todos os mundos.

    “Sou um criminoso multiversal…”

    E sentou no chão, sentindo o estômago doer.

    “Fazem dias que não como nada… pai, como as coisas chegaram a esse ponto…?”

    Será que…

    “Eu ainda poderei cumprir a nossa promessa…?”

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