O Refúgio da Lua Calada estava envolto em uma quietude tensa, a lua cheia lançando sombras prateadas sobre as muralhas de pedra. Kazuto dormia inquieto em seu quarto espartano, os sonhos assolados por visões de sangue pulsando como um coração vivo. Seu Animalis, ainda sem forma definida, rugia baixo, uma fera indomada. Ele não ouviu o primeiro chamado, mas uma batida estrondosa na porta o arrancou do sono.


    — Kazuto! Levante, agora! — A voz de Nara cortava como uma lâmina. Ele se vestiu às pressas, pegando a lança que se tornara sua companheira.

    Ao abrir a porta, encontrou Nara, os olhos castanhos faiscando à luz de uma tocha. Ao lado, o grupo dos treinos: Himari, cabelos prateados crepitando com faíscas elétricas, vibrando de excitação; Sora, o rosto contorcido de raiva; Nariko, sorrindo com carisma contagiante; Ryu, queixo erguido em arrogância; e Chen Hua, quieta, segurando uma bolsa de couro, os olhos gentis baixos.


    — O que tá rolando? — perguntou Kazuto, esfregando o sono.


    Nara foi direta. — Um despertar em Kyoto, Japão. Uma mulher, aura instável, pode virar Feralis. Os Shisai nos escolheram: Himari rastreia com eletricidade, Sora prevê com raiva, Nariko e Ryu combatem, Chen Hua estabiliza com flores. Eu lidero com meu martelo espiritual. Você vem, Kazuto, mas seu Animalis é um mistério. Cuidado.


    Kazuto sentiu as veias escuras em sua mão pulsarem. — Entendido — murmurou, apertando a lança.


    Nariko deu um tapa nas costas dele, rindo. — Relaxa, novato! Vamos salvar essa garota e dar um show em Kyoto! — Seu carisma aqueceu o grupo.


    Sora rosnou, a aura de raiva pura tremeluzindo. — Se a Corte Escarlate aparecer, vão se arrepender.


    Himari, quase saltitando, deixou faíscas dançarem nos dedos. — Kyoto! Meu Feralis vai brilhar lá, vai ser eletrizante! — Sua ansiedade transborda em sorrisos.


    Ryu bufou, arrogante. — Como se vocês fossem páreo pra mim. Vou resolver isso sozinho. — Suas garras Feralis brilharam.


    Chen Hua, tímida, sussurrou: — Tenho os elixires de flores… espero ajudar. — Sua voz gentil tremia, mas havia força nos olhos.


    — Foco — ordenou Nara, seu martelo espiritual pulsando em sua aura. — Vamos para o hangar.


    O grupo correu para o hangar secreto do Refúgio, escondido sob uma encosta rochosa. Lá, uma nave estilizada aguardava — uma Lunara, com casco negro e runas brilhando em azul, movida por tecnologia misturada às auras dos Shisai. As portas se abriram, e eles embarcaram. Himari, vibrando, correu para o painel, conectando sua eletricidade Feralis aos controles.

    — Isso é tão legal! — exclamou, faíscas iluminando a cabine.


    Sora, sentado com os punhos cerrados, murmurou: — Só espero que essa lata voe rápido. Odeio esperar.


    Nariko riu, girando uma tampa metálica em suas mãos. — Calma, Sora! Vamos chegar botando moral! — Seu carisma mantinha o ânimo.


    Ryu, recostado, cruzou os braços. — Não precisam de mim pra brilhar, mas vão implorar minha ajuda. — Suas garras coçavam.


    Chen Hua, quieta no canto, segurava a bolsa, sussurrando: — Que todos fiquem bem…


    Nara, na frente, ativou os controles com um toque de seu martelo espiritual. — Kyoto em duas horas. Preparem-se.


    A Lunara decolou, cortando o céu noturno como uma sombra viva. O rugido dos motores misturava-se ao pulsar das auras, e Kyoto surgiu no horizonte, suas luzes brilhando como estrelas. Eles aterrissaram em uma clareira nos arredores, escondendo a nave entre cerejeiras. O ar cheirava a sangue, metálico e quente.


    — Silêncio — ordenou Nara, desembarcando.

    O grupo avançou a pé até o bairro de Gion, onde o despertar fora detectado. As ruas estreitas estavam desertas, lanternas de papel balançando ao vento. Na praça central, um templo pequeno estava marcado por garras, o chão coberto de poças escuras.


    Himari, vibrando, liberou uma onda elétrica que iluminou o local. — Ela despertou aqui! Uma mulher, jovem! Mas… sumiu! — Sua excitação misturava-se à tensão.


    Sora, olhos ardendo de raiva, cerrou os punhos, sua aura Feralis explodindo.

    — Corte Escarlate. Levaram-na. Vou acabar com eles! — gritou.


    Nariko girou sua tampa, que se expandiu como um escudo vivo. — Calma, Sora! Vamos fazer esses caras dançarem! — Seu sorriso carismático uniu o grupo.


    Ryu, com um riso arrogante, deixou suas garras crescerem. — Eles não têm chance contra mim. Amadores.


    Chen Hua, tímida, tocou uma poça com uma flor que brotou de sua mão, absorvendo o sangue. — Ela está viva… mas não por muito tempo — murmurou, gentil.


    Nara ergueu o martelo espiritual. — Himari, rastreie. Sora, guie. Vamos—


    Um riso viscoso ecoou, como sangue pingando em pedra. Cinco encapuzados em mantos escarlates surgiram das sombras, lâminas curvas brilhando. O líder, com uma cicatriz cruzando o rosto, sorriu.

    — Caçadores do Refúgio. Tarde demais. A garota é nossa.


    Kazuto avançou, a lança firme. — Devolvam ela! — Seu Animalis rugiu, sem forma, mas forte, as veias escuras subindo pelo braço.


    O líder riu. — Um Feralis sem dono? Patético. — Ele estalou os dedos, e o sangue no chão formou espinhos que voaram contra eles.


    — Espalhem-se! — gritou Nara, esmagando os espinhos com um golpe de seu martelo espiritual, que brilhou etéreo.


    O combate explodiu. Nariko girou sua tampa Feralis, que se expandiu, bloqueando um ataque e cortando um encapuzado. — Vamos lá, galera! — gritou, seu carisma incendiando o grupo.


    Sora, com um rugido, liberou sua raiva pura, a aura explodindo em ondas que derrubaram outro inimigo. — Vocês vão pagar! — berrou, os olhos em chamas.


    Himari, rindo de excitação, lançou raios elétricos que crepitaram, paralisando dois encapuzados. — Isso é incrível! — exclamou, faíscas dançando.


    Ryu, arrogante, cortou outro com suas garras. — Vejam o mestre em ação! — Mas um tentáculo de sangue o pegou, enrolando sua perna.


    Chen Hua, tímida, jogou uma flor que explodiu em pólen venenoso, fazendo os inimigos tossirem. — Cuidado, Ryu! — sussurrou, preocupada.


    Kazuto bloqueou uma lâmina, o Animalis dando força, mas sem forma definida. Ele contra-atacou, acertando o ombro de um encapuzado, mas sentiu o controle escorregar. — Foco — murmurou.


    Nara esmagou o líder com seu martelo espiritual, mas ele regenerou o ferimento, rindo. — Filhotes contra lobos.


    O ar ficou denso, o sangue no chão vibrando. Um vento gelado soprou, cheirando a morte antiga. Os encapuzados recuaram, olhos arregalados. — Ele veio… — murmurou o líder, caindo de joelhos.


    Uma figura desceu do telhado do templo, movendo-se com graça líquida. Alto, esguio, cabelos vermelhos como sangue fresco. Seus olhos eram poços carmesins, sem pupilas, apenas fome. O manto escarlate pulsava como veias vivas. Uma gota de sangue dançava em sua mão, moldando-se em formas impossíveis.


    Nara congelou, o martelo tremendo. — Haiko, o Vermelho… Terceiro Ō-tachi da Corte Escarlate.


    Nariko parou, o carisma abalado. Sora rosnou, mas recuou. Himari, pálida, segurou faíscas. Ryu praguejou, a arrogância fraquejando. Chen Hua, tímida, segurou sua flor, olhos gentis arregalados.


    Haiko sorriu, dentes afiados brilhando. — Caçadores… ousam desafiar meu Feralis: Sanguis Vermis? Eu, que drenei cidades, que faço o sangue cantar. — Ele ergueu a mão, e o sangue no chão se ergueu como serpentes, circulando o grupo.
    Kazuto sentiu seu Animalis recuar, temendo o predador. A missão desmoronou, e a noite de Kyoto pertencia a Haiko.

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