O Refúgio da Lua Calada estava envolto em um silêncio quase sagrado, as muralhas de pedra entalhadas com runas pulsando como estrelas em um céu de rocha. Após o fiasco em Kyoto contra Haiko, o Vermelho, e a revelação chocante sobre o pai de Nara, Kazuto, Himari, Chen Hua, Ryu, Sora e Nariko arrastavam-se para o dormitório compartilhado, um salão amplo com beliches de metal reforçado, baús abarrotados de armas e uma mesa central coberta de bugigangas. O ar tinha um leve perfume de ervas, cortesia das flores de Chen Hua, que curavam cortes residuais.

    Nara, pragmática, ficara no salão principal com os Shisai e o irritante Vorax, cujo comentário sobre “cinco bilhões de ienes” ainda fazia Nariko rir pelos corredores.

    Kazuto entrou tropeçando, jogando sua lança no baú com um suspiro que parecia carregar o peso do mundo. Ele desabou no beliche inferior, o colchão rangendo como se reclamasse. O Feralis do soco pulsava em suas veias, uma energia primal que o deixava entre o orgulho e a inquietação. — Só quero dormir… por um mês — murmurou, fechando os olhos, a imagem de Yuta e da família piscando em sua mente.

    Nariko, carismática, pulou no beliche acima, quase derrubando Kazuto. — Um mês? Fraco, novato! — riu, girando sua tampa Feralis, reduzida a uma pequena peça metálica. — Sobrevivemos a Haiko, merecemos pelo menos um cochilo épico! — Ela se jogou de costas, braços abertos, e gritou: — Boa noite, galera!

    Himari, vibrando de excitação, dançava pelo dormitório, faíscas elétricas saltando dos cabelos prateados como vaga-lumes. — Foi tão louco! Golens, sangue, o Vorax congelando tudo! Mal posso esperar pra contar pro Lau! — exclamou, pulando no beliche ao lado de Chen Hua. — Sonhos elétricos, pessoal! — Ela riu, quase caindo ao tentar tirar as botas.

    Sora, raivoso, chutou o baú com tanta força que ele amassou. — Haiko fugiu como covarde. Vou esmagar ele no torneio! — rosnou, jogando-se no beliche com um estrondo, o colchão gemendo. — Dormam logo, antes que eu exploda essa lata!
    Ryu, arrogante, sentou-se no beliche oposto, polindo as garras Feralis com um pano como se fossem troféus. — Vocês só sobreviveram por minha causa. Eu sou o melhor, óbvio. — Ele deitou com um bocejo exagerado, jogando o cabelo. — Boa noite, mortais.

    Chen Hua, tímida, sentou-se delicadamente, segurando uma flor que brotava de sua mão, a aura gentil iluminando o beliche com um brilho suave. — Boa noite… descansem bem — sussurrou, deitando-se com cuidado, a flor encolhendo como uma carícia.

    O dormitório mergulhou no silêncio, as tochas rúnicas piscando. Kazuto mal fechou os olhos, sentindo o sono chegar… quando um alarme ensurdecedor explodiu, um som metálico que parecia o grito de uma fera. — Sério?! — Kazuto pulou, batendo a cabeça no beliche de Nariko com um baque cômico. — Agora?!

    Nariko caiu do beliche superior, rolando no chão e rindo alto. — Meu Deus, quem programou isso pra tocar agora? Nem deitei direito! — Ela se levantou, girando a tampa, os olhos brilhando de diversão.

    Himari, com faíscas voando, tropeçou no lençol e caiu de cara no chão, rindo. — Treino? Já? Isso é hilário! Eu ainda tô com sono! — Ela se levantou, faíscas iluminando o dormitório como um show pirotécnico.

    Sora socou o beliche, rachando a madeira. — Isso é uma brincadeira?! Vou destruir esse alarme! — gritou, a aura de raiva pura fazendo as tochas tremerem como se assustadas.

    Ryu, tentando manter a pose, escorregou ao pular do beliche, caindo de bunda com um gemido. — Ridículo! Eu sou o melhor, não mereço isso! — bufou, mas riu, envergonhado, enquanto esfregava o traseiro.

    Chen Hua, tímida, cobriu os ouvidos, uma flor brotando descontrolada em sua mão e caindo no chão. — Tão cedo… — sussurrou, tropeçando na bolsa e caindo sobre Himari, as duas rindo em um emaranhado de cabelos e pétalas.

    — Lau! Só pode ser ele! — gritou Nariko, carismática, ajudando Chen Hua a se levantar. — Vamos, galera, antes que ele venha com a vassoura atrás da gente! — O grupo, entre risos e praguejos, vestiu-se às pressas, correndo pelos corredores, as runas nas paredes pulsando como se rissem do caos.

    No salão de treinamento, uma câmara cavernosa com chão de pedra polida e paredes cobertas de runas brilhantes, Lau, o Faxineiro Divino, aguardava. O 12º Shisai era uma figura peculiar: magro, com um manto cinza simples, segurando uma vassoura que pulsava com uma aura espiritual, as cerdas brilhando como se tecidas com luz. Seus olhos castanhos brilhavam com uma mistura de severidade e humor, e o cabelo grisalho estava preso em um coque bagunçado. Apesar de ser ridicularizado por muitos por seu Feralis: Vassoura Espiritual, que selava impurezas e expulsava feras instintivas da alma, Lau era temido por sua eficiência. Ele já treinava o grupo antes da missão em Kyoto, e sua presença era familiar, mas nunca menos intimidadora.

    — Vocês estão atrasados! — disse Lau, a voz grave com um toque de diversão, girando a vassoura como uma arma. — Parece que dormiram bem, hein? Relatem a missão em Kyoto. Agora!

    O grupo se alinhou, ainda rindo do despertar caótico. Nariko, carismática, começou, girando a tampa Feralis. — Lau, foi um caos! Haiko nos massacrou com golens de sangue e uma barreira idiota. Tentamos salvar a mulher despertada, mas ele fugiu. — Ela sorriu. — Pelo menos estamos vivos pra contar!

    Himari, vibrando, levantou a mão, faíscas saltando. — Foi eletrizante! Meus raios acabaram com um golem! E o Vorax congelou tudo! — exclamou, quase derrubando uma tocha com uma faísca perdida.

    Sora, raivoso, cerrou os punhos. — Haiko é um covarde! Vou explodi-lo quando ver ele da próxima vez! — Sua aura de raiva pura fez o chão vibrar, e Lau balançou a cabeça, rindo.
    Ryu, arrogante, cruzou os braços. — Eu fui o melhor, óbvio. Aqueles golens eram lixo. — Suas garras brilharam, mas Lau bufou, apontando a vassoura.

    Chen Hua, tímida, falou baixo, segurando uma flor. — Não salvamos a mulher… sinto muito. — Sua voz gentil tremia, e Lau suavizou o olhar.

    Kazuto deu um passo à frente, o Feralis do soco pulsando. — Eu finalmente despertei meu Feralis — disse, a voz firme, mas com um toque de orgulho. — É o do soco. Durante a luta com os golens, lembrei do Yuta, da minha família, dos meus amigos. Isso me fez acordar o poder. Mas Haiko escapou.

    Lau assentiu, girando a vassoura. — O Feralis do soco… Bruto, primal. Perfeito pro Torneio das Feras, mas perigoso sem controle. — Ele olhou o grupo. — Vocês falharam em Kyoto. Haiko é um monstro da Corte Escarlate, e o torneio será pior. Treinem seus Feralis agora. Cada um, um exercício diferente. Vamos!

    O salão se dividiu em áreas marcadas por runas, cada uma adaptada ao Feralis do aluno. Lau girava a vassoura, selando a energia residual para intensificar o treino.

    Kazuto: Enfrentava um constructo etéreo que desviava socos. Lau gritou: — Foco na força bruta, mas com precisão! — Kazuto socava, a aura vermelha explodindo, rachando o ar. — Pro torneio, vou esmagar qualquer um! — gritou, rindo ao acertar o constructo, que se reformava.

    Himari: Corria entre alvos flutuantes, lançando raios elétricos. — Controle o fluxo, garota elétrica! — disse Lau, rindo. Himari vibrava: — Isso é tão divertido! — Seus raios acertavam múltiplos alvos, faíscas voando como fogos de artifício, preparando-a para combates rápidos.

    Chen Hua: Cultivava flores venenosas em um círculo de runas, manipulando-as para corroer barreiras etéreas. — Confie no veneno, não na gentileza! — ordenou Lau. Chen Hua, tímida, sussurrou: — Desculpe… — Suas flores explodiam em pólen tóxico, simulando ataques defensivos.

    Ryu: Rasgava dummies reforçados com garras Feralis. — Velocidade, não só ego! — brincou Lau. Ryu bufou: — Eu sou o melhor! — Seus golpes ficavam mais precisos, cortando como lâminas, prontos para duelos no torneio.

    Sora: Liberava ondas de raiva pura contra paredes de energia. — Foco, não só fúria! — gritou Lau. Sora rosnava: — Eu controlo! — As ondas se tornavam direcionadas, perfeitas para combates de área.

    Nariko: Defendia e atacava com a tampa Feralis, bloqueando projéteis etéreos e cortando como lâmina. — Seja versátil! — disse Lau. Nariko riu: — Vamos dançar pro torneio! — A tampa girava, brilhando com carisma.

    O treino ecoava com risos, explosões e carne regenerando. Kazuto, suando, sentia o Feralis crescer, pronto para o Torneio das Feras, enquanto Lau girava a vassoura, rindo: — Isso, seus preguiçosos! Haiko não vai esperar vocês dormirem!

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 0% (0 votos)

    Nota