Capítulo 24: O Retorno do Mestre e o Caos Pré-Torneio
O Refúgio da Lua Calada estava um pandemônio organizado, com apenas três dias sobrando até o Torneio das Feras. O hangar secreto, escondido sob uma encosta rochosa, zumbia com a energia da Lunara, a nave estilizada do grupo, suas runas azuis pulsando como se ansiosas pela viagem aos Estados Unidos. Kazuto, Himari, Chen Hua, Ryu, Sora e Nariko corriam de um lado para outro, carregando mochilas com roupas, armas e suprimentos, enquanto os Shisai ajustavam os controles da nave. O ar vibrava com tensão, excitação e o peso do torneio iminente, com Haiko e a Corte Escarlate como sombras no horizonte.
Kazuto, agora sem sua lança — desnecessária desde que despertou o Feralis do soco —, socava o ar para testar sua aura vermelha, que pulsava em suas veias como um tambor primal. — Estados Unidos? Nunca saí do Japão. Isso vai ser… selvagem — murmurou, rindo nervoso, enquanto guardava uma mochila com suprimentos.
Himari, vibrando de energia, dançava pelo hangar, faíscas elétricas saltando dos cabelos prateados como vaga-lumes desajeitados. — Vai ser eletrizante! Torneio nos EUA! Imagina as luzes, os estádios, a comida! — exclamou, quase fritando um cabo com um raio perdido. — Ops, foi mal! — riu, pulando para o lado.
Nariko, carismática, girava sua tampa Feralis como uma malabarista de circo. — Relaxa, Himari! Vamos arrasar no torneio e ainda comer uns hambúrgueres gigantes em Las Vegas! — disse, rindo alto, enquanto ajudava Chen Hua com uma bolsa cheia de flores medicinais.
Chen Hua, tímida, segurava a bolsa com cuidado, pétalas brilhando suavemente em suas mãos. — Espero que a viagem seja tranquila… e que ninguém se machuque no torneio — sussurrou, tropeçando em um cabo, mas se equilibrando com um sorriso envergonhado, uma flor brotando para amortecer a queda.
Sora, raivoso, carregava uma caixa pesada com uma carranca, a aura de raiva pura tremeluzindo como uma fogueira. — Tudo isso é perda de tempo! Quero logo esmagar Haiko no torneio! — rosnou, quase amassando a caixa com os punhos.
Ryu, arrogante, carregava uma mochila com uma mão, usando a outra para pentear o cabelo com um espelho portátil. — Nervosos? Tsc. Eu vou brilhar no torneio, como sempre. Vocês só assistam — bufou, as garras Feralis brilhando com um ar de superioridade.
Nara, pragmática, supervisionava tudo com o martelo espiritual em mãos, sua aura firme como uma rocha. — Foco, gente. A Lunara decola em duas horas. Verifiquem tudo duas vezes — ordenou, mas seus olhos traíam uma inquietação, talvez pelo pai ou pela ameaça da Corte Escarlate.
Vorax, encostado na parede do hangar, brincava com uma esfera de gelo, o cabelo azul reluzindo sob as luzes rúnicas, os olhos verdes cheios de sarcasmo. — Que agitação, caçadora. Espero que o torneio pague melhor que seu pai, porque cinco bilhões não cobrem meu estilo de vida — disse, rindo, enquanto Nara o fuzilava com um olhar que poderia derreter gelo.
De repente, um estrondo ecoou no hangar, como se uma porta tivesse sido chutada com entusiasmo exagerado. Todos se viraram, mãos nas armas ou auras pulsando, apenas para verem um homem entrar com passos calmos, quase cômicos, como se estivesse passeando em um parque. Ele parecia ter uns 40 anos, com cabelo castanho bagunçado, uma barba rala e um sorriso descontraído que parecia zombar da tensão. Vestia uma camisa havaiana ridícula, estampada com flamingos e palmeiras, e carregava uma sacola de pano que tilintava com fichas de cassino. O grupo congelou, mas Nara deixou o martelo espiritual desvanecer, os olhos arregalados, brilhando com uma mistura de alívio, raiva e lágrimas.
— Pai?! — gritou Nara, a voz tremendo, quase chorando. — Onde você tava, idiota?!
O homem, rindo como se tivesse ouvido a melhor piada do ano, coçou a nuca com uma calma irritante. — Las Vegas, filhinha! Num cassino, tentando dobrar o pagamento do Vorax. Perdi tudo no blackjack, mas fiz amigos na mesa de pôquer! — disse, com um tom tão leve que parecia estar contando uma piada de bar.
Nara marchou até ele, o rosto vermelho de fúria e emoção, e deu um tapa forte na nuca dele, o som ecoando no hangar como um tambor. — Sua filha quase morreu, e você tá apostando fichas?! — gritou, lágrimas escorrendo, mas o canto da boca tremendo como se tentasse não rir.
O pai de Nara esfregou a nuca, fingindo uma careta de dor exagerada. — Aí, essa doeu, sabia? — reclamou, piscando para o grupo como um comediante em um show de stand-up. — Mas, sério, filhinha, eu sabia que você ia se virar. Você é minha filha, afinal!
Vorax, deixando a esfera de gelo evaporar, deu um passo à frente, o sorriso sarcástico mais largo que nunca. — Opa, mestre! Quanto tempo! — disse, inclinando a cabeça em um respeito debochado, os olhos verdes brilhando com diversão.
O pai de Nara riu, apontando para ele com uma ficha de cassino. — Oi, Vorax! Ainda gastando meu dinheiro com naves espalhafatosas e mulheres? — retrucou, como se fossem velhos amigos trocando farpas em um churrasco.
O grupo — Kazuto, Himari, Chen Hua, Ryu, Sora e Nariko — ficou boquiaberto, as auras piscando em confusão. Himari, vibrando, foi a primeira a falar, faíscas saltando dos cabelos. — Mestre?! Como assim, mestre?! — exclamou, quase fritando um cabo com um raio desgovernado. — Desculpa, cabo!
Kazuto, com o Feralis do soco pulsando, olhou para Nara. — Seu pai treinou o Vorax? Tipo, o Vorax?! — perguntou, tentando processar a cena, os punhos cerrados de curiosidade.
Nara, enxugando uma lágrima teimosa com a manga, suspirou, ainda irritada. — É que meu pai… ele é o fundador da Lumen Feralis — disse, a voz misturando orgulho e exasperação. — Ele criou a ordem há 300 anos pra ajudar usuários de Feralis a controlarem o instinto selvagem, caçar os que se perderam e guardar segredos antigos sobre a origem do Feralis. — Ela olhou para o pai com um misto de amor e vontade de dar outro tapa.
Kazuto arregalou os olhos, juntando as peças. — Trezentos anos? A Lumen foi fundada há 300 anos? — perguntou, incrédulo.
O grupo ficou em silêncio, os queixos caindo. Himari, com faíscas voando como fogos de artifício, apontou para o pai de Nara. — Trezentos anos?! Como esse cara com cara de tiozinho de churrasco tem trezentos anos?! — exclamou, quase derrubando uma mochila com um raio.
O pai de Nara riu alto, pegando outra ficha de cassino e girando-a como uma moeda. — Trezentos? Não, não, 405 anos, pra ser mais exato — corrigiu, com um sorriso travesso. — Boa genética, dieta balanceada… e um pouco de magia Feralis, claro. — Ele piscou, jogando a ficha para Himari, que pegou no ar, ainda atônita.
Sora, raivoso, deu um passo à frente, a aura de raiva pura tremeluzindo como uma tempestade. — Como assim você treinou o Vorax? E todos os Shisai? — perguntou, apontando para o mercenário, que apenas riu.
O pai de Nara deu de ombros, ainda com aquele sorriso de quem não leva nada a sério. — Eu treinei todos os Shisai, minha filha Nara, e até esse fanfarrão de gelo aí — disse, apontando para Vorax. — A Lumen Feralis é minha cria, um jeito de guiar a fera interior sem apagá-la. Filosofia de vida, sabe? Equilíbrio entre o lobo e o humano. — Ele tirou outra ficha da sacola e jogou para Sora, que pegou com uma careta, confuso.
Kazuto, juntando os pontos, virou-se para Vorax. — Então quer dizer que você já foi um Shisai? — perguntou, os punhos brilhando com a aura do soco, ainda incrédulo.
Vorax riu, girando uma nova esfera de gelo entre os dedos. — Sim, filhote, por uns quatro anos. Mas, sabe como é, dinheiro, mulheres e naves brilhantes são coisas boas demais pra ficar meditando com vassouras e lobos — disse, com um sorriso sarcástico, lançando um olhar provocador para Lau, que observava de longe, girando sua Vassoura Espiritual com uma expressão de desaprovação.
Nariko, carismática, explodiu em risadas, girando sua tampa como se fosse uma hélice. — Isso é insano! Seu pai é um dinossauro piadista, Nara! — disse, quase caindo de tanto rir. — E o Vorax, um Shisai? Imagina ele com um manto, meditando com o Lau! — Ela fez uma imitação cômica de Vorax sentado em posição de lótus, o que fez Himari gargalhar, faíscas voando.
Chen Hua, tímida, segurava uma flor, os olhos gentis arregalados. — Quatrocentos e cinco anos… e ele parece tão… normal — sussurrou, uma pétala caindo de sua mão, enquanto tentava não rir da camisa havaiana.
Ryu, arrogante, bufou, mas não conseguiu segurar um sorriso. — Um cara de 405 anos fundou a Lumen? E treinou esse palhaço de gelo? — disse, apontando para Vorax. — Ainda sou melhor que todos vocês.
O pai de Nara riu, apontando para Ryu. — Gosto do seu estilo, garoto! Mas cuidado, o torneio não perdoa arrogância — disse, jogando outra ficha, que Ryu pegou com um resmungo.
Lau, finalmente se aproximando, bateu a vassoura no chão. — Chega de comédia, mestre — disse, com um tom que misturava respeito e irritação. — Eles precisam se preparar. O torneio é em três dias, e a Corte Escarlate provavelmente vai tentar algo. — Sua vassoura brilhou, selando uma aura residual no ar.
O pai de Nara coçou a barba, ainda sorrindo. — Relaxa, Lau. Esses garotos treinaram na sua Arena das Sombras Eternas, não foi? Eles vão brilhar. — Ele virou-se para Nara, mais sério.
— Filha, sei que te deixei preocupada. Mas estou aqui agora. Vamos para o torneio juntos. — Ele abriu os braços, esperando um abraço, mas Nara apenas cruzou os braços, ainda brava.
— Você vai me explicar tudo depois, pai. Tudo — disse Nara, pragmática, mas com um leve sorriso.
Nariko, carismática, pulou entre eles. — Então tá, família reunida, hora de embarcar! Vamos arrasar nos EUA! — gritou, girando a tampa e liderando o grupo para a Lunara.
Enquanto embarcavam, Kazuto olhou para o pai de Nara, ainda segurando uma ficha de cassino. — Qual é o seu Feralis, afinal? — perguntou, curioso, o soco pulsando.
O homem riu, evasivo. — Isso, garoto, é uma história pra outra aposta. — Ele piscou, subindo na nave, enquanto Vorax ria ao fundo, e o grupo, entre risos e confusão, sentia o peso do torneio se aproximar.
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