Capítulo 26: O Desembarque em Vegas e os Purotekutã
O céu de Las Vegas ardia em tons de laranja e rosa ao amanhecer, as luzes neon da cidade piscando como estrelas artificiais abaixo da Lunara. A nave da Lumen Feralis, com suas runas azuis pulsando suavemente, aterrissou em uma pista secreta nos arredores do deserto, escondida por runas de camuflagem. Faltavam dois dias para o Torneio das Feras, e o grupo — Kazuto, Himari, Chen Hua, Ryu, Sora, Nariko, Nara, pai de Nara, Vorax e os 15 Shisai — estava exausto após o voo longo, mas vibrando com a energia da cidade que nunca dorme. O hangar, uma estrutura metálica disfarçada de armazém, zumbia com a expectativa do torneio, enquanto o calor do deserto já começava a incomodar.
Kazuto, com o Feralis do soco pulsando nos punhos, desceu a rampa da Lunara, esfregando os olhos para se acostumar com a luz do amanhecer. — Las Vegas… parece um videogame gigante — murmurou, os punhos brilhando levemente enquanto olhava os cassinos distantes. Ele se virou para o pai de Nara, que descia calmamente com sua camisa havaiana de flamingos, girando uma ficha de cassino. — Ei, senhor, qual é o seu nome, afinal? — perguntou, curioso.
O homem parou, coçando a barba rala com um sorriso travesso. — Maitreia Gautama, líder do clã Gautama — respondeu, com uma calma cômica, como se tivesse anunciado que era dono de uma padaria. Ele jogou a ficha para Kazuto, que pegou no ar, atônito.
— Clã Gautama? Tipo, uma família de Feralis? — perguntou Kazuto, os olhos arregalados, enquanto a ficha brilhava em sua mão.
Antes que Maitreia pudesse responder, um barulho estranho veio do topo da Lunara — um som de cordas esticando e risadas abafadas. Três figuras desceram agilmente do casco da nave, aterrissando no chão com graça quase teatral. Eram os Purotekutā, filhos de Maitreia e irmãos de Nara, cada um com uma aura Feralis única. O primeiro, um homem alto com cabelo loiro despenteado e um sorriso confiante, exsudava uma energia de sorte que fazia o ar ao seu redor parecer leve. O segundo, uma mulher robusta com olhos vigilantes, emanava uma aura de proteção, como um escudo invisível. O terceiro, um jovem esguio com cabelo preso em um rabo de cavalo, manipulava fios de barbante que dançavam como serpentes vivas.
O grupo ficou boquiaberto. Kazuto, com o Feralis do soco pulsando, apontou para eles. — Como vocês conseguiram viajar em cima do avião sem cair?! — exclamou, enquanto Himari, vibrando ao seu lado, deixou faíscas elétricas saltarem dos cabelos prateados.
O Purotekutā da sorte, rindo, deu de ombros. — Sorte, garoto! O vento simplesmente não me derruba! — disse, pegando uma moeda do bolso e girando-a, que inexplicavelmente caiu cara três vezes seguidas.
A Purotekutā da proteção cruzou os braços, sua aura formando um brilho sutil ao redor. — Eu mantive a gente seguro. Meu Feralis é como um cinto de segurança, só que melhor — disse, com um tom firme, mas rindo quando o irmão da sorte tentou acertá-la com a moeda.
O Purotekutā do barbante esticou os fios, que formaram uma teia brilhante no ar. — E eu amarrei a gente no casco. Simples, mas estiloso — disse, com um sorriso convencido, enquanto os fios dançavam como se tivessem vida própria.
Nara, pragmática, marchou até eles, o martelo espiritual brilhando em suas mãos. — Vocês são ridículos! Viajar em cima da nave?! Pai, você sabia disso? — gritou, apontando para Maitreia, que apenas riu, coçando a nuca.
— Filhinha, eles são seus irmãos. São criativos! — disse Maitreia, com uma calma que fez Nara bufar. — Além disso, economizamos espaço na cabine.
Nariko, carismática, explodiu em risadas, girando sua tampa Feralis. — Isso é épico! Vocês são tipo surfistas espaciais! — disse, enquanto tentava imitar os fios do Purotekutā do barbante com sua tampa, quase acertando Ryu.
Ryu, arrogante, bufou, polindo as garras Feralis. — Tsc, amadores. Eu teria voado com mais estilo — disse, jogando o cabelo, mas riu quando o Purotekutā da sorte jogou uma moeda que caiu na cabeça dele.
Sora, raivoso, cerrou os punhos, a aura de raiva pura tremeluzindo. — Isso é palhaçada! Foco no torneio, não em truques! — rosnou, mas até ele não resistiu a um meio sorriso quando o Purotekutā do barbante fez uma teia em forma de coração para provocá-lo.
Chen Hua, tímida, segurava uma flor medicinal, os olhos gentis arregalados. — Eles são… bem corajosos — sussurrou, oferecendo uma pétala ao Purotekutā da proteção, que aceitou com um aceno.
Himari, vibrando, pulava ao redor dos Purotekutā. — Isso é tão eletrizante! Vocês vão lutar no torneio também? — perguntou, faíscas saltando, quase fritando um cabo da Lunara.
Vorax, descendo a rampa com uma esfera de gelo girando na mão, riu sarcasticamente. — O clã Gautama todo reunido? Isso vai ser um circo, mestre — disse, olhando para Maitreia, que respondeu com uma ficha de cassino jogada na direção dele.
Lau, o Faxineiro Divino, girava sua Vassoura Espiritual, selando auras residuais do desembarque. — Chega de bagunça. Vamos nos organizar — disse, mas até ele riu quando o Purotekutā da sorte fez uma moeda “acidentalmente” cair em sua vassoura.
Enquanto o grupo se reunia no hangar, Mikael, o 5º Shisai, o que Escuta o Vento, deu um passo à frente, sua aura de Pensamento Sonoro projetando uma calma mental que silenciou o caos. — Não sinto mais a presença da Corte Escarlate — disse, sua voz ecoando na mente de todos, clara como um sino. — Eles estão escondidos, ou fora de alcance. Fiquem despreocupados quanto a eles por agora. Foquem no torneio, que começa em dois dias.
O grupo suspirou aliviado, mas Nara, pragmática, franziu o cenho. — Não baixem a guarda. A Corte nunca desiste — disse, enquanto Maitreia dava um tapinha em seu ombro, rindo.
— Relaxa, filhinha. Vamos curtir Vegas antes do torneio! — disse Maitreia, girando outra ficha.
Os Shisai, alinhados como uma força imponente, começaram a organizar o desembarque. Kael, o Duro, enrijecia o corpo em diamante para carregar caixas pesadas. Hira aquecia o ar com chamas espirituais para espantar o frio do deserto. Orik moldava concreto orgânico para reforçar o hangar.
Yume afiava suas unhas predatórias, alerta. Raen polia seu braço-lâmina, sério. Naeva farejava o ar com seu instinto lupino. Ayo borrifava água purificadora, refrescando o grupo. Ilma brincava com seu chicote etéreo, prendendo uma ficha de Maitreia no ar. Tião verificava sua espingarda Benção de Rakel.
Eldra cultivava raízes para estabilizar o chão. Saru bebia de sua garrafa, transformando o líquido em café. Kael dos Corações Quebrados emitia luz espiritual, acalmando. Haru, como fumaça, observava tudo em silêncio.
O grupo foi levado a um hotel extravagante em Las Vegas, o Luz do Lobo, um arranha-céu com runas disfarçadas de neon, projetado para a Lumen Feralis. Os quartos, espaçosos e decorados com o símbolo do lobo com rosto humano, eram equipados com runas de cura. Kazuto, dividindo um quarto com Sora e Ryu, socava o ar, testando seu Feralis. — Dois dias… Vamos estar prontos — disse, determinado.
Himari e Nariko, no quarto ao lado, riam enquanto testavam raios e tampas, quase quebrando uma luminária. Chen Hua, com Nara, organizava flores medicinais, enquanto Nara planejava estratégias. Maitreia, no saguão, distribuía fichas de cassino, prometendo “sorte” no torneio. Vorax, bebendo com Saru, zombava: — Se o torneio pagar, compro esse hotel.
Os Shisai se espalharam pelos quartos, descansando, mas alertas. O Torneio das Feras se aproximava, e o clã Gautama, unido, estava pronto para brilhar.
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