Volume 01 - Capítulo 16: Quando Você Almeja o Topo
Capítulo 16
Quando você almeja o topo
Tradutor: Zekaev
Shihori, de repente, veio pedir desculpas quando deixaram a pousada no dia seguinte. — E-eu… Sinto muito! Yumi explicou tudo. Porque eu pensei que era, com certeza, aquele tipo de relacionamento… Sinto muito por tirar conclusões precipitadas…
Embora o pedido de desculpas fosse muito bom para Haruhiro, ele meio que desejava que ela não tivesse feito isso com Ranta e Moguzo no alcance da voz.
— Relacionamento? — As narinas de Ranta queimaram quando ele trouxe seu rosto para perto de Haruhiro. — Que “tipo” de relacionamento ? Relação entre quem, hummm?
Haruhiro inclinou-se para longe dele. — Não é da sua conta.
— Isso não é verdade. Fala logo. Vai! Desembucha!
— Como Shihori disse, foi apenas um mal-entendido.
— Eu quero saber cada detalhe e sobre que tipo de “mal-entendido” era.
Yumi cortou. — É que-
Haruhiro tinha medo que ela dissesse mais do que o necessário de novo, mas ele tinha esperança de que seus medos se mostrassem infundados. Porém, foi exatamente como ele pensou.
— Ontem. — Yumi continuou. — Yumi pediu para Haru abraçá-la apertado e Shihori nos viu. E-
Moguzo fez algum tipo de ruído e, surpreso, seus olhos se arregalaram.
— O que?! Que diabos, Haruhiro! — Os olhos de Ranta pareciam saltar para fora das órbitas. — Você está falando sério?! Você está, realmente, falando sério?! Desde quando você chegou ao segundo estágio?!
— O que você quer dizer com “segundo estágio-”. — Disse Haruhiro, e parou. — Não, espere, esqueça. Eu te disse, não é como se eu-
— Não é como se “eu tivesse me aproveitado disso”?! Você ia fazer isso, mas entrou em pânico e parou porque Shihori viu você! Você teve que acionar o freio de emergência!
— Mas Haru estava chorando… — Disse Yumi, começando a explicar.
— Yumi. — Disse Haruhiro. — Você não tem que mencionar isso…
— Chorando?! — Ranta olhou de Haruhiro para Yumi várias vezes e, em seguida, passou as mãos pelo seu cabelo já bagunçado. — … Agora eu entendi. Então é disso que se tratava. Em outras palavras… Você foi rejeitado. Yumi rejeitou você, então ela sentiu pena desse idiota e tentou fazer você se sentir melhor. Entendo. Está tudo tão claro agora.
— Você está completamente, absolutamente e indiscutivelmente errado, na verdade é que… Eu não me sinto bem em explicar isso à você.
— De qualquer forma… — Yumi começou a falar, ignorando completamente Ranta. Era uma habilidade que Haruhiro invejava muito. — Yumi decidiu que ela vai tentar se dar bem com Mary~yan. Shihori disse que ela vai tentar também.
Shihori estava abraçando seu cajado, enquanto olhava para baixo. — … Eu não acho que isso vá funcionar, mas eu vou fazer o melhor que posso.
— “Se dar bem”? Com Mary? — Ranta franziu a testa. — Não vai rolar. Aquela menina não tem qualquer intenção de ser nossa amiga.
Moguzo baixou a cabeça. — Mas… Mas não podemos continuar do jeito que estamos agora. Temos que, pelo menos, tentar convencê-la a nos curar durante as lutas…
Foi como Moguzo disse. O problema era mais do que sua falta de vontade de sequer tentar fazer amizade com o resto deles. Ela não iria curá-los em batalha. Mais especificamente, ela iria ignorá-los se lhe pedissem para curar o ferimento, se não fosse grave, não importa o quanto doesse. Bem, não era exatamente “ignorar”, era mais como “rejeitar totalmente”. Ela só os curaria se fosse uma lesão que impedisse o movimento ou representasse risco de vida.
Sua atitude, em relação aos colegas que estavam com dor, era inaceitável. Manato iria curá-los imediatamente, não importa quão pequena fosse a lesão. Mesmo sendo uma ferida que não precisasse de atenção ele estaria lá dando uma sensação de segurança durante a luta.
Com Mary, não havia essa paz de espírito. E se um deles fosse gravemente ferido, mas ela simplesmente se recusasse a curá-lo? Todo mundo tinha medo de que ela fosse deixá-los no momento em que mais precisassem dela.
— Um novo começo… — Haruhiro começou a falar, olhando para cada um deles. Exceto para Ranta. — Precisamos conquistar a confiança com ela. Nós não vamos fazer qualquer progresso se não nos tornarmos mais próximos dela. Quem sabe? Mary possa ter sua própria maneira de enxergar as coisas. Talvez, nós apenas tenhamos dificuldades em lidar com ela só porque não sabemos o que se passa em sua cabeça.
Ranta zombou. — Tem certeza que não é só porque ela é uma pessoa horrível? Tem que ser algum tipo de transtorno. Desordem psicológica. Síndrome de personalidade horrível crônica. Com nenhuma cura conhecida.
— Mas precisamos de um sacerdote…
— Nesse caso, Haruhiro, você se torna um sacerdote! Então damos adeus pra Mary! Está resolvido, pronto! Melhor ideia! Porra, eu sou um gênio!
Haruhiro já tinha considerado, mas seria melhor usar a mudança de classe como um último recurso. Sair para explorar sozinho, sempre posicionando-se na parte de trás de um inimigo… Ser um ladrão lhe convinha e ele estava ansioso para melhorar suas habilidades como um.
Além disso, ele percebeu uma coisa enquanto falava com Yumi ontem.
— Ranta. — Disse Haruhiro.
— O que?
— Eu, você e Moguzo decidimos convidar Mary para se juntar ao grupo, certo?
— Sim. Foi um grande erro e é por isso que eu venho dizendo que devemos expulsá-la o mais rápido possível.
— Mas ela se tornou um de nós? Se tornou parte do nosso grupo quando ela aceitou, certo?
Ranta parecia que ia dizer algo, mas fechou a boca voltando o olhar para baixo. Ele assumiu uma expressão envergonhada.
Haruhiro continuou, apertando o pulso direito com a mão esquerda. — Mary é quem ela é. Não podemos, de repente, discriminá-la por ser quem ela é. Se ela acha que somos sempre nós cinco contra ela, ela nunca vai se sentir confortável perto da gente, mesmo se quisesse. Não é como se ela fosse uma mera máquina de cura.
— É verdade. — Yumi disse, colocando um dedo em seu queixo e inclinando a cabeça. — Mary está nos tratando com frieza, mas talvez nós tenhamos a tratado da mesma forma~yan.
Moguzo acenou com a cabeça lentamente e deu um grunhido de acordo.
— Mary, talvez… — Shihori começou, hesitante, como se ela não tivesse muita confiança no que estava prestes a dizer. — Mary é realmente uma boa pessoa… do lado de dentro.
— De jeito nenhum! — Ranta imediatamente virou-se de costas para eles. — De jeito nenhum! Não existe nenhuma maneira disso ser possível. Ela é uma bruxa maldita, com o inferno no coração. Não me importa o que vocês digam, eu não vou mudar o que penso! Nós devemos apenas nos livrar dela e o iiidioootaa do Haruhiro deve virar um sacerdote.
— Se eu me tornar um sacerdote. — Disse Haruhiro. — Então eu não vou te curar, não importa o que aconteça. Você é um cavaleiro do terror. O deus negro Skulheill é o inimigo do deus da luz. Eu não sou bom o suficiente para curar as feridas dos meus inimigos.
— Desqualificado! Você está desqualificado para ser um Sacerdote! Moguzo! O Moguzo… Espera, não podemos ficar sem um guerreiro, então… Yumi! Você deve se tornar uma sacerdotisa!
— Yumi quer um lobo, então ela não pode deixar de ser uma caçadora. — Yumi afirmou.
— Droga! Pirralha egoísta! Shihori! E se você…
— Eu… eu não acho que eu seja adequada para ser uma sacerdotisa. Se alguém se machucar, eu vou entrar em pânico e…
— Sem utilidade! Todos vocês são muito inúteis! Vocês são um bando de ‘bons para nada’, um monte de inúteis! Devido a isso- — Ranta tossiu. — Por isso, é… Melhor ter essa menina com a gente do que não ter. Mas, por fora, ela não passa de uma cadela fria… Mas, se ela é uma verdadeira puta de gelo e, de repente, ela se apaixonar por mim e querer se tornar a minha cadela e…
— Umm… Eu dúvido que isso vá acontecer… — Disse Moguzo
— Cala a boca Moguzo! Moguzo?! Levar um fora do Moguzo, logo ele?! De jeito nenhum…
De qualquer forma, o seu curso de ação foi decidido. Eles tratariam Mary como uma deles e tinham esperança de que ela começaria a sentir como se fosse parte do grupo também. Era necessário começar de algum lugar e todo mundo concordou que o primeiro passo precisava ser dado. Sem ultrapassar o primeiro obstáculo, não havia nenhuma maneira de seguirem adiante.
No entanto, independente do que escolhessem fazer, o futuro seria um caminho sinuoso.
Mary estava esperando por eles no portão norte da Allpea, como de costume. Haruhiro pensou que era melhor começar por cumprimentá-la adequadamente, de modo que ele alegremente gritou: “Bom dia!”
Era apenas uma saudação normal, então por que ela tem que olhar para ele com aquele olhar terrivelmente frio? Ela estava realmente olhando para ele, ou tentava ridicularizá-lo? Era como se, com aquele olhar, ela estivesse internamente dizendo a ele algo como ‘Queime, seu lixo, apenas queime. Apodreça, e vire cinzas’.
Só depois que ela terminou de perfurá-lo, com aqueles olhos à zero Kelvin, ela finalmente respondeu. — Bom dia. — Disse bruscamente. — Se apresse-se e vá em frente. Eu vou seguir.
Então, vai ser desse jeito, hein, pensou Haruhiro.
Mesmo assim, Yumi e Shihori tentaram envolver Mary numa conversa enquanto iam para Damroww. Onde ela mora em Allpea? O que ela normalmente tem para o almoço, e para o jantar? A quanto tempo é um membro da Lua Vermelha? As perguntas eram inofensivas, mas Mary se recusou a dar qualquer tipo de resposta.
Ela devolvia respostas vagas como “Quem sabe” ou “Não importa”, mas, quando o temperamento de Mary esquentou, ela explodiu com um “Por que se importa tanto?”. Yumi e Shihori ficaram em silêncio.
Ela era uma adversária formidável. Bem, não é realmente um inimigo, porque ela era, na verdade, sua companheira de grupo. Mas, mesmo uma conversa normal com ela provou-se impossível. Pelo menos Haruhiro queria melhorar seu trabalho de equipe.
A sorte estava com eles naquela manhã, uma vez que, por acaso, avistaram um grupo de três goblins. Haruhiro preparou-se para uma luta e decidiu enfrentá-los. Se eles pudessem trabalhar juntos e, como uma equipe, ganhar uma luta, as coisas podiam mudar para melhor.
— Moguzo e Ranta, cada um de vocês ficam com um. Eu e Yumi ficaremos com o terceiro. Shihori e Mary, apoiem Moguzo e Ranta! — Haruhiro ordenou.
Mesmo que ele tivesse tentado chamar Mary para apoiá-los, o que acabou acontecendo foi que ela apenas ficou lá, olhando com desprezo para Shihori que, em seu papel de maga, acertou os goblins com Eco Sombrio e Míssil Mágico. Ela fingiu não perceber o grito de dor selvagem de Ranta quando seu braço esquerdo foi levemente cortado.
Quando Moguzo perdeu a coragem, depois de ser atingido na cabeça, ela falou para ele: “Você é um guerreiro, não é?! Por que você está recuando só por causa disso?!”
— Droga! Quem você pensa que é?! Você só fica aí, parada, sem fazer merda nenhuma! — Ranta chutou o goblin com toda a força que conseguiu reunir.
Ele saiu voando para trás, mas Ranta rapidamente se aproximou e enfiou a espada em linha reta. — Impulso de Raiva!
O goblin fez um som de gargarejo e a espada de Ranta perfurou gravemente sua garganta. Ele lutou violentamente por alguns segundos e, momentos depois, parou de se mover.
Aparentemente, as técnicas e o estilo de luta de espadas de um cavaleiro do terror são baseadas em evitar o combate de curto alcance; favorecendo combate o de médio alcance onde o cavaleiro do terror pode atacar com a sua espada longa, em linha reta, sempre que tiver oportunidade e permanecer fora do alcance do adversário. Haruhiro pensava que o que Ranta fazia não era exatamente a imagem perfeita de um cavaleiro do terror, mas, no final, tudo funcionava bem.
Com a vitória de Ranta, restavam apenas dois inimigos.
Com um grunhido de esforço, Moguzo bloqueou as lâminas de seu adversário e depois usou Golpe em Espiral para fazer o goblin cambalear para trás. Sem hesitar, ele seguiu com sua espada bastarda para baixo, no goblin. O golpe dividiu a cabeça do goblin e o fez cair no chão.
Apenas mais um.
— Malik em paluk! — Shihori cantou, e desenhou um glifo elementar com seu cajado.
Um feixe de luz da largura de um punho bateu na cabeça do goblin final, provocando um uivo. Ser atingido por um Míssil Mágico era quase o mesmo que tomar um chute de um homem adulto. O goblin ficou atordoado por um breve momento, mas, na menor abertura, Yumi entrou.
— Golpe de Varredura!
O goblin gritou e pulou na diagonal, para trás, evitando o ataque. Consequentemente, deixou suas costas viradas para Haruhiro. Agora! Haruhiro pensou, e seu corpo se moveu por conta própria. Ele inalou e prendeu a respiração quando usou Punhalada pelas Costas. O punhal perfurou o goblin com precisão, no ponto certo. A lâmina atravessou o goblin com facilidade e saiu pelo abdômen.
Haruhiro sabia, sem sombras de dúvida, que esse era o resultado quando a técnica era executada corretamente. O corpo do goblin amoleceu como se toda a sua força fosse drenada. Haruhiro empurrou a lâmina do punhal ainda mais fundo, então rapidamente puxou-a de volta para fora. O goblin caiu e não se mexeu novamente.
— Muwahahahaha! — Ranta arrancou as garras dos cadáveres dos goblins mortos, rindo de maneira aguda ininterruptamente. — O trabalho em equipe foi uma merda, mas por causa da minha grandiosidade, vencemos! Eu sou o melhor! Acho que as coisas não seriam interessantes se todos morressem facilmente logo no início. Meu braço dói! Mary! Cura isso, agora!
Mary o ignorou completamente, deliberadamente e, depois, começou a fazer seu caminho até Moguzo.
— Sente-se. — Disse ela.
— Sim, senhora. — Moguzo sentou-se no chão obedientemente, semelhante a um cão de estimação.
Mary examinou a testa, bem como a parte de trás de seu crânio e, em seguida, tocou o corte na têmpora. Moguzo fez uma careta e Mary falou algo em voz baixa, mas Haruhiro não ouviu.
Ela formou um hexágono com a mão e cantou: — Ó luz, sob a graça divina do Senhor Luminous… Mãos Curadoras.
— Ela cura perfeitamente depois da luta… — Haruhiro murmurou para si mesmo, enquanto recolhia as bolsas dos goblins.
O “arrecadação” foi: duas de prata, duas pedras brilhantes, e algumas presas de animais. Dependendo do valor das pedras, Haruhiro presumiu que o total poderia atingir quatro pratas.
— Ei, senhora! Chega de cuidar do Moguzo, venha aqui e me cure! — Ranta exigiu.
— Você não tem uma ferida, só tem um arranhão.
— Isso não é verdade! Veja! Eu estou sangrando por todo o lugar! Ele só… Meio que parou…
— Que tal colocar um pouco de saliva sobre ele, então? E não me chame de senhora. É como se estivesse testando minha paciência.
Ranta recuou. E ele foi deixado sem cura. Haruhiro teve que admitir, Ranta iria berrar como um bebê com o menor dos cortes.
Para dizer o mínimo, Manato era muito sensível para com o bem estar de todos na equipe e ele nunca poderia se sentir completamente à vontade, a menos que toda a equipe estivesse em perfeitas condições. Agora que Haruhiro pensou nisso… era realmente necessário o uso de magia de cura em cada pequeno arranhão e corte? Eles estavam mal acostumados. Especialmente Ranta pois ficou muito mimado.
Depois de eliminarem os cadáveres dos goblins, Haruhiro se aproximou de Mary.
— Poderia ser que nós é que estamos errados? — Ele perguntou sem rodeios. — Como sacerdotisa, parece que você é bem decidida em sua maneira de fazer as coisas. Talvez… Isso seja normal em outros grupos?
— O quê?
Haruhiro estremeceu. Só isso quase foi o suficiente para fazê-lo perder a coragem. Ele desejou não ter perguntado.
De alguma forma, ele se recuperou e continuou. — Não é nada, de verdade, mas… Não existem, você sabe, diferentes tipos de sacerdotes ou algo parecido? É só que… Eu realmente não sei nada sobre vocês. Pode-se chamar isso de falta de experiência, ou algo parecido.
Mary olhou para ele como se fosse responder e, com um suspiro enfadonho, respondeu. — Por que me pergunta. — Ela cruzou os braços sobre o peito e virou-se propositadamente.
E lá estava ele. O monstro “por que me pergunta?” trazendo sua face horrenda novamente. Haruhiro sentiu que estava começando a ficar irritado.
— Você não pode só… Só me dizer? Eu sou um ladrão, então eu não sei muito sobre sacerdotes. Eu nunca vou saber e, neste ritmo, e eu não acho que seja uma boa ideia não saber nada…
— Essa é a sua opinião. A minha opinião é que tudo está perfeitamente bem do jeito que está.
— Não é bom- — Haruhiro se interrompeu e respirou fundo, tentando subjugar seu temperamento prestes a estourar. Ele quase perdeu o controle.
Ele precisava manter a calma. Mas o que estava acontecendo com ela e essa atitude? Ele se irritou.
— Não é como se fosse uma questão pessoal nem nada disso. — Haruhiro persistiu. — Mas, nas lutas, tem um fluxo geral da batalha e os papéis de todos para pensar. Eu acho que é algo sobre o qual devemos falar mais, como um grupo…
— O que você está me dizendo, você não gosta do jeito que eu faço o meu trabalho? — Mary respondeu. — Eu vou sair imediatamente.
— Não, não é isso, é apenas-
— Então não há nenhum problema, correto?
— Uh… Não… não há problema.
Haruhiro queria ter algo para dizer-lhe, havia alguma maneira de ter qualquer tipo de conversa com ela?
Depois, Yumi e Shihori bravamente continuaram a tentar envolvê-la em conversas, mas foram amargamente rejeitadas e desistiram.
À noite, eles mataram sete goblins, ganhando duas pratas e cinco kappas cada. Não foi ruim para um grupo como o deles, mas, em comparação a Renji, que jogou uma moeda de ouro como se não fosse nada, Haruhiro apertou sua mandíbula com frustração por serem tão patéticos.
Mary os deixou logo que recebeu sua parte dos ganhos, aí os cinco restantes se jantaram e foram para Taverna Sherry.
— É bem lotado. — Disse Yumi. — Yumi não quer beber, então Yumi terá suco.
— É bastante barulhento. — Shihori concordou. — Eu também não quero álcool…
Essa foi a primeira vez que entraram na Sherry de forma que ambas, Yumi e Shihori, analisavam tudo com os olhos arregalados e um pouco nervosas.
— Não fiquem de boca aberta, vocês duas! — Ranta advertiu, tentando fazer soar como algo corriqueiro e casual. — Não há nada incomum! É apenas uma taberna normal, não fiquem tão impressionadas, parem com isso!
Yumi e Shihori, no entanto, pareciam não ter ouvido uma única palavra que ele disse. Quando uma garçonete chegou à mesa, todos fizeram seus pedidos e pagaram por suas bebidas. Haruhiro também não pediu álcool, em vez disso, escolheu uma limonada. Escolheu uma ótima água gaseificada das montanhas Tenryuu, misturada com limão e mel.
— Então Mary é a fonte do problema, afinal de contas. — Haruhiro falou.
— Sim. — Yumi assentiu. — Yumi e Shihori tentaram falar com ela durante todo o dia e isso não deu para nada.
— Em nada. — Shihori corrigiu imediatamente. — Se diz “e isso não deu em nada”.
— Oh? — Yumi piscou. — Yumi pensou que era “para nada”, há duas maneiras de se dizer?
— Não há duas maneiras de se dizer, Yumi. É só “em nada”.
— Hã? Yumi errou de novo? — Disse Yumi. — Yumi se atrapalha muito ~yan.
— Não há nada o que fazer, além de… — Disse Ranta, passando a mão pela garganta, como se fosse uma faca. — …DISSO. Basta fazer isso e tudo acaba aqui. Se fizermos ISSO para a menina, então tudo vai ficar melhor. Vocês concordam, ou não.
Ranta realmente parecia gostar de fazer esse gesto, provavelmente porque ele pensava que era legal ou algo assim. Se assim for, então ele estava ainda mais confuso do que Yumi.
— Er… — Moguzo interrompeu, olhando para a entrada da taberna.
Falando do diabo, pensou Haruhiro. Lá estava ela. Mary. Ela entrou e olhou em sua direção rapidamente. Fingiu não ter notado eles, mas Haruhiro tinha noventa por cento de certeza que ela notou. Havia um assento vazio no final do bar, Mary se estabeleceu lá.
— Que diabos! — Ranta bateu o punho na mesa. — Qual o motivo dessa atitude! Mesmo que seja por pouco tempo, nós estamos no mesmo grupo! É normal, pelo menos, dar um aceno de cabeça em nossa direção!
— Yumi tem a sensação… — Disse Yumi com um beicinho, e franzindo as sobrancelhas — … de que o que é normal para as pessoas normais não é normal para a senhorita Mary. Mas mesmo Yumi está um pouco irritada agora…
No entanto, Shihori bateu em seus lábios com um dedo. — Mas nós também não a cumprimentamos. — Ressaltou. — É o sujo falando do mal lavado…
— Hmm… — Haruhiro esfregou a nuca. — Acho que você está certa. Nós tínhamos tanta certeza que seríamos ignorados e, por isso, sequer nos preocupamos em cumprimentar. Sim, isso realmente não é bom.
— Foda-se! — Exclamou Ranta. — Por que diabos nós temos que tratá-la bem?
— Você vai ser odiado por todas as meninas de todos os tipos com essa atitude. — Comentou Yumi.
— Calada! Não faz nenhum sentido meninas planas falando por todas as meninas!
— Não chame Yumi de plana!
— Plana, plana, plana, plana, pla-na!
Yumi olhou com raiva para Ranta.
— Ranta. — Soltou Haruhiro. — Você será odiado por todos os tipos de meninas se continuar falando assim.
— Como se você tivesse o direito de falar algo, Haruhiro! — Ranta atirou de volta. — Eu não me importo com os sentimentos das meninas! Tudo o que importa são os peitos, bunda, pernas e braços!
Shihori olhou para Ranta como se ele fosse uma criatura imunda e desprezível. — Eu fico doente só de pensar que alguém como você é humano.
— V-você não tem que ir tão longe! — Aparentemente, até Ranta percebeu que ele estava em uma posição ruim agora. — Não são apenas os peitos, bunda, pernas e braços, eu me preocupo com seus rostos também! Não importa quão bom são seus corpos se elas têm rostos de animais! Espera! Por que tenho a sensação que você está ainda mais chateada? Por quê?
— Alguém está falando com ela. — Disse Moguzo, apontando na direção de Mary.
— Whoa. — Haruhiro piscou várias vezes. — De jeito nenhum.
Embora não fosse exatamente uma surpresa, não era algo que Haruhiro esperava. Haruhiro o conhecia, a pessoa sorriu para Mary. Eles se conheceram e falaram uma vez. Aquele rosto amigável. Essas vestes brancas, cobrindo-o da cabeça aos pés, essa armadura por baixo da túnica e essa espada.
— Aquele é Shinohara, da Orion. — Disse Haruhiro.
— Orion? — Ranta esticou o pescoço para ter uma visão melhor. — Sério? Orion, aquele clã muito famoso? E Shinohara é o líder da Orion, eu acho. Não que eu me importe com isso, mas por que ele está falando com ela? Hey, nossas bebidas estão aqui. Ei! Vamos brindar, rapazes. Saúde!
— S-saúde… — Moguzo foi o único que realmente respondeu em voz alta.
Haruhiro bateu seu copo de madeira contra o de Moguzo, Yumi e Shihori também brindaram e tomaram um gole da limonada. Doce e picante, estava deliciosa.
— Ei, Haru. — Yumi puxou a manga da camisa de Haruhiro. — O que é um “clã”?
Haruhiro começou a explicar. — Um clã é o que eles chamam de…
Não era como se Haruhiro fosse muito bem informado sobre o assunto, mas pelo que entendeu, clãs eram grupos unificados em prol de ideal ou objetivo em comum. Grupos normalmente são formados por cinco ou seis pessoas, incluindo sempre um sacerdote, cuja magia de luz curadora era indispensável. No entanto, houve casos em que apenas seis pessoas não eram o suficiente para lidar com grandes números de monstros ou inimigos inegavelmente fortes. Há, também, lugares onde seria muito perigoso para um grupo entrar sozinho. Foram nesses casos que vários grupos se uniam para formar um clã.
— … Há vários clãs bem conhecidos. — Haruhiro continuou. — O Dark Berserkers, Iron Knuckles, o clã de meninas Wild Angels. Orion é muito famoso também.
— Olha. — Ranta disse, apontando para Shinohara. — Na sua capa tem sete estrelas em formação de ‘X’, certo? Esse é o emblema do clã Orion. Há outras pessoas na sala usando mantos com o mesmo emblema.
Ranta estava certo. Havia várias pessoas espalhadas pela taberna com os mantos decorados de forma similar. Shinohara disse uma vez que ele e muitos outros membros da Lua Vermelha frequentam a Sherry. Haruhiro supôs que ele devia cumprimentar Shinohara em algum momento, mas… ele não achava que agora era a hora. Estava relutante em interromper Shinohara enquanto conversava com Mary.
Afinal, que tipo de relacionamento Shinohara tem com Mary? Pelo que Haruhiro pôde perceber, Shinohara estava falando enquanto Mary apenas dava respostas obrigatórias nos momentos apropriados. No entanto, ela não parecia particularmente irritada com Shinohara; na verdade, parecia estar gostando. Shinohara finalmente retirou-se e, depois de continuar a observá-lo um pouco, Mary voltou para a sua bebida.
Ranta riu suavemente. — Esses dois estão fazendo isso. Estão flertando.
— Pra mim, ele não parece ser o tipo que fica flertando por aí. — Haruhiro respondeu.
— Haaruhiroooooo… Você deve ser cego feito um morcego. O ROMANCE estava no ar! Eles estão flertando. Cem por cento de certeza que estão FLERTANDO.
— Eu estou indo dizer oi para Shinohara.
— Ei! Não me ignore! Você está me deixando triste aqui!
Sinta-se livre, Haruhiro pensou, e assim que se levantou de seu assento, um clamor silencioso de vozes começou a surgir a partir dos outros clientes. A razão logo ficou clara.
— Ei, é o Souma… — Alguém disse.
— Não é o Souma? — Disse outro.
E ainda outro: “É Souma!”
— Souma!
— Souma…!
Souma. Era o nome continuamente pronunciado por todos os outros membros da Lua Vermelha na taberna. Quem era ele? Sem dúvida, era um homem, mas…
Um grupo de seis pessoas, formado por homens e mulheres, entrou. Souma devia ser o nome do líder do grupo. Parecia jovem e… diferente. Um ‘diferente’ bem peculiar. O mais vistoso era sua armadura. Seu corpo inteiro estava coberto por uma armadura negra que cabia nele perfeitamente. Não havia arranhões ou amassados à vista. O material parecia incrivelmente brilhante também.
Era, provavelmente, uma espécie de armadura de escamas, forjada pela sobreposição de inúmeras pequenas placas de metal. Aqui e ali, luzes laranja pareciam vazar de dentro da armadura, ela estava ondulando e fervendo como se estivesse respirando. A parte inferior, coberta por uma longa tasset (armadura da coxa), provavelmente, compunha o mesmo conjunto de armadura que cobria a parte superior. Era assimétrica em ambos os lados, mas ainda incrível, algo impressionante.
A lâmina grande que ele carregava, presa em suas costas, era curvada como uma katana, uma arma bela e sinistra ao mesmo tempo. Era uma espada que capturaria a imaginação do mais bravo dos guerreiros. A lâmina na cintura do homem era semelhante a que estava nas suas costas, porém, mais curta, mas com um artesanato igualmente esplêndido.
As características faciais do homem que exibia tais equipamentos não eram comuns. Ele não poderia ser chamado de bonito, ou de viril, nem era portador de uma beleza afeminada, mas caracterizava-se pelo barbeado elegante. Seus olhos amendoados e profundamente serenos, ainda que ameaçadores, transbordavam calma e a mais profunda tristeza. Impossível ser examinado por aqueles olhos e não ficar nervoso.
Claramente, os homens e as mulheres que o seguiam não eram membros comuns da Lua Vermelha. O homem grande, de pele escura, com os olhos virados para cima e vestido com uma armadura verde deslumbrante, era mais alto do que Moguzo. Ele parecia uma construção sólida; no entanto, a cabeça pequena o fazia parecer mais magro do que musculoso.
Atrás do homem de pele escura estava exatamente o oposto. Um homem pequeno com um rosto infantil, exceto seus olhos que eram tudo menos inocentes. Um olhar daqueles indicava, certamente, uma maldição sobre sua cabeça. O homem ao lado dele tinha braços tão longos que fez Haruhiro idagar se ele era realmente humano. A cara desse homem estava oculta atrás de uma máscara com olhos estranhos, mas Haruhiro supôs que ele era uma criatura de outra espécie. A armadura que ele estava usando poderia ser de qualquer coisa, couro ou até mesmo metal; cobria ele da cabeça aos pés e, pendurado nas suas costas, uma lâmina gigante com dentes de serra que, provavelmente, era tão mortal quanto parecia.
As duas mulheres atrás dele… Uma olhada para elas fez o coração de Haruhiro derreter. Ele poderia ficar ali, admirando-as eternamente, incansavelmente. O grupo de Souma era composto por quatro homens e duas lindas mulheres. Uma delas, pele bronzeada, era um pouco mais velha e estava elegantemente equipada. Ela vestia algo semelhante a um vestido, mas suas pernas e peitos estavam corajosamente expostos. Ela também usava uma variedade de colares, anéis e pulseiras, além da armadura, do cajado e da espada curta. Ambos, provavelmente, muito caros. Mas, apesar de todos os acessórios, eles não eram tão vistosos, talvez, porque sua beleza quase supera a das jóias.
A outra mulher fazia com que Haruhiro se lembrasse de Mary. Não que seus rostos fossem semelhantes ou qualquer coisa; era sua beleza sobrenatural que o fez indagar se ela era mesmo humana. Parecia mais jovem e, ao mesmo tempo, mais velha do que ele. Ele não sabia se deveria chamá-la de uma bela mulher ou uma menina bonita.
Ela usava um peitoral com um esculpido bem elaborado; parecia ser levemente blindado. Uma espada estava pendurada em seu cinto… Ela é uma guerreira? Mulheres guerreiras eram raras. Deixando isso de lado, seu cabelo era de um prateado lindo, totalmente diferente do de Renji. Era como se cada um daqueles delicados fios fosse feito de prata derretida, ela tinha olhos de safira. Se dissessem que a pele dela era feita de neve, Haruhiro acreditaria facilmente de tão branca que a pele dela era. Claro, ela não era feita de neve; sua pele era levemente rosada. A pele gelada de Mary não chegava a ser tão brilhante quanto a dela.
Mas ela não era humana. Suas orelhas. Elas eram pontudas.
— Ela não é uma elfa? — Ranta sussurrou.
— Elfa… — Haruhiro ecoou sem pensar, tão impressionado que até se esqueceu de piscar enquanto olhava.
Elfa. O que é isso? Ele não tinha ideia do que era uma elfa, mas também sabia exatamente o que era. Elfa. Está certo. Aquela mulher era, provavelmente, uma elfa.
— Hey hey hey!
A voz de alguém veio. “Aquela” voz. Aquela excessivamente animada, exageradamente feliz; não poderia pertencer a ninguém a não ser Kikkawa.
— Se não são Harucchi, Rantan, Mogcchi, Yumippi e Shihon! — Gritou. — Como estão vocês ?! Estou ótimo, obrigado! Hey, hey! Vocês notaram? Souma não é IMPRESSIONANTE?! Nunca pensei que eu iria vê-lo em carne e osso! Eu tenho tanta sorte! TODOS SOMOS TÃO SORTUDOS!!!
Kikkawa estava mais animado do que de costume. Talvez, por causa de Souma.
— Kikkawa… quem é ele? — Perguntou Haruhiro.
— O queeee?! — Disse Kikkawa, incrédulo. — Harucchi, você nunca ouviu falar do Souma?! Sem chance! Você deve estar brincando, não tá? Não tem jeito! Souma é o melhor guerreiro da Lua Vermelha! O guerreiro dos guerreiros!
Kikkawa não parava de falar. — Bem, há algumas controvérsias sobre a sua capacidade de luta real, mas ninguém duvida que ele é o melhor. Esta, também, é a minha primeira vez vendo ele de verdade, mas ele já é outro nível, não é? Ele é muito maneiro! Maneiro de maneira fria! Se eu fosse uma garota, eu ia querer ele!
— Souma, EU TE AMO !!! — Ele ilustrou, e sorriu. — Só brincando. Eu não posso dizer que eu iria tão longe, mas ele não é impressionante? Ele é altamente respeitado por todos. Espero que eu possa me tornar alguém como ele um dia…
— Claro que sim! — Ranta concordou, seus olhos brilharam ligeiramente. — Puta que pariu! Como ele conseguiu por as mãos nequela armadura? Quero uma armadura assim!
— … Eu-eu… — Os olhos de Moguzo caíram no chão. — … Eu gostaria de um elmo. E, se possível, uma armadura de placas. Se eu tivesse uma, eu poderia ser um pouco mais…
Shihori mordeu o lábio inferior e um pensamento veio a ela. — Quero aprender mais feitiços. Eu quero poder ajudar mais nas lutas, com a minha magia. Tudo o que posso fazer agora é…
— Yumi… Yumi quer uma armadura também. — Disse Yumi. — Yumi não é boa com um arco, então ela está lutando na frente o tempo todo. Yumi pensa que ter uma armadura iria ajudar…
— Eu quero… — Haruhiro fez uma pausa, seus olhos ainda focados em Souma e companhia. O que ele queria para si mesmo?
Para ser honesto, ao contrário de Kikkawa e Ranta, Haruhiro não desejava ser como Souma. Na verdade, ele sequer acreditava que poderiam superar a lacuna entre eles e o grupo de Renji. Serem respeitados como Souma não passava de um sonho. Eles não tinham nenhuma esperança de alcançar o nível de Souma, então por que tentar? Eles só iriam parecer idiotas por tentar.
Então devemos continuar como estamos? Uma pequena voz dentro dele perguntou. Não, não, isso não. Haruhiro queria continuar avançando. Mesmo que não pudessem subir a escada pulando degraus como Renji, ele queria continuar subindo apenas um degrau de cada vez. Mesmo que fosse apenas um pequeno passo, não deve haver nenhuma razão para eles não poderem avançar ainda mais.
Manato, definitivamente, pensaira o mesmo. Ele queria avançar em seu próprio ritmo, esperamos ser melhores hoje do que ontem e, amanhã, melhores do que hoje. Mas era inútil apenas desejar, eles precisavam tomar medidas para que isso acontecesse.
O que devo fazer? Economizar até ter mais dinheiro e usá-lo para aprender mais habilidades? Comprar equipamentos melhores? O dinheiro era importante, com certeza, mas não era tudo.
Manato lhe pediu para cuidar dos outros. Ele quis dizer a Haruhiro que devia fazer a mesma coisa que Manato tinha feito? Em outras palavras, se tornar o líder? Ele era capaz de liderar? É fato que alguém tinha que assumir essa posição. Mas tinha que ser ele? Ele não queria isso. Ele não queria assumir o encargo dos holofotes, a responsabilidade da liderança. Era muito trabalhoso.
E sobre Manato? Será que ele assumiu o papel de líder porque queria? Porque gostava da liderança? Será que o fez de bom grado, ou fez isso com relutância? Talvez odiasse essa posição e quisesse, na verdade, tirar a responsabilidade dos seus ombros, mas cerrou os dentes e suportou ter que arrastar todos os outros atrás dele? Haruhiro não achava que esse era o caso, mas não podia dizer com certeza.
— …Não! Mais, mais, mais! — Em algum ponto, Kikkawa se aproximou, ficou ombro a ombro com Ranta e ambos estavam rindo sobre algo. Haruhiro nunca pensou que veria o dia em que Ranta encontraria alguém com quem pudesse conviver. — Eu nunca pensei que iria encontrar Souma! Ouvi que sua área de atuação principal é na antiga Ismael e, por isso, ele não vinha muito à Allpea. A sorte que tenho é assustadora! Bem, não é realmente assustadora, mas…
— Kikkawa! Vamos fazer amizade com Souma! Se for eu e você, a gente consegue! — Ranta proclamava.
— Amigos? VAMOS FAZER ISSO! Rantan! Vamos!!!
Kikkawa e Ranta, ambos se levantaram de seus assentos simultaneamente. Pareciam sérios sobre fazer amizade com Souma. Haruhiro levantou do seu assento e olhou ao redor da taverna. O grupo de Souma estava sentado ao redor de uma mesa perto do balcão; uma horda de pessoas se juntou ao redor deles e chegavam mais a cada segundo.
Mary permaneceu no mesmo lugar, bebendo de sua própria caneca. Shinohara estava longe de ser visto. Onde ele foi? Haruhiro sentou-se e tomou um gole de limonada. Quando olhou para cima novamente, foi diretamente nos olhos de Yumi. Ela inclinou a cabeça para um lado, silenciosamente perguntando a Haruhiro o que ele ia fazer.
Haruhiro sacudiu a cabeça indicando a ela, sem palavras, que não planejava fazer coisa alguma e trouxe a caneca aos lábios para outro gole. Mas ficar sem fazer nada, sem sombra de dúvidas, não é a melhor das escolhas.
Um líder, hein? Será que Haruhiro tem o que é necessário para se tornar um?
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