A noite avançou rapidamente para uns, já para outros parecia uma eternidade, Lys era uma dessas pessoas, ela já havia requisitado uma reunião do círculo para o dia seguinte, mas ao contrário das outras reuniões essa iria ser bem diferente.

    Afinal teriam quatro guardiões participando e não simples guardiões.

    Ela respirou fundo, ela estava deitada na cama olhando para a janela, quando se pegou sorrindo lembrando de uma memória recente…

    Para Aisha a noite também parecia longa, afinal ela estava cercada de lendas vivas. Apesar dela ainda não saber exatamente o que Kael pode fazer, só o fato de ser considerado irmão de Ian e Thamir já dava uma boa noção que ele podia ser muitas coisas menos normal.

    Ela respirou fundo, se virando na cama tentando dormir, mas uma pergunta começou a martelar em sua mente lhe causando arrepios, quão forte eles quatro eram…. e qual deles era o mais forte?

    Os primeiros raios de sol começaram a iluminar o céu de Altheria, a nevoa típica da região da se fazia presente ficando um pouco mais espessa. Aos poucos começaram a aparecer sinais de vida na cidade, alguns mercadores caminhando em direção as suas bancas, alguns moradores já saiam de suas casas para conseguir os melhores produtos. E no templo inferior na sala do círculo já era possível ver uma bela mulher tomando seu chá enquanto comia uma fatia de pão, ela fazia de forma lenta enquanto analisava alguns papeis de forma vagarosa, cada gesto calculado, como se cada movimento fosse parte de um ritual de concentração.

    O som da porta do salão sendo aberta quebrou a tranquilidade.

    — …. Irmã?

    — Bom dia Thali.. — Lys falou estendendo a xicara para a irmã

    — O que você está fazendo aqui? — Thalien falou se aproximando — Deveria estar dormindo uma hora dessas… a reunião é daqui a algumas horas.

    — Não consegui dormir…

    Thalien franziu a testa parando ao lado da irmã quando um leve brilho travesso apareceu nos seus olhos.

    — Não conseguiu dormir… ou não te deixaram dormir? — Thalien falou começando a sorrir — Ele te fez outra visita noturna?

    Lys por outro lado respirou fundo olhando para a Irmã.

    — Primeiro… já falei para parar com isso, segundo depois daquilo eu mantenho minha janela fechada, ele expos sem querer uma falha gritante no nosso sistema de defesa… recomendo que faça o mesmo irmã. — Lys falou voltando a olhar para o papel que estava na sua mão

    Thalien riu baixinho. — E ainda assim você não nega que pensou nele.

    — Thali… — Lys a olhou de lado, meio exasperada, meio resignada. — Nós temos uma reunião daqui a pouco com metade do Círculo desconfiando de mim e a outra metade desconfiando deles. Não é hora para esse tipo de brincadeira.

    — Justamente por isso é hora. — Thalien se sentou na cadeira ao lado, pegando um dos papéis para ler. — Você vai precisar de todos os seus truques hoje. Essas velhas odeiam surpresas… e você vai estar com quatro Guardiões no mesmo salão.

    Lys não respondeu de imediato, mas o silêncio dizia muito. A presença de Ian, Thamir, Kael e Naira não era apenas um trunfo… também era um risco.

    — Eu sei que eles têm receio — disse, por fim — mas a origem da barreira está próxima demais de Cervalhion e a melhor forma de levar os guardiões até lá sem levantar tanta suspeita é incluir eles na comitiva que vai para lá. Se não formos agora, talvez não tenhamos outra chance.

    — Então faça com que eles sintam que a escolha foi deles. — Thalien sorriu de lado. — Isso você sempre soube fazer bem.

    Lys a encarou, avaliando se aquilo era um elogio ou uma provocação. Provavelmente os dois.

    Lys ficou na sala lendo até próximo ao horário da reunião, com Thalien deixando-a para conferir os preparativos para a reunião.

    Foi quando um guarda finalmente quebrou o silencio.

    — Minha Rainha — falou o guarda em uma saudação militar — os membros do círculo começaram a chegar.

    Lys se levantou da cadeira, ela colocou os papeis na estante de madeira na lateral da sala e a tiara que representava a coroa de Altheria sobre sua cabeça… era hora de Lysvallis entrar no jogo.

    — Mande-os entrar.

    A reunião iria começar.


    A sala do Círculo estava carregada de tensão.

    O grande salão oval, com tapeçarias bordadas e brasões de famílias antigas, recebia aquela manhã não apenas os conselheiros, mas também quatro figuras que raramente se viam juntas.

    Lysvallis ocupava seu lugar habitual, impecável na postura. À sua direita, Ian mantinha a expressão de quem estava ali por obrigação, mas não perdia um único detalhe. Naira, rígida como sempre, observava cada conselheiro como se medisse ameaças posicionada próximo a entrada do salão. Thamir, braços cruzados, parecia mais interessado nas reações do que nas palavras estava sentado de forma despreocupada próximo as estantes. Kael, discreto, mantinha-se um pouco afastado, pouca presença para quem não soubesse quem ele era.

    Os membros do Círculo entravam no salão, uns curiosos, outros cautelosos.

    Os rumores sobre Ian já tinham alcançado Cervalhion, e Lys sabia que qualquer passo em falso poderia transformar essa missão em um espetáculo político.

    Quando todos se sentaram, ela abriu a reunião:
    — Recebemos outro chamado urgente vindo de Cervalhion. — Sua voz cortou o burburinho. — A mensagem fala da necessidade de uma reunião entre os três reinos, e solicita ajuda para contenção das grandes bestas que estão surgindo, sem detalhes precisos, mas a localização é… relevante para nós.

    — Relevante como? — perguntou o Conselheiro Malrik.

    — É a capital de Cervalhion, apesar dos esforços deles de a construir o mais distante da barreira acabou se tornando a mais próxima da origem detectada na alteração da barreira. — respondeu Thalien.

    O comentário fez alguns membros se inclinarem para frente, atentos. Lys apenas assentiu, como se reconhecesse o peso da informação.
    — A questão é: como responderemos?

    A Matriarca Varnek, foi a primeira a falar:
    — Podemos mandar uma comitiva real com alguns soldados para dar apoio. Mostra respeito e mantém a formalidade.

    — Comitiva real com soldados …é loucura demais. — Malrik contrapôs. — Ainda mais com Guardiões presentes. Se os rumores sobre o Guardião do Norte já chegaram lá, imagine o que vão pensar com um pelotão marchando em direção a capital. — Ele falou agora apontando na direção de Thamir com a mão aberta — e imagine o que vão pensar quando souberem que além do Guardião do Norte temos mais três deles aparecendo ao mesmo tempo.

    Lys inclinou-se levemente para a frente.
    — Concordo. Precisamos de discrição, não de alarde.

    Ela deixou o silêncio trabalhar, e foi Ydrine quem completou:
    — Então… que apenas Ian acompanhe a Rainha oficialmente. O resto… pode seguir de forma menos visível.

    Vários conselheiros começaram a murmurar, alguns aprovando a ideia. Lys manteve o tom ponderado:
    — Ian como escolta pessoal é plausível. ele já mostrou o seu poder. Já os outros podem se mover sem uniformes ou insígnias, integrando a comitiva de forma indireta, entre diplomatas, técnicos ou assistentes.

    — Técnicos? — Malrik ergueu uma sobrancelha.

    — Precisaremos de estudiosos para avaliar qualquer anomalia na região. — Lys deu de ombros, como se fosse óbvio. — E quem melhor para se passar por estudiosos… do que aqueles capazes de lidar com problemas imprevistos?

    Ian sorriu de canto. — Então eu vou ser o foco de toda a atenção de Cervalhion.

    — Exatamente. — Lys respondeu, sem hesitar. — Rumores são como fogo em palha seca. Um Guardião à vista já é suficiente para alimentar conversas. Quatro… chamariam atenção demais para o que queremos.

    Varnek assentiu. — Então está decidido: comitiva real com Ian como escolta oficial da Rainha. Os demais… parte dos grupos de suporte.

    — Mas… minha Rainha —Malrik falou novamente — há um problema com esse plano… precisamos confiar que nenhum dos outros vai ser exposto antes da hora. e os soldados viram a chegada de dois deles, não temos como esconde-los por muito tempo.

    Lys respirou fundo enquanto observava o conselheiro… ele estava certo e ela sabia.

    — Sabemos disso Malrik, mas no momento estamos correndo contra o tempo. E até o momento não temos uma ideia melhor — Lys falou olhando para os outros membros do círculo.

    Nesse momento Kael que estava recostado na cadeira, mexendo distraidamente numa moeda finalmente falou:

    — Bom… tem uma maneira de fazer isso sem parecer que estamos levando “estranhos”.

    Lys arqueou a sobrancelha:
    — Estou ouvindo.

    Kael se levantou e calmamente caminhou até o centro do emblema de Altheria:

    — Nós não precisamos fingir que eles não existem, só… dar outro nome para eles — ele parou olhando para os membros do círculo — Enviem os Guardiões como consultores. “Especialistas estratégicos” chamados para ajudar Cervalhion a reforçar as defesas contra as bestas. Meio verdade. Ninguém mente, mas também ninguém diz tudo.

    — E se forem vistos em combate? — Thalien perguntou enquanto analisava Kael que deu de ombros, sorriso de canto: — Vão achar que esses tais “especialistas” são melhores do que imaginavam. E pronto.

    Thamir balançou a cabeça com um meio sorriso:

    — Admito… não é uma má ideia.

    Kael olhou novamente para Lys:
    — Assim eles podem mover com mais liberdade, trabalha perto do objetivo… e, se alguém perguntar, tudo está dentro da missão oficial.

    — E quem seria você mesmo? — A Matriarca Ydrine perguntou analisando Kael de cima a baixo.

    — Ele é.. — Lys começou a falar, mas foi cortada tanto pela fala de Kael, quanto pelo aperto no braço dado por Ian.

    — Sou um consultor senhora… — Kael falou fazendo uma reverência perfeita.

    Ian olhou de relance para Lys sinalizando para ela seguir o fluxo.

    — Um consultor de onde? — Ydrine continuou

    — Do leste minha Senhora, sou um mercador acostumado a vender para algumas das casas nobres de Cervalhion. — Kael falou voltando a sua posição original.

    — Ele não é um simples mercador, é alguém de minha confiança — Thalien falou de forma breve — Fui ajudada por ele varias vezes quando fui em missões diplomáticas.

    Os membros do círculo pareceram entender alguma subtrama e concordaram.

    — Alguma objeção? — Lys perguntou, mas já sabia que a decisão já estava firmada.

    A reunião continuou por mais alguns minutos, tendo o segundo ponto alto da reunião a nomeação de Thalien para representar Lys durante a sua ausência em Altheria.

    Os conselheiros começaram a se levantar, comentando entre si.
    Thalien passou por Lys e murmurou:
    — Você vai ter que me explicar com calma, o que aconteceu….

    Ela ergueu a xícara de chá, como quem brindava a vitória.
    — É assim que se joga o jogo.

    Mas não evitou de olhar para Ian e Kael com curiosidade.

    A reunião já havia terminado a horas, mas a tensão da reunião ainda não deixava Lys respirar em paz. Ela estava sentada diante da janela, a taça de vinho esquecida sobre a mesa, olhando a névoa que ainda pairava sobre a cidade. Altheria dormia… mas ela não. Quando foi surpreendida com batidas na porta.

    As runas não anunciavam a presença de ninguém por um segundo ela duvidou que havia ouvido certo quando finalmente ouviu uma voz.

    — Lysvallis? — a voz de Ian foi seguida por novas batidas suaves na porta.

    Ela respirou fundo antes de ir em direção a porta, mas felizmente ela percebeu que não estava usava “roupas apropriadas” para encontrar com ninguém.

    — Um momento Ian — Ela se trocou rapidamente colocando um vestido e abriu a porta. Ele estava do lado de fora usando uma Blusa de algodão e uma calça simples.

    — Devo dizer… — Ela falou olhando nos olhos dele — é assustador que você não ativou nenhuma runa de alerta, de novo…

    — Habito — ele respondeu com um sorriso sarcástico — Posso entrar?

    Lys abriu passagem e ele entrou vagarosamente.

    — O que foi aquilo na reunião? — Lys perguntou fechando a porta e caminhando até mesa onde deixara o vinho.

    — Digamos que é uma jogada ensaiada, seus conselheiros só sabem da presença de Naira e Thamir já que eles chegaram quebrando tudo.

    Ian se sentou na cadeira antes de continuar.

    — A pergunta da sua conselheira deixou claro que não sabiam da existência de Kael, então mesmo que o disfarce de Thamir e Naira sejam quebrados por qualquer motivo, ele ainda vai poder se mover livremente. — Ele deu de ombros — É sempre bom ter uma carta na manga.

    — É mas se não fosse por Thali intervindo, aquilo poderia virar um problema.

    — Você tem um ponto. mas nenhum que não conseguíssemos resolver. — Ian falou olhando em volta do quarto de forma breve — Você tem chá?

    — Aqui não, só vinho — Lys falou estendendo a garrafa

    Ele balançou a cabeça. — Eu não bebo.

    Ela se encostou na mesa, curiosa. — Nunca?

    — Nunca. — A resposta foi simples.

    — Posso perguntar o motivo? — Lys girou a taça devagar, deixando o líquido vermelho refletir a luz da lamparina. — Tem a ver com se controlar o tempo todo?

    Ian desviou o olhar para a janela antes de responder.

    — Não posso me dar o luxo de perder o controle. Nem por um instante.

    Ela ficou em silêncio, absorvendo.

    — Você acha que beber seria o bastante para te fazer perder o controle? — perguntou, num tom quase desafiador.

    — Não é a bebida. — Ele fechou os olhos por um segundo. — É o que ela desperta. Solta as amarras. E se eu solto… — ele abriu as mãos no ar, como se o gesto completasse a frase. — A mana reage. Não só dentro de mim. Ao redor. E… eu não sei se você percebeu, mas quando eu sinto demais… o mundo sente junto.

    Lys franziu o cenho. — Você vive assim o tempo todo? Com medo das próprias emoções?

    Ele riu, mas sem humor. — Não é medo. É cálculo. — A voz ficou mais baixa. — Você acha que eu nunca quis me afogar numa garrafa só pra esquecer?

    Ela não respondeu. Só esperou.

    — Mas eu não posso. — Ele passou a mão no rosto, cansado. — Eu não posso nem… me permitir lembrar dela direito.

    Lys piscou, surpresa. — “Ela”?

    Ian não respondeu de imediato. O silêncio foi resposta suficiente. Quando voltou a falar, a voz parecia mais pesada.

    — Não tive direito ao luto. Nem um minuto. Porque … eu quase matei quem ainda estava do meu lado. Então eu aprendi a enterrar. A sorrir quando dá, e a fingir quando não dá.

    Lys apertou a taça entre os dedos. Quis dizer algo, mas não encontrou palavras.

    — É por isso. que eu não bebo Rainha Lysvallis. — Ian suspirou, olhando fixo para o chão. — É por isso. Porque se eu sentir demais, eu não sou só eu quem paga.

    A Rainha de Altheria, acostumada a carregar o peso de decisões impossíveis, percebeu que havia alguém ali que carregava algo ainda mais cruel.

    — Isso não é viver, Ian. — Lys murmurou, quase sem perceber.

    Ele sorriu de canto. — Não. É sobreviver. Mas quem sabe… — ele se ergueu, caminhando até a janela. — Agora, com os outros aqui, com mais ajuda… talvez eu consiga resolver isso.

    Ele caminhou lentamente para a janela abrindo com cuidado de quem fazia isso há anos. O vento frio entrou, carregando um silêncio incômodo.

    — Boa noite, Lysvallis. — disse, já apoiado no parapeito.

    Antes que ela pudesse responder, ele se lançou para fora, desaparecendo na noite como uma sombra que a própria cidade se acostumara a temer.

    Ficou apenas o vinho sobre a mesa. E Lys, sozinha, com um misto estranho de sentimentos, ela não sabia nem o que pensar direito, como deveria ser? não poder nem se lembrar de alguém que amou intensamente.

    Ela voltou os olhos para as runas de movimentação que se iluminaram anunciando a aproximação de alguém, como o alarme não foi disparado, apenas uma pessoa estava autorizada a passar por sua segurança assim.

    — E essa noite vai ser longa.. — Ela murmurou

    Portas se abriram suavemente.

    — Ainda acordada? — a voz de Thalien cortou o silêncio, doce e firme ao mesmo tempo.

    — Como você vê.

    Ela caminhou até Lys e parando ao lado, apoiando-se no parapeito da janela. Havia algo nos olhos dela que eu conhecia bem… preocupação.

    — Você não costuma perder o sono por reuniões. — disse.

    — Essa foi diferente. — Lys Admitiu. — Não é todo dia que você coloca quatro Guardiões na mesma sala.

    Thalien arqueou uma sobrancelha. — Quatro armas vivas, Lys. Eu olhava para eles e não conseguia decidir se me sentia mais segura… ou aterrorizada.

    A rainha sorriu levemente. — Talvez os dois.

    Houve um silêncio breve. Então ela inclinou o corpo um pouco mais, a voz descendo para um tom baixo:

    — Você parece estar se apegando demais a ele.

    Ela nem precisou perguntar quem. Apenas desviou o olhar para o reflexo da lua na névoa.

    — Ian é necessário. — disse — apenas a presença dele já ajuda a manter o equilíbrio.

    — Equilíbrio? — Thalien quase riu, sem humor. — Lys, ele mal consegue manter o próprio controle. Você mesma ouviu. Ele carrega duas linhagens impossíveis de coexistir. Um erro, um instante, e tudo pode ruir. Você quer mesmo apostar o futuro de Altheria na instabilidade de um homem?

    Lys olhou para Thalien, e por um momento não foi uma Rainha, foi apenas uma irmã falando.

    — Eu não aposto, Thali. E você sabe muito bem disso…

    Ela suspirou, como quem ouve uma criança insistindo em um sonho perigoso. Tocou no ombro de Lys levemente e sussurrou:

    — Só espero que essa confiança não custe mais do que você pode pagar.

    Ela não respondeu

    Thalien apenas se retirou sem dizer mais nada, deixando a Rainha sozinha outra vez.

    Ela voltou a olhar pela janela terminando a taça de vinho, buscando distração nas luzes das tochas dispersas da cidade. Foi então que sentiu.

    Não viu ou ouviu nada estava longe demais mas sentiu. A mana abaixo se agitava, fluía como ondas quebrando contra pedras.

    Ela seguiu a direção com os olhos, distante, mas ainda dentro do campo de visão. Ali, faíscas de energia se entrelaçavam no ar como correntes invisíveis pulsando para cima de como as batidas de um coração, alguém estava usando a arena para treinar.

    A energia se parecia com a de… Ian.

    Ele treinava sozinho, a cada movimento mais pesado, mais denso, como se lutasse não contra inimigos, mas contra si mesmo. A cada golpe, a mana se expandia e se retraía, rebelde e viva, como se o mundo inteiro respirasse junto com ele.

    O coração da Rainha oscilava entre dois sentimentos que não deveriam coexistir: medo… e esperança.

    Um sorriso leve surgiu em seus lábios, mas não durou muito.

    — Ele está se preparando para lutar… — murmurou

    Lys se afastou da janela, já planejando o próximo passo. Se Ian e Aisha iriam marchar ao lado da coroa de Altheria, eles precisariam mais do que espadas e mana. Precisariam estar à altura dos olhos que os aguardavam em Cervalhion.

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