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    Não querendo voltar para casa com o temperamento e aura que sabia que deveria estar exalando, Alexander agradeceu o funcionário das comunicações e voou até a escola que havia mandado construir perto do portão. Motivo: como as matrículas começariam naquele dia, e seriam por ordem de chegada, ele alocou pessoal para que deixassem o portão aberto para todos os membros registrados da baronia, e preparassem pequenas tendas desde a virada da noite para o atendimento… Seria literalmente por ordem de chegada desde os primeiros minutos daquele dia.

    Surpreso ao notar que realmente havia algumas poucas pessoas se registrando na escola, mesmo após o caos sangrento que ele causara, e naquele horário, Alexander ponderou que não precisaria tomar mais medidas por ali, já que havia ao menos algumas pessoas com visão, senso de pertencimento e/ou ao menos um pouco de fé e esperança no futuro. No entanto, não tendo nada melhor para fazer até que seu corpo parasse de emanar aura, ele sentou meio atrás dos muros e ficou observando se as 100 vagas que disponibilizara naquele primeiro ano seriam preenchidas de forma rápida ou não… Em média 33 para cada faixa: 10 a 12; 11 a 13; e 12 a 14, dependendo de como a pessoa se via em desenvolvimento.

    Ao ponderar um pouco sobre o sacrifício que tais pessoas estavam fazendo pelos membros mais jovens de suas famílias, Alexander chamou um dos seus funcionários e lhe disse para prepararem uma tenda maior, para que aqueles que apareceram em meio ao frio da noite pudessem comer algo quente, enquanto ele mesmo tirava as comidas do seu anel de armazenamento. Comida essa que havia preparado a mais para o aniversário de Diana, mas que acabou não sendo posta ou tocada.

    Perdendo-se no tempo ao organizar os bastidores e conversar com os funcionários, já que os responsáveis ​​que foram fazer a matrícula não tiveram coragem de falar com ele pessoalmente para tirarem as suas dúvidas, Alexander só percebeu o tempo que havia gasto fora de casa quando o sol começou a nascer. Mas justo quando estava satisfeito por mais de 50% das vagas já estarem preenchidas, uma grande carruagem luxuosa cortou a rua e parou bem à frente dele… E quem saiu de lá, todo alegre, não o agradou nem um pouco.

    — Volte para sua casa antes que seu avô perca de vez a paciência e venha atrás da minha cabeça, Steve — suspirou Alexander. Ele claramente ainda reconhecia o neto do Duque Marvin, Steve HeartSea, e lembrava do seu nome. — Aqui é apenas para pessoas da baronia, e você certamente já tem professores.

    — Não precisa se preocupar com meu avô. Ele não só autorizou, como também me mandou pra cá pessoalmente — explicou Steve, analisando seu entorno. — Além disso, você ficou de me ensinar aquela habilidade legal, lembra?

    Aturdido com aquela reviravolta, Alexander passou a ignorar Steve e se voltou para a mulher na carruagem com uma grande criança de colo, rodeada de empregadas e guardas, mas ela apenas assentiu com um pequeno sorriso.

    Não podendo deixar de ficar consternado com aquela ideia, afinal Steve era filho do filho mais velho do Duque Marvin, ele respondeu à mulher com a menor estranheza que pôde antes de colocar: — Suponho que vocês já tenham um lugar para ficar, já que mesmo antes de mim tudo aqui estava sob o protetorado de vocês.

    — Infelizmente não — respondeu a mulher sem parecer muito preocupada. — Steve foi muito genioso e acabamos vindo em cima da hora sem levar isso em mente.

    Ignorando os olhos astutos da mulher que claramente era mais do que apenas um rostinho bonito, ele se focou mais na segunda parte do que ela disse: — Mas acredito que você não fará outra desfeita a essa mãe com criança pequena, depois de já ter me feito tamanha desfeita com minha filha mais velha.

    Rapidamente correlacionando tal colocação ao que aconteceu pouco antes do leilão, Alexander abriu um sorriso pesado e sem jeito. Haviam-no pego por todos os lados e ele não podia fazer nada além de se comprometer um pouco: — Não ousaria deixar uma mãe nessa situação. Minha mulher não deixaria eu me safar dessa… Se bem que por conta da sua pele a senhora parece muito nova para sequer ser mãe… Por favor, descanse em minha casa por um tempo para que possamos conversar, e eu possa lhe apresentar e oferecer uma das minhas residências vagas na cidade.

    Surpresa, mesmo sabendo que eram só elogios, a mulher não pôde deixar de corar um pouco ao apreciá-los… Mulheres bonitas sabiam que eram bonitas. Elogiar algo como sua escolha de roupas, joias, acessórios ou a conservação de sua pele, coisas que levaram tempo e esforço, bem como mostravam o bom gosto delas, era muito mais efetivo nessas situações. E Alexander sabia disso.

    Enviando alguém para notificar Diana ou seus avós daqueles “convidados”, e outra pessoa para guiá-los o mais vagarosamente possível, Alexander, que estava prestes a acompanhá-los, acabou ficando, pois, de uma hora para outra, uma enxurrada de pais pareceram tomar ciência que as matrículas já haviam começado e passaram a tentar correr atrás do prejuízo apesar do atraso.

    Para a tristeza de muitos, assim que completavam 33 matrículas por faixa etária, as outras inscrições nela eram imediatamente suspensas. Era triste, ou desesperador, para alguns, mas as vagas eram bem limitadas.

    No momento em que atingiram as 99 matrículas, já que Steve tinha um “Q.I.” (famoso quem indique) grande demais para ele ignorar, elas foram sumariamente encerradas. Não havia espaço para discordância, debates ou tumulto com ele ali.

    Não negando a decepção das pessoas, muito pelo contrário, encarando-a, Alexander se deteve abruptamente e fixou seus olhos nos de uma menina acompanhada por uma senhora aparentemente gentil.

    Recuando de leve sob o olhar fixo dele, a senhora instintivamente colocou a menina atrás dela, mas a própria menina, apesar de um pouco assustada, o espiava por trás da senhora. Ela não era particularmente bonita, ou tinha um grande potencial físico ou mágico emanando dela, mas retinha magneticamente a atenção dele.

    — Não tenha medo… Eu não pretendo lhe fazer mal — disse Alexander ao avançar com leveza e se abaixar à altura da menina. — Você gostaria de estudar aqui?

    Surpresos por alguém ter chamado a atenção dele, vários olhares ciumentos e/ou invejosos se voltaram imediatamente para a senhora e a menina, que se encolheu um pouco diante disso, mas corajosamente o respondeu: — Sim.

    — Bom — sorriu ele feliz. — Guie a senhora com você a entrar comigo para que possamos conversar em um lugar mais reservado.

    Exultante por também ter conseguido uma vaga, a menina quase arrastou a sua avó consigo para dentro, mas a senhora em si estava com as suas reservas lá em cima.

    — Não se preocupe. Lhe dou minha palavra que não tenho nenhum desejo ou plano sórdido para ela — garantiu Alexander à senhora assim que entraram na grande área da escola, enquanto a menina corria os olhos freneticamente ao redor. — Colocando de uma forma mais direta, se tudo for como o esperado, ela não apenas ficará em uma posição ainda mais vantajosa do que aprendendo esporadicamente comigo, como também estará quase tão segura quanto alguém da minha família na maior parte do tempo.

    Surpresa, a avó não pôde deixar de olhar para a neta com uma certa estranheza e felicidade contrastantes. — Ela tem mesmo tanto potencial assim?

    — Sim e não… De um ponto de vista mais físico, ela não parece ser bem dotada em particularmente nenhuma área. Mas, para mim, isso nunca importou, pois, mesmo que fosse, eu não me importaria tanto — respondeu ele ao re-avançar com leveza e se abaixar à altura da menina. — Mas os olhos dela têm um brilho e um olhar que parecem querer devorar o mundo todo… Deixe-me adivinhar: em casa, ela é inquieta, questionadora, fala muito, adora conversar, é surpreendentemente perspicaz, faz perguntas que os adultos não gostam ou não sabem responder e, frequentemente, é “solicitada” a ficar em silêncio.

    Ainda mais surpresa, a ponto de ficar um pouco assustada que ele pudesse dizer tudo aquilo só olhando brevemente para sua neta, a senhora ficou um pouco confusa, mas ele explicou a ela: — Não posso dizer se ela será poderosa ou não no futuro, ninguém pode. No entanto, apenas esses olhos já são suficientes para mim.

    Feliz por ver as particularidades da sua neta sendo reconhecidas assim, a senhora quase começou a lacrimejar de alegria, mas se conteve, não querendo fazer cena.

    — Até aqui não houve novidade e, independentemente da resposta, não voltarei atrás com minha palavra — disse Alexander ao se levantar. — Mas como a senhora pode ter ouvido falar, este centro educacional será integrado e não se limitará só ao ensino de conhecimentos comuns. Aqueles que se destacarem mais nas áreas que escolherem poderão até conseguir vagas de emprego diretamente, como auxiliares e acima… No entanto, no caso dela, eu tenho algo bem mais específico em mente, o que pode ser um benefício, mas também consumirá o tempo que outros estariam dedicando a aprender uma profissão.

    Surpresa com a proposta, ela não conseguiu deixar de se sentir um pouco reticente e perguntou, francamente: — Você poderia me dizer o que tem em mente para ela?

    — Fique tranquila. Não é nada demais — garantiu ele, sorrindo. — É só que, muito recentemente, alguém foi colocado sob minha “tutela” e talvez eu precise de certos “equivalentes” para a situação dele, a fim de que eu “seja neutro” ao torná-lo meu “assistente”. Logo, essa é a posição que desejo que sua neta ocupe: assistente da minha noiva, Diana… Mas não se preocupe, será só no horário da tarde, cinco dias por semana, para que essa rotina não interfira nas aulas dela, além de permitir que ela volte para casa toda semana, caso desejem… Óbvio, também haverá um salário e benefícios pelo tempo dela.

    Obs 1: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 20,00 R$).

    Obs 2: Chave PIX para quem quiser, e puder, apoiar a novel: 0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b. Caso não consiga copiar a chave pix, é só clicar nela que vai ser gerada uma aba/guia que tem como URL/Link a própria chave pix com algumas barras nas pontas: https://0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b/, e é só retirar a parte excedente.

    Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.

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