Manifesto-me em uma espécie de escritório, cujo qual lembra o de Dona. O ambiente acinzentado junto ao chão de mármore claro, ironicamente, dá à sala um “ar” de tranquilidade.

    Uma das paredes contém um enorme sofá, cujo estende-se o máximo possível. Já ao lado contrário, reside uma mesa de madeira escura junto de três cadeiras: a maior dentre elas permanecendo de um lado, e duas do outro.

    À esquerda da mesa, noto uma porta fechada.

    Com as mãos nos bolsos da calça jeans escura, caminho e tento abri-la, todavia a maçaneta não se move. Sem o que fazer, dou de ombros, retorno ao meu local de origem e permaneço de pé, aguardando seja lá o que for.

    Querendo analisar melhor o ambiente, dou de costas para a porta, mas de repente…

    Crrr.

    O rangido agride meus tímpanos.

    — Hadria Hiraeth, é? Pelo visto não se cansou de me causar desgosto.

    Ao escutar a voz, meu corpo congela. Gradualmente, me viro. Quando tenho uma visão completa da origem do som, meu corpo inteiro estremece e paralisa.

    Um único homem está parado, me encarando. Usa um terno cinza junto. O curto cabelo castanho está penteado para trás, o cavanhaque perfeito, sem falhas.

    Ele está perfeitamente como me lembro, claro, é notório que a idade está o alcançando, porém, em simultâneo, isso o dá certa imponência.

    Por fim, engulo em seco antes de falar:

    — Pa… pai?


    Um silêncio percorre por todo o salão. Após o portal, cujo qual aquele bastardou entrou, sumir, a vice-diretora não falou mais nada.

    Em silêncio, ela continua encarando todas as fileiras. Inclino o rosto para o lado e fito Coraline conversando com uma garota à sua frente.

    Ahem. — A vice-diretora limpa a garganta, assim indicando que voltará a falar. — Acredito que David tenha lhes dito quase tudo que precisavam saber. Porém, falta uma coisinha…

    De repente, uma tela holográfica surge atrás da vice-diretora.

    ALUNOS DA OSPOL, PONTO 97

    🇧🇷 Brasil: 104.

     🇯🇵 Japão: 213.

    🇰🇵🇰🇷 Coreias: 283.

    🇪🇸 Espanha: 231.

    🇺🇸 Estados Unidos: 169.

    TOTAL DE ESTUDANTES: 1000

    Ela mostra seis bandeiras: Brasil, Estados Unidos, Argentina, Japão e as duas Coreias. A frente de cada país, está um determinado número, com o Brasil tendo o mais baixo de todos.

    — Resumidamente, neste ponto, pessoas de outros países virão estudar aqui. 

    Ignorando todos os protestos e conversas das pessoas, que ainda permanecem em fila, volta a falar:

    — Agora, para finalizarmos, falarei um pouco dessa coisinha em seus pulsos. — Ela suspira antes de continuar: — Isso é um relógio inteligente cujo qual é ligado com a mente, então, quanto aos estrangeiros que encontrarem pelo campus, ele irá traduzir tudo, ou seja, vai ser como se eles estivessem falando português.

    A vice-diretora entendo o braço e uma pequena tela holográfica surge no objeto em seu pulso.

    — Ele é totalmente controlado pela mente e só você pode ver o seu, todavia se pode permitir que outros vejam sua tela, assim como estou fazendo. — Por fim, abaixo o braço e finaliza: — Bem, isso é tudo. Agora, quero que todos pensem: “relogio, pontos de início.”

    Sem pestanejar, faço o que fora dito.

    “Pontos de início.”

    O acessório em meu braço cria uma pequena tela holográfica, nela, alguns nomes de lugares estão escritos:

    DORMITÓRIOS.

    ENTRADA 1.

    ENTRADA 2.

    BIBLIOTECA.

    GRANDE SALÃO.

    REFEITÓRIO.

    — Vocês devem estar vendo algumas das opções disponíveis, basta escolher uma e será teletransportado… bem, isso encerra a cerimônia de boas-vindas, ah,  para que tenham tempo de conhecer a escola, hoje e amanhã não haverá aulas.

    A figura de mulher negra de cabelo prateado começa a ficar transparente.

    — Mais uma coisa… é proibido sair do território escolar sem autorização. — Então some, deixando um silêncio pesado sobre o salão.

    Em um instante, o ambiente, antes silencioso, se torna barulhento. Meus ouvidos são agredidos por centenas de vozes ao mesmo tempo. Olho ao redor e as fileiras desapareceram. Agora, uma bagunça desordenada está presente. Inúmeras pessoas em diversos lugares falando sobre centenas de coisas diferentes.

    Noto algumas desaparecendo enquanto olham para seus antebraços, entre elas Coraline. Logo, volto a encarar o meu: a tela ainda está lá, mostrando os mesmo nomes.

    “Qual devo escolher?”

    — Hm… entrada dois, talvez? — Meus membros então começam a ficar transparentes. — Hã? N-não, espera!

    Quando pisco, simplesmente já estou em outro lugar.

    Olho ao redor. Atrás de mim, reside uma ponte de concreto que leva a outro terreno da escola. Já na minha frente não enxergo nada além de um prédio no horizonte distante, pois arbustos incessantes cobrem a visão dos arredores.

    Caminho pelo piso de concreto e, quando chegando ao fim do “corredor”, ouço um barulho estranho.

    Zim!

    Duas armas colidem a alguns metros de distância à minha esquerda.

    Viro-me e, entre as brechas do arbusto de três metros de altura, encontro a silhueta de duas pessoas. Com minhas mãos, abro um pequeno buraco e, para minha alegria, encontro uma cena linda de se ver.

    De pé sobre o gramado, está uma pessoa que, por algum motivo, é familiar. Ele pega um lenço do bolso do terno cinza e limpa uma mancha vermelha em sua roupa.

    Abaixo do homem, o bastardo que colocou minha irmã em coma está caído na grama. Suas roupas estão cheias de cortes, assim fazendo o sangue escorrer de diversos lugares.


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