Índice de Capítulo

    Jaime e Axel davam apoio na retaguarda, auxiliados pela clériga Amélia, a garota de cabelos laranjas salva por Vítor no navio. Espada em punho, os dois jovens eram abençoados para terem seus atributos base aumentados.

    Eles estavam na borda da neblina, a poucos metros do penhasco, os destroços do barco ainda flutuavam ao redor deles. As madeiras da árvore ‘Grande Árvore Mãe de Todas as Coisas’ estavam no ar, na mesma altitude do galho da qual foram cortadas.

    Lutavam com afinco, no máximo de suas capacidades, até que um brutamontes surgiu diante deles. Vestido apenas com uma túnica que cobria a parte inferior do corpo, ele empunhava um machado duplo. Com um movimento rápido e preciso, girou a arma no ar, lançando um ataque devastador contra os dois.

    Apesar de seu tamanho colossal, a destreza do gigante era surpreendente. Seus golpes eram ferozes e ininterruptos, cada balanço do machado parecia preencher o espaço ao redor, deixando ambos os guerreiros sem qualquer abertura para contra-atacar. O brutamontes lutava contra ambos ao mesmo tempo, suas investidas implacáveis como uma tempestade de aço que não deixava espaço para hesitação.

    — Haakon? O que faz lutando do lado deles? — Axel reconheceu o guerreiro, um herói que ele havia encontrado anteriormente no pavilhão dos heróis.

    — O ‘Olho do Tigre’ me revelou o verdadeiro caminho! O poder que ele oferece é incomparável! Juntem-se a nós, tornem-se parte do ‘Olho do Tigre’! — gritou Haakon, sem cessar seus ataques, a fúria estampada no rosto.

    — Eu nem sei quem é esse cara! — protestou Jaime, esquivando-se de um golpe brutal e contra-atacando com um corte rápido que fez um risco raso no abdômen do bárbaro.

    Haakon olhou para a pequena gota de sangue que escorreu da ferida, e encarou ambos os jovens com desdém.

    — Fracos… Mal conseguem arranhar minha carne! — ele zombou. Com um movimento repentino, lançou o machado diretamente contra Jaime.

    A lâmina acertou o braço de Jaime em cheio, e atravessou a armadura de placas. O impacto o jogou ao chão, atordoado, mas a armadura, embora danificada, havia absorvido o impacto, uma lesão séria havia sido previnida.

    Axel ao perceber Haakon desprotegido, tentou atacar com uma estocada de espada. Seus olhos conheceram o terror, ao olhar Haakon com um sorriso no rosto ao segurar a lâmina com as mãos nuas.

    — Devia ter aceitado minha proposta — afirmou Haakon. O sangue dele escorria pela lâmina de Axel, a mão perfurada pela espada.

    — Não sou que estou ferido. — Axel retomou a confiança, ao ver seus temores serem infundados. O inimigo havia sacrificado a mão para evitar um golpe letal, nada absurdo e sim previsível.

    — Mas você não tem o ‘Sangue Fervente Borbulhante’. — Com a mão livre, Haakon desferiu um forte soco no rosto de Axel, deixando-o inconsciente e desacordado.

    — Amélia! Ajuda agora! — Jaime se levantou e gritou para a clériga, desesperado ao ver o golpe recebido pelo seu colega.

    Sentiu a aura escorrer em suas veias, sua determinação aumentar. A espada em sua mão pareceu mais leve, quase uma extensão de seu próprio braço. Respirou fundo, concentrando toda a força no próximo golpe, e girou a lâmina da esquerda para a direita em um arco rápido e preciso. Seu rosto permaneceu inexpressivo enquanto observava o corpo de Haakon desabar, e a cabeça dele rolar pelo mármore branco, agora manchado de carmesim.

    Com o inimigo derrotado, Jaime foi até o seu amigo Axel, e o ajudou a levantar.

    — Ele era forte… — exclamou Axel, ao se levantar, ainda desorientado pelo soco.

    — Fraco para os meus parâmetros — debochou com confiança, ao limpar a lâmina do sangue. — Ainda temos que ajudar os outros, vamos lá.

    — Cuidado! — Amélia exclamou, ao girar o cajado e conjurar uma barreira no ar para bloquear uma chuva de pedras que caiam sobre eles.

    — Essa foi quase, obrigado! — Ele virou-se e fez um sinal de positivo para a garota.

    — Jaime, atrás de você! — gritou Amélia, a voz carregada de medo.

    Para seu horror, o corpo decapitado de Haakon se ergueu, movendo-se como se fosse guiado por uma força invisível. Com um golpe inesperado, o punho do morto-vivo atingiu a armadura de Jaime com força brutal. O metal cedeu, rachando sob o impacto, e Jaime caiu no chão, a espada voou para longe dele.

    Estava desorientado, sem saber o que havia acontecido direito, seu corpo doía. O ar parecia desaparecer dos pulmões. A visão dele escureceu por um momento, e, quando voltou a si, sentiu o aperto esmagador no pescoço. Haakon, mesmo sem a cabeça, o segurava suspenso no ar, sua força monstruosa inabalada.

    — Então, é isso… É esse o motivo pelo qual você não se submete ao ‘Olho do Tigre’? — falou Haakon ao observar um talismã no pescoço de Jaime. A cabeça estava caída, embebida do próprio sangue. — Não se preocupe, irei lhe libertar das amarras que te prendem neste mundo mortal.

    Ele arrancou o amuleto, e deixou Jaime cair ao chão. O herói começou a se debater, vozes ecoavam em sua cabeça, ele gritava de dor. Sua única visão eram dois olhos na escuridão, olhos de um felino que rosnava para ele.

    — Obrigado… — Jaime recobrou o seu corpo, e se levantou, sem sentir nenhuma dor das pancadas anteriores, seu corpo parecia novo.

    — Axel… não consigo… — gaguejou Amélia, assustada em observar a expressão sádica que tomava o rosto de seu colega.

    — O que fez com ele? — gritou Axel para Haakon.

    — Ele me mostrou a verdade, venha, junte-se a nós… — Jaime estendeu a mão para Axel, em um convite para remover o talismã mágico e aceitar a influência da calamidade.

    — O que Uriel faria no meu lugar? — Axel pensou em voz alta, e encarou aquele que chamava de amigo.

    Não teve escolha, teve de atacar Jaime. Segurou a espada caída, ainda suja com o sangue da mão de Haakon, e tentou acertar golpes em seu antigo colega. Foi fútil, Jaime estava diferente, mais rápido, mais veloz, e apesar de estar desarmado, parecia ser mais perigoso agora do que quando portava uma espada.

    Na próxima tentativa de Axel, Jaime desviou para o lado oposto do corte. Axel havia deixado uma brecha. Jaime chutou o braço dele, derrubando sua espada no chão. E aproveitou a falha de seu adversário para completar uma sequência de socos e pontapés.

    Axel ajoelhou-se no chão, e cuspiu um dente quebrado, com muito sangue. Suas costelas haviam quebrado, e perfurado seu pulmão.

    — Ótimo, acabe com ele! Prove o seu valor ao ‘Olho do Tigre’, revele seu verdadeiro eu, sua fúria, sua vontade de lutar! — incitava Haakon, agora com a cabeça no lugar, e o ferimento da decapitação quase que totalmente cicatrizado.

    – Jaime, não escute ele! Lembre-se de nós! — Amélia tentava o convencer a resistir ao controle mental, enquanto também conjurava bençãos sobre Axel para mante-lo acordado e com chances de resistir e lutar.

    — Não, vocês que tem se lembrar de mim! O ‘Olho do Tigre’ me mostrou meu potencial, meu verdadeiro potencial, nunca mais serei subordinado a ninguém! — Ele segurou a cabeça de Axel, e começou a apertá-la.

    — Não, pare! — Amélia correu até ele, para tentar impedir o pior, as lágrimas escorriam pelo rosto dela.

    — Não interfira! — Haakon a segurou pelos cabelos.

    — Solta ela, herói imprestável — falou uma voz feminina atrás dele.

    Haakon virou-se, e encarou uma mulher de cabelos brancos, longos que iam até a cintura. Seus olhos vermelhos encontraram o olhar confuso de Haakon sobre quem ela era.

    Haakon
    GuildaDesconhecidoClasseBerseker
    AlcunhaNenhumaTécnica Especial“Sangue Fervente Borbulhante”
    Sangue Fervente Borbulhante
    Capacidade OfensivaBCapacidade DefensivaS
    AlcanceIrrelevanteResistênciaS
    VersatilidadeCVelocidadeD-

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