Capítulo 12 - Disputa de Força
A cada minuto que passava naquele novo mundo. Jaro que antes era João mostrava mais quem ele realmente era. O ex-milionário perdeu tudo o que conquistou com tanto esforço na vida passada.
Mas, ao mesmo tempo, ele não conseguia esquecer a adrenalina dos jogos, a emoção de enfrentar oponentes habilidosos, e de lutar contra jogadores melhores que ele.
Antigamente, Jaro perdia até reuniões importantes só pra ficar jogando RPGs, tentando melhorar.
Foram anos de dedicação, e no fim ele chegou ao topo em vários jogos. Não era sempre o número um, mas estava entre os melhores e isso bastava pra Jaro.
Agora, essa mesma sensação queimava em seu peito. Esse mundo de fantasia era mil vezes mais real e intenso que qualquer jogo que ele já jogou.
Jaro não tirava os olhos do número 12, o rapaz ágil de cabelo preto e olhos verdes. Algo em seus instintos dizia que aquele era o mais forte ali.
Quem é esse idiota? Pensava o número 12, franzindo a testa enquanto encarava o menino mascarado vindo em sua direção.
Como Jaro era fraco e pequeno, ninguém tinha reparado nele até aquele momento. Porém, o número 12, com seus sentidos afiados, percebeu a presença dele, e uma aura pesada começou a emanar do rapaz de olhos verdes, pressionando Jaro como se quisesse esmagá-lo.
Por causa disso, os outros ao redor começaram a olhar pra trás, tentando entender pra quem o número 12 estava direcionando aquela aura assassina.
Quando viraram, viram o garoto de olhos vermelhos e máscara negra caminhando devagar na direção deles.
— Ei, voc… — Um dos veteranos começou a falar, mas o ágil levantou a mão, cortando ele.
— Deixa ele vir — disse o rapaz, com um tom calmo, mas os olhos brilhando de curiosidade. — Quero ver até onde esse baixinho consegue chegar.
A equipe 1 abriu espaço, formando um corredor, todos encaravam o menino. A cada passo que ele dava, a pressão aumentava. As pernas dele tremiam, dor percorria o corpo, e a consciência dele começava a ficar turva.
No entanto, quanto mais era pressionado, mais força e vontade de lutar Jaro sentia. E, de repente, algo começou a sair do menino; uma fraca fumaça branca.
— Sam, ele está soltando um pouco de aura? Ou eu estou ficando louco? — perguntou o jovem alto, inclinando-se para frente, e os olhos fixos no novato.
— Não, você não está. Esse pivete está mesmo emanando aura, por mais minúscula que seja.
Jaro se manteve a alguns centímetros de distância de Sam e Kai, respirando fundo enquanto tentava se recompor. O mais ágil, Sam, reduziu sua aura sobre o garoto, foi como se estivesse testando sua resistência.
— Confesso, você é durão, hahaha! O que você quer com a gente, novato? — perguntou Sam, com um sorriso descontraído, mas ainda assim carregado de curiosidade.
Huf… huf… huf…
Jaro, respirava pesado e suava frio, tentando recuperar o fôlego. Finalmente, ele ergueu o olhar e encarou Sam diretamente.
— Eu só queria conhecer o cara mais forte daqui.
— Hahaha, só isso? Você é o primeiro novato que deseja me conhecer!
O jovem alto, Kai, não parecia compartilhar da mesma leveza. Seu rosto se contorceu em uma expressão de irritação.
— Como esse baixinho ousa me rebaixar! — grunhiu Kai, os punhos cerrados.
Sam, levantou a mão sinalizando para que Kai se contivesse.
— Mas—
— Kai, o garoto está certo, eu sou mais forte do que você. Se não concorda, basta me derrotar uma única vez.
— Tsc. — Kai franziu a testa e virou o rosto, resmungando algo inaudível.
Olhando mais de perto, ele só é um pouco mais fraco do que aquele guarda careca. Pensou Jaro, analisando o jovem de olhos verdes à sua frente. Sam não aparentava mais do que dezessete anos, mas sua postura e aura transmitiam uma confiança inabalável.
— Você já brincou de disputa de soco? — perguntou Jaro, esticando os braços.
— Hum? Não… — Sam indagou, arqueando uma sobrancelha.
— É simples. Eu te dou um soco, e você me devolve outro.
Os murmúrios que antes ecoavam pelo local se transformaram em risadas. Alguns dos presentes caíram na gargalhada, zombando da audácia do novato.
— Hahahaha!
— Sai daí, criança!
— Você nem saiu das fraldas ainda, menino! — comentou uma garota loira de olhos azuis, cujo decote destacava seus seios.
— Você fede a leite! — gritou um careca, provocando mais risadas.
Todos riam e caçoavam, exceto Sam. Ele permaneceu sério, observando Jaro com um olhar penetrante. Quando as risadas finalmente cessaram, ele falou:
— Mal aguentou minha aura… Se você levasse meu soco provavelmente morreria.
— Tá com medo?
A mana dele é bem pequena, nem se encaixa nós parâmetros do Distrito Azul. Mas, só dele conseguir emanar aura com essa quantidade, significa que ele tem um controle muito bom… Bem, isso é só uma hipótese.
Sam franziu a testa por um momento, mas logo soltou uma risada.
— Hahaha! Eu realmente gostei de você. Aceitarei brincar com você. Só que, como você é café com leite, vou pegar leve e não usarei minha mana diretamente.
— Já que sou café com leite posso começar?
— Tudo bem, não se contenha novato.
Jaro deu um pequeno salto para trás, aumentando a distância entre eles. Ele abriu guarda, assumindo uma postura de boxe que, embora ainda cheia de aberturas, parecia mais refinada do que antes.
Hum, ele tem uma boa base. Pensou Sam.
Jaro fechou os olhos por um momento, imaginando uma energia ou força fluindo por seu braço direito, assim como havia feito contra Einar. As veias de seu pescoço e braço começaram a se dilatar, quase ao ponto de estourarem.
Ele se lembrou de como Einar se aproximou dele em uma alta velocidade na arena e decidiu imitar o movimento, mesmo que não funcionasse perfeitamente. A perna direita de Jaro também começou a se dilatar, enquanto ele pressionava o solo com força.
EXPLODIU!
Funcionou! Jaro foi lançado para frente em alta velocidade, fechando a distância em segundos. Seu soco foi direto em direção ao rosto de Sam, mas o número 12 interceptou o golpe com uma única mão.
O impacto foi forte, porém Sam o bloqueou com facilidade. Todos ao redor ficaram surpresos. Apesar que a mana de Jaro fosse inferior, seu golpe havia superado as expectativas de todos, incluindo a de Kai e Sam.
Acho que eu vou apanhar agora. Jaro, pensou aflito.
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