Capítulo 13 - Punição
Como pensei o controle dele é absurdo! Sam deu uma risada baixa.
— Você foi bem. Esse golpe foi digno de um guerreiro de terceiro grau. Agora, você sentirá um soco de um aprendiz no ápice do segundo grau.
Antes que Jaro pudesse reagir, seus instintos gritaram em alerta. Ele rapidamente abaixou os braceletes de metal que Ryan lhe deu nos ante-braços e fechou a guarda.
Sam, levantou a guarda e seu soco rasgou o ar, rápido e pesado, fazendo o vento assobiar. A pressão ao redor explodiu, antes de acertar o garoto em cheio.
BAM!!!
O impacto foi avassalador. Jaro sentiu como se tivesse sido atingido por uma parede de aço, mas era apenas o punho de Sam. O golpe o arremessou para trás voando no ar.
Porra, exagerei. Ele vai morrer! Sam, reflitiu preocupado.
Mas, antes que pudesse voar mais longe e cair no chão, o professor Kyle surgiu e o segurou ainda no ar.
O silêncio tomou conta do local por alguns segundos, mas logo foi quebrado.
— Hahahaha! — Jaro ria, e seu sorriso macabro apareceu por trás da máscara, que se rasgou um pouco devido à potência do ataque. Seus braços estavam cobertos de hematomas, e sangue escorria por baixo da máscara, caindo aos pingos no chão.
Sam respirou aliviado por ele ter sobrevivido. Afinal, havia gostado do garoto.
— Você é forte pra caralho! — gritou Jaro, ainda rindo.
— É claro que sou! Você é maluco, pextinha. Quase te matei — respondeu Sam, balançando a cabeça.
Porém, logo ele ficou sério.
— Qual é o seu nome?
Todos os membros do grupo de Sam se voltaram para ele com choque. Perguntar o nome de alguém na frente de um professor era um tabu sério dentro do clã Moong!
— Jaro.
— Jaro, serei direto entre na minha equipe.
Até o guarda Kyle ficou boquiaberto com a proposta. O que Sam, o guerreiro mais forte do distrito azul, queria com um novato em sua equipe?
— Não quero — respondeu Jaro, sem hesitar.
A resposta deixou todos chocados. Quem ousaria recusar uma oferta tão vantajosa?
Ele é realmente divertido.
— Hahaha, tudo bem. Borboletas têm que ser livres, mas uma hora elas encontram um bom jardim.
Todos ficaram perplexos com a conversa. Sam, realmente queria o novato em sua equipe?
— Vamos indo, pessoal. Temos que nos preparar para a missão — anunciou Sam, virando as costas e começando a caminhar.
— A gente se vê por aí, Jaro.
Ninguém ousou comentar, e todos começaram a seguir seu líder.
— Número 12, Sam, da turma 1 da ordem dos Dragões, prepare-se para as consequências — declarou Kyle.
Sam em resposta, apenas levantou a mão em sinal de adeus, sem se importar. Deixando Kyle ainda mais irritado.
Eu mesmo aplicarei sua punição seu bostinha. Se prepare.
— E você também, número 102, Jaro. Depois da apresentação, vá ao meu escritório — ordenou Kyle, jogando Jaro no chão como se fosse um pedaço de lixo.
O impacto foi forte, mas Jaro nem sentiu a dor. O mundo ao seu redor parecia distante, como se estivesse submerso em um sonho.
Deitado no chão frio, ele ergueu os olhos para o buraco acima da base subterrânea. O céu azul intenso se espalhava como um oceano, tão puro que quase doía de olhar. O sol queimava sua pele e o vento parecia mais nítido do que nunca.
Seus lábios se curvaram em um sorriso trêmulo.
Hah… que sensação incrível. Tô vivo. De verdade…
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Já afastados, a loira da equipe 1 da Ordem dos Dragões não segurou a língua.
— Precisava mesmo daquela cena, líder? Você sabe que o instrutor Kyle pega no pé com regras.
Sam abriu um grande sorriso.
— Claro que sei, Lorena… Mas a energia daquele garoto é contagiante.
Ele olhou para sua mão direita, que tremia levemente.
— Contagiante? — Lorena bufou. — Pra mim, ele só parecia mais convencido que o normal.
— Você também percebeu, né, Kai?
O vice-líder, ainda irritado com a provocação de Sam, suspirou antes de responder.
— Sim… Ele usou mana e até liberou um pouco de aura para se defender da sua aura ofensiva.
— O quê?! — Lorena arregalou os olhos. Ela não tinha percebido.
Toru, o careca que acompanhava o grupo, escutou a conversa e ficou incrédulo.
Aquele pivete usou aura?! O vice deve estar louco… Eu mesmo só consegui recentemente!
— E ainda aguentou um soco meu. Aquele garoto não é normal… E faz sentido. Porque, pra sobreviver no Distrito Azul com aquele nível medíocre de mana, só tendo talento.
Ele estreitou os olhos, refletindo.
Mas será que esse talento vai te salvar desse lugar, Jaro?
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Lila caminhava por uma rua deserta e escura, até parar diante de um prédio antigo. Na entrada, um homem em armadura negra bloqueava o caminho.
Eles se encaravam, e logo ele perguntou: qual é o código?
— Código 2. Livro, lanterna, ponte e vazio — murmurou Lila.
O homem deu passagem sem hesitar.
Ela avançou sem olhar para trás, descendo uma longa escadaria que a levou a um porão mal iluminado. O ambiente era abafado, e o cheiro de mofo era forte. Algumas celas estavam dispostas ao redor enfileiradas, cada uma contendo jovens acorrentados.
Esse verme continua com essa merda…
No fundo do porão, Kao, o mercador, estava atrás de uma mulher de cabelos castanhos. Ele segurava seu cabelo com uma das mãos, enquanto ela apoiava as mãos na parede fria. A mulher se vestia de empregada e gemia baixinho, ao ritmo da batida no seu traseiro.
O ambiente, de repente, esquentou vários graus. Correntes chacoalharam, e os prisioneiros recuaram em seus cantos.
Percebendo a presença de Lila, a mulher assustada empurrou Kao, ajeitou rapidamente a roupa, puxou a calcinha branca para o lugar e saiu apressada, passando por Lila sem encará-la.
— Você chegou, Carla? Nem percebi — falava Kao, casualmente, amarrando a corda da calça.
— Você fez isso de propósito, seu desgraçado!
O chão sob Lila rachou em conjuto com as paredes. Uma aura vermelha e ardente como fogo, envolveu seu corpo.
Kao ergueu uma sobrancelha, despreocupado.
— Se continuar assim, o porão vai desabar. Comprei esse lugar há poucos dias, depois de um bom pagamento adiantado. Seria um desperdício, não acha… Carla?
— Não ouse me chamar assim!
— Hahaha! Você é sempre tão fria… e eu achando que já éramos íntimos.
Ele se aproximou e, antes que Lila recuasse, agarrou-a pelo pescoço, a trazendo para um abraço forçado.
— Viu só?
Silêncio.
Kao deslizou o olhar pelo corpo dela, detendo-se na curvas salientes da bunda da jovem guarda.
Cada vez mais deliciosa… Pensou, o mercador lambendo os lábios.
Sem hesitar, deslizou a mão para baixo e apertou a bunda dela com força.
No mesmo instante, uma lâmina gelada encostou em sua barriga.
— Eu vou te matar — exclamou Lila, a voz gélida.
— Hah. — Kao riu baixo e a soltou, recuando até uma das celas. Dentro, uma garota acorrentada se encolheu, assustada.
— Pra isso, você teria que ser bem mais forte… E mesmo que fosse, aguentaria a vingança do Clã Moong? Ou melhor… suportaria ver sua irmãzinha morta?
Lila sentiu o estômago revirar. Seus punhos se fecharam. Então, para a surpresa do mercador, ela dobrou um joelho no chão.
— Me perdoe… — clamou, mas, por dentro, a vontade de rasgá-lo em pedaços só crescia.
Kao a observou, e seus os olhos eram doentios.
Ela fica ainda mais adorável assim… submissa.
Seu sorriso se alargou.
— Você aprende rápido. E me obedece perfeitamente. Sem dúvida, minha subordinada favorita.
O estômago de Lila gelou com aquelas palavras, mas ela manteve a cabeça baixa.
— Minha irmã está bem?
Kao arqueou a cabeça de lado, pensativo.
— Claro. Está aprisionada nesse artefato — falou, balançando um colar verde. — Está em um sono profundo. Se quebrá-lo, ela será libertada.
Lila sentiu o coração falhar ao ver aquele objeto. Mas antes que pudesse reagir, Kao o guardou no casaco de lã.
— Agora… me fale sobre o número 102. O garoto de olhos vermelhos. O que descobriu?
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