— Vamos começar pelas provisões. A missão não especifica um prazo para ser concluída, então não faço ideia de quanto tempo ficarei fora.

    Peter assentiu com naturalidade.

    — Nesse caso, o ideal é garantir comida para pelo menos uma semana. Posso selecionar alguns itens por você?

    — Por favor. Ainda não reconheço a maioria desses alimentos.

    Ele deve ter sofrido muito… Pensou Peter.

    O jovem caminhou até as prateleiras, pegando embalagens e pacotes com segurança. Quando terminou, voltou-se para Jaro.

    — Tudo isso somou dez pratas. Equivale a mil crons.

    Jaro fixou o olhar na interface holográfica flutuando à sua frente. Bastava tocar no botão de compra e os produtos seriam considerados seus. Sem nenhuma verificação extra.

    — Se houver qualquer dúvida, há atendentes ali no fundo do salão — disse Peter, apontando discretamente.

    A compra foi registrada no mesmo instante. Logo em seguida, seguiram para a segunda loja. Um atendente veio recebê-los prontamente e começou a apresentar os produtos, abrindo uma bandeja de vidro cheia de pequenos frascos coloridos.

    — Temos poções para várias finalidades: cura, recuperação de energia, visão noturna, resistência ao frio… Também possuímos fórmulas mais específicas, caso precise.

    Jaro analisou os frascos e tudo parecia com os jogos que ele jogava.

    — Levarei três poções de cura e noturna.

    — Excelente escolha. O total é de trinta pratas.

    Mais uma vez, Jaro acionou o botão de compra na interface, sentindo uma leve vibração no dedo.

    Transação feita.

    — Esse sistema de pagamento é… absurdamente prático.

    Peter sorriu, satisfeito.

    — Ainda vai se surpreender com muitas coisas por aqui. Você disse que quer uma máscara e um arma não é? Sei do lugar perfeito!

    ⧖⧗

    Na sala de treinamento de Greg

    A atmosfera do lugar estava tensa. Todos em guarda, circulando uns aos outros com olhares atentos, esperando o primeiro movimento.

    — Vão ficar só se encaran—

    Antes que Einar terminasse a frase, Chen avançou como um raio. O punho direito dela cortou o ar em direção ao rosto de Einar. Ele conseguiu levantar o antebraço esquerdo a tempo de bloquear, mas o impacto foi tão intenso que o jogou vários centímetros para trás, arrastando seus pés no chão.

    — Acredito que os mais fortes devem lutar primeiro, não acha, EINAR?! — gritou Chen, sorrindo com ferocidade. A voz dela ecoou tão alto que até os membros distantes taparam os ouvidos, irritados.

    — Pra que isso? — comentou Sophia.

    — Também odeio barulho, que saco, meus ouvidos — exclamou Maisie.

    — Você é barulhenta… mas gostei da proposta — respondeu Einar, abrindo um sorriso e estalando os ombros.

    — Venha — convidou Einar.

    Chen disparou em sua direção novamente. Dessa vez, um chute certeiro mirou o peito de Einar, que se esquivou com agilidade e respondeu com um soco que irradiava uma leve luz vermelha, mirando o rosto da jovem.

    Ela também desviou, e o que se seguiu parecia uma dança feroz de golpes socos, chutes, esquivas. Os dois pareciam predadores lutando pela supremacia. Os demais observavam em silêncio e seus olhos fixos no combate, admirados pela habilidade de ambos.

    Mas enquanto a batalha chamava a atenção, Greg se movia nas sombras. Sem que ninguém percebesse, surgiu atrás de Maisie.

    — G-Greg? C-com—

    Greg a agarrou num mata-leão preciso e silencioso. Em segundos, Maisie desabou no chão, desacordada.

    — Me desculpe — murmurou ele, genuinamente. — Não curto socar mulher e principalmente tão linda — sussurrou pra si.

    — Suas desculpas não vão funcionar. Ela vai te matar quando acordar, haha — disse Sophia, erguendo uma sobrancelha.

    — Eu amaria, haha.

    Tarado… Pensou Sophia, decepcionada.

    — Confesso que fiquei surpresa com essa técnica de furtivadade… És aprendiz de um assassino?

    — Hmm talvez… Por que não vem descobrir?

    — Com prazer.

    Sophia avançou com a graça de uma pantera. Seus golpes eram rápidos, certeiros. Greg se defendia com calma, estudando seus movimentos. Até que viu uma brecha e mirou um soco direto no abdômen da jovem, que a acertou em cheio.

    Porém, a jovem não se abateu e no mesmo momento um punho atingiu Greg com força do lado de suas costelas, fazendo-o recuar. Ele assumiu uma posição de combate, enquanto Sophia também se reposicionava. Os dois se encararam, agora com respeito mútuo nos olhos.

    — Você também parece bem versada nas artes marcias dos assassinos.

    — É… aprendi algumas coisas aqui e ali — ela respondeu.

    — Hiek! Essa luta vai ser mais interresante do que pensei!

    — Concordo!

    Do outro lado da arena, o embate entre Einar e Chen alcançava seu clímax. Ambos demonstravam domínio técnico e força em igual medida, o que mantinha a luta em um constante impasse.

    Para romper esse equilíbrio, Einar optou por uma manobra arriscada: baixou propositalmente sua guarda e recuou, simulando exaustão. Chen, percebendo a suposta fraqueza, intensificou seus ataques com ferocidade renovada.

    No entanto, Einar aguardava com precisão cirúrgica o instante em que sua adversária começasse a demonstrar sinais reais de cansaço.

    E esse momento, por mais sutil que fosse, finalmente chegou. Os golpes de Chen tornaram-se menos velozes, menos potentes. Foi então que Einar, com a palma estendida, conjurou uma esfera incandescente de energia! A aparência aos poucos se tornou clara, era uma pequena bola de fogo, brilhando de maneira ameaçadora.

    Ele a lançou contra Chen no exato momento em que ela avançava com um último soco. O punho dela estava a milímetros do olho de Einar… mas a esfera atingiu seu alvo, causando uma pequena explosão e envolta em fumaça. A névoa cinza logo se dissipou, revelando Chen com o punho ainda estendido, mas visivelmente ferida. Seu corpo tremia.

    — Maldito mago… — murmurou ela tendo dificuldade, antes de desmaiar, vencida.

    Einar respirou fundo, sentindo a dor pulsar em cada parte de seu corpo.

    Se ela não tivesse se desgastado primeiro, eu teria caído. Merda! Ainda sou tão fraco! Estou tão ferido que mal consigo me mover. Mas não importa… eu preciso vencer, custe o que custar Pensou ele, cerrando os dentes cheio de garra.

    Ao erguer o olhar, viu quem ainda permanecia de pé e ficou surpreso. Greg estava coberto de ferimentos, visivelmente exausto. Enquanto, Maisie e Sophia jaziam inconscientes ao chão.

    Mesmo sendo um tagarela… ele é forte. Refletiu Einar. Fui abençoado com uma equipe forte! Tenho que agradecer aos deuses!

    — Só restamos nós dois — disse Greg, acompanhado de um olhar firme.

    — Tá esperando o quê? Venha — desafiou Einar, ainda em posição com os punhos levantandos.

    — Hahaha…

    — Do que está rindo? — perguntou, desconfiado.

    Greg sorriu e, cambaleando, caiu sentado no chão.

    — Não consigo mais me mover… parece que você venceu. Você é o líder.

    — E-entendo… — murmurou Einar, surpreso com a declaração.

    — Contudo, antes de aceitá-lo como meu líder, quero saber: o que você mais deseja? — O olhar de Greg ficou ainda mais sério, carregado de expectativa.

    — Meu maior desejo? — Einar abriu um leve sorriso. — Sair desse buraco miserável… e me tornar o mago mais poderoso do mundo.

    Os olhos de Greg se arregalaram por um instante, surpresos com a ambição crua naquelas palavras.

    — Entendo… é um desejo forte. — Ele fez uma breve reverência com a cabeça. — Eu o aceito como meu líder.

    — Não vou decepcioná-los — prometeu Einar.

    Dez minutos depois, todos estavam de pé, reunidos, atentos às palavras daquele que agora os liderava. Com a aura elevada ao redor de seu corpo, Einar deu um passo à frente e declarou:

    — Está decidido. A liderança foi definida aqui, com sangue e esforço.

    Instintivamente, todos baixaram a cabeça diante dele, reconhecendo sua autoridade.

    — A secretária nos informou que temos cinco dias para escolher o nome da nossa equipe. Mas, após o que vivemos hoje, não há mais dúvida.

    — NOSSO NOME SERÁ BRANNS! QUE NAS LINGUAS PRIMORDIAS SIGNIFICA CHAMAS!

    Einar, ergueu o punho em chamas e gritou: — BRANNS!!!

    — BRANNS!!!! — gritaram de volta, transbordando determinação.

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