Capítulo 59 - Esferas
No final, os elementos da Turma 5 ficaram assim: na Equipe I, Zoe, Aurora e Estelle tinham proficiência com Fogo; Liam e Lopez tinham proficiência com vento. Na Equipe II, Greg e Sophia ficaram com Escuridão; Einar e Maisie com Fogo; e Chen com Terra.
Já a Equipe III ficou com Peter Escuridão, Serena Água, Taylor e Vitória Vento, Jaro Raio e Alice com quatro elementos: Fogo, Terra, Água e Vento. Por fim, na Equipe IV, Carter e Lamir tinham Vento; Rivera, Terra; Trevor, Escuridão; e Aisha, Água.
— Como todos vocês estão com as mãos sangrando, não seria possível ter uma aula decente assim…
Amélia ergueu a mão na direção dos alunos. Uma barreira verde os envolveu, e, antes que pudessem comentar qualquer coisa, os cortes em suas mãos se fecharam completamente.
— Agora sim podemos ter uma aula decente.
— Você é uma maga de cura!? — disparou Aurora, ainda olhando para as mãos recém-regeneradas.
Amélia arqueou uma sobrancelha, como estivesse ofendida.
— Não, feinhos … — respondeu com um sorrisinho arrogante.
Não deveria ser bobinhos Pensou Aurora, indignada.
— Sou uma maga elemental. Cura é só uma das coisas que consigo fazer — declarou Amélia, balançando a mão de forma exibida enquanto uma faísca verde estalava entre seus dedos.
Todos os olhares se voltaram para ela, carregados de temor. Havia algo na aura de Amélia que a distinguia de qualquer outro instrutor, algo intenso e sufocante. A instrutora Amélia não era apenas forte. Ela era um monstro entre monstros.
— Certo, sei que estão impressionados… mas não precisam ficar com essa cara de peixe morto. — Ela bateu palmas, quebrando o clima. — Vamos ter aula prática. Afastem as cadeiras, quero espaço pra ver o que vocês realmente sabem fazer.
O murmúrio explodiu instantaneamente.
— Aula prática!?
— A gente vai lançar magia mesmo!?
— Tomara que eu aprenda a usar uma bola de fogo!
Alguns riam nervosos, outros pareciam prestes a saltar de empolgação. Cadeiras arrastaram-se pelo chão enquanto o coração da turma acelerava com a promessa de aprender a usar magia!
Jaro sentiu seu coração agitado. Magia. Ele lembrou-se de como Lila usava magia e que poderia fazer algo parecido com seu elemento raio.
— Vamos aprender magia aqui mesmo? Não seria melhor ir para o salão de treinamento? — perguntou Greg, desconfiado.
— Tô com preguiça de andar — respondeu Amélia, sem a menor vergonha.
Apenas por isso?! Greg engasgou com a resposta.
Depois de arrumarem a sala, a instrutora mandou que todos ficassem, no mínimo, dois metros afastados uns dos outros. Os alunos obedeceram sem discutir.
— Como eu sou uma elemental, ensinar magia é bem mais simples do que o normal — explicou Amélia, mexendo em uma mecha de seu cabelo. — Mesmo nos elementos em que não tenho tanta afinidade, não fará
muita diferença. A base da magia é sempre a mesma.
Ela encarou a turma, dando um sorriso de canto.
— Certo, quero que sintam o núcleo de vocês. Sintam a mana correndo pelo corpo, principalmente pelos canais que aprenderam a abrir com o instrutor Jason! Vamos lá, me mostrem o que aprenderam.
Depois de alguns minutos em silêncio, Amélia finalmente ergueu a voz:
— Estão sentindo?
— Sim, senhora! — responderam em coro.
— Ótimo. Agora, concentrem a mana em um dos braços. Enquanto fazem isso, prestem atenção no que vou dizer, porque isso vai ajudar a entender a magia e os elementos. — Ela andava pelo corredor entre os alunos, olhando cada um como se pudesse enxergar por dentro deles. — Não fiquem presos ao que o elemento “parece”. Quando falamos em fogo, a maioria pensa em uma bola de fogo… mas quem nasce com esse elemento, também consegue forjar armas melhores que os ferreiros anões. Enquanto magos de escuridão além do grande poder ofensivo, também podem aprender magia espacial e criar portais. E os de água, além das magias de cura podem usar magias sagradas ou de luz.
Houve um brilho de esperança no olhar de alguns alunos. Amélia cortou isso na hora: — Mas não se animem tão rápido. Nem todo mago de água se torna um mago de cura. E nem todo mago de escuridão consegue usar magias espaciais. As chances são mínimas Entenderam?
— Sim, senhora!
Ainda assim, aquelas palavras deixaram os alunos esperançosos, além de aumentar a compreensão deles sobre seus elementos.
— Muito bem. Agora chegou à parte difícil. — Ela aumentou sua aura dentro da sala, e os jovens ficaram ainda mais tensos. Essa aura não era ofensiva, apenas os ajudaria a sentir suas próprias manas.
— Com a mana concentrada no braço, imaginem uma esfera, como se estivessem segurando uma na palma da mão. Só que imaginar não basta. Vocês precisam manipular a mana e moldá-la nessa forma. Essa é a primeira etapa.
Ela fez um gesto com a mão, marcando o tempo: — Vocês têm uma hora. Comecem.
Jaro, após ouvir as ordens de Amélia, imediatamente fechou os olhos e concentrou sua respiração. Em sua mente, formou-se a imagem de uma esfera elétrica. Poucos segundos depois, a mesma figura surgiu na palma de sua mão, uma esfera translúcida, pulsando com pequenas faíscas de eletricidade.
Enquanto isso, Amélia caminhava lentamente entre os alunos, observando o progresso de cada um.
Eles podem até ter nascido com um elemento, mas isso não significa que usar magia será fácil. Esse mundo é muito mais cruel do que imaginam, crianças… Refletia ela, até que seus olhos se fixaram em Jaro.
— Você… já conseguiu?! — perguntou, surpresa.
Esse não deveria ser o elemento mais difícil de controlar? Como esse garoto conseguiu tão rápido?!
— Acho que sim… — respondeu Jaro, ainda incerto.
Não posso demonstrar nada… preciso manter a postura.
— Entendo — respondeu ela, recompondo-se. — Continue praticando. Tente fazer com a outra mão e também tente mudar a forma dela. Não fique preso a esfera. Até que se finalize o tempo da primeira etapa, pratique dessa forma.
— Certo, instrutora.
Até que outro jovem gritou:
— Instrutora eu também consegui — exclamou Einar, com uma esfera translúcida que parecia estar em chamas.
Eu não vou ficar atrás desse maldito. Pensou Einar, cerrando os dentes.
Depois de cerca de uma hora, apenas Vitória, Serena, Alice, Chen, Greg, Aurora, Aisha, Rivera, Carter e Sophia conseguiram manipular a esfera de mana. Assim, a primeira etapa chegou ao fim.
— Aos que não conseguiram — anunciou Amélia — continuem praticando até o final da aula! Na próxima semana, todos já devem ter dominado essa primeira etapa!
Os alunos que não passaram apenas recuaram, sentando-se nas cadeiras espalhadas pela sala, enquanto tentavam fazer a esfera aparecer em suas palmas.
— Muito bem… Para a segunda etapa, vocês vão fazer isso!
Amélia ergueu a mão na direção de um ponto vazio. Uma esfera dourada se formou em sua palma, desprendendo-se lentamente. A esfera voou alguns metros e, antes de atingir a parede, explodiu como um balão barulhento.
— Viram? Esta etapa é bem mais difícil. Espero que pelo menos um de vocês consiga! Ah, e aviso, se a esfera de alguém causar qualquer dano à nossa sala de aprendizado, eu mesma irei punir o responsável!
O aviso gelou os estudantes. Além de fazer a esfera se deslocar no ar, a instrutora queria que controlassem a explosão sem causar estragos. Isso parecia extremamente complicado, já que seria a primeira vez que iriam fazer isso.
— Com a explicação da primeira etapa e a minha demonstração, vocês devem conseguem repetir o processo. E os que conseguirem receberam uma recompensa! Mas quem não conseguir, não se preocupe. Eventualmente, com um pouco de prática, todos irão realizar esse feito!

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