Capítulo 212 – Doenças infecciosas – Parte V

Haveria limitações em tudo quando entrasse no Castelo Imperial. Não veria Amelie e Sophie frequentemente porque não poderia ir à loja de roupas, e não poderia ver Simone, a quem estava muito ligada, todos os dias assim.

Julietta sabia que Simone a havia tratado com sinceridade. Não sabia se era porque queria esquecer Regina, mas Simone a considerava uma verdadeira sobrinha. Quando Simone notou que Julietta se sentia culpada, repetiu: “É tudo seu e é uma pena que tenha que renunciar ao Ducado.”

Foi como dizer ‘Meu lugar é seu’, e as lágrimas irromperam.

Enquanto Julietta sorria com gratidão ao ver Simone, Jane fez um beicinho enquanto trazia o chá.

Que bênção ela tinha! Nascida como a única filha da família do Duque, sua posição garantida era excelente, mas também se tornaria a Imperatriz. No entanto, se ofendeu ao ver Iris chorar pelo que tinha que renunciar, já que se tornaria a Imperatriz.

De fato, não foi uma bênção, porque hoje ela beberia este chá envenenado e morreria em breve.

“Se algo transborda demais, é má sorte.”

Não houve medo quando recebeu o veneno pela primeira vez; esperava que o dia chegasse o mais rápido possível. Jane deixou o chá e recuou cortêsmente.

Depois de um tempo, Julietta enxugou as lágrimas com o lenço como se estivesse envergonhada e pegou a xícara de chá.

“Yap-yap!”

Desde o momento em que Jane havia servido o chá, Manny estava em seu colo pedindo um abraço, e se levantou no colo de Julietta e derrubou o chá.

“Manny!”

Julietta se surpreendeu e rapidamente levantou Manny com medo da água quente enquanto se levantava.

“Oh, senhorita! Você está bem?”

Vera correu surpresa e secou rapidamente o vestido molhado.

“Está tudo bem. Tia, desculpe. Não sei por que Manny está tão travesso hoje.”

Simone riu enquanto escondia Manny, que havia escorregado sob sua saia por medo de ser repreendido assim que Julietta o deixou no chão.

“Suponho que ele não gostou de algo. Ele ainda é um pouco jovem, não é? Jane, traga mais chá.”

Assim que Simone ordenou que Jane trouxesse o chá novamente, Manny saltou do colo dela e latiu furiosamente.

“Oh, Manny não gostou da hora do chá de hoje. Está com ciúmes de que eu e sua dona estamos nos divertindo?”

Enquanto Simone olhava para ele com carinho, Manny voltou a latir como se estivesse de acordo. Simone levantou Manny, que estava nervoso e resmungando, e o entregou a Vera.

“É muito tarde para beber mais chá hoje. Você precisa trocar de vestido de qualquer maneira, então volte para o seu quarto e descanse até a hora da educação de etiqueta.”

Julietta se despediu dela com uma expressão muito triste no rosto e voltou para seu quarto no terceiro andar com Manny.

“Manny, o que diabos está acontecendo com você? Eu o levei porque a tia ama você, mas não o levarei da próxima vez.”

Manny latiu desafiadoramente diante da repreensão de sua dona, mas ela apenas deu um tapinha em seu nariz preto e o repreendeu.

Nos dias seguintes, Julietta não levou Manny quando tinha a hora do chá com Simone. Excepcionalmente, toda vez que ela chegava, Manny reclamava, mordendo a barra do vestido dela, mas ela considerava trivial.

“Princesa, você está doente?”

Julietta sentiu que Sir Reynold, um professor de etiqueta, estava dizendo algo, mas o olhou sem compreender porque não o entendia.

“Princesa?”

Phoebe já havia sentido que a condição de Julietta estava estranha há algum tempo e se levantou de um salto e se aproximou dela.

“Princesa?”

Quando sua tez e lábios sem cor apareceram em seus olhos, Phoebe se surpreendeu e rapidamente tocou a testa de Julietta.

“Ela não tem febre. Senhorita, você tem outra dor de cabeça?”

Phoebe voltou a olhar para a professora de etiqueta quando viu o olhar vazio de Julietta, inconsciente de suas palavras.

“Sir Reynold, acho que ela está doente. Terei que chamar um médico.”

Olhando ansiosamente para Phoebe, Sir Reynold rapidamente abriu a porta e ordenou ao assistente que esperava.

“Vá buscar um médico. Acho que a princesa está doente. Informe também a Sra. Raban.”

O corredor rapidamente se encheu de pessoas que foram informar a Sra. Raban e que foram até o mordomo para pedir um médico.

Julietta apertou a mão de Phoebe sem perceber, quando Phoebe disse algo e tentou se levantar.

“Princesa?”

Phoebe voltou a chamá-la em voz mais alta, mas Julietta apenas olhou para ela sem compreender. Ela conhecia as palavras com certeza, mas não conseguia entender o que significavam. Parecia que estava fazendo um teste de compreensão oral em inglês. Julietta apenas notou que Phoebe soava estranha. Queria falar sobre isso, mas as palavras não saíam.

Phoebe conseguiu levantar Julietta e levá-la ao seu quarto.

“Princesa?”

Vera entrou correndo surpresa quando viu Julietta caminhar sem forças, ajudada por Phoebe e uma criada. Puxou a coberta e disse, colocando Julietta na cama: “Ela pegou um resfriado? Nos últimos dias, disse que tinha dor de cabeça e se sentia tonta.”

“Eu não sei. Ela não tem febre.”

Vera abraçou Manny, que estava constantemente resmungando debaixo da cama, e o acalmou, enviando-o para a sala.

“Manny, a senhora está doente agora, então fique aqui e brinque. Não sei por que você tem agido como um bebê ultimamente.”

Manny bateu no chão com as patas, olhando para a porta do quarto fechada sem coração.

“O que diabos, se o Senhor quisesse me enviar aqui, deveria ter me enviado com a habilidade de falar. Eu não pude fazer nada, mesmo sabendo que estavam envenenando ela!”

Mesmo que todas as habilidades de Manny estivessem seladas, não era difícil distinguir o veneno. Quando a criada, que aparentemente não gostava de Julietta, trouxe o chá, Manny cheirou o veneno misturado com o chá e não teve escolha a não ser derrubá-lo rapidamente.

Devido a isso, Manny não pôde seguir Julietta por um tempo e não pôde evitar que ela desmaiasse após ser envenenada.

O médico da casa da família Kiellini chegou enquanto Manny esperava desesperadamente que a porta do quarto se abrisse. Assim que entrou no quarto, Manny correu rapidamente para dentro. Viu Julietta deitada impotente em sua cama e se sentiu nervoso.

Manny foi enviado ao mundo humano desta forma porque foi punido por manipular uma alma como quisesse, e se o personagem principal que ele deveria ajudar morresse, o Senhor Deus poderia transformá-lo em pó.

“Ela vomitou?” Após o exame, o médico olhou para Vera.

“Não, ela não vomitou, mas tem dor de cabeça há alguns dias e não tem comido muito.”

“Eu deveria ter chamado um médico, mesmo que a senhorita fosse contra.”

Phoebe se culpou, pensando que não era algo para ser resolvido com os analgésicos que havia tomado.

Para Vera, que parecia preocupada, o médico disse com uma expressão séria: “Preciso observar um pouco mais sua condição porque ela não vomitou, mas suspeito da epidemia em Bertino no momento.”

“O quê? Ela nunca esteve em Bertino!”

Haviam se passado dez dias desde que a doença eclodiu em Bertino. Hoje em dia, mortes foram encontradas em Austern, mas não era grave. Como não podiam encontrar uma maneira de tratar a doença infecciosa, estavam isolando os doentes e tomando medidas rigorosas para impedir a propagação.

O rosto de Vera e Phoebe empalideceu, e o mordomo que havia guiado o médico soltou um suspiro.

“A marquesa está na mansão?”

“Não, ela tinha uma reunião e saiu há pouco tempo.”

O médico assentiu com a resposta do mordomo.

“Isolem o terceiro andar onde a princesa está neste momento e tragam todos os que trabalham na mansão Kiellini. Preciso garantir que não haja problemas físicos e orientar essas pessoas.”

O médico foi até a porta e voltou a olhar para Vera.

“Não há tratamento disponível agora. Pode não ser a doença infecciosa porque ela ainda não apresentou sintomas de vômito, mas me preocupo com a dor de cabeça. Algumas pessoas com a doença infecciosa têm dores de cabeça leves nos estágios iniciais.”