Capítulo 219 – Doenças infecciosas – Parte XII

“Fizeram o veneno, mas não fizeram o antídoto?”

Julietta inclinou a cabeça e perguntou em voz alta.

O Dr. Paulo respondeu: “As pessoas que fabricam veneno geralmente fazem um antídoto. Toxificante e desintoxicante; para as pessoas que estudam venenos, a maior alegria é encontrar uma maneira de decifrar seus próprios venenos.”

“Além disso, é parte da natureza humana querer tomar a dianteira com um antídoto que pode decifrar um veneno que ninguém conhece. O duque Kiellini deve ter feito o antídoto…”

Julietta assentiu com a cabeça diante das palavras de Killian.

“Então deve estar crescendo metum em algum lugar nas terras do duque. Sua Alteza, temos que enviar alguém a Tilia para verificar agora mesmo.”

“Não no território de Tilia. Depois de tomar controle total da família Kiellini, verifiquei o tipo de chás que são vendidos e as plantas ou chás importados e armazenados a cada ano, mas nunca vi metum”, respondeu Simone com pesar.

Julietta perguntou ainda: “A família Kiellini tem terras no norte de Austern e em Vicern, certo? Estou certa que sabe sobre as terras no norte, e quanto às terras de Vicern? Que tipo de chá cultivam e vendem lá?”

“Agora que penso nisso, havia a terra de Kiellini em Vicern. Mas não houve nenhum relatório…”, exclamou Simone pensativa.

“Terei que enviar alguém de imediato.”

Oswald estava animado e esfregava as mãos, pronto para se levantar a qualquer momento.

“Vou lá. Os assistentes de Sua Alteza agora estão sob vigilância do príncipe Francisco, então é melhor eu ir”, interveio o marquês Anais.

Maribel interveio antes que qualquer um dos dois levantasse.

“Isso é verdade, mas seria suspeito se o marquês Anais fosse até Vicern e perguntasse se eles têm metum. Acho que terei que ir. O diretor aposentado do Teatro Eileen faz uma viagem a Vicern e acaba sem querer nas terras de Kiellini. Nem preciso perguntar se há metum. Já cultivei e manuseei por décadas, e não conseguiria deixar de reconhecer.”

Killian finalmente sorriu com a resposta de Maribel.

“Está bem, líder da companhia. Você provou que meus olhos não estavam enganados. Agora está tudo perfeitamente organizado entre nós. Quero que todos se esforcem. Acho que é hora da Julietta se recuperar por completo.”

“Por falar nisso, o príncipe Francis verá que a epidemia está sendo tratada e pode usar outras toxinas. Estou preocupado.”

Adam respondeu quando o marquês Anais disse que estava preocupado com isso.

“Acho que não. Eles não podem usar uma toxina comum com sintomas claros de intoxicação. Mas se não descobrirmos como eles espalham o veneno, será uma luta interminável. Algum dia, o antídoto vai acabar.”

“Teriam colocado no poço?”

Oswald lembrou-se do que havia acontecido durante a guerra continental há muito tempo.

“Então haveria mais vítimas. Não é assim que se espalha.”

O Dr. Paulo negou com a cabeça.

O silêncio caiu na sala.

“O que diabos usaram?”

“Por que o marquês Marius visitou a loja de Baden disfarçado?”

Sentindo-se sufocado pelo pesado silêncio, Oswald fez uma pergunta pela qual tinha curiosidade todo o tempo.

“Pode estar relacionado com esta epidemia,” arriscou Adam.

“Loja de Baden?”

Quando Julietta fez a pergunta, Maribel contou o que havia visto. Julietta refletiu e perguntou ao Dr. Paulo: “Como se fabrica o veneno?”

“Um veneno para animais geralmente é uma poção, e o veneno para plantas normalmente é seco e pulverizado.”

À resposta do Dr. Paulo, Julietta continuou a perguntar: “Como é o veneno da família Kiellini, há uma maior probabilidade de ser um veneno para plantas do que para animais, certo?”

“Acho que sim. Se observar a propensão e os interesses do duque, é razoável pensar.”

“Disse que já viu venenos antes, certo?”

“Sim, princesa. Assim como antes, o veneno que Phoebe bebeu desta vez era uma poção líquida transparente. Mas havia pó branco no fundo.”

Os olhos de Julietta brilharam à resposta do Dr. Paulo.

“Qual é a maior parte do que a loja de Baden trata? Sabia?”

Quando Julietta perguntou como se tivesse encontrado algo, Adam respondeu rapidamente: “Baden Land é famosa por seus grãos. Eles têm grãos caros e de alta qualidade que fornecem à família real, bem como a restaurantes e aristocratas.”

“Li um livro antes. Houve uma cena em que misturavam veneno no moinho. Acho que o mundo onde as pessoas vivem é o mesmo em todos lugares. Podem ter misturado o veneno nos grãos que a loja de Baden vende.”

Os olhos de Killian se estreitaram em pensamento.

“Os grãos? Talvez. O primeiro lugar onde a epidemia estourou foi no Restaurante Manol em Bertino. Houve uma série de pessoas doentes na nobreza. Por isso começou a ser chamada de ‘Doença do Sangue Azul’.”

“Quer dizer que misturaram o veneno nos grãos vendidos ao restaurante?”

Oswald estremeceu diante da crueldade de Francis.

“Acho que sim. Até que eu me envenenasse, alguém que não tem nada a ver comigo deve morrer ao acaso. Misturar veneno nos grãos que eles consomem é um método seguro!”

Adam balançou a cabeça às palavras de Killian.

“O conde de Baden também está envolvido nisso. No final, sua ganância o condenou.”

“É um grande problema se o veneno estiver misturado aos grãos! Podemos isolar a epidemia e cortar a rota de transmissão, mas não posso imaginar onde e como o veneno se espalhou,” disse Killian.

“Está no sangue de Dudley fazer o que é necessário para alcançar seu propósito. Eles não se sentiriam culpados pela morte de tantas pessoas.”

“Que devemos fazer? Devemos pedir às pessoas que não comprem grãos na loja de Baden por um tempo? Como lidamos com o que já está no mercado?”

Adam abraçou a cabeça em desespero.

“Por que não prendemos o príncipe Francisco primeiro? Este é um crime grave. É um grande pecado que colocou toda a nação em risco,” insistiu o marquês Anais. Nunca poderia perdoá-los por tentar matar Julietta. Queria castigá-los todos de uma vez por traição!

“Não há evidência. Tudo o que estamos conversando aqui são apenas suspeitas fortes. Eles poderiam alegar que o marquês Marius apenas visitou a loja de Baden por assuntos pendentes. O maior problema, como disse antes, é que não podemos identificar a doença que se espalhou na capital como veneno. Nunca deveria ser descoberto que o veneno é da família Kiellini.”

Quando começarem a investigar isso, o príncipe Francisco escaparia e a família Kiellini assumiria toda a culpa.

“Isso é um grande problema. E se continuarem liberando o veneno e o antídoto acabar? É uma luta sem fim.”

As palavras do Dr. Paulo mantiveram todos em silêncio. Certamente não havia uma maneira adequada de resolver isso. Seria como encher uma jarra sem fundo, e o antídoto seria consumido sem parar.

“E quando as pessoas pedirem os ingredientes do antídoto, isso será um problema. Também pode parecer egoísta que apenas nós saibamos como tratá-lo.”

Julietta respondeu à preocupação de Adam.

“Diga que o portador da epidemia é o grão de Baden Land. Quanto ao componente medicinal do antídoto, precisamos dizer que não podemos revelá-lo devido a problemas de estoque e distribuição, e, em vez disso, orientar as pessoas sobre como identificar a origem.”

“Ah!”

O rosto de Adam ficou iluminado.

“Há uma solução tão boa.”

“É um recurso temporário, mas o que precisamos fazer é evitar que se espalhe ainda mais. Quando as coisas se acalmarem até certo ponto, vamos dizer que não é só uma doença, mas um veneno.”

“Não posso permitir isso. O veneno remonta à família Kiellini.”

Quando Killian se opôs ao risco, Julietta acariciou o braço dele gentilmente.

“Suspeitariam do conde Baden, mesmo se soubessem que era veneno, porque já sabiam que as culturas de Baden Land são a causa. E o Conde Baden pode revelar quem está por trás disso ou…”

“Eles vão cortar a cauda,” continuou Killian com as palavras que Julietta não conseguiu pronunciar.

“Depois de informar que é veneno, podemos revelar os ingredientes do antídoto. Então, por favor, declare que a família Kiellini lhes forneceu o antídoto.”