Capítulo 33 – O fardo da Guerra
Conto: Li Wang
O céu da ilha remota ardia em fogo e fumaça, um palco de guerra onde o tempo parecia dilatar-se e se dobrar.
Li Wang via-se vestindo uma armadura negra, imponente e viva: Azazel. O peso não era apenas físico, mas uma prisão para a alma.
No campo devastado, o silêncio era cortado por gritos distantes e pelo som metálico de espadas.
Ela via guerreiros de olhar vazio, marchando como sombras.
Cada vez que Azazel era usado, a morte seguia de perto, não apenas nos inimigos, mas também naqueles que o vestiam.
Ela sentia o fardo:
“Azazel é um escudo e uma lâmina poderosa…, mas sua força consome quem o empunha.”
A floresta, que antes pulsava vida, agora era um túmulo aberto.
A água límpida da praia tornara-se vermelha e pútrida, refletindo corpos e sonhos afogados.
No horizonte, ela viu uma mulher obrigar um soldado a vestir Azazel.
Sua voz carregava um peso sombrio, e o soldado, determinado e teimoso, aceitava o destino com uma raiva silenciosa.
Ela o viu perder-se nas trevas da armadura, matando amigos e inimigos, transformando-se em um monstro preso ao próprio poder.
Azazel não era só uma armadura: era uma sentença. Uma maldição…
Um grito preso entre a vida e a morte, um poder que seduz e destrói.
Li Wang sentiu o cristal do sonho queimar em seu peito, como um aviso:
“Vestir Azazel é carregar o peso da guerra, da culpa e da morte, é lutar contra si mesmo e duvidar da própria sanidade.”
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