Capítulo 1436: Como Persuadir Melissa
História extra nova em comemoração a animação, escrita pelo próprio autor.
Agosto de 1349
No momento em que Klein abriu a porta da Unidade 2 da Rua Daffodil, ele viu Benson sentado atrás da mesa de chá, segurando um livro, mas com o olhar perdido no vazio.
— O que está pensando, Benson? — perguntou Klein casualmente enquanto pendurava o casaco.
Benson, com as mangas arregaçadas, suspirou e voltou o olhar para Klein.
— Estou tentando descobrir como convencer Melissa.
— Sobre o quê? — Klein sentou-se no sofá de solteiro.
Benson suspirou.
— Encontrei um conjunto de louça na Harrods por 1 libra e 10 solis. Melissa acha caro demais. Ela diz que itens semelhantes na Rua Cruz de Ferro custam apenas alguns solis.
— Talvez até mais barato. Você provavelmente conseguiria um conjunto por apenas 1 soli, embora a fonte possa ser… questionável. — Brincou Klein.
Como um Falcão Noturno com acesso a registros policiais, ele sabia exatamente quais comerciantes lidavam com mercadorias roubadas na Rua Cruz de Ferro.
Benson considerou isso seriamente por dois segundos antes de balançar a cabeça firmemente.
— Klein, você tem um emprego respeitável agora. Não podemos economizar assim. Claro, pode ser mais barato, mas pode manchar sua ficha. Não somos babuínos cabelos encaracolados – precisamos pensar a longo prazo.
— Eu sei — disse Klein, voltando a conversa para o assunto. — Então, o que você disse para Melissa?
— Eu disse que você tem um emprego respeitável agora e que talvez precise receber seus superiores ou colegas em casa algum dia. Você precisará de utensílios de mesa adequados para ocasiões sociais. E no futuro, quando ficar noivo de uma boa garota… — Benson parou de falar.
“Precisamos falar de noivado? Benson, você quer passar pelo terror de ser importunado por seus dois irmãos ao mesmo tempo sobre casamento?” Klein resmungou internamente antes de falar.
— Talvez eu consiga convencer Melissa, mas vou precisar da sua ajuda.
Benson piscou, claramente surpreso por Klein assumir essa tarefa.
— Tudo bem. — ele concordou com um sorriso, traçando a lua carmesim sobre o peito.
— Que a Deusa nos abençoe!
…
Em seu dia de folga, dentro da iluminada e luxuosa loja de departamentos Harrods…
Klein parou em frente a um conjunto de louças de porcelana com talheres de prata e exclamou com fingido deleite:
— Que lindo! É exatamente como eu imaginava que seria a alta sociedade!
Melissa, usando um chapéu de renda preta, deixou seu olhar se demorar no conjunto por alguns segundos antes de olhar a etiqueta de preço.
— 7 libras.
Sua espinha enrijeceu instantaneamente, seu queixo se ergueu ligeiramente.
— Eu… não gosto muito desse estilo. — ela desabafou.
— Mas é tão elegante. — Klein insistiu.
Uma vendedora se aproximou, olhando para a cartola de seda e o casaco sob medida de Klein com um sorriso.
— Este é um conjunto Cheskis, uma marca favorita de muitos aristocratas.
— Mas nós não somos aristocratas… — Melissa murmurou baixinho.
Benson se inclinou e disse gentilmente:
— Mesmo assim, isso não combina com o status atual de Klein? Pense em seus futuros compromissos sociais. Ele não pode ser um convidado para sempre. Ele precisará ser o anfitrião eventualmente. E quando for, uma louça de qualidade é essencial. Seus superiores, colegas… as pessoas com quem ele se relaciona podem discernir qualidade.
A última observação tinha um duplo significado, tanto sobre a autenticidade da louça quanto sobre como os outros poderiam julgar o próprio Klein.
“Poderíamos simplesmente receber convidados em um restaurante…” Melissa engoliu em seco, sabendo que jantar fora seria ainda mais caro.
Benson continuou:
— Você não quer que Klein conheça uma garota legal e fique noivo logo? Você gostaria que ela nos visitasse e nos visse usando louça de má qualidade?
— Elizabeth e as outras não se importariam com coisas assim. — retrucou Melissa, fraca.
“Não comece esse assunto de novo…” Klein pigarreou.
— Eu gostei deste conjunto, mas já que você discorda, Melissa, vamos dar uma olhada em outros.
— Você… ‘gostou’ dele? — Melissa repetiu suavemente.
Benson os guiou alguns passos para um conjunto mais simples de porcelana branca esmaltada.
— Este também parece bom.
Os olhos de Melissa se voltaram para a etiqueta de preço que mostrava: £1 10s. (Uma libra e 10 solis)
Ela exalou aliviada antes de examinar o conjunto. Era refinado e de bom gosto, embora sem talheres de prata, não parecia barato.
Seu olhar se demorou em um prato com detalhes dourados e uma tigela elegantemente minimalista. Após uma longa pausa, ela se virou para Klein.
— Você gosta destes?
— São lindos. — Klein sorriu.
— Comparado ao outro conjunto, qual você prefere? — Melissa apertou os lábios.
Klein respondeu com sinceridade:
— São estilos diferentes. Gosto dos dois igualmente.
Melissa ficou em silêncio, imersa em pensamentos.
Aproveitando a oportunidade, Benson acrescentou:
— Podemos comprar este conjunto peça por peça. Não vai pesar no nosso orçamento. Até as festas de inverno, podemos ter o conjunto completo, bem a tempo de receber os colegas de Klein…
— …Tudo bem. Melissa finalmente cedeu, exalando lentamente.
Quando olhou novamente para os talheres, seus olhos brilharam com um carinho desmedido, toda a hesitação se foi.
— Vou chamar a atendente. — disse ela, apontando para o balcão antes de ir embora com passos firmes.
Depois de dois passos, ela se virou e gritou por cima do ombro:
— De agora em diante… Eu ficarei responsável por guardar e lavar este conjunto.
“Aos olhos dela, eu ainda sou tão desastrado, né? Depois de todas as refeições que preparei para eles…” Klein riu baixinho antes de levantar a mão.
— Fechado.
Benson também assentiu, observando a figura de Melissa se afastar antes de perguntar baixinho:
— Como você criou essa estratégia?
“Mostre a Melissa algo absurdamente caro primeiro e depois se volte para o alvo real.”
Klein sorriu.
— Um filósofo disse uma vez: ‘A maioria das pessoas prefere um meio-termo. Se você propõe arrancar o telhado, elas se contentam em abrir uma janela.’”
Benson ponderou sobre isso.
— Isso é… bastante perspicaz. Qual filósofo disse isso?
Klein hesitou por uma fração de segundo antes de responder animadamente:
— Imperador Roselle. Provavelmente.
…
Na entrada da loja, sob o sol ainda brilhante da tarde…
Melissa parou de repente e disse suavemente:
— Klein.
— Hum?
Ela olhou para a rua ensolarada, com uma expressão serena.
— Você me mostrou o conjunto de 7 libras primeiro… para me assustar e me fazer pensar que 1 libra e 10 solis era razoável, não é?
“…Melissa, você precisa ser tão perspicaz? Algumas verdades são melhores não ditas!” Klein tossiu.
— Eu realmente achei aquele conjunto lindo.
“O que não é mentira.”
Melissa olhou para a calçada.
— O que realmente me convenceu não foi o truque… Foi aquela tigela branca leitosa, tão delicada, perfeita para alguém estudioso como você. E aquele prato com detalhes dourados combinava tão bem com Benson.
Sua voz suavizou.
— Combinavam com vocês dois… e você gostou delas. Foi por isso que concordei.
A luz do sol dourou seu perfil enquanto ela acrescentava quase brincando:
— Toda aquela conversa sobre ‘status social’ e ‘noivado’? Argumentos terríveis. Você gostar era o que importava.
Klein e Benson trocaram um olhar, igualmente comovidos e sem palavras.
O sol de agosto cobria Tingen com seu calor, preguiçoso e dourado.
Então Melissa se virou abruptamente, com os olhos sérios:
— Mas sério, vocês dois deveriam começar a procurar garotas legais e ficar noivos logo!
— ……
Em perfeita sincronia, Klein e Benson massagearam as têmporas.
(Fim)
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