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    “Linda.” Ikaris deixou escapar honestamente, fazendo Ellie sorrir até as orelhas. Mas a próxima coisa que ele perguntou a fez corar de vergonha. “A propósito… o que foi todo aquele gemido?”

    “Coff, sim… Certo… Estávamos nos perguntando a mesma coisa…” Kellam pigarreou embaraçado.

    Ellie deu vários olhares nervosos para o Súcubo saindo da sala atrás dela e murmurou timidamente,

    “Nada…”

    Os olhares de cumplicidade dos machos na sala fizeram seu rosto esquentar tanto que daria para cozinhar um ovo nele. Era óbvio que eles não acreditaram nela, considerando seus olhares céticos.

    Felizmente, Glenrow, o homem responsável por sua situação, veio em socorro da jovem. Piscando para Ellie, ele entrou na conversa,

    “Ela estava tão rígida que tive que fazer uma massagem rápida para soltá-la um pouco. Caso contrário, não posso fazer meu trabalho direito. Meu dever é revelar a beleza interior de meus clientes, combinar sua personalidade com suas roupas e estilo.”

    “Eeeee que tipo de massagem foi essa?” Nardor grunhiu com desdém.

    “Hmm? Um anão rabugento?” Glenrow murmurou em voz alta, cutucando o inchaço de uma veia latejante na testa de Nardor. “Talvez você mesmo precise de uma daquelas massagens…”

    “Hmmph! Prefiro morrer a soltar gemidos tão humilhantes!” O anão berrou antes de olhar sem jeito para Ellie. “Sem ofensa.”

    “Tudo bem…” Ellie só queria desaparecer longe de seus olhares.

    “Então por que você não é o próximo?” Glenrow sugeriu convidativamente com uma risada.

    “Hmmph, tudo bem! Pode vir!” Nardor aceitou o desafio sem medo.

    O Súcubo e o anão furioso entraram na outra sala e a porta se fechou atrás deles. Ikaris e o resto de seu grupo estavam curiosos, mas Asselin e seus companheiros estavam regozijando-se lá dentro.

    ‘Eu também já passei por essa situação constrangedora! Aquele anão não sabe o que está por vir.’ O garoto loiro zombou por dentro.

    E de fato, após um breve silêncio, gemidos implausíveis que Ikaris jamais imaginaria que um dia seriam emitidos pelas cordas vocais de um velho anão ressoaram de dentro da outra sala, dando-lhes arrepios.

    “Ahmm… não tenho certeza se quero entrar naquele quarto.” Taguchi se encolheu ao dar alguns passos para trás.

    Ninguém zombou dele. Eles tinham a mesma opinião. Em vez disso, Ikaris olhou para Asselin em busca de uma explicação. A coisa toda parecia uma grande pegadinha, embora a roupa final de Ellie valesse a pena.

    Sentindo a animosidade do menino que não era mais insignificante, Asselin imediatamente ergueu as mãos para professar sua inocência.

    “Eu juro que não tenho más intenções em trazê-lo aqui. Este Súcubo pode ser um pouco… provocador, mas ele não é um cara mau. Você não encontrará roupas personalizadas dessa qualidade por mais barato em nenhum outro lugar na Sombra do Tártaro. Juro pela minha Estela e pela minha honra como Lorde.”

    Ikaris bufou, mas o fato de não insistir no questionamento indicava que acreditava nele. Alguns minutos depois, a porta que dava para a outra sala se abriu e o anão saiu com o rosto rosado.

    Ele estava claramente envergonhado e não se atreveu a encará-los, mas ficou claro para todos que ele estava de ótimo humor. Era difícil acreditar que aquele era o mesmo “anão mal-humorado” mencionado por Glenrow momentos antes.

    Seu novo visual combinava com ele, representando perfeitamente a imagem do anão sábio e poderoso que Nardor queria encarnar. Usava um gibão de brocado verde escuro, um cinto de couro, calças pretas e grossas botas de couro. Um manto verde ainda mais escuro que seu gibão cobria seus ombros, dando-lhe a presença de um daqueles senhores ricos. Seu machado de batalha era uma arma muito pesada, mas Glenrow forneceu a ele um elegante coldre de ombro semelhante a uma guitarra para guardá-lo. Como Ellie, seu cabelo foi penteado para trás e sua barba foi aparada, trançada e oleada.

    “Então… Como você se sente, Nardor?” Kellam perguntou apreensivo.

    Sabendo muito bem o que o Dwilde realmente queria saber, o anão minimizou seu embaraço e respondeu timidamente:

    “Não é tão ruim.”

    Foi então a vez de Taguchi, depois de Kellam, Danchun e Malia efetuarem seu novo visual. Cada vez eles surgiam revigorados e exultantes com seus novos looks, mas os gemidos irritantes sempre andavam de mãos dadas com esse “renascimento”.

    Taguchi e Kellam agora pareciam ricos, mas humildes aristocratas, o que condizia com suas personalidades que não gostavam de ser o centro das atenções. Taguchi tinha preferência pelo azul, Kellam pelo cinza, mas o resultado foi impecável em ambos os casos.

    Danchun optou por um vestido acadêmico de seda branca de mangas compridas bordado com prata que normalmente combinava com a imagem que Ikaris tinha de uma cultivadora reverenciada. Sua mobilidade estava desimpedida e ela ainda poderia lutar com todo o seu potencial se a situação exigisse. Seu longo cabelo preto estava solto atrás das costas, sua maquiagem minimalista destacava a perfeição de suas feições, mas ao contrário de Malia e Ellie, ela parecia mais elegante e distante do que sexy.

    Malia, para grande alívio de Ikaris, soltou apenas um pequeno gemido assustado e depois nada. Ela havia trocado o vestido de verão exibindo as pernas deliciosas por botas pretas com cadarço vermelho, calça justa de couro preto, camisa vermelha carmesim longa o suficiente para servir de vestido curto, mas apertada na cintura fina com um cinto de couro preto. Ela estava usando uma daquelas capas de gola alta que se encaixavam perfeitamente nos estereótipos daqueles míticos Vampiros inspirados no mito do Drácula. Glenrow também arrumou o cabelo, aplicou maquiagem e poliu as unhas, a primeira vez que Malia recebeu esse tratamento na vida.

    Agora, Malia realmente parecia uma verdadeira vampira inspiradora, mas seu charme Kitsune havia sido abertamente revelado ao mundo, como evidenciado pela espessa cauda laranja de cerca de dois metros de comprimento saindo de baixo de seu casaco por conta própria.

    “E-esse rabo…” Ellie não pôde deixar de pular sobre a amiga para acariciá-lo quando viu o pelo fofo.

    Ikaris e Kellam, que a tinham visto em sua forma bestial antes, não ficaram muito perturbados, mas também foi a primeira vez que a viram nesta forma humanoide. Agora não havia dúvida sobre sua ascendência híbrida.

    “O que a fez mudar de ideia?” O jovem perguntou baixinho, notando também que suas orelhas também eram um pouco mais pontudas e cobertas por uma fina penugem laranja.

    “Glenrow me convenceu de que seria uma vantagem como um Dhampir Kitsune1 não reprimir as características de ambas as minhas linhagens.” Ela murmurou com um sorriso irônico. “É o charme combinado de minhas duas linhagens que é meu ponto forte, não minha força de luta.”

    “Glenrow… não está errado. Ele sabe das coisas.” Ikaris assentiu enquanto se abstinha de tocar suas orelhas. Ela já estava ficando constrangida com as carícias de Ellie em seu rabo.

    O Súcubo saiu da sala neste momento e tendo ouvido a discussão deles, ele disse:

    “Eu sei que pode ser embaraçoso exibir suas diferenças, especialmente quando você quer ser aceito ou evitar atrair atenção indesejada, mas com seu status e onde você está indo, confie em mim. Quanto mais original e atraente você for, mais respeito que você terá. As primeiras impressões podem fazer maravilhas. Existem alguns vampiros nas Terras em Guerra, mas Kitsunes são raros. O que é raro é precioso e não é o racismo, a discriminação e a rejeição de alguns retardados estúpidos que mudarão esse fato.”

    Malia assentiu com uma expressão pensativa e finalmente foi a vez de Ikaris entrar na sala misteriosa. Quando a porta se fechou atrás dele, ele sentiu como se estivesse preso no covil de um predador aterrorizante, mas quando se virou, encontrou apenas o sorriso benevolente de Glenrow.

    “Relaxe. Eu sei o que você está pensando, mas nunca fiz nada impróprio com meus clientes. Apenas alguns truques que usei para deixar meus clientes à vontade. Os gemidos são apenas uma consequência involuntária, mas até hoje ninguém alguma vez usou isso contra mim.”

    Ikaris abriu a boca, mas não conseguiu pensar em nada para responder. Glenrow começou a trabalhar e muito profissionalmente começou a fazer todos os tipos de gestos. O menino se perguntou o que tinha feito os outros gemerem, pois mesmo quando o Súcubo pressionou alguns nervos e músculos, ele sentiu apenas uma sensação agradável, mas nada tão extremo a ponto de fazê-lo gemer.

    De repente ele percebeu porque Malia só gemeu uma vez e nada mais. Seu charme era seu ponto forte e quaisquer métodos que Glenrow estivesse usando tinham um efeito limitado em alguém com sua Força Espiritual.

    “Hmm? Quão alta é a sua Força Espiritual, se você não se importa?” O Súcubo franziu a testa, impressionado com a atitude estoica do adolescente. “Posso ver que você também é um Vampiro, mas também tem características de outras raças. Sua linhagem deve ser muito complicada.”

    Quando Ikaris manteve os lábios fechados, Glenrow não insistiu e riu,

    “Você obviamente não precisa responder. Foi apenas uma pergunta por curiosidade. Voltando ao assunto, você é o Lorde desses caras, certo? Sua aparência deve refletir absolutamente sua ambição e poder sem parecer excessivamente intimidante, assustador ou hostil. Uma presença real, acessível, charmosa e respeitosa é o que procuramos. Felizmente, seu físico está muito próximo da perfeição, então será extremamente fácil atingir esse objetivo. Receio que mesmo esses trapos não sejam o suficiente para conter o seu carisma. Tenho certeza de que muitas mulheres donas de estelas gostariam de se casar com você, mesmo se você fosse um escravo, ou pelo menos tentariam fazer de você um de seus brinquedos.

    Sem saber como interpretar essas palavras, Ikaris respondeu casualmente após um breve momento de hesitação,

    “… Obrigado.”

    Quinze minutos depois, ele voltou da sala também remodelado.

    1. vampira misturada com raça inferior/raposa[]

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