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    A Farsa Entre Os Atos – Parte V


    Diante de Reinhard estavam os jovens almirantes ligados à almirantaria Lohengramm: Kircheis, Mittermeier, von Reuentahl, Wittenfeld, Lutz, Wahlen e Kempf, seguidos por von Oberstein. Reinhard os considerava os melhores entre os melhores da gama de recursos humanos do exército imperial.

    No entanto, ele precisava reunir ainda mais, tanto em qualidade quanto em quantidade. Ele precisava que se dissesse sobre essa almirantaria que uma nomeação aqui significava o reconhecimento de um indivíduo talentoso e capaz. A reputação da almirantaria já era significativa, mas Reinhard queria que a superioridade de sua almirantaria fosse reconhecida universalmente.

    “Eu recebi o seguinte relatório da inteligência militar imperial,” Reinhard disse, olhando a volta da reunião e os almirantes ajustaram sua postura levemente. “Recentemente a fronteira rebelde da tão chamada Aliança dos Planetas Livres teve o sucesso de roubar a base da linha de frente imperial de Iserlohn. Esse tanto vocês já sabem, mas desde então, os rebeldes tem reunido suas forças maciçamente em Iserlohn em vastos números. De acordo com nossas estimativas, lá estão reunidos por volta de duzentos mil embarcações e trinta milhões de tropas, além do mais, essas são meramente estimativas mínimas.” 

    Murmúrios de surpresa e até mesmo admiração fizeram seu caminho entre os almirantes. Comandar uma frota gigantesca era a maior ambição de todo guerreiro e apesar desta pertencer ao inimigo, eles ainda assim não poderiam deixar de se sentir impressionar por sua escala.

    “O quê isso quer dizer está claro como o dia, não pode ter uma parcela de dúvida: os rebeldes têm intenção de lançar um ataque total direto no coração do império.”

    Os olhos de Reinhard pareciam queimar. “Eu tenho ordens secretas do ministro de estado: o dever de interceptar e defender o império contra essa ameaça militar é minha. Ordens do imperador virão nos próximos dias. Como um guerreiro, não há maior honra a qual poderia desejar. Eu desejo uma boa e árdua luta a todos vocês.”

    Até aquele momento, ele estava falando em um tom duro e formal, mas aqui ele sorriu inesperadamente. Era um sorriso cheio de energia e espírito, embora não fosse o sorriso transparente e de coração puro que ele mostrava apenas para Annerose e Kircheis.

    “Em outras palavras, isso significa que todas as outras corporações são bonecas ornamentais que decoram o palácio imperial e com as quais não se pode contar. Esta é uma excelente chance para promoções e medalhas.”

    Os almirantes também sorriram. Assim como Reinhard, eles compartilhavam uma inimizade comum contra os nobres que não faziam nada além de se empanturrar de posições e privilégios; não tinha sido apenas por seus talentos que Reinhard havia selecionado esses homens.

    “E agora eu gostaria de conversar com vocês sobre onde devemos interceptar o inimigo…”

    Mittermeier e Wittenfeld expressaram uma opinião compartilhada: O ataque rebelde viria pelo Corredor de Iserlohn, então por que não atacá-los no momento em que saíssem dele para o território imperial? “Podemos determinar o ponto em que o inimigo aparecerá, então será possível atingir sua vanguarda e criar uma formação de meio desenvolvimento, o que nos dará a vantagem e facilitará a luta contra eles.”

    “Não…” disse Reinhard, balançando a cabeça. Ele então começou a explicar que o inimigo estaria esperando um ataque no ponto em que eles sairiam do corredor e entrariam no núcleo do império. Suas forças de elite estariam posicionadas na vanguarda e, se a força restante não saísse do corredor quando fossem atacados, sua força ficaria sem meios de atacá-los ainda mais.

    “Devemos atrair o inimigo mais profundamente”, argumentou Reinhard e, após uma breve discussão, os outros almirantes concordaram. “Atraímos o inimigo para as profundezas do território imperial e, quando suas fileiras e linhas de suprimentos estiverem esgotadas, nós o atacamos com tudo o que temos. Eu diria que, com essa estratégia, a vitória do lado defensor está garantida.”

    “Mas isso levará muito tempo”, disse Mittermeier. Ele tinha um corpo firme, embora pequeno, e certamente parecia um jovem oficial perspicaz. Tinha cabelos rebeldes cor de mel e olhos cinzentos. “Como essa é, nas palavras dos próprios rebeldes da aliança, a façanha mais ousada desde a sua fundação, é certo que eles não vão economizar na preparação de suas fileiras, equipamentos e linhas de suprimentos. Levará um tempo considerável para que seu material se esgote e para que seu espírito de luta diminua.” A opinião um tanto preocupada de Mittermeier era natural, mas Reinhard passou o olhar por seus almirantes e, em seguida, com um brilho de extrema confiança nos olhos, disse: “Não, não levará muito tempo. Eu diria que em menos de cinquenta dias. Von Oberstein, explique os princípios básicos da operação.”

    Quando solicitado, o oficial de estado-maior com o cabelo meio descolorido deu um passo à frente e começou a explicar. Enquanto ele fazia isso, um ar de incredulidade chocada se espalhou entre os almirantes sem nenhum ruído.


    Em 22 de agosto de 796 ES, o Quartel General da Força Expedicionária da Aliança dos Planetas Livres para o Território Imperial foi estabelecido na Fortaleza de Iserlohn. Na mesma época, trinta milhões de tropas da capital de Heinessen e dos sistemas estelares vizinhos estavam reunindo colunas de naves de guerra e partindo em direção a um espaço de batalha distante.


    Lançamentos todas as segunda, quartas e sextas!

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