Índice de Capítulo

    A janela foi quebrada. Entrando no segundo andar, um grande corpo avança para dentro do local onde está presente, Kim o Cavaleiro, Aisha a Parasita, Esme a empregada e Kizimu, o Senhor da casa.

    Junto a esse quarteto temporário, um Padre e uma sacerdotisa riam com a entrada do homem corpulento sem expressão.

    O grande homem apenas soltava uma risada de forma sádica de sua garganta, seu rosto era inexpressivo. Sua barba negra estava mal feita e seus cabelos eram um pouco grande, porém se escondia em sua touca laranja. Ele tinha um corpo grande, não era por ser gordo, mas era grande em estatura. Esse era John Bento.

    Ele estava estranho, sua expressão morta não condizia com a risada lunática que saia de sua garganta.

    — John, quem iria imaginar que seria mais um de meus bispos. E tão forte, consegue manter até sua essência.

    Kizimu tremeu e Kim também, apenas eles sabiam quão assustador era o John Bento. Não estavam com Pandora para ajudá-los, e tinha mais dois inimigos, como o destino pode ser cruel.

    — Esme, vá chamar Masha agora! Kim, arranque a cabeça de Bento. Aisha recue a uma distância segura. Não quero que ninguém morra, isso é uma ordem!

    Kizimu teve de tomar decisões rápidas e ríspidas, se demorasse poderiam morrer para Bento.

    — Olha, ele é um líder, que coisa fofa, mas é apenas uma criança. Não pode fazer nada, você é igualzinho ao seu pai.

    Tirando de sua batina, Samuel retirou uma cruz, tal como um martelo, e avançou no garoto a sua frente, usando a cruz para tentar agredir o rosto de Kizimu.

    — Por que você está fazendo isso?

    — Desculpa, Kizimu, não é por mal, mas eu preciso de você, mais do que imagina.

    Ele não pareceu estar mentindo, porém, por que estava fazendo algo tão cruel?

    Kim avançou para acertar uma espadada em Bento que usando seu machado se defendeu. O garoto loiro estava na vantagem de ataque, mas não de força. O som de metal com metal gritou enquanto a luta separava os dois combatentes.

    Bento usou seu corpo para acertar golpes em Kim, e nas brechas tentou dar machadadas. O cavaleiro conseguiu desviar dos golpes e começou a estranhar, a habilidade de Bento ainda era a mesma, mas tinha algo diferente, antes era impossível de desviar dos seus golpes e tudo era muito complicado, então, algo estava errado com Bento, como se estivesse enfraquecido. Mesmo fraco, não era um oponente que poderia ser subestimado.

    A luta intensa de Kizimu e Samuel estava apenas em seu começo.

    — Kizimu, me diga, você realmente perdeu as memórias? Esqueceu quem foi seu pai?

    A pergunta fora de momento deixou Kizimu confuso. Em meio a ataques sequenciados com a cruz, o homem de batina fez comentários curiosos.

    — Não, eu não me lembro. Precisamos mesmo lutar?

    — Desculpa, eu sinto mesmo por seu pai, mas, eu tenho que fazer isso. Ele me entenderia, se for para parar aquilo, precisamos de toda força possível.

    — Parar aquilo? Do que você tá falando?

    — Nada que entenderá agora.

    O padre, que avançou em Kizimu de forma animada, teve seu braço desviado e recebeu um chute no peito. O homem de batina não sentiu nada e nem reclamou de dor, apenas sorrindo em animação.

    Aisha, vendo que nada poderia fazer, buscou uma forma de ajudar. Em seus pensamentos rápidos, ela percebeu que Kizimu estava em desvantagem por não ter uma arma e procurou algo para seu considerado irmãozão. Mas estavam em uma enfermaria, nada poderia ser usado para combate, até que em uma das gavetas achou algo.

    Arremessado para Kizimu, Aisha jogou um bisturi. Era pequeno, mas era uma lâmina. O garoto pegou a lâmina no ar e avançou no padre que com um riso podre desviava dos golpes diretos na jugular.

    Kizimu não queria matar, porém, não tinha escolha. Não tinha habilidade para derrubar o seu oponente, e tinha que correr para ajudar Kim, antes que morresse. Eram decisões rápidas, porém precisas. Frias e calculadas. Não eram pensamentos que eram dele mesmo.

    Uma troca de ataques letais feitos por ambos e esquivados no último segundo era executado. Ambos não eram bons combatentes, mas Kizimu tinha vantagem de prever o próximo ataque do Padre e o Padre tinha conhecimento de batalha.

    A previsão de Kizimu não era visual, era como se ele soubesse o que o padre fosse fazer e de forma instintiva desviasse antes de acontecer.

    O padre em determinado momento ficou em desvantagem de posicionamento, tendo um ataque direto indo direto até sua garganta.

    Essa vantagem seria perfeito por que assim que o padre fosse morto, poderia ajudar Kim a lutar contra Bento, que era o maior problema da sala.

    De repente, uma carta de tarô com várias estrelas apareceu defendendo a lâmina e de um brilho dourado, um homem segurou o braço de Kizimu.

    Entre Kizimu e Samuel, tinha um homem alto e com bom físico.

    — Rei Átila Ragnar? Pelo visto, Tarotian se precipitou e chamou ele. — Samuel riu pela ajuda inesperada.

    Esse homem surpreendeu o próprio Samuel. Era um homem grande com aparência envelhecida, seus membros eram maiores que o de Bento. Seus cabelos brancos eram volumosos, mas penteados para trás e seu olhar energético era animado. Seu sorriso de ponta a ponta com dentes muito brancos e perfeitos era intimidador. Segurando o braço de Kizimu ele prepara um soco e

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    O som para e treme como uma explosão sonora. Um estrondo ocorreu. O chão que Kizimu estava eclodiu, uma massa de energia invisível gerou uma esfera de ar que arrastou da linha que o homem socou até a parede. O sorriso não saiu do rosto do homem. Toda a casa tremeu com o impacto.

    Kim, que estava tendo sua luta intensa, se desvencilhou e caiu, enquanto Bento continuou avançando. O machado foi na direção do pescoço de cima a baixo.

    Para evitar a morte eminente, o garoto loiro usou a espada para se empurrar pela madeira da cama, mudando a posição do seu corpo e fazendo o homem destruir a cama no lugar dele mesmo.

    A risada continuava ecoando de sua garganta, em contraste com o rosto inexpressivo e a risada do padre também irritava muito.

    De forma instintiva, Kim se jogou para trás, porque no instante seguinte cortando diagonalmente de baixo para cima, a arma passou centímetros de cortar Kim em dois. Caído, não poderia desviar do próximo ataque e

    ★———★———★

    Kim e Kizimu paravam lado a lado. Aisha estava na frente deles, eles notaram sangue saindo de seu nariz. Ela ofegante observava seus oponentes. Se fosse apenas Bento, talvez poderiam vencer, mas, era 3 contra 3 sem contar com a sacerdotisa que ainda não entrou no combate.

    O barulho na casa informava que outros combates aconteciam, além disso, algo amedrontava Kizimu. O homem chamado de Rei, era um monstro que seus poderes eram desconhecidos e devastadores. Qual era sua maldição? Ou qual sua benção?

    Anhanguera vejam! Eu terei a melhor das armas para meu arsenal, e tantas outras peças incríveis têm aqui. Vamos conseguir, com certeza vamos conseguir. — O padre começava a chorar enquanto olhava para o céu coberto pelo teto.

    — Kim, use sua maldição.

    — Ela não está funcionando. A benção de John Bento talvez esteja sendo usada por eles.

    Aisha gritou — Droga Nã

    ★———★———★

    Um segundo estrondo ocorreu. Um estrondo explodiu o local anterior que Kim, Kizimu e Aisha estavam. Vendo o Rei, ele tinha seu punho fechado direcionado para o local.

    Aisha caiu, ainda ajoelhada, tossindo sangue.

    O que ocorria ainda era confuso, mas visualmente eles estavam em um local e de repente sem nem piscar os olhos sua localização mudava. O cansaço de Aisha declarava que isso era coisa de sua Maldição ou Benção, no fim apenas estavam sendo salvos por isso.

    — Droga, Aisha, não faça mais isso. Kim avance naquele homem grande e corte sua cabeça.

    Não poderiam ficar parados, não com inimigos devastadores a sua frente. Kim avançou no seu máximo de velocidade humana atrás do rei Ragnar, e de forma sobre-humana veio Bento que quase arranca sua cabeça fazendo-o parar bruscamente, impedindo o garoto de chegar perto o suficiente do rei.

    Um terceiro estrondo ocorreu.

    Sem nem mesmo saber, a vida de Kim foi salva pela tentativa de assassinato de Bento. O ataque de Kim fez o rei reagir e dar um soco que acertaria o garoto se não tivesse que parado bruscamente diante o ataque de Bento.

    O ataque que errou e acertou o chão, eclodindo e explodindo tudo a volta, arremessando Bento e Kim para paredes opostas.

    O homenzarrão não deu trégua, mesmo do outro lado do quarto, correu para cortar Kim. O cavaleiro, que agora estava com seu braço contundido, desviou e acertou um corte nas costas do Bento. Finalmente acertou um golpe de espada, depois de mais de 30 tentativas.

    Kizimu segurando Aisha, coloca ela sentada na parede, a garota estava cuspindo sangue. Ele olha para o padre que antes estava olhando para o teto feliz, o mesmo percebeu o olhar de Kizimu. O padre se virou para o garoto e chamou, provocando-o.

    O jovem correu com o bisturi em sua mão como sua única arma. Ele avança para acertar o padre e a porta da frente é explodida com chamas.

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    Dentro da sala que Pandora estava, uma criança loira com olhos verdes estava calada em frente a ela.

    — Não. É. Possível…

    A criança estava em sua frente, não havia dúvidas que era a criança que foi presa com ela. Mesmo cabelo curto loiro que antes eram presos a correntes, mesmos olhos verdes que agora jazia sem vidas, sem cor, sem essência. Sua falta de expressão era assustadora.

    — É… Você, você está com os inimigos?

    — …

    A criança deu um passo à frente.

    — Não, não se mova. Eu, eu vou atacar.

    Tremendo, Pandora segura o anel sem retirar de seu dedo. Se quisesse usar sua maldição deveria retirar o anel e então…

    — Não…

    — O quê? — Pandora tentou escutar o que a criança com a voz fraca disse.

    NÃO SE MEXA.

    A voz diluiu no ambiente, tremendo a pressão e fazendo todos os ossos de Pandora travar.

    — O quê!?

    Andando a passos solenes, a criança inexpressiva anda e coloca uma faca de metal longa no pescoço de Pandora, era uma faca longa com base de madeira escura. A garota de longos cabelos pretos e pontas azuis reconheceu a faca. Foi a mesma que usou para matar Bento. A lâmina prateada cortou o pescoço de Pandora aos poucos e o sangue começou a correr.

    A faca começou a perfurar a carne e Pandora ficou extremamente aterrorizada, agora que tinha a esperança de viver sem sua maldição perderia sua vida. Era injusto. Momentos antes da faca tirar a vida da garota, um estrondo ocorreu na sala ao lado, tremendo o quarto por completo.

    A garota caiu, dando espaço para Pandora cair aterrorizada. A mesma, sabendo que não poderia parar por muito tempo, correu e pegou a faca no chão, no mesmo momento retirou o anel. A criança viu a faca apontada em sua direção e se levantou sem medo.

    Sem medo, sem expressão, sem alma. A criança só poderia ser descrita como um corpo vazio e sem alma. Sua voz não deveria ser sua e sim, apenas sua maldição. Dessa forma lembrou quando encontrou a criança, ela estava amordaçada, provavelmente para não usar sua maldição.

    Era triste lembrar dela antes, porque isso trazia memórias de como essa criança teve seu rosto maculado por um galho tão brutal.

    Pandora apontando para a garota, não conseguiu sentir raiva ou desespero, sentiu tristeza e medo, assim, seu corpo começou a ficar translúcido. Aproveitando essa vantagem, de um avanço, atravessou o corpo da criança sem a tocar e quando iria passar pela porta.

    PARE DE SE MOVER.

    O corpo de Pandora travou no ar.

    A criança anda lentamente até o corpo parado da garota de cabelos pretos e pontas azuis. Era assustador ver aquela criança inexpressiva. A criança que era o trauma de falha, agora está se tornando a possível causa de sua morte, a mão fria vinha em direção do pescoço.

    No instante que encostou no pescoço, já maculado pela lâmina fria, a mão atravessou seu corpo. O corpo translúcido continuou intangível mesmo parada.

    A garota loira não entendia o que acontecia e de forma repetida, tentou a ação de estrangular com suas pequenas mãos. Pandora chorou vendo a terrível ação da criança que nem deveria estar no controle do seu corpo.

    Outro estrondo fez novamente a criança cair, desativando o efeito da maldição. Pandora aproveitara a oportunidade para sair do quarto.

    Fora do quarto, ela viu Kim quase ser morto por uma lâmina prateada com um arco perfeito de movimento.

    O instante seguinte, um grande homem velho e corpulento estrondou o chão, fazendo Pandora vibrar e voltar ao normal no chão, seu corpo parou de ficar translúcido.

    Kim e Bento foram arremessados a, polares opostos e a porta atrás de si é lentamente aberta. A criança inexpressiva abriu levemente e avançou a passos lentos.

    No instante que Kizimu iria avançar em Samuel, a criança estava de frente a Pandora. Ela desesperadamente, caída no chão, tentou se arrastar para trás para fugir. A criança lentamente continuou a andar.

    Diante sua vida estava a criança que poderia finalmente atingi-la. Não estava mais translúcida e a sua volta apenas tinha uma zona de guerra, nesse instante a voz delicada recitou.

    PA-

    Chamas roxas explodiram a porta que a criança estava na frente, jogando a criança para o outro lado da sala, nos pés do Rei.

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    Masha estava com uma cabeça feminina com rabo de cavalo na mão. Admirada em ver alguém tão interessante.

    — Você é um monstro Masha.

    — Calado Lins, você não tem direito de dizer isso.

    — Certo.

    Olhando a conversa de Masha e Lins, Althea, que estava horrorizada com a cena, observou uma criança chegar.

    — Esme, você está bem?

    — Não muito, agora, Senhorita Masha, por favor ajude- — um estrondo balançou a casa, fazendo Lins, Esme e Althea cair no chão.

    — Eu vejo, temos mais inimigos, certo?

    — Sim, por favor, vai o mais rápido que puder.

    — Infelizmente não consigo teleportar até aquela sala, porque não tenho nenhum núcleo meu lá. Tenho que subir até o segundo andar correndo. 

    — Então, corra.

    Masha normalmente não obedeceria às ordens da criança, mas não poderia deixar seu senhor ficar em perigo. Correndo o mais rápido que seu corpo humano poderia aguentar, ela sente outro estrondo no chão e continua avançando para o final do corredor à direita do segundo andar. Lá era a enfermaria.

    A mulher, vestindo um vestido purpura nada próprio para corridas, estava chegando perto da porta quando um terceiro estrondo ocorre. Ela para na frente da porta e sente uma aura na frente da porta, diferente dos residentes da casa. Ela sorri.

    De suas mãos saem, chamas púrpuras explodindo a porta e quem estivesse atrás dela.

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    Masha entrou no combate dentro do quarto, dando uma vantagem numérica.

    Kizimu que escutou a explosão, nem olhou para os lados, tentando cortar o padre a todo custo e um custo falho, que rindo, desviava de todos os golpes.

    Masha entrou na sala a passos solenes e olhou para toda o ambiente. Kim lutava contra Bento em um combate que nenhum dos combatentes poderiam desviar sua atenção um segundo. Um velho enorme no centro da sala era um contraste a pequena criança loira caída ao seu lado. Kizimu de forma desesperada tentava cortar um senhor de batina branca com um sorriso nojento.

    — Certo, hora de acabar com a brincadei-

    Pare e ajoelhasse.

    A fala seca da criança caída fez com que o corpo de Masha enrijecer-se de forma que surpreendeu a mesma. Seu corpo se obrigou a ficar ajoelhada.

    Pandora correu para tentar ajudar, mas o corpo de Masha não se movia de forma alguma, como se estivesse congelada no lugar.

    O rei andou na direção da nova combatente. Vendo isso, Pandora tentou ficar com raiva para usar chamas, mas o medo era a única coisa que tinha consigo.

    Kizimu percebeu o andar do Rei e tentou avançar nele. A ida até o rei pareceu paralizar, o seu sangue congelou e um frio na espinha correu pela sua vida. Não era apenas medo, era um prelúdio do fim. O estrondo veio em sua direção, e

    ★———★———★

    — ARGH!

    Aisha não aguentou usar mais uma vez seu arbítrio, ela conseguiu retirar Kizimu do ataque, mas logo em seguida foi atingida em cheio.

    Seu corpo foi levado pelo estrondo, a eclosão dizimou a área, dando um fim a vida.

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    Hora do chá

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    Yahalloi

    CaiqueDLF aqui! Novamente, sentiram saudades?
    Serei breve.
    Os “Cap’s” 12 – 15 foram os Cap’s do Capítulo 3: Confio em você.

    Agora, vamos entrar no Capítulo 4: Janelas quebradas.
    Era apenas um aviso breve, não se esqueçam de comentar o que achou do capítulo e dar estrelinha. Te vejo no próximo Cap, que sairá amanhã.

    Bye bye.
    Ass: CaiqueDLF

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