Capítulo 22: Acertos impossíveis.
O martelo acertou o infinito entre o jovem e Cassian.
— Me desculpa, você agora vai viver um pouco do meu inferno.
Paradoxo de Zeno.
Imagine que você precisa dar 1000 passos para chegar ao final de uma jornada. No entanto, ao chegar à metade do caminho, você percebe que, para chegar ao fim, precisará dar apenas metade dos passos restantes, ou seja, 500 passos. Quando chegar a essa nova metade, você terá que percorrer apenas metade dos passos restantes de novo, ou seja, 250 passos, e assim por diante.
Mas e se essa jornada, cada passo que você dá se torna metade do anterior, até que, em algum momento, o número de passos se divide infinitamente. E se quando você chegasse na metade do caminho, para chegar na outra metade, precisasse de mais 1000, e a metade da metade mais 1000, já que tudo diminui. Isso cria a ilusão de que, embora você avance a cada passo, nunca poderá chegar ao final, pois sempre restará metade da distância a percorrer. A jornada nunca se conclui, pois o caminho é infinitamente subdividido, e a meta parece sempre um pouco mais distante.
Esse é o paradoxo de Zeno: a cada passo, você chega mais perto do objetivo, mas nunca o alcança completamente.
E se sua vida fosse dividida pelo tempo infinito. De forma descontrolada, você acorda, e tem que dar o dobro da quantidade de passos, o dobro da quantidade de segundos, e vivesse a vida lentamente, sabendo que cada passo dado, o tempo dobra infinitamente.
Essa foi o começo da vida de Cassian. Ele, tinha apenas 20 anos de idade. Porém, viveu, já, 40 anos a mais que sua vida normal. Sua maldição era pior que qualquer coisa que poderia imaginar. Hoje em dia, tinha controle sobre sua maldição, porém viveu com tudo pela metade, da metade, da metade de tudo. O tempo passou tão lentamente que sentiu tédio de tudo.
O passar do dia era o dobro, triplo, quádruplo do infinito. E como sua maldição era descontrolada, o dia poderia ser normal ou o dobro do tempo, ou cinco vezes mais. Tudo dependia da maldição odiosa que tinha. Essa foi a vida de Cassian Thales.
— Conheça minha maldição. Sua arma não pode tocar em mim, enquanto eu dividir o tempo pela metade, então, seu martelo vai avançar, vai ter que passar pela metade da metade e o infinito é apenas o começo do avanço.
Controlando sua maldição, o martelo não chegou ao seu peito, descansou o suficiente, e movimentou sua lamina, o local onde o avanço cairia. Desativando sua maldição, a espada de Cassian atravessou o ombro do jovem.
Ele não reagiu com uma expressão. Apenas um avanço lunático retirou a espada da mão do velho e o martelo iria acertar sua cabeça. O infinito ativo novamente, nada passava. Naturalmente Cassian ficaria preso na própria maldição, mas conseguiu fazer o tempo do espaço na frente da sua cabeça ser dividido infinitamente por 4 e ele mesmo apenas por 2.
Cassian estava passando lentamente também, porém, já estava acostumado. O jovem apenas sentiu como se Cassian avançasse rápido, como ele mesmo. Uma luta de superação de velocidades.
O velho viu algo incrível. O avanço superou a velocidade e superou cada vez mais o infinito, mas nada pode atravessar o infinito. Ficando preso na metade, da metade, da distância infinita.
O garoto tentou várias vezes. Tentou atravessar o infinto, foi e voltou, sua velocidade era imensa, mas nada poderia fazer. Tentou acertar Cassian por todos os lados. A velocidade do jovem agora era algo se movendo lentamente, poderia ver seu avanço. Claro que estava vendo a vida passando em 0,125 e poderia ver mais. A infinidade era algo que Cassian estava cansado. Triste, andou lentamente.
Demorou 120 segundos para Cassian arrancar a cabeça do Jovem, que viu tudo em 1 segundo. Finalmente fez o jovem descansar em paz.
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Kuzimu, por favor, me ajude!
Sem resposta.
O corpo de Kim começava a definhar, dores incompreensíveis poderiam ser escutado pela carne apodrecendo e os gritos incessantes do garoto. A risada aguda do mestre das cartas traumatizava Kizimu.
Kuzimu, droga, eu sei que você não vai ganhar nada com isso. Mas por favor, salva ele. Eu te dou tudo, minha vida, meu futuro, tudo. Apenas me diga.
Não seria como um filme onde seu demônio interno queria sua alma. Sua alma humana não tinha valor para uma maldição tão misteriosa. Por que ele ajudava sempre?
— AAAARRRR. OOOGOOOFF. AFFFG. — Os grunhidos de Kim não ajudavam Kizimu a pensar.
— HIHIHIIHIHIHIHIHIHIHIHI. — A risada do Tarotian não o ajudava a pensar.
— Droga, o que eu vou fazer? — A falta de opções não ajudava Kizimu a pensar.
Kim caiu e começava a se contorcer. Espumando pela boca, sua maldição estava corroendo suas entranhas e sua vida estava estrangulando com a falta de vida. Sua carne estava apodrecendo e a dor era algo desumano. Era a maldição da peste.
— Kuzimu por favor. Sempre que eu dizia seu nome, eu trocava. Então troca, troca, por favor ajude ele. — Kizimu tremia suas pernas, não queria ver seu amigo morrer e nada poderia fazer. Aisha teve sua vida selada. Não sabia onde estavam seus amigos e Kim estava morrendo.
Morrendo, morrendo, morrendo. Por que Kuzimu ajudava ele antes? O que Kizimu precisava fazer para ter seu amigo ajudado. Pensa. Kuzimu sempre ajudou ele com informações. Todas as informações que afetavam Kizimu, talvez eram informações que poderiam afetar Kuzimu.
Ele nunca informou coisas que não afetava a outra alma. Kim não afetaria sua alma, não se importaria com isso. Mas, ele ajudou com Pandora, o ajudou a destrancar as correntes da garota. O que foi que ele pensou na hora do desespero?
Altruísmo? Ajuda? Demônios? Minne?
Minne não é? Você se importa com ela? Sabe muito bem que Minne se importa com os residentes. E se eles morrerem hein? O que me diz? Ela vai chorar não vai? Responde Kuzimu, não quer fazer MINNE CHORAR, QUER?
“…”
Ãn?
Um corte na linha do tempo.
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Kim estava do lado de Kizimu. Vivo, acordado e sem entender o que aconteceu. Sem ferimentos, sem apodrecer.
— E-eu?
O que aconteceu? Apenas o garoto ao seu lado em um piscar de olhos apareceu do seu lado. O que Kuzimu fez? Tarotian estava tão confuso quanto eles.
— O que você fez? Não, nem você parece saber o que fez. Então. — O eremita foi usada novamente e uma reação inesperada por Tarotian. — Que-Que? Nem fodendo. HIHIHIHIHIIHIHIHIHIHIHIHIHIH. VOCÊ. Meu mestre precisa de você! Espera. Não. Se ele souber sobre você. Kuzimu é o escolhido.
Kizimu não entendeu nada, apenas ficou confuso, mas aliviado. Kim, mesmo estando bem, estava inexpressivo, abrindo e fechando a mão, sem falar uma palavra.
— Garoto. Você. Você. Ela. Caramba, todos naquela casa são Bispos que precisamos. Eu. Eu. Você é superior ao próprio eremita. Eu diria que você é o próprio Mago. Mas Kuzimu St-
— Cala boca. Eu não quero saber. Você fez Kim sofrer, eu vou acabar com você! – Vociferou o garoto de cabelos pretos.
Kizimu correu na direção do seu novo maior inimigo, estava entrando em um colapso de tantos sentimentos negativos que corriam em si. E então. Uma carta de uma mulher jogando água de um jarro a outro.
— Garoto, não deveria sentir ódio ou raiva. Controle suas emoções ou A temperança vai.
Raiva, arrependimento, rancor, vergonha, aversão, frustração, desprezo, fúria, indignação, repulsa, tristeza, desespero, ódio, inveja, exasperação, rejeição, mágoa, solidão, antipatia, hostilidade, animosidade, cólera, ciúmes, desgosto, desgosto, rancor, desprezo, animosidade, frustração, ressentimento, condescendência, desconfiança, ira, rejeição, menosprezo, fúria, desprezo, exasperação, repugnância, dor emocional, ódio, irritação, ressentimento, rancor, desagrado, desvalor, medo, vingança, desgosto, desprezo, desgosto, raiva.
A cabeça de Kizimu doía, nada poderia se comparar a ter sua vida violada por sentimentos negativos pesando em seu coração. Seu coração foi esmagado por uma culpa louca sem vida e um suor frio passou pela sua vida. A morte daquele a sua frente seria a única coisa que poderia controlar seus desejos intensos.
Uma sequência infinita de ataques loucos e sem pensar foram feitos por kizimu. Nenhum acertou Tarotian. O mesmo conseguiu chutar e acertar diversos ataques no garoto. Kim, vendo isso, avançou na direção, mas não pode tentar ajudar. Kizimu não ouvia a voz do amigo. Os seus sentimentos estavam fora de cogitação e sua mente só poderia pensar em tirar a vida vil.
“Idiota. Sem minha influência nunca vai vencer. Não percebe que está me evitando, focando apenas no sentimento prazeroso da negatividade. Vou te tornar apático nesse momento. Foque em acertar um único ataque e seus sentimentos voltarão.”
— Kizimu, me escute. Não adianta tentar atacar sem pensar, não vai mudar nada.
— Kim? Droga, eu não.
A falta de emoções deixou Kizimu cansado. Sua mente ficou confusa no porquê fazia tudo isso. Ele tinha um motivo muito importante? Mas não conseguia se lembrar. Kim avançou no Tarotian que esquivou de cada ataque com qualidade. Kizimu não lembrou, independente disso. Deveria obedecer Kuzimu. Acertar um único golpe.
Avançou para acertar Tarotian, esquivando dos ataques de Kim, que tentava matar o homem com tudo que tinha, prevendo onde mestre de cartas estaria na próxima esquiva. Avançou seu punhal. O homem esquivou.
Mesmo prevendo onde estaria, Tarotian sabia como cada um dos combates lutava. Então, esquivava de cada ataque que ambos faziam. Kizimu pensou em um plano. Kim avançou e o garoto pensou em algo. Não poderia pedir para Kim seguir um plano, então, se aproveitou da qualidade do próprio amigo.
Na sequência de esquivas que Tarotian fez, Kizimu jogou o punhal para um dos locais que o mestre de cartas poderia esquivar. Fazendo o mesmo esquivar para o lado oposto. Kizimu avançou no único lugar que ele poderia esquivar e conseguiu segurar o corpo do homem. Que nada fez.
— O que vai fazer? Me dar um soco?
Kizimu deu um tapa no mesmo e deixou a mão no seu rosto.
— HIHIHIHIHII, vai me dar um tap-AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH.
Mais de 4000 Jaules de energia foi usada no tapa. A mão prendeu no rosto do homem que não previu, os olhos sem pupilas do homem morto giraram. O rosto pálido ficou com linhas roxas repulsivas e a dor irreal foi vista por Kim e Kizimu. O garoto extremante cansado recuou. Usou uma quantidade de energia equivalente setenta porcento de sua energia corporal. Ficando muito cansado.
Mas percebeu algo novo, seus sentimentos voltaram, assim como previu,
— Quando? Como? Você acordou ontem? Você aprendeu esse ritual agora? Kuzimu acabou de te ensinar? Ou? Espera! Sim! Quando você conversou com Masha, aquele momento, eu não pude ver, eu não consegui entender suas vozes que estavam aceleradas. Aquela mulher desprezível deve ter te ensinado um ritual.
Tarotian estava em pé, um olho fechado e a milhões de linhas roxas estava passando pelo rosto e indo para o pescoço. A reação do corpo humano ao choque desse nível era incrível, mas, um corpo humano não seria morto tão facilmente.
— Eu queria brincar com vocês, mas não vão deixar eu me divertir. Eu vou-
Kim tentou matar ele, impedindo-o de falar, o garoto loiro não acertou, mas percebeu que foi muito próximo. Ele estava com a reação lenta. Um olho estava fechado, estava enfraquecido. Kim não deixaria essa possibilidade para trás.
— O que você vai fazer hein? Nada pode fazer garoto da peste. Peste dos campos. Aquele que matou milhares de crianças. Seu ridículo. Lixo. Morre.
Uma carta de um anjo com um trompete gerou uma espada longa. Tarotian pegou a espada e avançou em Kim. Uma troca bem feita de golpes foi feito. Kim estava na vantagem, porque o homem estava com uma dor absurda. Kim conseguiu desarmar o homem e um avanço vil na garganta traria a vitória.
Uma carta com uma mulher com escudo gerou o mesmo escudo da imagem na frente dele. A espada de Tarotian desapareceu. O corte de Kim não conseguiu atravessar o escudo grande, que, segurado por Tarotian, usou para tentar acertar um golpe contundente em Kim.
Kizimu perfurou o homem por trás com seu punhal. Acertou as costas e antes que o homem reagisse, Kizimu rasgou seu corpo, puxando a lâmina para o lado. Irritado e dolorido, sentiu sua carne sendo rasgada, não pode devolver o golpe, porque teve que usar o escudo para defender-se de Kim.
Um brilho dourado fez o homem ficar a uma distância segura da dupla.
— Arf, Arf, Arf, Vocês são bem chatos hein. Certo. Certo. Certo. O julgamento e a Imperatriz foram usadas. Então que tal…
Uma nova carta apareceu. Era um homem em cima de uma carruagem e essa carta avançou em uma velocidade impossível para a espada de Kim. Ele tentou defender e a espada de Kim foi cortada. A carta cortou a orelha do garoto loiro, um corte de raspão, mas arrancou um pedaço.
— Droga, eu to sem visão direito, errei, mas o próximo não irei errar.
“Avise ao seu amigo que ele pode usar a maldição. Não irá afetar ele.”
— Kim, não pergunte e use a maldição.
— Mas?
— Use.
O garoto, com uma espada quebrada pela metade, respirou fundo e soltou.
— Serio isso. — Tarotian riu enquanto usava a lua novamente, para refletir a maldição. — ter que trocar o carro pela lua me incomoda, mas se quer morrer dessa forma. Quem sou eu para jugar.
Kim avançou com sua maldição ativa e nada aconteceu. Tarotian desacreditado ativou a Sacerdotisa novamente, criando um escudo e protegendo sua vida. A carne começou a corroer e mestre das cartas não aguentou.
— AAAh, não, que droga. — Ele visualizou mentalmente uma de suas cartas, a sacerdotisa, desativando-a e dando espaço para poder usar uma nova. — Sabe, normalmente eu posso usar duas cartas diferentes por vez. Mas nunca precisei usar as duas, então deixava a sacerdotisa ativa. Agora você vai ver o que sou capaz de fazer garoto da peste.
A lua ativou novamente, enquanto a imperatriz estava ativa. Primeiramente jogou Kim para longe, arremessando-o com uma força invisível. Depois usou para refletir a maldição.
O escudo foi desativado e ele gerou uma carta nova.
— Sabe por que eu amo tanto esse baralho. Veja a torre.
Era como dito, a carta continha uma torre com humanos seus corpos presos nela. O corpo de Tarotian começou a regenerar. As linhas roxas dele estavam desaparecendo. A pele pútrido desapareceu. Regenerou todos os ferimentos.
Tarotian se mantinha ofegante, porém não tinha mais nenhum machucado no corpo.
— Vocês vêm? Estão vendo? Conseguem ver? Não tem como me matar. Nunca poderão me matar. Não com essa vantagem. Agora vamos brincar mais.
Duas cartas voaram. O Sol e o mundo.
O sol de supetão puxou Kizimu para diante da carta, e quando o garoto tentou se desvencilhar, a carta de mundo grudou em sua cabeça.
Como se fosse uma marionete com as cordas que o controla cortadas, o corpo de Kizimu caiu, ainda preso na carta Sol, essa mesma carta, que puxou ele, desapareceu e apenas a carta Mundo ficou na sua cabeça.
Kim ficou irado, o corpo do seu amigo caindo como se morto deu um desespero horrível.
— O QUE VOCÊ FEZ!?
Avançou com muita qualidade e uma nova carta voou ao ar. A carta do imperador.
22 pessoas armadas apareceram e cercaram Kim. Cada segundo que se passava, o desespero aumentava.
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Kuzimu abriu seus olhos.
— Eu não conheço esse teto.
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