Capítulo 23.4: Um mundo de ilusões
Kim cuspiu sangue, não conseguiu esquivar nem da ponta da besta ou da lâmina do alabarde. Irritado, daria tudo que tem. Ficar tentando se esquivar de tudo seria problemático, então, como devolvendo o ataque do alabarde, arrancou as mãos que seguravam a arma. A Kusarigami passou pela sua cabeça e ele pegou a lâmina com a mão, desarmando o homem sem cabeça.
A tesoura gigante veio por cima, desviou a lâmina para que a mulher segurando a arma caísse no local que estava antes, assim recebeu uma flechada na cabeça.
Tarotian terminando seu chá. Começou a armar um colchão no chão e deitou-se.
Kim irritado vendo essa cena. Pulou e desarmou o punhal de lâmina dupla de uma das pessoas e jogou no homem, uma ponta de besta atacou a lâmina no ar.
O garoto loiro estalou a língua e avançou com tudo para cima da mulher da besta. Uma flecha tentou lhe acertar e ele esquivou. Um avanço direto parou quando dois cotocos tentaram lhe dar pancadas. Era o homem do alabarde e do grande machado. Kim, irritado, passou por debaixo de suas pernas e com uma maestria de dar inveja, cortou as pernas de ambos. Com um corte em cada lado.
Mesmo com a lâmina de sua espada quebrada, Kim usou sua habilidade para cortar a carne podre.
O barulho da queda foi claro, e o cansaço veio de supetão. Mesmo cansado, esquivou-se de um ataque imprevisível. Conseguiu entender que os ataques sempre viriam, então, mesmo meio cego, pulou para o lado, esquivando-se da flecha.
Um avanço direto arrancou a cabeça da mulher que usava besta, e uma flecha na direção de Kim, errou e acertou a cabeça da mulher no ar.
Kim, mais uma vez cansado, foi segurado por um corpo feminino atlético, ela era morena e usava socos ingleses. No momento que iria chutar suas costas, uma lâmina de lança veio para lhe dar dor de cabeça.
Chutando a lâmina para cima, conseguiu desviar a parada da lâmina e ao descer, chutou a arma e acertou a cabeça do homem. Mesmo assim não parou.
Tarotian dormia tranquilamente e isso deixava Kim super irritado, mesmo que se passou apenas 3 minutos que Kizimu foi para o mundo dos sonhos, não queria seu amigo em um mundo de ilusões. E se nunca acordasse? E se ele falhasse ali? Se Tarotian resolver levar o garoto com ele, e deixar Kim ali. Desde que Kizimu acordou, não conseguiu o proteger uma vez sequer seu senhor.
As pessoas que ele enfrentava eram muito fracas, não eram pessoas com inteligência de combate. Eram pessoas com armas e uma quantidade ridícula. Então, como poderia vencer um embate desse jeito? Deveria dar um jeito. Esse era a prova que era um cavaleiro.
A mão com soco-inglês tentava sufocar ele, só que Kim não iria ser derrotado, não ali. Usando uma força desconhecida dentro de si, se libertou da mulher. Com uma sequência de ataques, arrancou as pernas e braços. A mulher que estava em sua frente, teve sua cabeça arrancada.
Kim olhou para o mestre das cartas, avançou nele, deveria acertar um golpe. Assim tudo acabaria…
Uma flecha acertou seu flanco esquerdo. Uma dor aguda gritou em si.
Sangue saia do ombro direito, e sua camisa rasgada mostrava um grande corte no centro do peito. Agora com uma flecha no seu flanco esquerdo, apenas poderia cair de dor.
Kim se ajoelha, com 6 pessoas indo em sua direção.
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Kuzimu saiu do quarto de Amelaaniwa e foi até a cozinha, procurando Pandora. Lá encontrou Cassian.
— Oi, você está aqui.
— Oh, meu senhor, vejo que está cansado, quer tomar um chá?
— Muito obrigado.
Kuzimu pega o chá da mão de Cassian. Ele estava mexendo uma panela com cozidos.
— O que está cozinhando?
— Quem está cozinhando é Pandora, ela foi ao banheiro e pediu para eu mexer um pouco. Agora eu estava limpando o quarto andar.
— Entendi…
Pensando um pouco, algo estava estranho, por que não tinha memórias de ir até o quarto andar? Ele sempre viveu ali, desde pequeno, então… se estressar com esses detalhes eram idiotices, deveria aproveitar o dia, estava um dia agradável, deveria focar nisso.
— Cassian, agora que lembrei. Qual era o nome do seu irmão mesmo?
— Meu irmão? Oh, sim, você não o conhece ainda… eu posso… posso pedir desculpas?
— Desculpas?
Por que ele iria se desculpar?
— Eu não quero falar o nome dele. Desculpa mesmo.
— Claro, eu não quero me intrometer na sua família.
— Me sinto um tolo por não cumprir uma ordem sua. Mesmo que eu sirva a casa Kuokoa, quero servir o senhor também, como meu senhor.
Kuokoa… Kuzimu Kuokoa… esse nome… não era familiar. Pandora voltou para a cozinha.
— Vejo que voltou, senhorita.
— Sim, senhor chefe, muito obrigada.
— Eu vou voltar para minhas tarefas, peço que cuide do nosso senhor.
— Oh, sim.
Pandora se curvou para Cassian, e o mesmo se curvou em sequência ao Kuzimu, que sem graça, apenas assentiu.
Cassian saiu da sala e Pandora olhou para ele com um olhar brincalhão.
— Olha, não é que ele veio mesmo me ver?
— Você que pediu, não foi?
— Você é muito atarefado, não queria te atrapalhar. Acho que me deixei levar pelo momento.
Ele passou o dia com Kim, Esme, Masha, Amelaaniwa, e passou um pouco de tempo com Cassian, agora deveria passar um tempo com Pandora. Para assim poder passar um tempo com sua amiga Aisha.
— Posso te ajudar?
— Bem… — ela desligou o fogo. — Podemos cortar batatas. Acho que isso você deve saber fazer? — debochou.
— Eii. — Kuzimu ficou envergonhado, ele não era bom em nada e não tinha nenhuma habilidade. Ela provocou ele em um ponto que doia. — Eu consigo… eu acho
Ela riu.
— Você acha? Muito bom. Certo, pega.
A garota jogou uma faca longa para Kuzimu, era estranhamente familiar, porém não conseguiu saber onde viu aquela faca longa de cabo de madeira escura.
Ambos começaram a cortar as batatas. Kuzimu com uma velocidade lenta e Pandora um pouco melhor.
Em comparação a Esme e Cassian, a garota com longos cabelos pretos e pontas azuis era lenta, ficava feliz em estar com alguém menos experiente que ela.
— Pandora, você acha que eu sou um bom senhor?
— Por que está perguntando isso?
— Eu não sei dizer, mas… desde que acordei fiquei encucado com isso, por algum motivo acordei achando que não era um bom senhor, que eu não fiz o suficiente para vocês.
— Eii, para!
Pandora deu um grito estridente, e olhou para ele com uma certa raiva.
— Você não se acha um bom líder? Você cuidou e permitiu que todos nós vivêssemos na sua casa. Permitiu que ganhemos um lar. E você acha que não é um bom senhor? E eu sou o quê? Uma falha como empregada? Eu não sou boa na cozinha, na limpeza ou em arrumar. Eu sou inferior a Esme em tudo e mesmo assim, eu sigo tentando. Não fique se achando ruim. Apenas… pense em como ser melhor. Apenas isso. Ai! — Em meios as suas lagrimas de raiva, ela que não parou de cortar a batata, fazendo com raiva e velocidade, acabou cortando o dedo.
Kuzimu correu para perto da garota, vendo o sangue em sua mão, a sua primeira reação seria procurar um pano ou guardanapo, porem, ficou com raiva. Pequenos flashes de Pandora muito ferida ocorreu em sua mente e um sino ecoou com um aumento absurdo.
A dor de cabeça não parava e Pandora nem notou, focando em resolver o dedo ensanguentado.
— Não se preocupe, não foi nada de mais, foi um cortezinho, passou… Olha, eu me deixei levar, apenas eu não gosto de pessoas que ficavam falando sobre ser fraco, ao invés de resolver os problemas.
— Certo, eu, preciso de um ar, desculpa. Queria te ajudar mais, mas fiquei com dor de cabeça.
— Ah, tudo bem, você teve um dia muito cansativo… desculpa mesmo.
— Não se preocupa.
Kuzimu, ainda se recuperando da dor de cabeça, andou lentamente até fora da cozinha, passando pelos portões duplos menores. Antes dele sair, Pandora disse uma última coisa.
— Por favor, vamos cortar batatas outro dia.
— Eh… Certo, com certeza.
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