Índice de Capítulo

    Eu não conheço esse teto…

    Kizimu não conhecia o teto acima de sua cabeça, ou melhor, conhecia, se lembrou do teto que estava na última vez.

    — Você finalmente acordou, Kizimu.

    Lá ouviu, um conforto aparente flutuou sobre seu corpo, onde, apenas com algumas palavras, uma avalanche de sentimentos ocorreu. Tentou se virar e não conseguiu, seu corpo, que estranhamente não sentia nenhuma dor ou desconforto, não conseguia se mover nem mesmo um centímetro.

    — O que aconteceu?

    Sua cabeça foi elevada e colocada sob uma superfície muito confortável, percebeu onde estava quando abriu seus olhos de novo.

    Olhando para cima, viu Aisha, o que significa que ele só poderia estar em um lugar.

    — Não se por que, mas isso me parece errado.

    — Não está confortável?

    — Muito pelo contrário, eu estou ótimo.

    — Que bom, eu vi isso em vários animes e queria testar.

    Animes, isso é algo que apenas viu sair da boca dela, no mundo das ilusões, por que fora desse mundo, ela falava das animações japonesas?

    Kizimu descansou enquanto estava com sua cabeça, mas pernas da de sua agora, considerada irmã mais nova. Sua cabeça girava e um cansaço corria pelo seu corpo paralisado.

    — Aisha, o que aconteceu?

    — Eu sou a pior pessoa para se perguntar isso, eu pelo visto estive selada desde a luta na enfermaria.

    Lembrando-se disso, como um flash, diversas memórias voltaram a si, se lembrando do grande embate que teve.

    — Espera… eu morri?

    — Eu sei que sou linda como um anjo, mas não.

    — Como?

    A dor que sentia antes de desmaiar não era uma dor comum, ele estava fisicamente destruído em todos os sentidos possíveis.

    — Garoto, sua sorte, foi que eu te salvei minutos antes de você morrer.

    — Masha?

    Escutou a voz de sua pesquisadora, não conseguia mover seu corpo, mas com certeza, a voz era dela, inconfundível.

    — Me salvou?

    — Quando eu acordei, vi o Pandora desmaiada ao meu lado. Eu procurei você com meu ritual e achei você enfrentando alguém de forma sobre-humana. Eu estava muito fraca, mas, me movi o mais rápido que pude.

    Uma terceira voz apareceu. — O mais rápido que pode? A senhorita estava se arrastando, se eu não a ajudasse se mover, não chegaríamos a tempo.

    A voz masculina era de Kim, seu cavaleiro, isso reconfortou o coração de Kizimu. Aisha foi salva, Kim foi salvo… e…

    — Onde está, Cassian?

    — Tanto você quanto ele, estão em um estado de vida paralisada, na verdade… garoto, como você está consciente?

    — Eu sinceramente não sei.

    Sua cabeça doía enquanto fazia esforço para lembrar das batalhas que teve, lutou com tudo que tinha até seus ossos rangerem, e lembrou de sua maior conquista.

    — Cadê pandora?

    — A lunática está na cozinha, está deitada descansando.

    — Lunática?

    Lembrou-se que Masha tinha um problema em chamar as pessoas pelo nome. A primeira vez que viu ela, o garoto teve sua alma roubada, o que já fez o mesmo ficar apreensivo diante dela, a mesma tinha diversos corpos mortos preso a compartimentos que ele via sair um miasma assustador.

    Apesar dos pesares, Masha o ajudou com esse problema, devia muito a ela.

    — Ela está bem?

    — Não sei dizer, desde que sai de lá não voltei mais.

    — Poderia fingir que se importa com ela?

    Masha pensou um pouco, a garota salvou sua vida, e se não fosse pela garota de longos cabelos pretos e pontas azuis, ela estaria morta. Mesmo que não fosse verdade.

    — Acho que eu vou estudar a maldição da lunática, talvez ela seja mais interessante que eu imagino.

    — Vai se surpreender como ela é forte.

    Aisha deu um peteleco em seu nariz.

    — Ai! O que foi?

    — Nada. Hunf.

    Kizimu riu levemente, sem entender o que incomodou sua amiga e fechou os olhos, ele estava com muita dor de cabeça, ou melhor, era um desconforto aparente, sem dor, de repente sentiu seu cabelo ser acariciado, sentindo esse conforto, voltou seu olhar para o sorriso acima.

    Era tão belo, era tão reconfortante, era tão calmo. Seu coração ficou feliz em ver sua felicidade genuína.

    — Eu consegui.

    — Conhecendo meu irmãozão, eu acredito que ficou desesperado para me salvar. — Aisha estava sorrindo, mas algo pareceu errado, poderia ser as lagrimas que caiam no seu rosto.

    — Me desculpa. Eu fui fraca e agora você está assim… você acordou ontem, poxa, desculpa mesmo.

    — Não se preocupe, eu te salvei para ver você sorrir, não quero ver você chorando.

    A garota abraçou o corpo de Kizimu, ele não sentia dor, ele não sentia nada, e mesmo sem sentir nada logico, ele sentiu uma calma.

    A última vez que se lembra, Kizimu abraçou ela e agora, ela estava abraçando ele. Kizimu conseguiu salvar Aisha, e cumpriu sua promessa que fez no mundo das ilusões. Essa é a maior recompensa que poderia ter, esse foi a recompensa da sua difícil batalha. Conseguiu isso com seu batalhão.

    Esse sorriso foi a conquista da sua guerra.

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    — Eu estou cansado.

    — Pode dormir, eu comando por enquanto. Masha busque Pandora para podermos voltar.

    Kizimu ouviu Masha rir, e não sabe dizer se a mulher cumpriu a ordem ou não, apenas fechou seus olhos e não demorou nada até que apagasse.

    Eu conheço esse teto.

    Abriu seus olhos novamente, aquele teto branco era o da enfermaria.

    — Olha quem acordou. Senhor ‘Não se preocupe, voltaremos com quase nenhum ferimento.’ Foi isso que me disse, não foi.

    Uma voz que não era infantil, mas também não era adulta o chamou atenção.

    — Althea?

    — Isso mesmo, está feliz em ouvir minha voz?

    — Na verdade, estou, estava preocupado em você ficar em coma por receber nossas feridas.

    Seu corpo estava pesado, não por dor e sim, pelo porte que estava em suas cobertas, em cima dele.

    — Ela dormiu com você nesses últimos 3 dias.

    — 3 dias? Que dia é hoje?

    — Domingo, hihi. Não se cansou do seu coma não? Foi dormir mais 3 dias. Eu diria que você preocupou todo mundo.

    Ele acariciou os cabelos daquela que dormia sob ele. Os grandes cabelos lindos e pretos dela traziam um conforto em seu coração. Aos poucos, com seu corpo se movendo, ela abriu seus olhos, onde lentamente acordou.

    — Você finalmente acordou, Aisha.

    A garota se levantou em um pulo, se jogando nos braços de seu amigo — ou melhor, seu agora considerado irmão.

    — Irmãozão, você acordou.

    — Sim, desculpa a preocupação.

    — Droga, não faz isso de novo. Eu fiquei preocupada.

    Ficou em coma por muito tempo, não sabe dizer ao certo quando, já que suas memórias estava turvas, mas sabe que ficou em coma por muito, muito tempo.

    — Como pedidos de desculpas, eu vou assistir anime com você.

    Os olhos da garota brilharam com os dizeres de seu amigo.

    — Serio?!

    — Sim, sim, podemos ver aquele, Png boll.

    — Ah, esse eu já vi, mas, espera! Como você sabe esse anime?

    Aisha usava seus braços comicamente e moldando sua voz, ela brincou mesmo falando serio.

    — É uma longa história, mas não tem problema, veremos outro então. — Com um grande sorriso no rosto, Kizimu tocou no nariz dela a surpreendendo, ela com uma surpresa grandiosa, se jogou para trás e deu risada.

    — Que legal, que legal, que legal. Eu sempre quis alguém que gostasse de animes para ver comigo. Isso vai ser muito divertido. Vamos passar o dia todo assistindo.

    — Claro, claro, mas antes, eu quero passar um pouco de tempo com todos

    Althea pigarreou, Kizimu lembrou que a garota estava lá também.

    — Antes de pensar que vai sair andando pela casa, eu vou fazer um check-up em você.

    — Achei que você não fosse uma enfermeira.

    — E não sou, mas, Lins me ensinou o básico.

    Mas o mesmo disse que não se encaixava como medico, por que ele sabia o básico de medicina sem ser medico? Um abraço veio interrompendo seus pensamentos.

    — Eu posso ficar com ele no check-up?

    — Não, eu quero silêncio, não vou ficar aqui com vocês flertando. Pode ir tomar banho, se arrumar e fazendo suas coisas. Já, já vai ter ele só para você.

    — Aaaaa, que saco.

    Aisha pulou para fora da cama, e aceitou, ela se despediu com outro abraço e um beijo na testa dele.

    — Até mais tarde, irmãozão.

    — Até. — Kizimu riu com a animação da garota.

    Aisha com sua animação de praxe saiu do quarto, e Althea pegou uma prancheta e andou até o garoto.

    — E então, como se sente fisicamente?

    — Acho que bem, meu corpo não sente dor nenhuma. — Percebendo esse fato curioso, ele se assustou. E quase pulando na garota que estava próxima, segurando seu braço, o garoto perguntou preocupado. — Althea, como…? Os ferimentos de todos eram brutais, como?

    — Bem… eu realmente tive um problema com os seus ferimentos, já que você parecia que tinha sido atropelado por um trem. Eu tive que retirar suas feridas aos poucos, e intercalando com descanso.

    Kizimu ficou curioso, lembrava da dor de seus ferimentos, lembrava o quão ferido estava Masha, Kim, Pandora e Masha, isso assustou muito o garoto. O quão poderoso era a regeneração física de Althea? Qual era o limite da garota? E então, sentiu algo estranho.

    — Mostre-me seu corpo.

    — Hã? Ficou louco?

    — Eu não acredito em você.

    Althea ficou incomodada, porém, ela soltou o ar e levantou sua camisa, diversas ataduras cobriam completamente sua barriga, os braços, as pernas, os ombros e tudo completamente. Kizimu se sentiu desolado pelos ferimentos de sua residente.

    — Me… desculpa.

    — Não se desculpe, eu tenho uma ótima regeneração, mas não é magica, demorei para curar todos vocês.

    Kizimu olhava para o lado com tristeza a sua própria fraqueza, se esforçou tanto, e feriu mais uma de sua residência. Ser forte não era continuar sobre o impossível, mas não se ferir quase nenhum pouco.

    Ficar são diante a sua fraqueza para não preocupar os outros era algo que ele queria fazer, mas diante a sua própria falha, ele não conseguiu se manter calmo.

    — Não adianta remoer o passado, apenas seja mais forte no futuro.

    — …

    Althea percebeu que o garoto continuava com seu rosto nublado, então ela segurou ele pelas bochechas e puxou seu rosto próximo ao seu.

    — Olha aqui, mestre kizimu, todos nessa casa tem sua função. Eu não sou uma combatente, então tudo que posso fazer é absorver suas dores. Masha até me ajuda com os meus machucados, não precisa se preocupar, mesmo. Apenas, foque em ser mais forte.

    — Você… tem razão, eu acho.

    Althea soltou o rosto do garoto e de instinto, o garoto olhou para baixo. Um peteleco em sua cabeça fez o mesmo voltar a si.

    — Que chatice, por quanto tempo vai ficar triste comigo, foque no futuro. Caramba, pensamentos negativos apenas assolam a gente, é só ficar feliz poxa.

    É só ficar feliz? 

    De repente, uma explosão de sentimentos negativos explodiu em si. A última vez que sentiu algo assim, foi com… A temperança. 

    A carta que trazia a fazia os seus sentimentos mais intensos se aflorarem estava agindo no garoto, e então percebeu. Desde o momento que a carta o atingiu pela primeira vez, todos os seus sentimentos estavam sempre aflorando no máximo que sentia.

    Suspirou.

    — Você tem razão, não posso ficar triste para sempre, ou eu nunca vou melhorar. Termina o check-up, eu quero ver minhas conquistas como o senhor da casa.

    Althea soltou um sorriso animado e começou sua análise.

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    Hora do chá

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    Yahalloi

    CaiqueDLF aqui!

    Estamos finalmente na reta final, e daqui a pouco lançamos o capítulo final, vamos finalmente acabar com o arco 1 da história, vamos finalmente acabar com o que é dito como o começo, o início, e temos finalmente o que é dito, o avançar da história.

    Próximo “Cap” será Capitulo final: A recompensa de sua determinação. Que será apenas o capítulo 40, finalizando o nosso querido Arco 1: Lenda Viva, Espero vocês mais tarde. Bye bye.

    Ass: CaiqueDLF

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