Índice de Capítulo

    — Jovem Kizimu, fico feliz em encontrá-lo.

    — Curupira, quanto tempo.

    Na verdade, não tinha tanto tempo assim, viu ele tinha 4 dias, ainda mais na percepção de Kizimu que passou 3 desses dias dormindo. Pandora, com seus cabelos em chamas vermelhas, assim assentiu.

    — Realmente, fico feliz que Pandora cumpriu sua promessa. Ela me permitiu ficar na posse do corpo principalmente pela noite e nos momentos de emergências, então, conseguimos proteger diversas terras e florestas de humanos tolos.

    — Fico feliz, e como está o desenvolvimento do controle dela? Os treinos estão dando resultados?

    — Sim, ela está treinando o controle das três habilidades ao mesmo tempo. Principalmente o foco. Quando ela perde o foco, Pandora para de ficar translúcida e isso é a maior fraqueza dela.

    A garota de longos cabelos pretos com pontas azuis passou a treinar sua maldição, com o desejo de ajudar Kizimu. Agora sabendo que é uma combatente, a garota passou a treinar junto de Curupira para que se ocorresse qualquer problema, Pandora, a empregada pessoal de Kizimu esteja pronta para protegê-lo.

    — Eu fico muito honrado pela ajuda que deu para a gente. Nossa liberdade está sendo muito bem aproveitada.

    Curupira, no corpo de Pandora, se curvou de forma formal masculina, o que era engraçado vendo-a com roupas usuais de empregadas.

    — Eu fico feliz, pode me pedir qualquer coisa que farei o possível para ajudar.

    — Espera, Jovem, outro eu gostaria de falar com você. Irei trocar.

    De repente os cabelos pararam de pegar fogo e a pele pálida escureceu.

    — Tio, tio, tio!

    — Pivete!

    Pandora — Saci, pulou nos braços de Kizimu, o abraçando com toda força que tinha, animado e pressionando o corpo feminino nele, porém Kizimu só conseguiu prestar atenção na maldição alegre, rindo em conjunto.

    — Vamos brincar, vamos? Vamos? Vamos?

    — Claro, do que você quer brincar?

    O saci abraçava Kizimu pressionando os montículos de Pandora nele, porém, o mesmo infantil, diante a outra tendência infantil, não se ativeram ao momento. E no instante seguinte o corpo de Pandora atravessou Kizimu.

    — Loira?

    — SACI! Cuidado com nosso corpo! Eu e Pandora estamos muito envergonhadas! Por quê?! O nosso corpo é sensível, não esfrega nossas partes íntimas nele! Partes íntimas? Apenas não fica esfregando nosso peito no corpo masculino dele. O problema é esse, tá bom, tá bom, tá bom, mas me deixa no controle, quero me divertir. Tudo bem, mas cuidado.

    Kizimu viu uma troca de personalidade e tonalidades de vozes mais aterrorizantes do que quando Aisha fazia. Kizimu ficou perdido, mas compreendeu a conversa, mesmo que não entendeu a parte das envergonhadas… talvez Aisha entendesse, perguntaria depois para ela.

    — Tio, tá com você.

    O Saci tocou no ombro de Kizimu e em instantes um vendaval se formou nos seus pés, sorrindo de ponta a ponta com um sorriso amarelo, o Saci, correu pelos Jardins da grande casa Kuokoa. 

    A corrida foi injusta, mas, ao mesmo tempo, divertida. Pandora – Saci – desaparecia e reaparecia, o garoto com pele negra era sapeca e adorava gravar peças, armadilhas e brincadeiras que só divertiam a maldição.

    Correr de um lado para o outro era cansativo, mas Kizimu não se irritou, estava rindo tal como uma criança, se divertindo de uma forma que nunca lembrou se divertir. Claro, ele não tinha memorias. De repente achou fios pretos voando atrás de uma pedra. Segurando o riso, Kizimu deu um pulo.

    — UHAUHAUHA. Não. Não. Não. Você não me achou. Não, não, não. Ah, já sei!.

    Kizimu estava segurando o corpo fino enegrecido de Pandora pelos dois braços que estavam se contorcendo, até que de repente o rosto que se tornou pálida corou.

    — Moleque, poderia me soltar, por favor.

    Moleque? Ah, Loira?

    — Pode me chamar de outra forma, por favor, eu tenho nome.

    Kizimu soltou o corpo da garota enquanto ficou encucado.

    Nome? Mas ela era uma maldição…

    Ah verdade.

    Ele leu as histórias de lendas urbanas com seus pais. Era uma das memórias que recuperou no enforcado — Seus pais. Aquela que o salvou. E aquela que foi salva — Com exceção dos pais, ele não lembra do rosto das outras garotas, mas lembra do calor.

    O nome da Loira do banheiro, de acordo com a lenda, era…

    — Maria Augusta.

    — Isso mesmo.

    Pandora, com sua pele branca e cabelos loiros, feliz assim disse. A loira do banheiro pareceu feliz e uma alegria preencheu o coração de Kizimu, os sorrisos no rosto de Pandora sempre eram diferentes. Um sorriso de respeito, Um sorriso infantil e um sorriso… que sorriso era esse? Ela estava olhando para baixo e mexendo nos cabelos loiros, não conseguiu interpretar qual era o sorriso que estava em sua face, mas ainda assim, estava feliz.

    — O que aconteceu com o Saci.

    — Bem, aquele garoto pensou que não seria pego se você tivesse pegado outra pessoa.

    — Caramba, faz sentido.

    — Não faz não!

    Kizimu estava aceitando muito bem a teoria maluca do Saci e a Loira interviu.

    — Olha, bem… você me pegou, eu deveria te dar uma recompensa…?

    Pandora — Loira do banheiro — corou com a dúvida inerente de sua própria teoria, e assim disse.

    — Recompensa?

    — Sabe, estamos aqui nos matos, só eu e você… eu posso te dar qualquer recompensa.

    — Nesse caso, eu quero comer strogonoff no almoço de hoje.

    A loira que estava dando em cima de Kizimu ficou decepcionada, a inocência do garoto não pode ser prevista pela mulher madura que Maria augusta era.

    — É serio! Uma garota está dizendo que vai fazer o que você pedir e você pede isso?

    — Não tem nada que eu quero, eu acho?

    — E meu corpo? Você não quer meu corpo?

    Kizimu virou a cabeça para o lado, confuso, vendo Pandora — Loira do banheiro — vermelha como um tomate.

    — Por que eu iria querer seu corpo?

    — Pivete, eu vi você beijando Pandora, você sabe do que eu estou falando!

    — Aaah, você está falando de beijo.

    Kizimu não compreendeu completamente o que a Loira queria passar, a mesma balançava os braços de forma agitada e incrédula, a inocência dele era de uma criança pura que nunca soube nem mesmo que tais atos eram errados.

    — Eu beijei Pandora, porque assim conectaríamos nossos corações. Eu precisava que ela ouvisse o que eu tinha para dizer, então pensei que era o melhor a fazer. Eu fiz o que Masha me ensinou apenas.

    — Não pensou em maldade na hora?

    — Maldade? Olha, não estou te entendendo. Mas eu estava querendo ajudar ela. Queria salvar ela… e, todos vocês.

    Kizimu ficou envergonhado em dizer que estava querendo salvar, olhando para o lado para tentar escapar dos sentimentos vergonhosos. A loira o achou fofo e perfeito, uma criança pura no corpo másculo e adolescente, o coração da Loira foi tomada por um desejo de macular aquela criança inocente.

    O que aconteceria se ela tomasse o coração dele? O coração puro e alegre, da criança que salvou a vida dela. Apenas em pensar nisso, seu coração foi tomado por um calor incrível.

    — Isso é injusto.

    Os cabelos loiros aos poucos foram sumindo e só sobrou Pandora com uma respiração ofegante, caída.

    — Pandora, é você?

    — Oi, Kizimu.

    — Eu gosto de cada maldição sua, mas fico muito mais feliz quando vejo você.

    As palavras inocentes de Kizimu atingiram Pandora como uma flecha, mas por sua vez que já entendeu o garoto, entende que o ele é inocente demais e se recompôs logo em seguida.

    — Caramba, a Loira deixou meu corpo todo quente.

    — Por quê?

    — É… não vou saber te explicar, pergunta para Mash… Pergunta para Aisha, PARA Aisha, por favor.

    Kizimu teve a impressão que ela iria falar Masha, mas se mudou desesperada era porque não confiava naquela mulher. Bem, faz sentido, então aumentou a lista de coisas que perguntaria a sua irmã quando a visse novamente.

    — Vamos voltar?

    Kizimu ergueu a mão para Pandora. Com os problemas que ocorreram, tomar a mão da garota se tornou comum para Kizimu, mas a garota ficou um pouco nervosa, ela mesma ainda não havia se acostumado, mesmo que a primeira vez que isso ocorreu, foi algo de iniciativa dela.

    — Sim!

    Ela feliz segurou a mão dele. Kizimu conhecia três sorrisos. Sorriso de respeito, sorriso infantil e um que não compreendia. Mas com certeza seu sorriso favorito era o de felicidade de Pandora, o sorriso que mais ama ver naquele rosto. Ambos voltaram para os jardins internos e Kim estava esperando lá. O mesmo, vendo a dupla de mãos dadas, segurou o sorriso.

    — O senho- digo, Kizimu, vejo que ficaram próximo

    — Eh! — Pandora corou.

    — Foi isso mesmo.

    Pandora se envergonhou e tentou largar as mãos de seu senhor, mas o mesmo segurando com força, não largou, e mostrou sua conquista.

    — Eu consegui salvar Pandora, e ela se tornou uma nova grande amiga.

    — Amiga…? É amiga…

    — Acho que a senhorita Pandora não gostou de ser considerada amiga.

    — Ué… você não quer ser minha amiga?

    Pandora ficou desanimada com a definição amiga, e Kim brincou. Kizimu ficou com os sentimentos feridos e olhou com olhos de cachorrinho para Pandora que não conseguiu se conter.

    — Sim, sim, poxa, eu quero sim. Não faz isso.

    — Hehe.

    Kizimu olhou para o seu cavaleiro, um garoto de cabelos loiros e olhos azuis, o garoto ela belo tal como uma pintura. Porém, o sorriso no rosto do garoto era triste, não era um sorriso verdadeiro como o de Pandora e isso machucou o coração do garoto de cabelos pretos.

    — Kim, o que aconteceu no seu ouvido?

    Kim, colocou suas mãos na orelha direita, cortada, um corte horizontal na parte de cima. A orelha estava dividida e mesmo assim ele continuou sendo muito belo.

    — Foi uma marca deixada por um oponente que nunca consegui vencer.

    — Oh…

    — Mas soube que, unidos, ambos conseguiram vencer Tarotian.

    Kizimu sentiu a tristeza na voz do seu cavaleiro, mesmo assim tentou contornar.

    — Sim, vencemos porque você enfraqueceu ele muito para a gente, se não fosse isso, não venceríamos.

    — Kizimu, pensando bem, nós não vencemos, e sim ele que se derrotou.

    — Verdade. Kim, tem isso também, apenas sobrevivemos a cartada final.

    — Hihi, a sua piada me lembrou Aisha.

    Kizimu e Pandora se uniram para tentar fazer o garoto de cabelos loiros ficar menos triste, e com o nome de Aisha citado, uma garota de cabelos pretos pulou e abraçou os pescoços da dupla de mãos dadas.

    — Eu ouvi meu nome?

    — Aisha?

    — Aisha!

    — Senhorita Aisha.

    Pandora, Kizimu e Kim assim disseram, surpreendendo-se com a nova presença. A garota animada com um sorriso de ponta a ponta estava super energética.

    — Irmãozão, você vem comigo?

    — Para onde?

    — Hoje é segunda-feira, dia de fazer compras e você vai me ajudar.

    Compras? Agora que parou para pensar, ele só passou por três lugares, sua casa, a cabana e o castelo. Nunca fora a cidade, e se fosse dizer, não sabia se localizar onde estava.

    — Claro, eu vou. Kim, Pandora vocês vêm?

    — Me desculpa, Kizimu, mas eu tenho que fazer o almoço…

    Pandora se curvou e Kizimu pediu para ela se levantar com “Não tem problema” enquanto isso, Kim pareceu nervoso.

    — Me desculpa, senho- digo, Kizimu. Eu não posso… andar na cidade.

    — Por quê?

    — Apenas, confie em mim. Eu não posso, me perdoe.

    — Tá bom…

    O rosto nublado de Kim deixou Kizimu triste, e para não pisar em um calo profundo, preferiu respeitar seu amigo e não continuou insistindo no assunto. Poderia haver com seu passado tortuoso, deveria parar para conversar com seu cavaleiro em algum momento.

    — Então seremos eu e você.

    — Sim, irmãozão.

    Assim disse Aisha, super feliz e Kizimu deu um sorriso amarelo para a energia da garota.

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