Capítulo 45: Uma tarde com a parasita
— Vamos irmãozão. Ai, eu tô muito animada.
— Claro, mas, para onde vamos?
O trio logo entrou na casa, após se despedirem de Kim, em pouco tempo se separaram também de Pandora que foi para a cozinha. A dupla estava agora indo até a porta da frente.
— Vamos na capital. Nós moramos no topo da montanha, subindo a Ladeira do Pepino. Vamos agora para a capital Brotas.
Tudo era muito revelador, tirando o fato que não conhecia nada, nem tinha memórias sobre cidades, ou capitais, ou nada.
— Eu… droga, eu não sei nem o que dizer.
— Não se preocupe, eu serei sua guia.
Aisha andou para frente de Kizimu e fez uma apresentação visual, cruzando as pernas e levantando a saia, algo bem belo, ela parecia alguém muito incrível, olhando dessa maneira. Mas logo o sorriso perverso dela veio e ela pulou no braço de seu irmão.
— Vamos, vamos.
— Claro.
A dupla não disse mais nada, apenas aproveitaram o belo caminho. O começo era apenas mato e um caminho de terra feito, que invadia a floresta, andando para baixo.
A primeira vez que foi por ali, quebrou a mata ao lado e andou para dentro da floresta. Dessa vez, agora estava andando pelo caminho que deveria ser feito.
Com quase quinze minutos de caminhada, eles finalmente chegaram em algum lugar, começando com casas, e conforme andavam, mais coisas apareciam. Kizimu parecia uma criança da roça entrando em uma cidade, já que tudo que ele via, ele ficava super impressionado e perguntava o que era para Aisha.
— O que é esse lugar?
— Hihihi, é um pequeno comércio, bobinho~.
— E isso? Jesus.
— É um prédio, é grande né?
Kizimu se impressionava com tudo, era tudo novo e, ao mesmo tempo, nostálgico, não entendia a sensação, ou poderia entender, ele deveria conhecer tudo, mas não conhecia. A tristeza não o atingiu pela curiosidade de aprender sobre o mundo.
— Espera… isso é sorvete, eu quero.
— Ah! Vamos fazer as comprar primeiro, na volta eu compro.
— Comprar?
— Sim, as coisas não são de graça.
— Mas….
Kizimu ficou confuso, até agora em sua casa, ele pedia e recebia, tal como o almoço e café daquela manhã. Não entendia o conceito de comprar.
— Estou confusa, o que você lembra e o que não lembra? Se bem que…. Ah, isso deve fazer sentido.
— O que faz sentido?
— Nada, deixe para lá.
Aisha pegou sua bolsa, uma pequena bolsa de gatinho com alguns pins de animes e jogos. De dentro tirou uma pequena carteira rosa.
— Isso é dinheiro, ou melhor, isso é cédula. Com esse papel podemos comprar coisas. Tem essa moeda também e nosso cartão de crédito e de débito…
Aisha começou uma longa explicação financeira para Kizimu que escutou tudo.
— Ah entendi. Certo, moedas e cédulas são entregues, e se tiver maior que o valor do produto, recebemos o valor de volta. Os cartões têm formas diferentes de pagamento, mas gastam um valor inserido antes, então não tem dinheiro infinito.
— Exatamente.
— Então temos uma quantidade limitada de dinheiro e não podemos comprar tudo que queremos. Õn.
— Fico impressionada que entendeu toda minha explicação, sinto que soltei muita coisa para você e você entendeu tudo… você… é… esquece.
Kizimu estava ainda chateado com não ter dinheiro infinito e não se ateve ao que Aisha disse. Ambos continuaram.
— Essa é a Padaria da cidade, aqui que compramos pão!
— Ooooh.
Kizimu batia palmas para a apresentação triunfal de Aisha. A mesma estava se achando um máximo, fazendo um dois com a mão. Ambos entraram no estabelecimento e Aisha apenas entregou 20 reais para o homem, a sua frente, que estava atrás de um balcão.
— Aqui senhor.
— Jovem Aisha, como está? Quem é esse?
O homem parecia bem simpático, e parecia conhecer Aisha.
— Ah esse aqui? — Aisha ficou em dúvida por um momento, mas voltou a sua animação de praxe. — Esse é meu irmãozão.
— Oh! Não sabia que você tinha irmão. Que lindo vocês dois.
— Hehe. — Aisha gostou de escutar o que o dono da padaria disse.
Kizimu ficou um pouco incomodado com a mentira. Ser irmão dela foi algo que a menina pediu, já que sempre quis ter um irmão, mas aceitou, já que não quis desmentir a garota na frente de alguém.
Assim que pegaram o pão, Kizimu falou baixo.
— Não fica mentindo para as pessoas, não somos irmãos.
— Há! Eu sei, eu sei, mas… você não quer ter uma irmã linda como eu?
Aisha balançou a perna como que seduzindo, uma sedução não chegou no garoto.
— Claro que eu quero, mas… não acho certo mentirmos para os outros.
— Apenas me aceite como irmã, mesmo que não seja de verdade.
Aisha parecia animada com a ideia, e Kizimu não tinha nada contra esse conceito. Aceitar a brincadeira dela, já tinha tido efeito no seu coração, mas, fazer aos ouros poderia ser um pouco demais…
— Tudo… bem.
— Yupiiii.
Aisha pulou como uma criança anima e o pão voou, Kizimu instintivamente pegou todos os pães que voaram com o saco do pão.
— Eita, obrigada.
— Cuidado, hehe.
— Mas como você fez isso?
— Eu não sei… eu apenas sei? Tipo, eu sei onde as coisas vão parar, de alguma forma. Talvez seja o Kuzimu.
Aisha arregalou olho. Kizimu apenas não sentiu as dores, pois desde Amelaaniwa colocou o anel em seu dedo.
— Kuzimu?
— Sim, ele é minha maldição.
— Ah, claro… é… sim. Me conte mais sobre ele.
Aisha voltou a seu sorriso de praxe, enquanto puxou o braço de Kizimu com seus braços entrelaçados.
— Ele é como uma segunda consciência em mim, eu não sei que maldição ele é. Apenas é muito inteligente, e parece que tem relação com minha falta de memórias.
— É mesmo… talvez seja.
— Você me conhece antes da minha memória perdida, né?
— Quem sabe, hehe.
— Não esconde de mim poxa.
Aisha, de forma fofa, apenas deu a lingua, e chegou em um lugar cheio de coisas. Kizimu ficou curioso, instintivamente esquecendo da conversa anterior.
— Bem-vindo ao super mercado. Aqui podemos comprar todas as coisas que precisamos.
— Uaaaau.
Milhares, coisas diferentes entre fileiras de mais coisas, produtos empilhados, pessoas e mais pessoas. A quantidade de pessoas nas ruas era grande, mas dentro do super mercado era muito mais assustador. A mistura de curiosidade se mistura com o medo e ansiedade cruza o corpo de Kizimu que estava inquieto, começando a balançar a perna.
— Que fofo.
— O que é tudo isso? Bem, pera, mas, temos que comprar tudo isso?
— Não necessariamente, vamos comprar o que precisarmos, aqui tem de tudo, mas não precisamos de tudo.
— Entendi. Vamos ver tudo, por favor.
Kizimu estava extremamente animado, quase explodindo, sua ansiedade consumida com a curiosidade e medo estava corroendo ele por dentro.
— Claro, temos bastante tempo, vamos ver todas as sessões.
Kizimu e Aisha passaram por diversos locais, o grande supermercado tinha muitos produtos incríveis. A garota que parecia que tinha saído de um colegial japonês — Aisha — explicava dedicadamente sobre o que cada produto que Kizimu perguntava. Foram três longas horas que se passaram, e assim eles pegaram tudo que precisavam.
Agora estavam na fila.
— Papel higiênico. Detergente. Sabão de lavar roupa.
— Confere.
— Massa de bolo, pipoca, manteiga, margarina.
— Confere.
— Queijo, presunto, mortadela.
— Confere.
— Macarrão, arroz, feijão, carne.
— Confere.
A dupla estava conferindo o que estava no carrinho, Aisha falava a lista que tinha no celular, e Kizimu olhava no carrinho.
— Açúcar, sal, leite em pó, leite líquido, café.
— Confere, café… Eu quero muito tomar café.
— Desculpa, tinha acabado, por isso não teve café no jantar de ontem e no café da manhã de hoje.
— Aahh.
Aisha pensou um pouco e voltou animada com um “já sei”
— Que tal irmos em um Maid café?
— Maid café?
— Sempre quis uma desculpa para gast- digo, ir lá, porque não vamos juntos. Abriu uma aqui perto.
Kizimu não sabia o que era um Maid café, mas ouviu a palavra café e ficou muito animado.
— Vamos, vamos.
— Certo, então vamos.
Sem muita enrolação, eles terminaram de comprar tudo, pagaram e a dupla foram diante seu objetivo. A rua também era sempre muito divertida, lugares, cores e muitas coisas divertidas. Encontraram um palhaço na rua também e Kizimu se divertiu como uma criança.
Assim eles continuaram indo até chegar no café que tanto os aguardava.
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