Capítulo 50: Me ensine sobre maldições.
Enquanto brandiam suas laminas, o almoço foi entregue a dupla. Eles pausaram e comeram. Aisha passou por um momento também para comer com ambos, e estranhamente ficou tensa perto de Kim.
— Irmãozão, vamos assistir anime?
— Desculpa, mas eu quero treinar mais.
— Poxaaa. Aff, mas tudo bem. Eu vou assistir um que quero e depois te chamo.
— Tudo bem.
Kizimu e Kim conversaram um pouco mais para descansar do almoço, e logo voltaram a treinar. Muito, muito tempo se passou com ambos cortando os ares. Kizimu estava cansado, mas não queria perder para o garoto loiro, e assim, a noite caiu com a dupla que cortava os ventos. Ambos combatentes estavam se esforçando ao máximo para cortar com tudo que tinham.
— Ai.
— Você está bem?
— Acho que minha mão ficou tensa.
Kizimu passou horas balançando sua lamina, tentando acompanhar o ritmo de Kim. A noite brilhou e mesmo assim continuou brandindo. Queria, como queria acompanhar seu cavaleiro, mas não era forte o bastante.
— Acho que é melhor você descansar.
— Pode ser. Desculpa.
— Não tem por que se desculpar.
Viu o riso de seu cavaleiro em certo momento, mas não viu o sorriso que gostaria. Talvez se forçasse mais, poderia alcançar, mas se via tão distante.
— Eu já vou. Tchau.
— Obrigado por me acompanhar em meu treino.
Kizimu se despediu, e deixou o garoto loiro brandir em meio a lua. O suor do corpo belo voava diante o luar brilhante.
O garoto cansado andou pelos corredores, até que viu a porta de Masha. Notou algo diferente dessa vez. Antes existia um miasma estranho no quarto dela, mas dessa vez não. Kizimu andou até a porta e bateu. Com o escutar de um “Entre” Kizimu pegou a maçaneta e um medo nasceu.
E se ela tentar me matar?
Kizimu retirou o anel e colocou no bolso, assim finalmente entrando no quarto.
O quarto estava muito diferente, tanto diferente da última vez que entrou, quanto diferente do mundo das ilusões. Esse quarto agora estava muito… feminino. Cores púrpura deixavam o local embelezado, e adornos adultos femininos cobriam o quarto.
— Garoto, veio suprir seus desejos masculinos comigo?
— Desejos masculinos?
— Vejo que tenho muito a te ensinar.
Kizimu andou até uma cadeira de rodinhas que tinha no quarto dela, sentando colocando o encosto da cadeira em seu peito. Masha estava deitada em sua cama. Tudo estava bem estranho, nem mesmo os corpos mortos em compartimentos existiam naquele quarto mais. Uma porta no quarto o chamou atenção, talvez fosse o banheiro.
— Eu gostaria de aprender sobre rituais.
— Rituais?
— Sim, por favor. Eu estava muito fraco lá. Se não fosse sua força, eu não conseguiria fazer nada. Tem 3 rituais que me interessaram. Meio que com ajuda de Kuzi- Com ajuda da minha maldição, eu consegui usar a Benção de Althea e consegui usar suas chamas.
— É mesmo…
Masha gostou do que ouviu. Em um instante, o garoto que estava sentado na cadeira, estava sentando contra o corpo maduro de Masha. A mesma passou sua mão pelo peito do garoto. O corpo de Kizimu ficou quente, uma quentura fora do comum que não soube entender o que acontecia em seu corpo.
— Meu coração está acelerado e eu sinto Medo. Já é a segunda vez que você faz isso comigo. Por quê?
— Segunda vez? Pois bem… Sua mente até pode ser inocente, mas seu corpo não. Mas por favor fique quieto.
— …
Masha abraçou o corpo de Kizimu, pressionando seu busto contra o peito do garoto. Ele se sentiu estranho e a bela mulher negra colocou suas mãos sobre as costas dele por dentro da roupa. Por um momento sentiu-se invadido. Algo estava entrando em suas entranhas. Estava sentando no colo da mulher, da mesma maneira que se sentou na cadeira, com o seu peito contra o dela.
A agradável fragrância da mulher penetrou suas narinas e isso serviu como um afrodisíaco. A mão suave da mulher passava pelas suas costas, ela delicadamente acariciava-o e Kizimu cada segundo tinha seu coração acelerado. Seu corpo estava tendo reações estranhas e isso envergonhava o mesmo.
— Vejo que está animado. Mas já está acabando.
— Por favor.
Mais segundos se passaram. Segundos pareciam minutos, minutos pareciam horas e assim acabou a análise da mulher. Ela levantou o garoto de cabelos pretos com o ar e colocou-o na cama. O garoto estava ofegante. E puxou sua respiração para a linha original.
— Por que meu corpo ficou quente assim?
A mulher andou a sua frente e colocou o dedo indicador no seu queixo, puxando o mesmo para olhar para cima, ou melhor, para olhar para ela nos olhos. A mulher bela usava um púrpura enlouquecedor, o decote dela era perverso, seus lábios carnudos eram vermelhos e a mesma sorria maliciosamente, como se fosse devorá-lo.
— Humanos tem reações de acordo com o que a mente necessita. Mesmo que não entenda o que você deseja, seu corpo entende. Minne deixou claro que eu estou proibida de saboreá-lo, mas eu também não gosto de criança.
— Ok…
— Quando aos rituais, descobri algo interessante. Sua maldição consegue aprender sobre as maldições e usar em formato de ritual. Dentro do seu corpo foi gravado 4 rituais e os seus núcleos específicos já transformados. Absorção de feridas. Selo de vida. Selo de peste. Anestesia. Você consegue usar esses quatro rituais, vou ensinar como. Agora um segundo detalhe interessante. Pegue sua lamina.
Kizimu pegou sua faca de caça, a joia no centro era um catalisador.
— Já pensou em um nome?
— Nome?
— Eu vou marcar ela com a capacidade de libertar rituais sem selos, posso usar qualquer simbolo, então, posso apenas nomear ela.
Um nome… Kizimu tentou lembrar de tudo que vinha na sua mente, pensou em seus amigos, pensou nas suas batalhas, pensou nos sorrisos que gostaria de ganhar, lembrou do sorriso que não conquistou e se lembrou da bela imagem do garoto loiro brandindo no luar.
— Moon.
— É um ótimo nome.
A mão de Masha passou pela lâmina, a palavra Moon foi gravada na arma.
— Agora você tem dois rituais principais, e quatro gravados em sua alma. Ou melhor, em sua outra alma.
Kizimu pegou sua lâmina e sentiu, de dentro de seu corpo, algo estava fluindo de seu limite e parando na sua palma.
— O ritual Ômega é capaz de retirar núcleos em sua alma, pode fluir o que sente.
Kizimu segurou sua faca e…
FSSHHHHH!
A lamina começou a pegar fogo, chamas roxas brilharam. Kizimu se esforçou mais e uma troca ocorreu.
WHOOOSH!
Energia passou para a lâmina e um grande curto ocorreu, a energia que era como uma espada de raios gritava. Kizimu sentiu um cansaço extremo no corpo.
— A joia tem um ritual feito com o Núcleo Pi, por isso, ele multiplica infinitamente seu efeito, mas, a geração espontânea tem final no limite de capacidade de seu usuário. Mesmo assim, não é tão fácil usar tais rituais. Vejo que você é muito habilidoso.
— É como se eu soubesse exatamente o que tenho que fazer.
— Sua maldição é bem curiosa. Quero aprender tudo sobre ela. Oh!
Masha de repente soltou uma reação exagerada.
— O que foi-
— Cala-te. Venha aqui.
Kizimu assim se calou e parou diante dela.
— Curioso, muito curioso. Minha maldição parou de funcionar em você. Ele também consegue evitar ter a alma absorvida.
— Tentou roubar minha alma de novo!?
— Hihihi, bobinho, foi apenas uma experiência.
BAM!
A porta se abriu com um baque imenso.
Aisha entrou.
— Irmãozão, quem te deu permissão de visitar ela sozinho?
— O quê?
— Essa mulher não presta.
— CALA-TE.
Masha pegou o garoto e afogou ele em seus seios.
— Ele é meu rato de laboratório.
— Solta ele!
Aisha puxou Kizimu pelo braço. Pandora entrou no quarto. No momento viu Masha e Aisha brigando pelo corpo de Kizimu.
— Vocês… vão quebrar ele.
— Me solteeeem!
Masha soltou e Kizimu caiu sobre Aisha. A garota vitoriosa abraçou o corpo de seu considerado Irmãozão, Pandora andou em sua direção.
— Kizimu… agora eu estou livre… Vamos sair?
Enquanto era afogado dessa vez pelo corpo de sua agora aceita irmã, Pandora assim disse, esticando a mão para Kizimu.
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