Capítulo 51: Ritmo do Coração Ardente
Kizimu se despediu de Masha. Aisha não desgrudou de seu braço e a mulher de púrpura não ligou, na verdade, ela até achou fofo e interessante.
Saindo do quarto, conseguiu prestar atenção em Pandora. A mesma estava com roupas mais leves, um vestido de bolinhas azuis.
— Estou bonita?
— Sim, está linda.
Pandora ficou muito feliz ouvindo o elogio inocente.
— Pandora, para onde vamos?
— Bem… onde você e Aisha foram hoje mais cedo?
— Verdade, Panda, podemos ir no Maid café!
— Nunca mais me chama assim.
— Hehe.
Aisha tentava sua busca incessante de achar um apelido para Pandora e a garota continuava a recusar.
— A ideia de ir no Maid café é legal, nunca fui em um.
— É muito incrível — disse Aisha com um brilho nos olhos.
— É bem legal mesmo, e o café de lá é muito bom. Vamos.
Kizimu estendeu a mão a Pandora e a mesma acostumada pegou.
— Ei, ei, que intimidade é essa?
— Não se preocupe Aisha. Ele não tem segundas intensões.
— Hum… então tudo bem, mas estou de olho na senhorita.
Aisha e Pandora entraram em um diálogo que Kizimu não conseguiu acompanhar, e apenas aceitou, enquanto isso, tinha uma garota pressionando os peitos em seu braço enquanto as mãos entrelaçavam o mesmo braço e na mão direita segurava a mão de Pandora.
— Isso é incrível para você, não é Irmãozão? Uma flor em cada mão.
— Acho que sim?
— Ele é tão fofinho. — Pandora sorriu.
A dupla saiu da grande casa e partiu no caminho cotidiano.
— Pandora, sabia que Aisha me ensinou sobre dinheiro.
— Que incrível!
— Sim, eu aprendi muito, aprendi sobre dinheiro, sobre todos os produtos do super mercado, sobre muita coisa.
— Que fofinho.
Pandora agradavelmente escutava Kizimu que se gabava das coisas que aprendeu, Kizimu estava também muito feliz vendo o sorriso de Pandora. Aisha ficou um pouco enciumada em ser retirada da conversa.
— Irmãozão, você está me abandonando, você não me ama?
— Ama? Como assim?
— É… esquece, complicado demais para sua idade.
Aisha deu um peteleco em sua cabeça e de repente, um garoto que estava vindo na direção deles parou e olhou para o trio. Ele tinha um cabelo castanho espetado e andou na direção de Kizimu, o mesmo era estranho, uma mistura de familiaridade e de desconhecimento surgiu.
— Você é… Espera, droga, eu não sei nem seu nome.
— O quê? — Kizimu coçou a cabeça sem entender.
— Você não é o… Aaa, qual seu nome mesmo?
Aisha ficou seria e se colocou na frente de Kizimu, contendo a situação.
— Opa amigo, você conhece meu Irmãozão de onde?
— Por acaso ele estudou no Criarte?
— Criarte? Onde fica?
Criarte não era um nome estranho, mas também não era familiar, o que estava havendo?
— Fica na rua do engenho velho de Brotas.
— Isso é… — Aisha ficou surpresa por um momento. — Ele pode ter estudado, Kizimu morava lá.
— Eu morava?
Isso era uma confirmação bem direta. Aisha conhecia onde o garoto estudava no passado, o quão próximos eles eram? Ela era sua amiga? Namorada? Será que era irmã? Mas ela disse que não tinha irmão e queria ter um irmão, então se ela fosse, por que não disse desde o começo? Ou era outra coisa, como uma amiga de infância?
— Sim, Kizimu, realmente, estudamos juntos no prezinho e no primeiro ano.
Isso não era com 5 e 6 anos… O quão… o quão antigo Aisha era em suas memórias?
— Vocês então foram amigos, provavelmente.
— Sim, fomos, mas ele saiu no ano seguinte, nunca soube o porquê. A professora disse que ouve um acidente na casa.
Aisha se calou por um momento, algo como uma face triste passou a aparecer, mas no instante voltou a falar com um sorriso.
— Bem, ocorreu algo na família dele, mas é pessoal. — Riu. — Passa seu contato, podemos conversar mais futuramente.
— Ah, sim, claro.
Aisha e o garoto trocaram contatos, usando o tal do Smartphone que Kizimu conheceu no mundo das ilusões.
— Desculpa, eu estou atrasado para voltar para casa. Foi um prazer em reencontrar você Kizimu.
— Ah claro. Fico feliz também.
O garoto assim saiu, foi uma aparição repentina, mas confortável. Kizimu estranhou um grande detalhe e então sussurrou para Aisha: “Esse acidente, foi meu coma?”
E ela respondeu baixo: “não, foi outro acidente, mas não quero te contar agora, talvez depois”
Kizimu achou estranho, mas não quis insistir, Aisha parecia verdadeiramente incomodada: “certo”
— Que legal Kizimu, você encontrou um amigo de infância.
— Sim, isso foi bem legal.
— …
Aisha ficou quieta por um momento, voltando a entrelaçar seu braço ao de Kizimu.
— Estamos perto, Pandora.
— Certo, vamos lá. Rumo ao Maid Café.
Enfim chegaram em uma loja com um grande café como estampa e uma menina gata de anime com roupas de Maid do lado. Eles entraram e o ar gélido recebeu o trio. Ambos andaram até a mesma mesa que foram pela manhã. O estabelecimento tinha mais pessoas dessa vez.
— Miau, vieram com mais pessoas, eu agradeço.
— Marianna.
— …
Aisha não estava com sua animação de praxe, e apenas ignorou a garota. Marianna olhou para Pandora e tampou o riso.
— Miau, antes veio apenas com a irmã, dessa vez trouxe a namorada é?
— Namorada?
— Sim, ela é? Miau?
Pandora ficou corada com a posição destinada a ela, e Aisha começou a bater o dedo na mesa, o estresse momentâneo impediu-a de ser naturalmente alegre.
— Fofinha, para. Por favor.
— Estou sendo inconveniente. Miau?
Marianna colocou a cabeça de lado curiosa.
— Pegue 3 cafés especiais e 2 sorvetes de chocolate. Pandora quer que sabor de sorvete?
— Baunilha, por favor.
— Pegue um de baunilha também.
Marianna estava balançando sua calda e isso sempre deixava Kizimu curioso, ele pegou o rabo que andava e — MIAU. Garoto mal, garoto mal.
Marianna soltou um miado agudo e azunhou Kizimu.
— Não toca no meu rabo, miau, por favor.
Marianna estava corada, e se curvou e correu para preparar o pedido.
— Aisha-
— Namoro não é para sua idade, não.
— Aaaah.
Pandora franziu as sobrancelhas bonitas com a má atitude de Aisha, caso a garota não fosse ensinar algo tão importante, ela iria.
— Kizimu, namoro é quando duas pessoas que se amam querem viver juntos para sempre.
— Juntos?
— Sim. Amor é quando você não consegue viver sem a pessoa e quer que ela sempre esteja contigo. Quando você se sente confortável, quando fica feliz quando está perto. Quando precisa da pessoa e nunca pode perder ela. Isso é amor.
— Acho que entendi.
Kizimu ficou feliz com o novo aprendizado e Aisha baixou a cabeça escondendo sobre seus braços.
— Foi mal galerinha, eu fiquei de mau-humor.
— Tudo bem, Aishinha, tem vezes que é assim.
— Mas Pandora, por que ela ficou assim?
— Quem sabe, mas não importa, devemos respeitar.
Kizimu não entendeu, mas aceitou. Pandora tentou usar um apelido para melhorar o humor da amiga, mas sem sucesso. E assim seus cafés e sorvetes chegaram. Marianna olhou para Kizimu e deu língua ao garoto, correndo de volta para o balcão.
Aisha pegou o pote de sorvete e começou a comer.
— Aisha, está tudo bem?
— Kizimu… você ainda tem medo das chamas?
Kizimu resfolegou. Um lapso de memória de quando estava no enforcado ocorreu.
Dentro da carta, enfrentou o desafio do curupira, e dentro de uma casa criada por Pandora, chamas consumiram tudo. O medo que sentiu, poderia ser descrito como irreal. Cada centímetro do seu corpo tremeu.
— Sim…
— Pois eu também. Então, lembrar do passado não é algo legal. Por isso estou irritada.
— O que-
— Sem perguntas. Come.
— Certo…
Pandora não conseguiu interferir, Aisha estava muito maldosa e não estava acostumada com ela assim. Nem mesmo com TPM a garota ficava dessa maneira. Pandora bebeu o café e se surpreendeu.
— Kizimu, esse café é muito bom não é?
— Sim, muito mesmo.
A dupla bebeu o café e se deliciaram.
— Irmão, desculpa, eu quero voltar para casa.
Aisha suspirou.
Kizimu então se levantou e abraçou-a por trás com ela sentada na cadeira.
— Podemos voltar, sim, tudo pela minha irmãzinha.
Puxou ela e fez carinho, talvez se fizesse dessa forma ela melhoraria seu humor, mas, lagrimas surgiram de seus olhos, e a garota se levantou, ela se jogou nos braços do irmão, fisicamente mais alto e escondeu o rosto choroso.
— Pandora, podemos sair melhor outro dia, que tal?
— Tudo bem, estou satisfeita.
Aisha ergueu a bolsa dela a Pandora.
A mesma aceitou a bolsa e usou o dinheiro que continha para pagar o que deviam. O trio saiu do Maid café com Aisha de um lado escondendo o rosto no pescoço de Kizimu, e na outra mão Pandora.
Eles voltaram para a grande casa.
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