Índice de Capítulo

    Kizimu se despediu de Masha. Aisha não desgrudou de seu braço e a mulher de púrpura não ligou, na verdade, ela até achou fofo e interessante.

    Saindo do quarto, conseguiu prestar atenção em Pandora. A mesma estava com roupas mais leves, um vestido de bolinhas azuis.

    — Estou bonita?

    — Sim, está linda.

    Pandora ficou muito feliz ouvindo o elogio inocente.

    — Pandora, para onde vamos?

    — Bem… onde você e Aisha foram hoje mais cedo?

    — Verdade, Panda, podemos ir no Maid café!

    — Nunca mais me chama assim.

    — Hehe.

    Aisha tentava sua busca incessante de achar um apelido para Pandora e a garota continuava a recusar.

    — A ideia de ir no Maid café é legal, nunca fui em um.

    — É muito incrível — disse Aisha com um brilho nos olhos.

    — É bem legal mesmo, e o café de lá é muito bom. Vamos.

    Kizimu estendeu a mão a Pandora e a mesma acostumada pegou.

    — Ei, ei, que intimidade é essa?

    — Não se preocupe Aisha. Ele não tem segundas intensões.

    — Hum… então tudo bem, mas estou de olho na senhorita.

    Aisha e Pandora entraram em um diálogo que Kizimu não conseguiu acompanhar, e apenas aceitou, enquanto isso, tinha uma garota pressionando os peitos em seu braço enquanto as mãos entrelaçavam o mesmo braço e na mão direita segurava a mão de Pandora.

    — Isso é incrível para você, não é Irmãozão? Uma flor em cada mão.

    — Acho que sim?

    — Ele é tão fofinho. — Pandora sorriu.

    A dupla saiu da grande casa e partiu no caminho cotidiano.

    — Pandora, sabia que Aisha me ensinou sobre dinheiro.

    — Que incrível!

    — Sim, eu aprendi muito, aprendi sobre dinheiro, sobre todos os produtos do super mercado, sobre muita coisa.

    — Que fofinho.

    Pandora agradavelmente escutava Kizimu que se gabava das coisas que aprendeu, Kizimu estava também muito feliz vendo o sorriso de Pandora. Aisha ficou um pouco enciumada em ser retirada da conversa.

    — Irmãozão, você está me abandonando, você não me ama?

    — Ama? Como assim?

    — É… esquece, complicado demais para sua idade.

    Aisha deu um peteleco em sua cabeça e de repente, um garoto que estava vindo na direção deles parou e olhou para o trio. Ele tinha um cabelo castanho espetado e andou na direção de Kizimu, o mesmo era estranho, uma mistura de familiaridade e de desconhecimento surgiu.

    — Você é… Espera, droga, eu não sei nem seu nome.

    — O quê? — Kizimu coçou a cabeça sem entender.

    — Você não é o… Aaa, qual seu nome mesmo?

    Aisha ficou seria e se colocou na frente de Kizimu, contendo a situação.

    — Opa amigo, você conhece meu Irmãozão de onde?

    — Por acaso ele estudou no Criarte?

    — Criarte? Onde fica?

    Criarte não era um nome estranho, mas também não era familiar, o que estava havendo?

    — Fica na rua do engenho velho de Brotas.

    — Isso é… — Aisha ficou surpresa por um momento. — Ele pode ter estudado, Kizimu morava lá.

    — Eu morava?

    Isso era uma confirmação bem direta. Aisha conhecia onde o garoto estudava no passado, o quão próximos eles eram? Ela era sua amiga? Namorada? Será que era irmã? Mas ela disse que não tinha irmão e queria ter um irmão, então se ela fosse, por que não disse desde o começo? Ou era outra coisa, como uma amiga de infância?

    — Sim, Kizimu, realmente, estudamos juntos no prezinho e no primeiro ano.

    Isso não era com 5 e 6 anos… O quão… o quão antigo Aisha era em suas memórias?

    — Vocês então foram amigos, provavelmente.

    — Sim, fomos, mas ele saiu no ano seguinte, nunca soube o porquê. A professora disse que ouve um acidente na casa.

    Aisha se calou por um momento, algo como uma face triste passou a aparecer, mas no instante voltou a falar com um sorriso.

    — Bem, ocorreu algo na família dele, mas é pessoal. — Riu. — Passa seu contato, podemos conversar mais futuramente.

    — Ah, sim, claro.

    Aisha e o garoto trocaram contatos, usando o tal do Smartphone que Kizimu conheceu no mundo das ilusões.

    — Desculpa, eu estou atrasado para voltar para casa. Foi um prazer em reencontrar você Kizimu.

    — Ah claro. Fico feliz também.

    O garoto assim saiu, foi uma aparição repentina, mas confortável. Kizimu estranhou um grande detalhe e então sussurrou para Aisha: “Esse acidente, foi meu coma?”

    E ela respondeu baixo: “não, foi outro acidente, mas não quero te contar agora, talvez depois”

    Kizimu achou estranho, mas não quis insistir, Aisha parecia verdadeiramente incomodada: “certo”

    — Que legal Kizimu, você encontrou um amigo de infância.

    — Sim, isso foi bem legal.

    — …

    Aisha ficou quieta por um momento, voltando a entrelaçar seu braço ao de Kizimu.

    — Estamos perto, Pandora.

    — Certo, vamos lá. Rumo ao Maid Café.

    Enfim chegaram em uma loja com um grande café como estampa e uma menina gata de anime com roupas de Maid do lado. Eles entraram e o ar gélido recebeu o trio. Ambos andaram até a mesma mesa que foram pela manhã. O estabelecimento tinha mais pessoas dessa vez.

    — Miau, vieram com mais pessoas, eu agradeço.

    — Marianna.

    — …

    Aisha não estava com sua animação de praxe, e apenas ignorou a garota. Marianna olhou para Pandora e tampou o riso.

    — Miau, antes veio apenas com a irmã, dessa vez trouxe a namorada é?

    — Namorada?

    — Sim, ela é? Miau?

    Pandora ficou corada com a posição destinada a ela, e Aisha começou a bater o dedo na mesa, o estresse momentâneo impediu-a de ser naturalmente alegre.

    — Fofinha, para. Por favor.

    — Estou sendo inconveniente. Miau?

    Marianna colocou a cabeça de lado curiosa.

    — Pegue 3 cafés especiais e 2 sorvetes de chocolate. Pandora quer que sabor de sorvete?

    — Baunilha, por favor.

    — Pegue um de baunilha também.

    Marianna estava balançando sua calda e isso sempre deixava Kizimu curioso, ele pegou o rabo que andava e — MIAU. Garoto mal, garoto mal.

    Marianna soltou um miado agudo e azunhou Kizimu.

    — Não toca no meu rabo, miau, por favor.

    Marianna estava corada, e se curvou e correu para preparar o pedido.

    — Aisha-

    — Namoro não é para sua idade, não.

    — Aaaah.

    Pandora franziu as sobrancelhas bonitas com a má atitude de Aisha, caso a garota não fosse ensinar algo tão importante, ela iria.

    — Kizimu, namoro é quando duas pessoas que se amam querem viver juntos para sempre.

    — Juntos?

    — Sim. Amor é quando você não consegue viver sem a pessoa e quer que ela sempre esteja contigo. Quando você se sente confortável, quando fica feliz quando está perto. Quando precisa da pessoa e nunca pode perder ela. Isso é amor.

    — Acho que entendi.

    Kizimu ficou feliz com o novo aprendizado e Aisha baixou a cabeça escondendo sobre seus braços.

    — Foi mal galerinha, eu fiquei de mau-humor.

    — Tudo bem, Aishinha, tem vezes que é assim.

    — Mas Pandora, por que ela ficou assim?

    — Quem sabe, mas não importa, devemos respeitar.

    Kizimu não entendeu, mas aceitou. Pandora tentou usar um apelido para melhorar o humor da amiga, mas sem sucesso. E assim seus cafés e sorvetes chegaram. Marianna olhou para Kizimu e deu língua ao garoto, correndo de volta para o balcão.

    Aisha pegou o pote de sorvete e começou a comer.

    — Aisha, está tudo bem?

    — Kizimu… você ainda tem medo das chamas?

    Kizimu resfolegou. Um lapso de memória de quando estava no enforcado ocorreu.

    Dentro da carta, enfrentou o desafio do curupira, e dentro de uma casa criada por Pandora, chamas consumiram tudo. O medo que sentiu, poderia ser descrito como irreal. Cada centímetro do seu corpo tremeu.

    — Sim…

    — Pois eu também. Então, lembrar do passado não é algo legal. Por isso estou irritada.

    — O que-

    — Sem perguntas. Come.

    — Certo…

    Pandora não conseguiu interferir, Aisha estava muito maldosa e não estava acostumada com ela assim. Nem mesmo com TPM a garota ficava dessa maneira. Pandora bebeu o café e se surpreendeu.

    — Kizimu, esse café é muito bom não é?

    — Sim, muito mesmo.

    A dupla bebeu o café e se deliciaram.

    — Irmão, desculpa, eu quero voltar para casa.

    Aisha suspirou.

    Kizimu então se levantou e abraçou-a por trás com ela sentada na cadeira.

    — Podemos voltar, sim, tudo pela minha irmãzinha.

    Puxou ela e fez carinho, talvez se fizesse dessa forma ela melhoraria seu humor, mas, lagrimas surgiram de seus olhos, e a garota se levantou, ela se jogou nos braços do irmão, fisicamente mais alto e escondeu o rosto choroso.

    — Pandora, podemos sair melhor outro dia, que tal?

    — Tudo bem, estou satisfeita.

    Aisha ergueu a bolsa dela a Pandora.

    A mesma aceitou a bolsa e usou o dinheiro que continha para pagar o que deviam. O trio saiu do Maid café com Aisha de um lado escondendo o rosto no pescoço de Kizimu, e na outra mão Pandora.

    Eles voltaram para a grande casa.

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 0% (0 votos)

    Nota