Capítulo 59: A Carta de Minne
O quarteto sobe as escadas em espirais quadradas. Esse rito já vem se repetindo muitas vezes. Kim acompanhava junto a Pandora — Loira do banheiro, e Aisha abraçava o braço do Kizimu.
O quarto andar tinha um ar meio diferente, era mais escuro, já que tinha menos janelas.
— Achim! — o espirro fofo da Loira do banheiro ecou por toda sala, ou melhor, neste momento não estava com seu cabelo loiro característico. Não tinha fogo ou a pele escurecida. Dito isso.
— Pandora, você voltou.
— Pendrive, tu voltou.
— Volt— Pandora parou e olhou fixo para Aisha — Eu ia ficar muito animada se você não me desse esses apelidos.
— Hehe.
A brincadeira usual de Aisha deixava Pandora irritadiça. A mesma ajeitando os seus cabelos pretos que iam até o chão, andou até Kizimu com um sorriso travesso.
— Se vamos ver meu quarto, eu tenho que estar no controle, não?
— Com certeza, o que me faz pensar. Kim pode ir chamar Esme e Cassian? Quero que eles me mostrem seus quartos.
— Seu desejo é uma ordem.
Kim fez uma apresentação visual e andou eloquentemente até as escadas, e a passos qualitativos sumiu da visão de todos.
— EU vou estar aqui. Não quero Kizimu no seu quarto sozinho.
— Eu nunca obrigaria ele a fazer nada.
— Mas eu não sei o quanto aquela Maria Augusta te influencia. Obrigaria?
Pandora e Aisha disputavam um sentimento controverso, não visível a Kizimu.
— Onde fica seu quarto, Pandora?
— Meu quarto fica a direita. A esquerda fica o quarto de bagunça, um quarto de tecidos, um quarto com móveis extras, e um quarto estranho com diversas coisas estranhas.
Olhando para o final da esquerda, notou algo que deixou ele ressabiado. Uma porta dupla laranja, Amelaaniwa citou esse quarto. Deixaria por último.
— Vamos ver seu quarto, Pandora.
— Certo!
Pandora estava animada, com uma alegria de uma dama saltitante, a mesma andou e abriu a porta com uma velocidade estridente.
— Bem vindos ao meu quarto.
Caos.
O quarto não apenas estava bagunçado, com a roupa de cama pela metade e caída no chão. Almofadas jogadas, travesseiro preso na parede? O caos do quarto era aparente e estranhamente lógico? Quem deveria ter feito a bagunça foi o Saci, as diversas plantas que estavam pelo quarto, eram obras do Curupira, a corda…
— Por que tem uma corda aqui?! — gritou Aisha e Kizimu juntos.
— Foi mal, dessa vez não foi coisa estranha. Era para amarrar aquela estante que o Saci quebrou, ele jogou uma almofada nela, e ela acomodava umas fotos importantes.
— Entendi…
Kizimu continuou a não gostar, mesmo compreendendo e Aisha compartilhava esse sentimento. Eles entraram no quarto e se espremeram no caos. Aisha começou instintivamente arrumar as coisas levemente, mesmo que a mesma não fosse tão arrumada em seu quarto.
— Foi aqui que passei a maior parte de meu sofrimento.
— Mas agora está tudo bem, certo?
— Sim, agora eu estou muito bem — sorriu alegre.
Sua felicidade era reconfortante. Quando dizia sofrimento, falava claramente das noites que passou chorando por não ser forte o suficiente. Sucumbir a depressão e sofrer as consequências graves que a Loira insistia em maculá-la. A dor, a tristeza, a culpa.
Aisha arrumou a cama de sua amiga, e Pandora estava retirando o travesseiro que estava grudado na parede de forma misteriosa.
— Não tem muito o que ver, mas, eu queria que viesse aqui, ver o caos que rege mina mente.
— Sim, isso me lembra…
Isso lembrava O enforcado. Esteve dentro da mente de Pandora e enfrentou cada maldição que vivia dentro dela. Pensando sobre isso, Kizimu pegou a corda por precaução e guardou-a.
— Agora estou em uma nova fase, mesmo com zero caos em minha mente, meu objetivo está fixo — triunfou para si.
Pandora ficou frente a frente a Kizimu e olhou nos seus olhos azuis-escuros, com seus olhos pretos como carvão.
— É servir ao senhor.
De frente para o outro, onde ambos podiam sentir a respiração um do outro, Kizimu sentiu algo estranho, um calor no coração, algo que não entendia o que era. Aisha, vendo isso, notando algo estranho, se colocou na frente dos dois.
— Pronto, pronto, chega, chega da cena romântica do anime. Próximo quarto!
E assim foram para outro quarto. Agora estavam na frente do quarto de Esme, e aguardavam Cassian e a própria Esme.
— Por que os quartos dos empregados ficam no último andar?
— Na verdade, as melhores camas ficam no último andar. Eu apenas escolhi por isso. Acho que Esme também, mas não sei o motivo de Cassian.
— As melhores camas ficam no quarto andar?
Kizimu olhou para Aisha e intrigado analisou-a. Estava aos poucos começando a aprender sobre a considerada irmã.
Sempre que ela virava o olhar, oposto a ele, significava que ela escondia algo. O motivo que a garota sabia de algo e não fez um comentário exagerado, significava que poderia influenciar no seu passado, algo que a garota teimava em ocultar com todas suas forças.
— Senhor Kizimu! Senhorita Pandora!
Uma voz doce chegou a todos, era uma garota com aparência de criança, seus belos cabelos turquesa se destacam e sua animação mostrava um dente avantajado, seus olhos vermelhos eram belíssimos, essa era Esme Filomena.
— E eu?
— Ah, oi Aisha.
— Ué, por que ela não te chama de senhorita? — Kizimu ficou confuso.
Aisha pulou e abraçou o corpo deleitoso de Esme.
— Eu não permito que ela me chame assim.
— Ai, Kim, poderia aprender com ela.
— Desculpe, senh- digo, Kizimu.
Esme andou de forma educada e chegou em sua porta,
— Eu compreendi por que fui chamada, pois então, vamos finalizar logo essa tarefa.
Esme abriu sua porta gentilmente, e entrou no conforto de seu lar. Entrando no quarto, viram um mundo estranho, era um quarto vermelho forte, cheio de bichos de pelúcia, uma escrivaninha e um quadro na cabeceira da cama.
— Que fofo! — Um fofo grito foi ouvido vindo de Pandora, que adorou cada urso de pelúcia.
— Foi Aisha que me deu esses ursos todos. Alguns foram Minne também, mas eu nunca brinquei com eles.
— Eu gostaria de ver você brincando com eles.
Esme olhou para Kizimu que acabará de fazer o comentário e a mesma riu debochadamente.
— Gostaria de me ver brincando? É um lolicon?
— Achei que tinha dito que não era uma criança — perguntou inocentemente
Aisha olhou a interação e acho super estranho. — Ué, como você sabe o que significa Lolicon, irmãozão?
— … Verdade, né?
Nem mesmo Kizimu entendia o que ele sabia e o que ele não sabia, é como se a informação de algumas coisas apenas estivessem lá.
— É muito estranho, sério, irmãozão.
— Desculpa então, viu?
— Humf.
Kizimu pegou um quadro na mão. Era de várias crianças, uma se destacava com seus cabelos turquesa, travessa, colocando um 2 na cabeça de um amigo dela.
— Esme, esse é o Kaleo?
— Exatamente. E ainda não consigo entender como conhece ele.
— Na verdade, não conheço… mas, adoraria conhecer.
— Então, um dia vamos visitar eles. Todo mês eu vou lá.
— Está marcado, iremos.
Esme feliz aceitou e andou elegantemente até a porta do quarto.
— Eu não tenho muito a mostrar, me desculpem, mas espero que tenham ficado felizes com a visita.
Todos a sua maneira assentiram e brincaram. Cassian que estava na porta, ao lado de Kim, se manifestou.
— Meu senhor, eu peço que venham até meu quarto agora.
Com a chamada, todos seguiram o senhor de boa postura.
Entrando no quarto, alguns objetos eram bem distintos do que se esperava. Tinha coisas de malhar. Um Muk Yan Jong, um suporte com 2 espadas. Umas barras de ferro e pesos. Além dessas coisas bizarras em um quarto, ele era um quarto simples e bem-arrumado.
Kizimu entrou no quarto e viu acima da cabeceira um quadro onde tinha Cassian adolescente e um bebê no colo e uma mulher mais velha.
— Kimzinho, você está indo muito bem!
— Vai Senhor Kim!
Aisha e Esme estavam elogiando e aclamando Kim que usava o Muk Yan Jong com uma ótima qualidade, até que parou cansado. Enquanto ofegante, Cassian assumiu, e quando feito, um show foi executado. A perfeição ocorreu onde a diferença de habilidade de combate físico se mostrou aparente ali naquele momento.
O ataque subsequente e a sequência eloquente mostravam a qualidade de um treino muito árduo, impressionando até mesmo Kim.
— Uff… Meu senhor, eu vim apenas para mostrar meu quarto, porém, tanto eu quanto Esme temos tarefas a realizar. Fico feliz se gostou de conhecer nossos quartos.
— Sim, eu gostei muito. Muito obrigado mesmo.
Todos logo saíram do quarto e Cassian junto a Esme se despediram. Em sequência seguiram para os outros cômodos que não tiveram nada de interessante. Um quarto de bagunça com mais coisas perdidas, um quarto de tecidos com algumas máquinas de costura, um quarto com móveis extras, praticamente todos os moveis da casa, até mesmo camas tinha naquele quarto.
Por fim, Kizimu estava de frente a tão aclamada porta dupla laranja.
— Aisha, o que eu devo esperar aí? … Aisha?
Aisha estava olhando com um pesar para o quarto e notou o olhar de Kizimu.
— Falou algo?
— Nada. Vamos entrar?
— Vamos — sorriu.
Entrando notaram um quarto bem escuro. Com a luz de fora do quarto dava para notar alguns móveis, porém estava bem difícil andar.
Aisha então ligou a luz.
Uma intrínseca confusão padeceu na mente de Kizimu.
O quarto ficou completamente branco. Não era como o quarto branco da enfermaria e sim, um verdadeiro quarto branco. Além dessa estranheza, a lâmpada no teto era preta. O que não trazia um sentido lógico. Uma luz preta criando uma ilusão de quarto branco vívido sem lógica.
Kizimu passou por tudo. Tinha diversos móveis empilhados e coisas muito aleatórias. O quarto em questão era bem grande, ele passou por um grande armário e passou sua mão pelas estantes. Na mesa principal tinha alguns projetos e um cubo magico.
O cubo não feito chamou a atenção de Kizimu, ele iria começar a montar, mas, um dos projetos era um grande robô gigante de 6 metros de altura o distraiu. Outros projetos como um colar de sol e lua, alguns projetos com o nome de trazer de volta.
Eram muitas coisas confusas que tirou a atenção de Kizimu do cubo que foi deixado de lado.
— Kim, o que é tudo isso?
— Olha, nem mesmo eu sei dizer.
Kim também ficou fascinado com todos os projetos. Um balão gigante, um avião que pode soltar bombas, uma garrafa pet que pode capturar animais. Tudo era bem mágico.
— IIIIK — Pandora soltou um grito assustada e Kizimu correu para averiguar.
O medo trêmulo ocorreu momentaneamente.
Era um cadáver, ou parecia ser, na verdade, era uma boneca com tamanho humano, toda destruída.
— O que é tudo isso?
— Bem… aqui tem diversas coisas estranhas há muito tempo, na verdade, ela até parece mais vazia do que eu me lembrava.
— Vazia?
Kizimu viu Aisha encostada na parede perto da porta, ansiosa e balançando a perna.
— Você está bem?
— Não gosto desse quarto.
— O que é esse quarto?
— Um depósito com todas as criações de… Anastácio.
Kizimu se sentia desconfortável dentro daquele branco imensurável, e a ansiedade de sua considerada irmã estava lhe deixado bastante ansioso.
— Bem… acho que com isso, terminamos o nosso tour, não é? Irmãozão?
— Podemos dizer que—
— Garoto, está aqui?
A voz de Masha ecoou no quarto. Kizimu ficou curioso em saber o que sua pesquisadora queria com ele.
— Eu estou aqui.
Masha entrou no quarto com uma grande elegância, a mesma ao entrar naquele branco sentiu um calafrio e transpareceu tranquilidade.
— Kizimu, acabou de chegar uma carta da Minne para você.
— Uma carta??
Kizimu correu para as mãos da sua Pesquisadora e pegou a carta, abrindo-a impiedosamente.
Desculpa, Kuzimu, gostaria de estar com você agora, mas infelizmente eu estou longe. Mesmo assim, algo aconteceu e preciso que faça algo. Um antigo amigo de seu pai, Anastácio S. solicita sua presença. O nome do amigo em questão é Jason Ben Cohms, ele é um dono de uma gravadora muito famosa, além disso, ele é um rapper, compositor, produtor musical e empresário. Ele pediu para ter uma conferência com você para conhecer o filho de seu melhor amigo. Peço encarecidamente que no dia seguinte que receber a carta possam ir vê-lo, que o mesmo aguarda-os.
Ass: Minne Kuokoa.
Kizimu leu a carta e ficou com uma certa confusão, diversas coisas passaram em sua mente. Anastácio S? Realmente não era anastácio Kuokoa. Jason, esse nome não era estranho. O quão importante era esse pedido para Minne precisar mandar uma carta.
Aisha tomou a carta da mão e se enfureceu levemente.
— Quem ela pensa que é? E uma carta? Serio?
Aisha pegou seu celular em mãos e ligou para alguém.
— Nem se dê o trabalho Parasita, ela está em um lugar sem sinal algum de telefone.
— Onde essa garota tá?
— Nem eu sei dizer.
— Sei.
Aisha estava claramente emburrada, talvez a carta tenha sido o estopim, junto ao quarto branco. Ela desligou a ligação que caiu em caixa postal.
— Kizimu… eu recomendo que vá ver Jason, se Minne se deu o trabalho de mandar uma carta… eu acredito que seja importante.
Kizimu ficou meio inseguro, principalmente por Aisha ter falando seu nome, e não “irmãozão” como sempre, mas, mesmo Aisha irritada, aceitou a decisão de Minne.
— Certo…
A decisão foi tomada e Kizimu iria ver Jason B. Cohms.
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Hora do chá
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Yahalloi
CaiqueDLF aqui!
Pessoal, desculpa mesmo. Estava lançando um capítulo por dia, e eu acabei me atrasando. Mas, vou voltar a lançar um capítulo por dia.
Eae, gostaram de conhecer a grande casa Kuokoa? Ela é enorme, né? Tem muitas coisas novas que ela trará, mas, em suma, agora sabemos a base de tudo. Agora vamos conhecer nosso querido amigo, Jason B. Cohms. Vocês nem imaginam o que eu telho planejado.
Agora se encerra o início da história, onde, vamos iniciar a aventura do arco. Ainda não é o climax ou o problema, é apenas o início da aventura.
Como vocês estão se sentindo? Essa introdução é bem longa, diferente do Arco 1 que teve 5 “cap’s” de introdução. Agora estamos aproveitando nossos queridos protagonistas, por isso, obrigado por ter lido até aqui.
Sem mais delongas, próximo capítulo; Capítulo 3: A viagem para insurgia (60 – 64)
Aproveitem bastante, essa calmaria, pois, quando a calmaria acabar, vai ser uma graaaande sequencia de desenvolvimento de arco. Por isso, vejo vocês depois.
Bye bye.
Ass: CaiqueDLF
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