Índice de Capítulo

    Era só uma brincadeira de criança.

    Chamas.

    Chamas estão para todo lado.

    Não, por favor, não.

    Eu não pude fazer nada.

    Eu fui a causadora.

    Ela está morrendo.

    Alguém salva ela.

    Alguém puxou meu corpo de supetão e a força mal colocada fez doer em minha costela.

    Não salve a mim, salve a ela.

    Eu não queria fazer isso.

    Eu não queria.

    Eu não.

    Eu…

    Salve a minha ���

    — Droga, mais um sonho… ou eu deveria chamar de pesadelo?

    Aisha se levanta da cama ainda sonolenta, um pouco fraca e lacrimejando.

    Ela escova os dentes, toma um banho, coloca uma roupa cosplay de colegial japonesa, a qual, tem 5 modelos iguais da mesma roupa, ela sempre mantém todos sempre muito bem limpos.

    — Tô pronta.

    Seu sorriso de praxe volta ao seu rosto.

    Hoje é o dia que eles vão viajar para Insurgia. A viagem longa vai ser de uma cidade para um reino. O mundo assolado por maldições e bençãos ocultadas por organizações secretas se desenvolveu de forma estranha. Em alguns lugares existiam reinos, outras cidades e muitos povoados. O bairro de Brotas ficava no conjunto de bairros que formavam a cidade de Salvador. O reino de Insurgia fica ao lado da cidade de Salvador, onde todos ficam dentro do Brasil.

    — Aisha, eu terminei de me despedir de todo mundo. Vamos?

    — Claro, deixa eu apenas pegar minha mala, irmãozão.

    Ok.

    A viagem será feita de ônibus. Lins não teve o menor interesse em ir com eles, Cassian e Esme deveriam continuar na casa e mante-la arrumada. Althea disse que ficaria na casa, independente do problema que assole o reino, não significa que eles vão se ferir gravemente. Ronan trabalha como mecânico, ele não poderia fechar sua oficina. Masha disse que não tinha interesse em visitar Maxuel, já que tinha ido para lá no mesmo mês. E por fim, Amelaaniwa disse que sair da residência é muito arriscado para ela, por isso, ela deve permanecer no quarto dela afastada de todos.

    Com essas interações, o grupo de ida foi Kizimu, Pandora, Kim e Aisha que alegremente aceitou a ida para o reino de insurgia, a mesma disse que estava com saudades do reino e de amigos que ela tinha lá.

    Kizimu pegou sua mala, com roupas que Aisha separou e alguns acessórios básicos e foi até o primeiro andar. Lá viu Pandora. A garota estava radiante, vestindo uma blusa de manga longa bege, levemente folgada, com pequenos detalhes florais bordados no tecido. A gola era sutilmente aberta, e a luz suave do ambiente realçava a delicadeza do tecido.

    Ela usava uma saia azul-marinho que ia até os joelhos, levemente rodada, balançando suavemente conforme ela se movia. Nos pés, sapatilhas pretas de bico arredondado, simples, mas elegantes.

    Seu cabelo preto, longo até o chão, era hipnotizante. As pontas azuis cintilavam suavemente sob a luz, como se contivessem um brilho próprio. Seus olhos, negros como carvão, lembravam os de uma boneca—profundos, intensos, enigmáticos.

    Kizimu a observou por um momento, um sorriso surgindo sem que percebesse.

    — Você está muito bonita hoje, Pandora — disse, a voz sincera.

    Ela piscou, surpresa, e um leve rubor surgiu em suas bochechas.

    — Ah… Obrigada! — respondeu, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Só tentei algo diferente…

    Kizimu cruzou os braços, ainda sorrindo.

    — Bem, ficou ótimo. Você deveria se vestir assim mais vezes.

    Pandora riu baixinho, desviando o olhar por um instante antes de encará-lo novamente com um brilho travesso nos olhos.

    — Se eu soubesse que receberia elogios, teria feito isso antes.

    — Ei, ei, ei, eu deixei? O casalzinho já pode parar hein?

    — Ah, Aisha, eu só estava recebendo os elogios do seu irmãozão, não se preocupe.

    — Ai, Aisha, tava recebendo elogios do seu irmãozão, pflurf.

    Aisha balbuciou algo debochadamente que nem a mesma entendeu e riu conformada. A mesma estava com sua roupa usual de colegial japonesa. Kizimu voltou seu olhar para Aisha, analisando sua roupa com um ar levemente curioso. Ela vestia seu uniforme usual de colegial japonesa, uma saia pregueada escura e uma blusa de manga longa branca acima do conjunto negro com detalhes em azul-marinho — uma grande estrela azul intensa de 8 pontas. A gravata frouxa no pescoço dava um ar despreocupado, enquanto as meias até os joelhos e os tênis reforçavam sua personalidade prática e cheia de atitude.

    Ele sorriu de leve.

    — Até que você manda bem nesse visual de colegial, hein? Combina com você.

    Aisha empinou o nariz e riu triunfante com o comentário de Pandora.

    — Hah! Óbvio que combina, né? Eu tenho estilo pra isso!

    Pandora riu baixinho, colocando a mão na boca. Kizimu suspirou e descruzou os braços, lançando um olhar divertido para Aisha.

    — Você sempre implica com minhas interações com Pandora, por quê?

    Aisha deu de ombros com um sorrisinho travesso.

    — Claro, é minha obrigação como sua irmãzinha. Alguém tem que impedir que vocês virem um casal meloso na minha frente.

    Pandora apenas riu, balançando levemente a cabeça.

    — Você sabe que ninguém aqui tá namorando ninguém, né?

    Aisha revirou os olhos.

    — Sei lá, só tô garantindo. Não quero acordar um dia e ver vocês se beijando ou coisa do tipo.

    Kizimu, sem dizer e entender nada, apenas sorriu nervoso. O mesmo já tinha beijado Pandora, mesmo que não entenda o quão importante é um beijo para algumas pessoas. Pandora pensou algo e riu para si.

    — Hmmm… agora fiquei curiosa. Vamos testar?

    Aisha arregalou os olhos enquanto Pandora, sorrindo travessa, pegou a mão de Kizimu e entrelaçou seus dedos e aproximou os seus rostos.

    — PANDORA!!! — Aisha exclamou, apontando como se tivesse presenciado um crime.

    Kizimu apenas se manteve confuso, observando a cena sem se pronunciar. Ele conseguiu associar que ela fingiu que iria beijá-lo. E se ela o beijasse, permitiria sem problemas. Porém, o grito de Aisha o deixou confuso, como se o que ele tivesse feito fosse algo errado.

    — Nossa, nem aconteceu de verdade e você já surtou? — Pandora provocou.

    — C-claro que sim! Eu tava brincando, mas vocês… vocês estão levando a sério demais!

    Pandora riu baixinho, soltando a mão de Kizimu.

    — Relaxa, Aisha. Só quis ver sua reação.

    Aisha bufou, cruzando os braços.

    — Vocês dois são um problema, sabia?

    Pandora sorriu.

    — E você adora isso.

    Aisha tentou segurar um sorriso, mas falhou miseravelmente.

    — Bah… tanto faz. Enfim, pra onde a gente vai agora?

    — Onde está senhor Kim.

    — Pandora por que ainda chama ele de senhor?

    — Ah o costume.

    Pandora, apesar dos pesares, ainda mantinha seus costumes, mesmo que ela agora fosse apenas empregada pessoal de Kizimu.

    — Vou buscar Kim, fiquem aqui vocês duas.

    — Sim!

    — Tudo bem.

    As duas ficaram juntas no hall enquanto Kizimu foi buscar Kim. As escadas em espirais quadradas eram feitos de uma madeira escura, não rangia, provando que a casa era muito bem construída. Kizimu foi até o quarto de Kim e bateu na porta.

    — Posso entrar?

    — Claro…

    Ouviu uma voz abafada vinda de dentro do quarto, logo entrou sem pestanejar.

    ✡︎—————✡︎—————✡︎

    — Está bem?

    O garoto loiro olhava para o quadro em sua mão, a insegurança no olhar era clara e o mesmo não conseguia fingir estar bem.

    — Eu estava apenas me acostumando com a ideia de voltar para insurgia. Eu nunca voltei para lá, desde que vim para cá.

    — Nunca foi visitá-los?

    — …

    Kim foi o causador da morte de amigos de seu passado, faria sentido não querer visitar sua terra natal. Kim continuou a olhar para o quadro e Kizimu se aproximou.

    — Kizimu, pediu para que eu contasse sobre meu passado, não?

    — Se sente confortável para me contar?

    Kim balançou a cabeça para os lados levemente e voltou seu olhar para Kizimu. O olhar dele era frio e seu rosto faltava seu falso sorriso, o que deixava Kizimu com um buraco no peito.

    — Como ouviu pelo Tarotian… eu matei todos os meus companheiros… matei todos os meus amigos…

    Kizimu andou até a cama que Kim estava sentado e ficou sentado na cama também.

    — Foi por causa da sua maldição?

    — Eu tinha perdido uma luta. Eu fiquei muito frustrado e por ficar devastado… eu perdi o controle. Tudo que eu pude ver foi eles morrerem.

    — Desculpa.

    Kizimu não tinha motivos para pedir desculpas, porém, internamente ele se culpava por não poder fazer nada. Ele não poderia mudar o passado do seu cavaleiro.

    — Eu tinha treinado com todas as minhas forças e não consegui vencer Ruan. Foi uma derrota depois de eu passar dias treinando. Foi como ver o abismo… e isso…

    — Isso deve ter deixado uma ferida enorme…

    — Ele estava em minha frente e ergueu sua mão para me ajudar a levantar… eu apenas olhei para aquela mão e senti raiva. Raiva. Raiva! — O olhar de Kim mostrava uma certa fúria, e então, parou, seu olhar morreu novamente e ele pareceu sem forças — De repente seu corpo começou a definhar, eu assutado me levantei na hora. O corpo dele começou a apodrecer e seu grito foi ensurdecedor.

    Kizimu sentiu a dor na fala de seu amigo, onde cada vez que falava mostrava uma ferida enorme em seu coração. O passado que não poderia mudar, a tristeza de saber que é a sua culpa essas mortes. Kizimu não conseguia entender a dor de tirar uma vida.

    Como será que Kizimu se sentira se matasse alguém sem querer, se ele fosse o causador da morte de seus amigos, mesmo que fosse a morte de um único amigo… Kizimu nunca entenderia…

    — Os meus outros amigos se aproximaram para tentar ajudá-los e aos poucos, um a um, todos começaram a sentir a dor também. Seus corpos definhavam e os gritos se misturavam entre si. Era um pesadelo…

    — …

    — … Até que, os mais distantes, perceberam que eu não estava sendo afetado. Eles começaram a me chamar de monstro e apontaram a culpa para mim. A ansiedade e o medo da culpa fez a maldição se proliferar mais e todos a volta começaram a ser afetados também, nosso mestre que estava tentando acalmar a todos começou a sofrer também.

    ‘Em instantes todos estavam sofrendo, gritando e chorando, e suas vozes de raiva, medo, tristeza e dor se misturavam. Todos eles no fim morreram um a um. Eu chorei e gritei até perder a voz.

    ‘Quando eu perdi a voz e tudo que estava em mim, eu só pude me sentir morto por dentro. Eu não sabia como contar para ninguém. Até que o tempo passou, eu fiquei lá, uma criança, perdida em meio a tantos corpos.

    ‘Eu me levantei e andei de volta a minha casa, eu andei, tentando ignorar todos que falavam felizes comigo. Eu tentei correr por medo de fazer alguns ser afetado novamente. Ninguém estava morrendo mais, porém o medo…

    ‘Eu fui até meu pai, e com medo eu contei para ele o que aconteceu. Ele, ficou surpreso, mas, ao mesmo tempo, ele não me repreendeu, ele me abraçou e pediu desculpa por estar passando por isso.

    ‘Eu fui isolado de todos, mas, em certo momento, meu pai foi obrigado a me fazer um pedido de desculpas formal.

    ‘Na frente de todos eu tive que me desculpar por algo que eu nem entendia como tinha feito. E lá eu vi… todos me odiavam, todos me xingavam, me gritavam, seus gritos de dores, me ecoava os gritos de dores dos meus amigos…

    ‘Eu estava a uma distância segura de todos, por isso eles não foram afetados, mas, os guardas que estavam a me guardar, ele… eles definharam também, começaram a gritar de dor e novamente se repetiu. Novamente. Todos então viram o quão perigoso eu era. Eles não sabiam se me xingava ou sentiam medo.

    ‘Meu pai observou tudo de longe, sem nada poder fazer. E eu apenas pude chorar, sozinho, pensando que nunca teria uma vida normal.

    Kizimu ouviu calado sua história, a dor e todas as lagrimas que foi derramada. Kizimu entendeu a dor que seu amigo passava. Como poderia sorrir se foi o causador da morte de todos os seus amigos. Ele ainda se esforçava para manter um sorriso no rosto, mesmo que o sorriso fosse falso.

    — Kim, eu… não posso imaginar o quão dói em seu coração. Me desculpa faltar palavras de conforto para você, eu prometo que não vou morrer para sua maldição. Não por causa do seu controle atual, mas por que eu posso me tornar imune a isso. Por isso, confie em mim quando digo que vou estar até o final contigo.

    — Isso não vai trazer eles de volta. Como eu posso seguir em frente se o Kim Umbral, o garoto que sonhava em ser cavaleiro para proteger… é apenas um assassino.

    Kizimu sentiu uma pequena raiva em si, não queria ver o garoto se culpando, porém, não tinha palavras para ajudá-lo. O que devera ser dito. Já passou por essa situação antes, não ter todas as respostas deixava-o incomodado.

    Será que assim como fez com Pandora, poderia beijá-lo e conectar os seus corações? Talvez pudesse alinhar seus sonhos e futuros. Pensando melhor, lembrou que Aisha disse que beijo entre homens era errado, então retirou esse pensamento de si.

    — Desculpa te deixar assim, senhor… eu só queria desabafar.

    — Não se preocupe, fui eu que pedi também…

    — Eu já fiz minha mala, já vou descer, me deixe um pouco só…

    — Tudo bem.

    Kizimu se levantou e se despediu, saindo do quarto. Lá, encostado na parede em frente a porta, estava Lins e pouco apressando, logo perguntou:

    — Podemos conversar?

    ✡︎—————✡︎—————✡︎

    Lins chamou Kizimu discretamente, guiando-o pelos corredores silenciosos até uma porta imponente de madeira negra. Atrás dela, havia o quarto de comando — uma sala impecavelmente organizada, com estantes repletas de livros, arquivos e papéis antigos. Um aroma de tinta envelhecida e couro preenchia o ar.

    Lins caminhou direto até uma estante e começou a retirar alguns livros, folheando-os como se buscasse uma passagem específica.

    — Como você está, Kizimu?

    — Bem… eu acho. É estranho você me chamando pra conversar assim.

    — Pode ser, né?

    Ele disse aquilo com um meio sorriso, sem tirar os olhos das páginas. Sentou-se numa cadeira estofada com encosto alto e continuou lendo, quase esquecendo da presença de Kizimu, que permaneceu em pé, deslocado.

    Apesar da limpeza do ambiente e da luz suave, havia algo desconfortável ali. Um silêncio denso, como se o ar carregasse palavras não ditas. Kizimu não conseguia relaxar — não com Lins por perto, não com aquele clima.

    — E então… — arriscou, tentando quebrar o silêncio.

    Lins virou mais uma página, os olhos atentos ao papel.

    — Se você ver uma porta bege, vai sentir insegurança. Mas mesmo depois de ver o que tem além dela… — Ele pausou, virou uma nova página. — …não se deixe dominar pelo medo. Concentre-se em conter a situação. Resolver o que encontrar.

    Kizimu franziu a testa.

    — Como assim?

    — A forma de parar o Pesadelo é na sala do rei. Quando a coisa aperta, eles ativam um sistema de defesa. Para acessar o trono externamente, as alavancas do segundo andar devem ser acionadas. Ao mesmo tempo, ou com no máximo cinco segundos de diferença.

    Ele disse aquilo como se estivessem no meio de uma missão, mas Kizimu sequer sabia sobre qual reino, situação ou “pesadelo” estavam falando. Neste caso, poderia pensar sobre o reino de insurgia, porém, qual era o fim de tudo isso? Tudo parecia estar sendo jogado no ar, como peças de um quebra-cabeça sem moldura.

    — Espera… pesadelo? Porta bege? Do que você está falando?

    — Terceiro — continuou Lins, ignorando completamente a pergunta — a maldição do Kim só atinge seu ápice quando ninguém pode se ferir. Então, se ele tiver que lutar… você precisa usar sua própria maldição pra proteger os outros.

    A confusão em Kizimu crescia como um turbilhão. Tudo era estranho. Incoerente. E Lins… falava como se estivesse lendo o futuro de uma peça que ele já tinha assistido.

    Ele se lembrou da conversa com Masha, sobre a forma como a maldição de Kim fora neutralizada. Mas nunca trocara uma só palavra com Lins sobre isso. Como ele sabia?

    Como ele sabia?

    — Essas… dicas. Isso é parte da sua maldição?

    Lins bocejou e fechou o livro com um estalo seco.

    — Só pra te informar, garoto… eu não tenho uma maldição.

    Seus olhos brilharam com algo que Kizimu não conseguiu decifrar.

    — O que eu sei… foi uma estrela quem me mostrou. Ou talvez… talvez tenha sido por causa dela que eu vi tão claramente. — Lins apoiou os cotovelos nos braços da cadeira e cruzou os dedos, olhando para o vazio. — Desta vez, acho que Minne não tem nada a ver com isso.

    A conversa terminou tão repentinamente quanto começou. Lins fechou o livro e, sem dizer mais uma palavra, passou por Kizimu e deixou o quarto de comando. Kizimu, ainda cheio de dúvidas não respondidas, apenas respirou fundo e o seguiu.

    Pouco depois, os cinco estavam reunidos diante da grande porta principal.

    Lins não participaria da viagem, mas ainda assim, fez questão de levá-los até a rodoviária. O carro preto cortava a cidade silenciosamente, enquanto todos se mantinham relativamente quietos — Pandora olhando a paisagem pela janela, Kim com os braços cruzados e Aisha brincando distraidamente com seu celular.

    Já Kizimu… não conseguia descansar.

    A cada pessoa que via pela janela, seu olhar captava algo. Um homem com a camisa mal abotoada. Uma mulher roendo a unha do polegar com nervosismo. Um garoto com um caderno nas mãos, repetindo algo baixinho para si. Kizimu via tudo. Tudo. O tic-tac no olhar, o jeito que uma perna balançava, a tensão no ombro de alguém passando.

    Era como se o mundo ao seu redor estivesse gritando em detalhes. E ele não conseguia desligar.

    Ao chegar à rodoviária, a multidão era ainda mais esmagadora. A mistura de sons, cheiros, roupas, movimentos… Era como estar em meio a um turbilhão. Kizimu tentava focar em apenas um som, uma pessoa, uma cor — qualquer coisa para se ancorar. Mas era inútil.

    Uma hora se passou como um turbilhão cansativo. Kizimu já estava mentalmente exausto quando o ônibus finalmente chegou. As portas se abriram com um leve chiado metálico, e os quatro entraram.

    Era hora de partir.

    Todo esse momento apenas Aisha foi sua salvação, a qual mostrou um jogo para Kizimu, fazendo ele se distrair, pois sem isso, estaria perdido.

    Eles se colocaram dentro do ônibus e se acomodaram. Kizimu e Aisha ficaram nas cadeiras 12 e 13 respectivamentes, Pandora e Kim ficaram nas cadeiras atrás deles. E agora finalmente estavam prontos para a viagem.

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