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Hora do chá
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Yahalloi
CaiqueDLF aqui!
Pessoal, um aviso, esse é o maior capítulo até hoje, então, eu peço que leiam com calma. Muitos acontecimentos, muitos desenvolvimentos, e no fim, o começo de algo muito maior. Boa sorte nessa leitura.
Bye bye.
Ass: CaiqueDLF
Capítulo 69: Um eco emocional
Todo o grupo se reuniu ao redor da mesa, e algo foi imediatamente percebido: a conversa fluiu com naturalidade… mas as calcinhas de todas as garotas haviam sido novamente roubadas.
Bellatrix, sempre vigilante, havia investigado no dia anterior — estivera ativa em todos os cantos — mas não encontrara absolutamente nada.
Dessa vez, porém, cada vítima recebeu uma carta:
“Estou entre vocês.”
— Certo… isso está começando a irritar. — Bellatrix murmurou com firmeza. — Essa brincadeira de mau gosto já passou dos limites. Por isso, eu, Amara e Ernesto decidimos uma coisa.
— Isso mesmo, seus animais de circo. — completou Amara, jogando os pés sobre a mesa com um sorriso debochado. — Se o ladrão quer fazer piada, então entraremos na brincadeira dele. Três times. O grupo que pegar o pequeno calango vai poder fazer o que quiser com ele.
Bellatrix e Amara formavam um par inusitadamente eficaz. Enquanto uma agia de forma lógica e cirúrgica, a outra era caótica, debochada, e imprevisível.
Essa união de opostos fez com que o jogo começasse — sem chance de reclamação por parte de ninguém.
— Time 1: Ernesto, Kim, Dalia, Vizenzo e Guto.
— Eu não fico no time daquele doente de forma alguma. — protestou Guto com um tom duro e direto.
Bellatrix sequer levantou os olhos.
— Já decidimos antes.
— Como?
— Pedra, papel e tesoura.
— Eu não vou! Me coloca em outro time!
A tática parecia não dar a mínima. Mas então, Brielle levantou a mão com gentileza.
— Eu fico no lugar dele. Devemos ser gentis, como nosso Senhor sempre foi.
— Você… faria isso por mim? Ah cara… muito obrigado!
Guto bagunçou os cabelos de Brielle como sinal de gratidão. O gesto simples — quase infantil — fez a garota de cabelos vinhos corar por completo. Ela desviou os olhos, embriagada de alegria, e apenas respondeu:
— Amém…
— Certo, então. — disse Bellatrix. — Time 1: Ernesto, Kim, Dalia, Vicenzo e Brielle.
Amara chutou a mesa com força, empolgada:
— Meu time sou eu, o fracote de azul, a fracote florida, Hermione e a maluca.
Houve um breve silêncio. Ninguém entendeu.
— O time de Amara… — Bellatrix traduziu com paciência — é Kizimu, Pandora, Hermione e Bianca. Isso faz deles o Time 2.
— UAU! Que divertido! — exclamou Bianca, girando no próprio eixo e abraçando a si mesma. — Eu vou ficar com a pistoleira e dois convidados… divertido demais!
— Isso deixa o Time 3 comigo. — disse Bellatrix. — Eu, Eleanor, Aisha, Talia e Guto.
Amara já se animava.
— Bora, cambada! Vamos fazer dessa caça ao ladrão a coisa mais emocionante de todas! Vamos colocar o culpado na fogueira e destruir cada pedaço de carne dele!
— Boraaaa! — gritou Bianca.
Cada um reagiu à sua maneira.
E no fim, aquilo foi o marco de um novo começo. As investigações dariam seu início.
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— Certo, ontem, eu investiguei muitas coisas, coloquei armadilhas, câmeras, estilizei todo o ambiente, foi tudo calculado da forma mais precisa e nada, nada do que eu fiz resolveu minhas teorias.
Tudo que Bellatrix pensava era que só tinha 4 opções — Talia, A ladina felina. A mesma já tinha afirmado que faz esses tipos de roubos, o que tornava ela a maior aposta. Porém, mesmo que seja ela, sua personalidade não combina com essa brincadeira.
— Sim, e meu estilo de roubo, além de ser produtivo, ele não deixa nada para trás. Ninguém perceberia que foi roubado, tudo que foi roubado foi notado da forma mais direta possível.
Talia ouviu toda a conversa interna de Bellatrix, surpreendendo ela.
— Não se assusta, eu não tô contra você. Eu fui roubada também, foi o que eu chamo de calcinha da sorte. É a minha, mas confortável e tem compartimentos que auxilia meu roubo. Acredita, quem me roubou sabia exatamente o que eu procuraria.
— Me incomoda que você está sendo tão direta comigo, depois dessa investigação, eu vou ter que apreender você por alguns dias.
— Errado, você não tem provas, e mesmo que use minha fala, não tem nada que eu roubei para me prender. Está ficando velha demais para fazer essa investigação, está sendo ultrapassada.
Bellatrix apertou o punho com força, guardando a própria raiva.
— Eii, mas tipo, não tem nenhum padrão?
Aisha entrou na conversa de repente, como se também estivesse escutando a conversa desde o começo.
— Quem mais está ouvindo meus pensamentos?
— Bem, a senhorita quando está pensando fala em voz alta, e estamos todos no quarto de Talia, não tem muito o que não ouvir.
A tática estava irritada que seus próprios pensamentos estavam sendo fluidos para fora como se não fossem nada.
Eleanor subiu em cima da mesa central que pintava aquele quarto caótico.
— Isso é como um jogo pessoal. Olha, estamos em um empasse como se nada fosse resolver, mas se o culpado está tão a frente, ele não vai deixar alguma pista de propósito? Por que, se ela deixou pistas tão boas para trás, talvez ela queira ser encontrada.
Era um ambiente pequeno, e cheio de objetos, papéis, uma poltrona sem pé grande que ocupada parte do quarto, uma rede perdida, cruzando o quarto, a mesa central era fora de tom, e uma televisão era possível ser encaixada para visualizar de uma maneira que tanto a rede quanto a poltrona permitia sua visão.
Aquele caos ordenado era o quarto de Talia.
— Espera, onde você está?
— Eu não posso subir nessa mesa?
— Não, é que… eu não tinha essa mesa.
Talia estranhou a mesa central, uma espécie de kotatsu, não era um móvel que tinha naturalmente em seu quarto, tanto que para poder andar por ele, tiveram que passar por cima. Naquele caos ordenado.
— Me deem um segundo.
Bellatrix levantou o Kotatsu e lá tinha diversas fotos. Todos eram fotos reveladas, de todas as garotas que tiveram seu bem roubado. Mas não era qualquer foto. Era uma foto enquanto elas estavam dormindo.
— Isso é impossível! Eu coloquei câmeras no quarto de todas. Mas droga, eles passaram até por isso, no roubo de hoje. Como?
— Passar por câmera é a coisa mais fácil, é só hackear e deixar um vídeo em loop.
— Claro, mas eu deixei um programa para poder analisar qualquer um que tente entrar no meu sistema.
— Velhatrix, que coisa boba, vem cá.
Talia tirou uma pilha de roupa, revelando um computador de última geração em seu quarto. Ali, Bellatrix percebeu que sua oponente estava muito a frente. Cada segundo que passava, a prova que apenas Talia poderia ser a ladra, tornava tudo muito estranho.
Em dedos ágeis, ela entrou em certos programas e invadiu na frente da guarda real, a câmera de seu quarto. Provando que aquela mesma câmera já estava sendo manipulada.
— Está vendo, eu ontem a noite sai pela noite, e você achou que eu estava no meu quarto.
— Espera! Se você pode fazer isso… você é a única pessoa que pode ser a culpada. Você estava fora do seu quarto, todas estavam em cada quarto!
— Não posso dizer o que eu estava fazendo, mas… eu apenas estou te dizendo que é fácil passar das câmeras do reino.
Bellatrix pegou Talia pela suas roupas frouxas, e a gatuna ficou frustrada por ser tão sincera.
— Eii! Eu estou sendo cooperativa, para poder ajudar nessa investigação. Poderia não ser tão chata?
— Você acha que sou idiota, você é a única pessoa que poderia ter feito esses roubos. A não ser que diga, o que você estava fazendo?
— Desculpa, mas não posso falar.
No instante seguinte, Talia teve de fechar seus olhos, porque um punho foi direto sua cara.
— Não!
— Ãn?
Aisha segurou os braços de Bellatrix com toda força que tinha.
— Não parte para violência assim, eu duvido que tenha sido ela! Nas duas sabemos disso.
— Mas, eu não posso acreditar mais nela. Mesmo que ela não tenha roubado as calcinhas, ela está roubando algo, e está aqui, na minha frente.
— Então sua tática velha é me bater até eu falar, que coisa mais… O quê?!
Talia mudou seu foco por completo por algo que estava em sua tela. No vídeo que estava em seu quarto, alguém estava roubado sua calcinha. Retirando o falso vídeo que Talia mesmo tinha instalado, elas puderam finalmente ver quem era o culpado, e isso irritou ainda mais Bellatrix.
— Você é a culpada.
— Calma, agora é serio!
Em um movimento veloz, a tática jogou Aisha em cima do Kotatsu, e deu um grande soco em Talia, que jogou ela por cima do próprio computador.
— Não fui e-
Um soco, um ataque, uma sequência tão bela que apenas sangue saiu em sequência.
Não quero falas suas sua falsa, temos a prova perfeita, um vídeo oficial.
Algo voou na direção de Bellatrix, e a mesma segurou na sua mão. Aquilo na mão dela fez perceber o erro que a causou. Talia não era a culpada, e o que a gatuna puxou com fios de aço, provava sua inocência.
Aquilo era…
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— Oh my Toy, vamos juntos~?
Bianca envolveu seus braços aos de Kizimu, entrelaçando-se a ele. O corpo de Bianca era relativamente quente, e bem macio.
— Eu não sou seu brinquedo.
— Claro que é, vou me divertir muito com você hoje. Fuu~.
Bianca provocou ainda mais, assoprando seu ouvido. O seu corpo arrepiou por inteiro, e no seguinte instante, Pandora afastou os dois.
— Solta!
— Quê? Eu também quero brincar com ele.
— Ele não é seu brinquedo.
Em “T”. Com os braços abertos, Pandora se colocou entre Kizimu e a potencial ameaça no momento. Isso fez o sorriso da máquina teatral aumentar ainda mais.
— Oh, não acredito, estou sendo substituída. Achei que você me amava, Kizimu Desira — desolou-se teatralmente.
— Que, esse não é meu sobrenome.
— Sim, é o meu, como você é meu toy, achei que poderia colocar meu nome para salvar meu território.
— Não faz coisas estranhas com meu Kizimu!
Pandora ficou completamente irritada, com os dizeres absurdos de Bianca. A mesma que parecia estar em um show próprio, era uma forma animada que lembrava Aisha, o que fez Kizimu sorrir em conforto.
— Olha, você adora colocar as botas onde não é chamada, hein, sua pequena calanga.
Amara colocou seus braços pesados contornando o pescoço de Bianca, de forma que parecia que estava arrancando sua cabeça. A risonha, tropega, apenas devolveu segurando o rosto de sua pistoleira pela bochecha e fez seu teatro:
— Parece que eu estou querendo me divertir, não? Para onde vamos?
— Hahaha, para o seu quarto, gracinha, ou você não sabe que é a mais suspeita?
— O que, querem entrar no meu paraíso? Olha… — Bianca começou a ficar vermelha e tímida. Um teatro ambulante. — Se Kizimu-chan quiser ir até meu quarto, eu adoraria mostrar.
— Pare de fingir timidez — gritou Pandora.
— Certo, certo, então vamos. Até meu forte da solidão. Huhuhuhu.
Bianca abriu a liderança, com Amara seguindo em sequência. Kizimu e Pandora seguiram logo atrás, com sua empregada pessoal, segurando seu braço, insegura. Hermione, que estava em pé, apenas seguiu o grupo. E lá eles foram.
— Kizimu, nos… não temos conversado muito.
— Verdade, está acontecendo muita coisa esses dias, como você está?
— Com saudades.
Kizimu sentiu uma certa vergonha ao ouvir isso, porém, ele não entendeu por que, apenas, agiu normalmente com as orelhas ficando vermelhas.
— E quanto aos outros?
— Os outros?
— A loira, o saci e o curupira. — Kizimu sussurrou ao ouvido de Pandora, surpreendendo ela.
— Ah… eles. Toda noite, eu deixo eles saírem com Aisha, e ambos ficam conversando com ela. Mas, Saci e a Loira reclamam muito dizendo que querem te ver.
— Entendi.
Isso era uma coisa boa, já que dessa forma Pandora poderia cumprir a promessa que fez. Aqui nesse castelo, eles tinham que tomar muito cuidado, pois não eram todos que poderiam saber sobre as maldições.
— Bem… a última noite eles não puderam sair. Eleanor estava no quarto, então, é complicado.
— Vou arrumar um jeito de ver eles.
Pandora ficou um pouco incomodada.
— Eu gostaria que você arrumasse um jeito para ficar mais comigo também.
— Claro, eu também vou.
Kizimu passou a mão na cabeça dela. O conforto do toque físico entre amo e servo era a coisa mais bela que poderia ter naquele ambiente, uma conexão perfeita que traria uma perfeição pertinente.
— Chegaaaamooooos — cantou Bianca.
Entrando um grande quarto aguardam eles.
De todos os quartos, esse era um dos maiores. Lá tinha um uma grande cama king size, elevada, uma escada e escorrega bem engraçada existia. O guarda-roupa era enorme, e ficava ao lado de… uma piscina de bolinhas? Ao lado do quarto tinha um grande palco, que tomava boa parte do quarto. Holofotes e mesas de som, equilibravam naquele quarto.
Todos entraram meio confusos, se estavam entrando em um quarto de Bianca ou em um teatro infantil. Lá, eles foram até o lugar mais chamativo. Era surpreendente. Um mar de calcinhas, jogadas todas separadas diante do palco.
— Espera! — Amara ficou alerta, já que isso poderia ser uma pista.
— Não, essas são todas minhas. Olha, eu pensei, se ele quiser roubar, seria mais divertido se tivesse mais fácil para eles.
— Mas isso é anti-higiênico.
Pandora reclamou da higiene aplicada sobre o plano de Bianca, ficando bem irritada sobre isso. Bianca apenas pulou e algo ocorreu. Uma dança fora de tom aconteceu.
Ela vibrava, flutuava, e seus passos leves eram como se estivesse voando. Mas, era apenas uma dança muito bem calculada. A expressão e os sentimentos que estavam sendo refletidos diante a uma performasse excelente, mostrava um grande espetáculo.
Isso se tirar a consideração que ela estava dançando pisando nas próprias calcinhas.
— Isso é tão lindo quanto ver água sobre o deserto, é belo, mas, falso.
Amara estava assistindo aquele espetáculo fora de hora e começou a refletir.
Bianca era uma prima direta sua. Ali, apenas tinham pessoas da família, filhos de tios, de cunhados, de tantas pessoas diferentes, tornando uma grande família. Mas, aquela a sua frente era filha da irmã de sua mãe.
A sua amizade com Bianca era muita, já que Amara cuidou da pequena desde muito nova.
O que significava também que ela conhecia muito bem sua prima.
Uma garota caótica, que faz de tudo para que possa ver o medo, para que possa sentir medo. E esse era a situação mais provável de acontecer, ela era a pessoa mais provável de ser a culpada.
Conversando com Bellatrix no dia anterior, elas teorizaram 4 pessoas.
Talia, Hermione, Eleanor e Bianca.
Por isso, tinha que afirmar as principais teorias aqui. Nada poderia provar que era a garota a sua frente. Amara andou pelo quarto, e olhou as coisas pessoais de Bianca, que dançava. Todos estavam vidrados naquela dança perfeita.
Amara não iria ficar parada, ela não iria ser presa a uma performasse, ela era mais forte que isso. Ela conhecia os truques de sua prima, por isso.
— O que deveria significar isso?
— Não sei do que está falandooo, estou a dançar.
Um tiro seco ecoou sobre a sala, assustando a todos.
— Eu quero explicação sobre isso! — gritou, apontado a sua arma para Bianca, a qual apenas sorria.
— Olha, é apenas uma mera carta-branca.
A arma de Amara apontada para seu alvo, e a segundos atrás, o tiro passou por segundos de atingi-la.
— Amara, não precisa atirar nela, calma — falou Kizimu tentando acalmar a situação, mas seu corpo travou, um medo tremulo fez suas pernas travar. — Quê?
— Não se intrometa, moleque, a conversa é, eu e ela. — Aproximou Amara com sua arma. — Essa carta é um pedido para manter em sigilo quem é o culpado.
— Sim, eu já sei quem é o culpado. Eu descobri nas minhas investigações, huhuhu.
Bianca andou até a direção da arma de fogo. E Pandora olhou para a parede, uma ponta preta fixada, quebrada, pois a pólvora ali era de verdade, o tiro poderia, sim, matar daquele jeito.
A arma de fogo se manteve firme na mão de Amara, e Bianca a colocou sobre seus seios. O tiro ali, era morte, e Bianca sorria.
— Atira, vai, se for querer me fazer contar pelo medo, vai falhar agora.
— Ah é?
Um soco direto jogou Bianca para trás.
— Existem muitas formas de fazer alguém falar.
Ali, Kizimu queria fazer algo, mas, seus ossos estavam travados, presos, fixos, medrosos, por algum motivo, não conseguia se mover.
Amara subiu em cima de Bianca e começou a socar ela.
— Eu sei que foi você sua idiota, está criando uma confusão idiota dessas para quê, hein? Acha que somos idiotas? Não preciso de prova, essa coisa besta e idiota, só poderia ser você, e você e você.
Soco pós-soco, e nada, nada tirava o sorriso de Bianca.
— Não vai falar nada? Ah…
— Que coisa incrível! Essa sensação, é perfeita, maravilhosa, sim, me faça temer, me faça desejar o fim. Eu digo, não fui eu que roubei, mas continue, continue, por favor.
Amara recuou, naquele instante, mesmo apanhando, Bianca não admitia que foi ela. Mesmo que Amara não tivesse provas, esse roubo, só poderia ser ela, então, por que ela não admitia?
— Pare com isso.
— Ãn?
— Para de bater nela, você não tem nenhuma prova. Eu mesmo acho muito errado tudo isso, mas, é só um roubo de calcinhas, não adianta nada você bater nela por uma besteira dessa.
Pandora foi aquela que se moveu para resolver o problema, já que Kizimu não conseguiu falar. Amara olhou Bianca que sorria abaixo dela, um sorriso perfeito, como se não tivesse acontecido nada. Nem mesmo uma lágrima de dor. Isso era incômodo demais.
— Ah que se dane.
Levantou, e deu a mão para ajudar sua prima.
— Obrigada~ e muito obrigada a você também, minha dear.
— Claro…
Pandora defendeu Bianca, mas, apenas por que ela não queria ver injustiça, mesmo assim não confiava nem um pouco naquela garota.
Kizimu vendo essa situação, se sentiu preso, fixo, como se não pudesse mover um músculo. Era como se falar fosse um erro. Um sentimento extremo, pior que medo. Era ansiedade.
Olhando em sua volta, atrás dele, com a cabeça baixa, com suor frio, estava Hermione. Seus sentimentos poderiam ser refletidos da forma mais direta possível. Kizimu conseguia ler o seu medo, a sua ansiedade, estava estagnada, estava falha.
Kizimu sentiu pena, como se o que ele sentia, fosse apenas um eco do que Hermione sentia. Ela ficou quieta desde que chegaram, e estava cada vez pior.
— Você está bem?
— Ow, ah, claro, sim. Obrigada por perguntar.
Ela recompôs automaticamente, fazendo Kizimu conseguir respirar novamente. De forma muito gentil, ela respondeu.
— Eu vejo que está muito nervosa.
— Não… — Balançou a voz nervosa — É que… eu não estou acostumada com isso.
— Não se preocupe, eu vou… vamos juntos achar o culpado.
— Sim. — Timidamente assentiu.
Pandora viu que uma interação estava acontecendo entre Kizimu e Hermione. Ela queria tentar intervir, mas, não queria sair de perto de Amara e Bianca, a mesma apenas suspirou.
— Isso dai está muito feio.
— Não se preocupa, é só eu pedir para Vicenzo, que ele me dá algum xarope para melhorar.
— Ele é medico?
— Não, ele é alquimista, e estuda sobre química. Ele é muuuito bom no que faz.
Pandora estranhou, já que, não fazia mais sentido um médico ao alquimista para tratar de ferimentos assim?
— Amara, Vicenzo é tão bom assim?
— Sei lá, eu não ando com aquele calango. Ele não é da família, ele é apenas um amigo próximo de Bianca.
Pandora aprendeu algo novo. Ainda tinha que aprender sobre como funcionava a família desse castelo, talvez se entendesse melhor eles, poderia ter alguma pista.
— Certo, vamos para o próximo quarto, já que Bianca não vai contar quem é a culpada.
— Isso me dá nos nervos, mas, sim, não quero ficar ferindo minha mão para algo tão besta.
— Eu amo, amo, amo, vocês. Vamos, flutuar no abismo de possibilidades até achar a resposta certa, não é mesmo, my dears
Pandora e Amara concordaram entre si, e Bianca apenas dançou mais uma vez.
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Ernesto liderava o caminho com eloquência e passos dedicados, sua postura era perfeita e seu caminhar aprumo trazia elegância.
Logo atrás vinha Brielle e Vicenzo, os dois em particular não tinham nada em comum, nem assunto ao menos tinham para conversar.
E por fim.
— Eu ainda não consigo acreditar no que ele fez com você. Meu Kalén não merecia passar por aquilo.
— Não se preocupe, já passou, mesmo que o trauma ainda viva em mim.
Dalia ficou com pena de Kim, e o mesmo apenas poderia sofrer com seus novos traumas.
— Neste recinto vamos primeiro vasculhar meu maior suspeito.
Param em frente a um quarto, e Kim e Dalia sentiram repulsa.
— Este é o meu quarto.
— Exatamente, eu vou vasculhar cada canto dele. — Pediria ser uma fala intimidadora, se não fosse Ernesto falando com um rubor sobre o quarto de Kim.
Entraram no quarto comum. Cortinas claras, uma estante com alguns livros, um espelho oval e duas camas com colchas azuis dobradas com precisão. No centro, um vaso com flores e ali, o ambiente comum e equilibrado. Kim havia dormido naquele quarto junto a Dalia no dia anterior.
Kizimu não sentiu nenhuma estranheza em ver Kim dormindo com uma pessoa, já que o próprio Kizimu dormiu com sua considerada irmã, não via nada de errado nisso.
O ambiente exalava acolhimento, sem luxo, mas com um refinamento silencioso que todos puderam apreciar.
Sem perder tempo, Ernesto abriu o guarda-roupa de Kim e Kizimu e começou a futucar tudo. Ele de repente pegou uma cueca e cheirou e
Plack!
Dalia bateu com um pedaço de madeira, era como uma espada curta, que ela estava ocultando na perna, abaixo do vestido.
— Senhorita Dalia, não deve usar seu treinamento para fins tão fúteis.
— Eu até ouviria meu mestre, se ele não tivesse sangrando pelo nariz agora, seu pervertido, idiota, pedófilo gay.
— Não sou um pedófilo! Eu sou alguém de muito respeito pela sociedade de Insurgia.
— Acreditaria no senhor, se não tivesse com uma cueca na mão.
Ernesto guardou a cueca no bolso e começou a sair do quarto.
— Já vimos muito aqui.
— Ah, não, devolva isso!
Mais um golpe foi na direção, mas Ernesto começou a esquivar.
— Brielle, poderia me responder algo.
— Ah, claro, devemos sempre ajudar o outro assim como gostaríamos que seja feito a nossa vontade.
— Então, Dalia, ela é aluna de Ernesto? Ela chamou ele de mestre, e está atacando com qualidade com aquela espada curta.
— Sim, ela é uma das cavaleiras da trupe de treinamento para cavaleiros do reino.
Kim achou aquilo incrível, e uma culpa veio no seu peito.
— É mesmo…
Brielle notou a ansiedade de Kim.
— Não se culpe pelo passado, foque no seu presente, e como vai compensar aqueles que se foram.
— …
A garota de cabelos vinho percebeu que falou demais e ficou com vergonha.
— Ah, nada, apenas falei demais, desculpa.
Kim sorriu.
— Obrigado, Brielle.
A garota sorriu.
— De nada.
Enquanto isso, Dalia e Ernesto trocavam espadadas.
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— Olha, eu juro que não interceptei você, porque eu mesmo já tinha dito que ela não merecia perdão. Eu já sabia de seus roubos habituais, então, isso é besteira — afirmou Guto.
Na mão de Bellatrix, tinha um punhal sagrado de uma grande igreja. Aquele objeto no dia anterior tinha sido condecorado em um festival. O que provava, que seu roubo não batia com os horários apresentados.
Para Talia ter roubado aquele punhal, ela não poderia estar no próprio quarto. O que significa que o vídeo em questão é falso.
— Mas… como?
— Você está ficando velha, eu já disse. Nosso ladrão é alguém, que nem mesmo eu sei quem é. Por isso, eu estou te ajudando.
Talia limpou o sangue em sua boca, e recompôs sua postura.
— Tenho algo em mente, uma suspeita. Não quer dizer que seja ela, mas, a única com inteligência para tal coisa. Antes, eu vou na enfermaria. Aishita, por favor, poderia ir comigo?
— Ah, claro!
— Sua velha. Você, Guto e Eleanor podem investigar a ferreira. Já que ela é alguém que sabe os segredos desse reino. Talvez ela sabia de algo.
Bellatrix estava frustrada, já que era sua segunda aposta falha.
Ela tinha certeza que era Eleanor, pois todas as pistas apontavam para ela e falhou. Ela tinha certeza que era Talia, pois todas as pistas apontavam para ela e falhou. No fim, as duas apostas estavam falhas. Frustrada, ela jogou perfeitamente a adaga para a foto de Talia dormindo…
— Espera… como ela tirou uma foto dela mesma?
Talia e Aisha andaram para a enfermaria do castelo estrela branca. Lá tinha muitos médicos especializados em tratamento rápido. Uma qualidade de tratamento que poderia ser dito como divino. Algo que só tinha naquele grande castelo.
— Talia… por que você me chamou para ir com você?
— Sabe Aishita, eu queria muito passar um tempo com você. Lembra quando brincávamos quando criança. Era super divertido.
A gatuna abraçou Aisha com uma intimidade tão profunda, que pareciam que elas eram amigas de longa data. Claro, Aisha, quando pequena, brincava com Talia, mas, se passaram anos que elas não se viam, algo deveria ter mudado.
— Olha, você sabe que é perigosa, então, entende que estou completamente na defensiva, né?
— Não se preocupa, eu gosto de grandes desafios~
— Quê…
Aisha sentia um perigo maior do que tudo que já sentiu antes. Todos os sinais possíveis, mas, queria fugir da possibilidade. Por isso, acalmou o próprio coração e sorriu, para lidar da melhor forma possível.
Aisha viu a porta da enfermaria, e correu para entrar, assim, poderia fugir de sua colega que queria tanta proximidade. Mas, as patas felinas não eram tão pouco treinadas, em um giro, ela dançou o corpo de Aisha, por segundos, até caírem atrás das cortinas.
Perto demais, juntas demais, corpo a corpo.
— O que…
— Aproveite…
O corpo de Talia invadia o corpo de Aisha quebrando qualquer distância. As pernas treinadas para entrar em lugares apertados, parecia cruzar limites que não deveriam cruzar, onde, indo para entre as pernas da parasita, o medo cruzou sua mente.
Tudo apitava, como se o perigo de ser invadida não fosse o único perigo ali. Pois, algo poderia cruzar sua própria inocência. A respiração de Talia abafou no pescoço de Aisha, e entre as cortinas que estavam, Aisha tentou se esgueirar para fora.
Suas pernas avançou diante a abertura de Aisha, e lá, uma abertura.
O joelho de Talia passou por dentro das pernas de Aisha e abriu uma passagem secreta, as duas giraram dentro das paredes e caíram uma por cima da outra.
No segundo seguinte, Aisha pulou para fora, correndo pelo quarto. Seu olhar passou por tudo, como se ela estivesse sendo presa em um calabouço. O quarto em questão tinha toda a estrutura da enfermaria, mas não tinha nenhuma porta.
Onde ela estava?
— Aqui é minha enfermaria. Não posso aparecer machucada e vir na enfermaria normal, seria suspeito, não?
— Acho… que tem razão…
— Não precisa ficar com tanto medo, eu não mordo~
Talia estava de quatro, como se engatinhasse diante Aisha, que estava completamente assutada. A ladina felina, com língua afiada como uma espada, estava totalmente ativa diante de Aisha. Algo como… se ela estivesse totalmente afim dela.
— Olha, que tal pegarmos esse álcool e cotonetes e estocarmos seu sangue.
Aisha tirou os olhos de Talia por um segundo e a mesma sumiu, procurando por todo o quarto, seu olhar passou por tudo, até encontrar a garota sentada diretamente na cama.
— Certo… isso é um sim?
— Pode fazer isso em mim, eu aceito.
— Não… não sei o que fazer…
— Não se preocupa, Aishita, eu não mordo~
Aisha estava desconfortável, já que não esperava que essa era as intenções de Talia. Era como se ela quisesse algo a mais, porém, estava descarado que tudo que ela queria era Aisha. O sentimento de medo era alto, como se tudo dentro de si apitasse.
Isso só acontecia quando estivera perto da morte, talvez, Talia fosse mais perigosa do que imaginava, enquanto estava afim de violar Aisha.
— Pegue um frasco de álcool, algumas cotonetes ainda embalados, gaze limpa e um pano úmido dobrado. Eu vou guiá-la.
— Tá bom…
Aisha o fez. Sem perder tempo, correu até a pequena estante de madeira no canto da sala. Abriu a porta com força, derrubando algumas caixas no chão. Vasculhou entre frascos brilhantes e panos embolorados até encontrar o que precisava: um frasco de álcool, alguns cotonetes ainda embalados, gaze limpa e um pano úmido dobrado.
Tudo estava em seu devido lugar. Claro, tudo já tinha sido preparado por Talia.
— Banhe em álcool um pano, para limpar minha ferida. Depois faça o mesmo a um cotonete e limpe meu corte levemente.
Aisha achava tudo muito estranho, mas ouviu seu pedido. Voltou apressada, joelhos arrastou no piso frio. Talia estava sorrindo, mesmo com o sangue ainda escorrendo. Com mãos firmes, mas cuidadosas, Aisha umedeceu o pano com álcool e se aproximou.
— Vai arder um pouco, mas eu tô aqui. Aguenta, por favor.
— Eu posso aguentar quanto você quiser que eu aguente.
Passou o pano primeiro ao redor da ferida, limpando os traços mais grossos de sangue, Talia se concentrava no rosto ansioso de Aisha como se estivesse a devorando com os olhos. O cheiro de álcool tomou o ar. Depois, com um cotonete embebido, começou a limpar o corte com cuidado, tocando o mínimo possível, tentando não ferir mais.
— Muito bem, está indo muito bem, agora pressione a gaze limpa sobre o corte fino dos punhos daquela velha.
As palavras de Talia eram de agrado, mas, parecia que a mesma se divertia muito com aquilo. O som abafado da respiração dela se misturava com o estalo suave dos cotonetes sendo usados. Aisha pressionou levemente uma gaze limpa contra o corte, segurando firme por alguns segundos para estancar o sangue.
— Acabou… já tá melhor. Não… precisamos mais de tanta adrenalina.
O toque da mão de Aisha sobre a gaze, pressionava a ferida, deixando Talia ainda mais animada, por isso, naquele instante, aproveitando a sensação, fechou os olhos e colocou a mão sobre a de Aisha.
Medo sobrepesou seu corpo, que arrepiou todo, mas, antes que pudesse recuar, o mundo girou. Com um gingado aparente, tudo parecia retorcer, e o giro completo fez Aisha cair sobre a cama da enfermaria, com Talia sobre ela.
— Capturada, minha pequena presa.
Talia aproximou seu corpo cada vez mais ao de Aisha, que sentiu o mais, e mais profundo. Tudo naquele ambiente parecia refletir em algo cada vez mais obsceno e desastroso. Aisha perdeu os movimentos das mãos, que sabe lá como, estava amarrada com um pano grosso branco.
O movimento rápido deixou Talia completamente no controle. Ali. Ela assentiu levemente, ainda em silêncio, mas os olhos agora estavam fixos nela — ansiosa, confusa, viva.
— Que tal aproveitarmos um pouco. Estamos sozinhas não estamos~?
— Por favor, não… eu não sinto o mesmo…
Aisha estava se sentindo como uma presa, afagada, apagada. Seus braços presos, o corpo de Talia que acima dela pressionava seu corpo. As gentis mãos que passavam pelo seu corpo, pelas suas curvas, pelo seu pequeno busto.
A respiração pura estava diante seu cangote, e nada poderia salvar ela, naquele momento, apenas tinha duas amantes, mesmo que uma delas não estava pronta para passar para o próximo passo.
Os delicados beiços de Talia roçaram no pescoço, assoprou, um arrepio leve tornou seu corpo. Passou para as orelhas, mordiscou, o seu corpo ficou mais enrijecido, e logo, seus lábios ficaram frente a frente aos dela, onde, o próximo passo seria roubar seu primeiro beijo.
Aisha fechou seus olhos, ela nunca imaginou que seu primeiro beijo seria roubado de tal maneira. Por uma garota tão cruel, uma ladra sem precedentes estava prestes a roubar um dos seus bens mais preciosos.
Depois ali seria o quê? Sua virgindade? Sua dignidade? Seu corpo? Sua mente?
— Que tal… aproveitar mais…~?
— Não…
O medo.
O arrepio.
O segundo que se passou e…
Nada.
Aisha abriu seus olhos quando o peso desapareceu. Com uma risada boba e travessa, Talia estava sentada, em W, em cima das pernas de Aisha. Com seu corpo agora livre, ela tentou soca a gatuna, com seus braços presos.
Mas foi em vão, a mesma apenas segurou seus braços e novamente caiu sobre ela.
— Calma, eu estava brincando, apenas te provocando… você iria deixar mesmo eu fazer isso? Olhar que eu bem poderia hein?
— Mas…?
— Mas nada, você poderia ter gritado por ajuda, mas deixou tudo fluir. Que menina travessa~
Aisha lacrimejava ali, foi feita de tola da maneira mais ousada possível.
— Mas, agora vamos para o que importa — disse Talia ainda segurando seus braços, e com seus corpos tão próximos que poderia ser dito como um.
— Maldições e Bênçãos.
Aisha enrijeceu. Um assunto tão desconexo do assunto ativou sua mente. Ela até tentou disfarçar, mas, os olhos julgadores analisavam sua expressão. Tentou virar seu olhar, mas em vão.
— Não precisa esconder. Eu investiguei todas as últimas noites. Aquele lance do roubo da adaga foi falso. Já que eu já tinha trocado aquela adaga muito antes por uma falsa lá.
Talia saiu de cima de Aisha, e estranhamente, seus braços estavam livres.
Uma felina pensativa e reflexiva estava diante da garota que se vestia de colegial japonesa, uma ação muito estranha de dizer.
— Minhas investigações levaram as seguintes cartadas. Eu já estranhava esse castelo, e muitas coisas que aconteceram no passado. Kim ter matado seus companheiros sem nenhuma habilidade. Fantasmas que rodam tudo, e maior pesar, tudo parecia estranho.
— …
— Esse roubo, foi o pior deles. Acima de tudo que eu imagino, algo que estava bem na minha frente, não pode ser evitado por mim. Pistas tão idiotas, diretas e tão tolas. Estão fazendo a gente de idiota.
Talia estava agindo de forma totalmente diferente, como se estivesse realmente irritada.
— O que me fez pensar. Talvez quem roubou, talvez tenha uma benção ou maldição.
— O que são… maldições ou bençãos? — Aisha disfarçou.
— Nem venha, eu investiguei aquela casa. Olhei escrituras na biblioteca pessoal do rei. Lá tinha tudo sobre Anastácio e Beatrice. Tudo sobre o grupo de estudo, e o coração da esperança.
As palavras de Talia assustou Aisha de forma que a gatuna nem imaginava.
— O que é estranho que os sobrenomes dos pais de Kizimu estavam apagados. Mas, algo estava mais errado ainda. Kuzimu era o nome de nascença, além disso, estava rasgado, porém, uma letra se salva. “S”
— Pare de investigar, meu irmão!
— Ele não é seu irmão, do que está falando?
— Ah… sim, não somos irmãos, mas, eu protejo ele como se fosse um.
— O que é bem estranho, não acha?
Aisha guardava segredos que Talia não tinha a resposta, mas, a mesma apenas riu.
— O que eu quero saber é o que eu não posso imaginar. Eu não sei quais maldições ou bênções tem os residentes da mansão Kuokoa.
— Isso é confidencial-
— Por isso… me diga, tem alguma chance de seus amigos terem feito isso?
Esse era o ponto crucial que Talia queria chegar com Aisha. Primeiro fez a garota baixar totalmente a guarda, para poder penetrar até o mais profundo segredo.
— Não. Eu tenho certeza.
— Será mesmo? Aquela garota, Pandora. Eu vi ela falando com personalidades diferentes, e com o corpo dela diferente. Pele escura, cabelos em fogo, e loiro. Era bem estranho. Será que aquelas personalidades não fizeram isso?
O questionamento firmou uma certeza como se estivesse afirmando algo diante uma mera pergunta. Aisha ficou super irritada, ela nunca deixaria seus amigos serem acusados daquela forma.
— Tenho certeza. Nem a Loira do banheiro, o Saci, ou o Curupira, poderiam ter feito isso.
— Espera, é serio? Eles são reais?
A surpresa de Talia era real, deixando ela de forma tosca.
— Sim! Mas, eu posso afirmar que eles não fizeram nada.
Aisha, por sua vez, estava vibrando, como se sua voz pudesse dar mais acertidão, do que tudo neste mundo.
— Neste caso, eu estou sem ideias… a não ser…
Talia não conseguiu contestar os olhos vibrantes de Aisha, a certeza e acertidão em suas vibrantes cordas vocais. Seu timbre mais do que perfeito, sua certeza mais que absoluta.
— Será que alguém das pessoas dentro desse castelo, pode usar esse trunfo estranho?
— Eu acho que essa é a única resposta, mas não acuse novamente meus amigos dessa forma.
— Certo, certo, desculpa.
Talia se levantou.
— Eu já consegui ouvir o que queria, e já passamos tempo demais. Vamos voltar… e desculpa qualquer coisa.
Aisha sentiu medo.
— Talvez, você mesma tenha alguma maldição, e não sabia disso — falou para si.
Encerrando aquela conversa tão assustadora.
✡︎—————✡︎—————✡︎
Seguindo o fluxo, Bianca andava na frente, com Amara a seguindo. Kizimu e Pandora ficaram novamente juntos, e Hermione foi atrás.
Eles chegaram a outra porta, e Kizimu ficou meio tenso.
Uma porta bege.
‘Se você ver uma porta bege, vai sentir insegurança. Mas mesmo depois de ver o que tem além dela… não se deixe dominar pelo medo. Concentre-se em conter a situação. Resolver o que encontrar.’
Lembrando-se do primeiro aviso de Lins, estranhou. Que tipo de situação teriam naquele quarto. Não sabia nem mesmo qual quarto era aquele, de quem era?
— Bianca, me diga, por que escolheu esse quarto primeiro?
— Pensei que aqui seria mais divertido. — Sorriu.
Kizimu não conseguiu entender o fluxo, até que seu corpo começou a tremer. Instintivamente olhou para trás, lá, estava Hermione. Era como se o medo estivesse sido representado em si, mas, apenas em formato de nervosismo.
Ela olhava para baixo, respirando fora de ritmo. Pandora sentiu um calafrio enorme também, e olhou para Kizimu, notando para onde ele olhava.
— Hermione, está bem?
— S-sim!
Amara apareceu atrás dela, entrelaçou seu braço ao pescoço dela. O olhar perto, deixou-a mais ansiosa, e Amara começou a sentir um calafrio, arrepiando-se e soltado a empregada.
— Vamos, você entra na frente, o quarto é seu, certo?
Esse quarto era de Hermione? Será que era por isso que ela estava tão nervosa? Era medo de suspeitarem dela? Ou ela realmente tinha algo a esconder?
Entrando no quarto, era completamente simples, para os grandes quartos que tinham no local, aquele era completamente pequeno e simples, apenas tendo uma cama, uma escrivaninha, um armário e uma porta para um banheiro.
Aquele quarto era bem-arrumado e muito cheiroso, em cima da cama tinha dobrado as roupas de dormir e lençóis lado a lado. Lá era tudo muito equilibrado.
Bianca de repente correu e começou a pular na cama de Hermione.
— Ah hã? — Hermine tentou impedir, mas, não teve força para se impor.
Amara começou a retirar as roupas de Hermine do armário, jogando tudo no chão.
— …! — Um grunhido insatisfeito foi feito pela empregada que não tinha coragem de impedir as mulheres brutas.
— Caramba, Bianca, Amara, sejam mais educadas, vocês gostariam que alguém fizesse isso ao quarto de vocês?
As duas olharam para Pandora, que tinha um ar de mandona no centro do quarto. As duas olharam para a garota com olhos de boneca, e ignoram a mesma, continuando o que estava fazendo.
— Calma, Hermione, eu te ajudo a arrumar, quando elas acabarem.
Kizimu tentou acalmar a situação, e Hermione desistiu, lacrimejando.
Eles esperaram, até que.
— O que é isso?
Nas mãos de Amara, tinha uma carta-branca amassada, estava escondida em meios as roupas íntima.
“Não conte a ninguém, o que você viu essa noite”
Um olhar frio fixou em Hermione. Era como se o fluxo do ar ou peso da sala tivesse mudado. O ritmo das coisas se esticaram a um modelo especifico, onde Kizimu já sabia onde isso poderia acabar.
Seu corpo travou no instante que quis se mover, mas, se falhasse, sabia o que poderia acontecer.
‘Se você ver uma porta bege, vai sentir insegurança. Mas mesmo depois de ver o que tem além dela… não se deixe dominar pelo medo. Concentre-se em conter a situação. Resolver o que encontrar.’
Resolver o que encontrar. Ali, encontrou o problema, e naquele instante seu corpo havia falhado, não poderia aceitar falhar.
Forçou seu corpo. Fluiu seu sentimento, fortificou sua própria determinação. Tudo isso aconteceu apenas em um instante, por apenas fração de segundos, já que ali. Kizimu sentiu sua alma ser preenchida, algo estava acima, e seus olhos tinham uma energia fora do comum.
Estava a frente.
Aquele instante foi intenso e perigoso, sentiu o medo do perigo, e seu corpo falhou, mesmo assim, forçou sua lógica e a aplicou, correu e alcançou, estava entre Hermione e Amara, um segundo antes, para aquela que iria acertar um soco na empregada.
O soco parou antes de acertar Kizimu, que fechou seus olhos em medo. Estava com seus braços abertos, para mostrar que não iria deixar Amara passar.
— Por que está defendendo ela? Ela claramente sabe quem é o culpado. Vai mesmo defender ela desse jeito?
— Calma, basta apenas perguntar, não precisa bater nela!
Kizimu conseguiu proteger dessa vez, o que falhou na vez anterior com Bianca. Deveria controlar a situação.
— Ela está escondendo o culpado, é o mesmo de também ser a culpada. Mas há algo pior, ali, enquanto eu achei a carta, eu vi, calcinhas de vários tipos, e eu não poderia entender diferente, pois, minha calcinha, e uma de Bellatrix estava naquele armário.
— Está dizendo que… Hermione é a culpada?
Olhou para a empregada atrás de si, e a mesma lacrimejava. Não fazia sentido, por que de todas as pessoas, a culpada era Hermione? Era estranho, porque de todas as pessoas, ela era quem menos parecia ser a culpada.
— Não me entenda errada, não acho que ela é a culpada, acho que Bianca é a culpada. Mas, ela precisa falar a verdade. Uma cobra como ela, mentindo e escondendo, fazendo toda essa situação se prolongar. Se ela sabia a resposta, apenas poderia ter dito desde o começo.
Amara segurou Kizimu e jogou ele para o lado, mas, o mesmo não queria deixar a pistoleira passar. Segurou sua mão, e impediu-a de avançar. Irritada, ela deu um soco, que fora esquivado com facilidade. Apenas movendo a cabeça para o lado. Kizimu estava sério, e fixo ao fato que algo estava errado.
— Eu quero confiar nela, eu acredito que ela teve seus motivos. Não é algo tão simples para ela falar, quero acreditar nisso.
— Eu não ligo para o que você acha, apenas, quero uma confissão dela. Quem é o culpado Hermione?
A mão de Amara foi reto na empregada, mas, Kizimu segurou o braço da pistoleira, fazendo a mesma voltar sua fúria ao garoto. Em um movimento muito bem executado, ela chutou os pés de Kizimu e fez ele cair no chão de cara.
Pandora finalmente voltou a si, ela mesma, a qual estava mais próxima a Hermione, estava sem conseguir se mover, sem conseguir falar, sem conseguir agir, mas, vendo o que acabou de acontecer, ela não conseguiu mais se manter parada.
— Para! Não machuca ele.
Seu grito, impediu a sequência a seguir, que era um soco na cara de Kizimu.
— Que garota chata. Enfim.
Estralou os dedos e foi até Hermione, que tremia, em temor. Mas, sua perna foi segurada por Kizimu. Amara, irritada, chutou, mas o garoto se esquivou, pulando para cima, aos ombros de Amara.
— Para moleque, que insistente. Tem algo a dizer?
— Não vai resolver com violência!
Kizimu estava certo que era a melhor solução, tudo poderia ser resolvido com conversa. Aquele jogo de socos que Amara fez em Bianca não poderia se repetir em Hermione, não sabia porque, mas, simpatizava com ela.
Amara ficou irritada, pois sua autoridade estava sendo questionada.
— Maramara. Leve ela a julgamento amanhã, que tal?
Julgamento?
Amara parou, pensou, e sorriu.
— Isso é uma ótima ideia.
— O que é julgamento?
Bianca pulou e caiu entre Kizimu, Amara e Hermione.
— É bem simples, ela vai esta diante de todos, com uma máquina que impede ela de mentir, dessa forma, ela não pode mentir, além disso, ela pode perder toda sua patente se mentir.
— Por que algo tão cruel?
— Não é cruel, esse é o justo. Ela vai apenas passar pelo pequeno julgamento, e se falar a verdade, ela vai sair ilesa.
Enquanto falava, Bianca passou suas mãos acariciando o pescoço de Hermione, que tremia por inteiro.
Kizimu não tinha como dizer nada, porque era a verdade, aquilo era o justo, e assim, pelo menos, não precisaria passar pela forma bruta de Amara resolver.
— Que bom, Hermione, sei que pode ser difícil falar, mas, assim, fica mais fácil resolver.
Hermione, apenas assentiu, enquanto tinha seu pescoço acariciado por Bianca.
Pandora não conseguiu fazer nada, mas, algo dentro do peito dela, soltou, como se fosse o ar que pudesse respirar novamente. Ela não tinha certeza antes, mas, esse sentimento, era algo sobrenatural, era provavelmente uma maldição.
— Certo… agora que foi decidido, que tal sairmos, não acho certo continuarmos aqui — tentou retirar o clima ruim da sala.
Ouvindo Pandora, Kizimu gritou animado: — Eu vou ajudar Hermione a arrumar o quarto dela.
— N-não precisa.
— Eu vou!
Kizimu assentiu diretamente. Pandora viu Amara e Bianca se entre olhando, e a mesma sentiu algo estranho.
— Isso, Amara, Bianca, vamos! Venham comigo, vamos investigar outros lugares, vamos dar espaço para Hermione pensar. Assim ela fica mais a vontade de depor amanhã.
— Ah, que saco, eu quero ficar com meu Kizimu-chan.
— Você está bem com isso, calanga?
Bianca parou e sorriu.
— Do que está falando?
— Ela vai depor amanhã, ela vai confirmar que é você.
— Nananão, ela vai depor amanhã e não vai confirmar nada, ela não vai dizer que sou eu, eu tenho certeza. — Piscou para Amara, e depois correu para fora do quarto. — Venha, se me pegar, eu vou dizer quem é o culpado.
— Quê! Ah, você não me escapa.
Amara correu para lidar com Bianca, e deixou Pandora, junto de Hermione e Kizimu
— Kizimu, eu vou cobrir você, ajuda ela e… — olhou para Hermione. — deem o seu melhor.
Pandora saiu do quarto, deixando apenas Kizimu e Hermione, junto a pilhas de roupas bagunçadas.
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Bellatrix andou, com seus olhos presos em Eleanor, sua antiga maior aposta. Agora, estava pensando, quem poderia ser mais suspeito, Talia ou a garota em sua frente?
Mesmo assim, apenas bufou, as pistas apontavam para uma, as provas para outra, tudo era insatisfatório
Guto e Eleanor conversavam a frente.
— Eleanor, aquele anime que você me indicou foi péssimo.
— Não fala isso.
— Que, porque aqueles dois tinham que ficar juntos, eu preferia muito mais a heroína principal.
— Você não entende não é? Eles eram dois jovens amigos, e sua amizade pura e profunda era maior do que qualquer amor de escola.
Eleanor abraçava seu próprio corpo em animação enquanto andava.
— Mas, eles dois eram homens, isso é estranho.
— Não é estranho! É amor, bl loves, amores intensos.
— Certo, até vai, mas, eles precisavam mesmo transar? Eu odiei ver aquilo!
Eleanor pulou nos braços de Guto.
— Quer dizer que você não parou o anime ali e viu tudo, oh, talvez você tenha aprendido a grande magnitude de tudo e desenvolvido um amor-próprio relacionado ao gosto de homens se amando, mesmo que de forma inconsciente e super desenvolvido.
— Para com suas teorias idiotas, eu só assisti, porque eu não sou tão fresco de parar um anime, por causas dessas esquisitices, já vi coisa pior.
— Chegamos.
Bellatrix atravessou a conversa, quando eles chegaram até uma cabana grande, de madeira. Ali, marteladas ecoavam, e como se o tempo tivesse mudando, tudo pareceu mais intenso.
Entraram na cabana e o ar se aqueceu, o calor penetrou e Eleanor e Guto ficaram tensos, como se algo proibido estivesse acontecendo ali. Diversas armaduras penduradas, engrenagens, livros e objetos que pareciam misturar magia com tecnologia. Um caos encantador.
Tudo parecia novo, Eleanor até era entendível, mas era estranho que Guto nunca tinha ido até aquela cabana, mesmo que todas as suas espadas foram feitas pela aquela ferreira. Como ela aparecia diariamente ao seu campo de treino, nunca precisou ver onde ela trabalhava.
O calor impregnava, a tensão subia, e os dois mais ansiosos não podiam estar mais estranhando, já que parecia que eles estavam sendo observados por algo.
— AAH!
— O quê?
Eleanor apontou para alguns olhos humanos que estavam olhando para ela em frascos de vidro. Não sabe se dizer ao certo, se eram humanos ou não, mas, era assustador.
Finalmente, chegando até o centro da forja, o som que ecoava, de metal sendo batido, o palpitar do fogo que embasava, ali, Bellatrix sorriu.
— Está se divertindo? Seraphina.
A garota tinha uma máscara de solda e levantou a tampa. A mesma estava suada e suja. Em sua boca, tinha um pedaço de metal. Um lâmina brilhava no centro, tinha um aspecto único, com certeza ela estava entregando sua própria alma naquele produto.
— Oi, quatro olhos, como você está?
— Estamos com um problema, queria saber se você-
— O culpado tem uma queimadura no braço esquerdo. Não sei quem é o culpado, mas, eu dei uma boa espadada fervendo nele.
— Isso é útil.
Guto e Eleanor estavam nervosos, a amiga deles tinha um brilho intenso, e parecia uma joia rara. É incrível como o ambiente faz sua aparência brilhar conforme sua própria capacidade. Ali, o domínio era claro, quem era a dona do próprio mundo.
— Uau.
A dupla se surpreendeu com aquela que limpava o suor da forma mais incrível possível.
— Está se esforçando muito, é para um cliente especial?
— Com certeza. É alguém que merece o máximo do meu esforço. Sinto grandes expectativas, ainda mais, na lâmina que ele escolheu. Vai ser minha melhor espada.
— Melhor que minha lança?
— Talvez melhor que a espada do rei. Nunca vi um metal tão especial, tão incrível. Não sei como não vi essa peça perdida. Eu apenas ignorei algo que apenas meu cliente viu o brilho. Sinto vergonha como ferreira.
As marteladas voltaram a ecoar. A garota bela brilhava, mesmo que estivesse suja, suando, e cheia de fuligem. Aquela que mantinha sua concentração no máximo, tinha a beleza mais exótica que qualquer um, e Guto e Eleanor puderam ver isso.
Bellatrix sorriu, em ver sua ferreira com tanta energia em mãos.
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Kizimu ajudou Hermione a arrumar seu quarto.
Dobrando roupas, e colocando juntas.
No começo a empregada parecia nervosa, mas, aos poucos, ela se acostumou.
— Obrigada.
— Não há de quê.
— …
Para pequenos gestos, Kizimu recebia uma gratidão e isso estava começando a dar nos nervos de Kizimu. A garota mal o olhava nos olhos, e isso o incomodava. Talvez fosse por causa de sua franja, mas, mesmo assim, era estranho.
Algo dentro de si, lembrava desse sentimento.
Procurando fundo, lá, no fundo, ele achou a resposta.
Kim nunca era verdadeiro com seus próprios sentimentos, mas, mascarava tudo com um sorriso.
Hermione, ela não tinha essa capacidade. Ela sentia uma tristeza intensa dentro de si e não conseguia resistir a própria fragilidade.
Kizimu queria ajudar ela, queria… salvar ela.
— Hermione, não precisa se preocupar, ninguém vai te julgar por que escondeu que sabe quem é a culpada.
— N-não é isso. Ah, desculpa.
— Não, pode falar.
Hermione se culpou pela indelicadeza, Kizimu foi quem deu liberdade para ela.
— Não faz sentido…
— O quê?
— EU vi, eu vi quem foi, mas não faz sentido.
— O que você viu?
O rosto assustado dela deixou Kizimu ansioso, ela estava se segurando, e ela pulou nos pulsos de Kizimu, que tentou se proteger. A garota estava a frente dele, segurando seus pulsos.
— Eu vi… eu vi… eu… não consigo.
Ela estava ansiosa, agoniada, sua ansiedade refletia em Kizimu como uma bomba acessa, as mãos, tremulas de Hermione, seguravam com cada vez mais força no pulso fino de Kizimu. Estava doendo, mesmo que estivesse por cima do moletom.
Ela estava perto demais, onde Kizimu conseguia olhar ela nos olhos frente a frente, com sua incrível beleza sendo refletida no seu próprio coração. Assim.
— Hã — A alma de Kizimu saiu de medo, por estar diante uma garota tão bonita.
— Desculpa. — Soltou Kizimu, e se sentia constrangida por agir de forma tão rude com um convidado.
— … — Kizimu balançou a cabeça. — Não, calma, não se preocupa.
Kizimu deu um passo para trás para ter uma distância segura, e voltou seu olhar a empregada.
— Não se preocupa, ninguém vai achar estranho, mesmo que seja alguém que você confie. Apenas seja sincera. Se reclamarem, eu mesmo vou dar um chute na bunda.
Hermione, se surpreendeu. Lagrimas saíram de seu rosto.
— Quê? Eu falei algo ruim?
Kizimu ficou super confuso, achando que tinha feito algo errado.
— N-não, é que, eu tô surpresa. O senhor é muito gentil… eu… por favor, me ajude. Eu não acho que vão acreditar em mim.
— Mas, eu vou fazer acreditarem. Não importa o quão maluco seja.
Hermione sorriu.
— Muito obrigada.
Kizimu sentiu um calor enorme em seu peito. Ele alcançou o sorriso de Hermione, ali, ele tinha alcançado mais um sorriso. Seu objetivo de salvar a empregada estava no caminho certo.
Ali, uma grande amizade tinha se iniciado.
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Kizimu acordou, se espreguiçou e bocejou. Olhando para o lado, viu Dalia dormindo abraçada ao corpo de Kim, sorriu.
Seu cavaleiro tinha um sorriso no rosto, um verdadeiro. Não poderia estar mais feliz.
O dia anterior foi bem agitado. Depois que ajudou Hermione, eles continuaram a investigar diversos lugares, mas no fim, não deu em nada.
De repente, um toque na porta.
Kizimu abre-a, e é surpreendido com um abraço.
— Bom dia!
Pandora, mas, estranhamente, algo estava errado. Ela estava com a pele escurecida e seus cabelos loiros.
— Maria? Não, Saci?
— Somos os dois — ressoou a voz estranha, era como se um eco ocorresse.
— Os dois vieram me ver? Bem, vamos, entrem, não podemos deixar ninguém vê-los assim.
Pandora — Saci^Loira do banheiro — logo entrou pela porta. Kizimu fechou devagar, já que tinha duas pessoas dormindo.
— Falem baixo, Kim e Dalia ainda não acordaram.
— O pivete loiro tá com uma cara bem confortável. É o tio loiro, tá namorando, tá namorando.
Olhando de muito perto, Pandora, que ecoava uma dupla voz, analisou Kim e Dalia. Até que Kizimu os puxou pelo ombro.
— Pra cá, venham para minha cama.
— Que, aah.
Colocada sentada, Kizimu sentou-se também. Estava feliz, pois agora não estava sozinho na sua própria cama.
— E então? Estão se comportando?
— Sim! Sim! Sim! É claro que estamos. — Pandora começou com um tom animado infantil, e depois pareceu mais madura e refinada, um pouco irritada. — Por que você não veio nos ver? Tivemos que entrar no controle a força enquanto ela dormia. Sim, seu chato. Chato. Chato.
A troca de forma de falar repentina era bem fora de tom, mas Kizimu não teve nenhuma dificuldade em entender quem estava falando na hora.
— Desculpa, desculpa. Mas, olha, agora podemos brincar. Que tal?
— Sério? Vamos! Não eu não brincar. Que, vamos sim! Não podemos perder tempo aqui, apenas viemos ver ele. Não, eu quero. Não podemos, você sabe. Eu quero! Eu quero! Eu quero-
Kizimu colocou a mão na cabeça de Pandora — Saci^Loira do banheiro — e ela de repente parou.
— Vamos fazer assim, quando voltar para casa vamos brincar um dia inteiro, Saci.
— Sério! Mais do que uma hora? Sim, sim, sim, sim!
A pele de Pandora embranqueceu, mas se manteve loiro.
Ela olhou para o lado e viu Kim e Dalia deitados, abraçados, juntos, unidos. Ela estava atrás de tudo isso.
— Eu também quero passar um dia inteiro com você.
— Claro, eu aviso a Pandora.
Maria augusta sorriu, ela engatinhou até Kizimu e deu um beijo em sua bochecha, de forma que fora uma meia-lua em sua boca. Kizimu olhando ela com surpresa, apenas viu um sorriso confortável.
— Hã — Pandora voltou ao controle do corpo.
Frente a frente a Kizimu.
— QUEE?
Pandora gritou muito alto, onde, Kizimu se assustou completamente.
— O que aconteceu?
— Estamos bem?
Kim e Dalia acordaram.
— Calma, calma, apenas — Kizimu olhou para Dalia. — É um problema residencial.
— Residencial? — perguntou Dalia.
Kim, olhou para a cama e viu Pandora envergonhada olhando para Kizimu, o mesmo, conseguiu interpretar o que deveria ter acontecido. Para considerações, Kim não entendeu errado. Ele sabe que Kizimu e Pandora são inocentes demais para terem avançado algo maior que um beijo. Por isso, conseguiu compreender que as maldições apareceram.
— Não se preocupe, eles são bem próximos também. Foi apenas isso.
— Acho… que tudo bem. Você se chama Pandora, certo? Não nos apresentamos ainda, me chamo Dalia, é um prazer.
— Me-me chamo Pandora. Desculpe o barulho.
Pandora logo se levantou, e respirou fundo. O que aconteceu foi que ela, que estava dormindo, ficou consciente diante de Kizimu, e ficou surpresa com as memórias vindo do ocorrido. Ela ficou incomodada, pois gostaria de um pouco de tempo para conversar com Kizimu também.
— Certo, já que acordamos, que tal irmos tomar café?
— Pode ser!
— É uma ótima ideia.
— Certo…
Kizimu, Kim e Pandora aceitaram o pedido de Dalia, e logo saíram do quarto.
— Vocês dormem demais. Bora, quero que venham comigo.
Fora do quarto, Amara surpreendeu a todos.
— Está muito cedo, Amarazinha, vamos depois de comer?
— Cala boca, Lia, eles são minha equipe, e eu os chamo quando eu quiser. Não, melhor, vocês dois vem comigo também.
— É Cobalt, não deu.
Dalia deu a língua com sua falha.
— Certo, não tem problema, vamos galera.
— Pelo visto não temos escolha — suspirou Pandora
— Se Kizimu diz, então, eu vou — Kim estava feliz demais, e vê-lo chamar seu nome deixou Kizimu muito feliz, mesmo que ainda estivesse um pouco assustado.
Amara liderou o caminho e andaram para pegar o resto do grupo.
✡︎—————✡︎—————✡︎
Andando até o quarto de Hermione, eles encontraram Bianca e Vicenzo conversando encostado na parede.
— Oh, my toy, vocês vieram! Estava esperanduu.
— Opa.
Bianca e Vicenzo deram olá a suas maneiras.
Ambos eram um contraste bem grande, como doce e salgado, ou quente e frio. Enquanto Bianca era toda extrovertida e um brilho intenso que cegava a todos. Vicenzo era uma mancha apagada na lua. Ele não tinha brilho próprio, mas, sua forma misteriosa o fazia ser bem curioso.
— Que bom que estão aqui. Eu já vou reunir meu grupo, e vamos investigar mais.
— Eu já imaginava isso, por isso estamos aqui.
O grupo cresceu e seguiu até a última porta. A porta bege. Lá, Amara e Bianca bateram na porta, e nenhuma resposta. Amara achou estranho e entrou sem permissão. Vicenzo entrou e logo Bianca, a qual de brincadeira fechou a porta.
Kizimu ficou junto a seu grupo do lado de fora.
— Será que podemos entrar?
— Acho… que…
Kizimu iria responder Pandora, porém, sentiu algo estranho. Um sentimento que já tinha sentido uma vez, ou melhor, era a segunda vez.
A primeira vez que teve essa sensação, e visualizou isso, foi no quarto de Masha.
Ali, naquela porta, estava saindo algo, estava saindo miasma.
— O QUEEEE! QUE MERDA É ESSA! — gritou Amara.
Kizimu viu pela segunda vez na cabana de Jonh Bento, enquanto estava tendo seu confronto decisivo. Esse miasma estava se espalhando por todo local.
Estava tremendo. Estava com medo. Estava inseguro. Estava a um ponto de surtar com a mera possibilidade.
‘Se você ver uma porta bege, vai sentir insegurança. Mas mesmo depois de ver o que tem além dela… não se deixe dominar pelo medo. Concentre-se em conter a situação. Resolver o que encontrar.’
Será que o que Lins falou, era em relação a agora, e não antes? Será que Lins já sabia o que aconteceria nessa situação.
— Kizimu temos que ver o que aconteceu.
Pandora abriu a porta e correu para dentro, Dalia também a seguiu, e Kim, viu seu senhor parado. O medo estava ecoando em sua alma, e nada poderia sair diferente disso, pois a mera possibilidade não poderia ser algo tão ecoante, nem mesmo em mil vidas.
Tudo que aconteceu até ali, tudo seria em vão, mas, mesmo que seja por um segundo, queria que fosse mentira.
— Kizimu, você está bem?
— Eu…
— NÃAAAAAAAAO, POR QUEEEEEE, NAAAAOO. — Uma voz chorosa gritou, era Dalia.
— Senhor, digo, Kizimu, vamos.
Kim puxou Kizimu que se deixou levar, ele já sabia o que esperar. Lá eles entraram no quarto iluminado pela janela. Aproximando-se do centro do quarto.
Kim, soltou Kizimu.
A verdade é essa.
Os pensamentos de Kim foram apenas um. Apenas uma coisa veio a mente dele.
Kim tinha a maldição da peste, e tinha matado seus amigos no passado.
Não
Era pior que isso. Seus sentimentos em comparação a isso não poderiam fazer sentido. Era pior do que ter matado seus amigos.
É carregar o fardo, de saber, que apenas de Kim estar perto, o fim a todos chegarão.
De forma delicada deitava uma jovem garota, os cabelos azul-escuros estavam soltos e bagunçados pela cama. Uma franja longa cobria parte de seus olhos, mas não ocultava os olhos que dormiam tranquilos. Suas mãos estavam deitadas na cama de forma desordenada, talvez ela não durma de forma tranquila. No semblante tranquilo, havia uma leveza triste, como se ela carregasse muitos segredos e dissesse pouco.
Seria o rosto mais belo de todos, se ela não tivesse um punhal cravado em seu peito, e sangue espalhado para todos os lados.
Assim, Kim conseguiu entender.
Apenas estando perto das pessoas, elas encontraram seu fim. Não tinha acontecido nada até Kim chegar, e agora, apenas por ele estar presente, uma morte voltou a tona. Esse era o destino inevitável de Kim Umbral.
Essa era a Sina de Kim umbral.
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Hora do chá
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Yahalloi
CaiqueDLF aqui!
E então? Como vocês se sentem depois de passar por uma leitura tão densa?
Se surpreenderam com a primeira morte de Insurgia? Já estou avisando que sou um autor bem cruel, então, preparam seus corações, pois o mistério ficará mais intenso do que nunca.
Que tal conversarmos?
Quem vocês acham que é “o” ou “a” assassina(o)? Deixem suas teorias aqui a baixo. E pelos próximos capítulos deixem suas teorias mais divertidas, vou adorar ver como vocês se sentirão nesses próximos capítulos.
O volume dois se encerra com esse capítulo. Por incrível que pareça, 60 mil palavras foram ditas nesse começo de arco. Porém, isso ainda não é o suficiente para desenvolver um volume. Por isso, futuramente eu farei “Cap’s” 67.1 – 67.9 que são alguns extras de coisas que aconteceram em Insurgia. Não é algo que complementa a história, é mais fã service, então, não se preocupem. Futuramente eu adicionarei.
Para vocês digerirem esse grande Cap, eu vou dar um novo pequeno Hiato, agora vocês estão sendo avisados, hehe.
Voltaremos em Novembro, e já aviso. Teremos um capítulo por dia. Vou deixar esse hiato para revisar os próximos 30 capítulos que tenho preparado. Então, aguardem para isso, espero vocês dia 01/11/2025
Próximo capítulo; Capítulo 1: Gritos de angústia (70– 75)
Bye bye.
Ass: CaiqueDLF

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