Capítulo 9: A resposta de sua maldição.
Dor.
Kizimu abriu os olhos com dificuldade. Abrindo seus olhos com dificuldade. O sangue em seu rosto distorcia a visão, dificultando enxergar o homem à sua frente.
— Acorda!
Um chute na ponta do seu estômago, fez sua mente ligar completamente. Cuspindo sangue e saliva, Kizimu recuperava sua consciência. Uma dor fora do comum estava em seu pescoço — parecia deslocado, quebrado. A cabeça pendia, pesada.
— Acorde logo seu lixo. Se você me será útil. Prefiro que esteja consciente.
O homem ergueu o corpo acorrentado de Kizimu e o socou mais uma vez no estômago.
O ar escapou com violência de seus pulmões, o desespero da vida estava querendo lidar com as dores incompreensíveis que estavam em turbilhões em seu corpo.
Com os olhos borrados de sangue, não conseguia ver direito. Limpou-os com dificuldade, ouvindo a risada do homem.
— Hâ!? Há. Há, acho que acordou agora pivete. — O homem se sentou numa mesa próxima e pegou uma garrafa de vodka. Bebeu diretamente do gargalo antes de continuar — Você tem muita coragem de invadir sozinho. Achava que aquele moleque com a espada iria vir junto. Mas não… Tinha que vir sozinho. Todos vocês são uns lixos mesmo.
— Por quê? O que você tem com a gente?
— O que eu tenho com vocês? Vocês são lixos, podres. Amaldiçoados. Eu sou um caçador de maldições. Uma pessoa abençoada por Deus.
Do que ele estava falando? Abençoado por Deus? Kizimu se joga na parede fria. Deveria retirar o máximo de informação que poderia. Pandora estava amarrada ao seu lado. Seus olhos estavam arregalados e incrédulos. Ela ainda não tinha superado ver uma criança morrer de uma forma tão brutal.
— O que é um caçador de maldições?
— Porque eu deveria responder, hein? — O homem já estava bêbado.
— Pensa assim, um presente antes de morrermos, saber quem matou a gente e por quê.
Ele pensou, pensou e riu, bebendo mais um grande gole.
— Ah garoto. Você é um pivete interessante, sua personalidade está diferente de quando nos encontramos na floresta. Olha, caçador de maldições é um título que Deus me deu.
— Deus falou com você?
— Claro que não, você bebeu? — Quem é o bêbado aqui, hein? — Claro que não. Porém, pensa assim, eu recebi uma benção da exorcizarão. Eu posso apagar ou eliminar qualquer maldição.
O Homem começa a rir sozinho.
— Eu posso me abençoar e não ser afetado por nenhuma maldição. Posso abençoar as minhas balas ou machado para que as maldições morram de vez. E as maldições têm medo de mim. Então é fácil de reconhecer quem é um monstro e quem não é.
— Nem todas as maldições são ruins.
O homem olhou para Kizimu com fúria, como se Kizimu tivesse dito a maior atrocidade que poderia ser proferida por um ser humano. O homemzarrão se levantou de forma ríspida derrubando a cadeira, levantou o corpo fraco de Kizimu, até o limite das correntes e começou a gritar.
— As maldições vêm dos demônios! Os piores demônios da humanidade, eram pessoas com maldições! Todos são demônios! Eu sou a cura! Eu recebi uma missão de Deus! Vocês são todos iguais!
Kizimu não teve coragem de retrucar ele. O homem jogou o corpo do garoto na parede, andou até uma das gavetas e retirou uma faca fina e longa, bem afiada, tinha uma base de madeira escura e lentamente voltou até Kizimu.
O garoto até tentou recuar, só que estava preso a correntes. O homem enorme puxou o corpo pelo ombro do garoto.
Fazendo cortes leves, a faca passou pela bochecha. O homem como que analisando fazia parecer como se ele procurasse o lugar certo. A faca dançou pela pele, era afiado, o sangue escorria.
— Sabe. Você é humano, não sei por que minha bala tinha feito tanto efeito antes. Não vale a pena te matar, você não é um monstro.
— Me solta, seu demônio.
— Garoto, entenda. Eu estou ajudando vocês. Eu exorcizei a faca, se tivesse um demônio em você, arderia muito mais. O que significa que você não é uma maldição. Mas aquele garoto loiro era. Ele expelia maldição. Com certeza ele vem até você. Você é útil.
O homem volta seu olhar para a garota. O mesmo pensamento sádico de testar se o corpo tem maldição, apossou a mente dele e a faca iria ir até o corpo dela e a mão do grande homem é segurada por Kizimu.
— Não se atreva!
O homem olhou de soslaio para Kizimu.
Como uma flecha, a mão do homem seguiu uma linha reta para fazer um corte no peito do garoto, perfurando de forma reta. Pandora gritou. O Homem tentou cortar ela novamente e de novo foi segurado por Kizimu, sendo mais uma vez alvo de um corte profundo.
A briga desalocada fez uma bagunça fora de ocasião.
Sangue escorria sem parar das novas feridas. O homem estava insano, louco, com um olhar que tentava desafiar a palavra são.
— Me desculpa, sempre que uso minha benção, fico um pouco fora de mim… desculpa. — O homem se levanta. — Vou descansar. Eu espalhei mais cartas, logo, logo seu amigo vai estar aqui.
O Grande homem sai da cozinha.
Kuzimu, não sei se tem uma forma de ajudar… mas se eu morrer por falta de sangue você…! Não, esquece você não vai morrer. Não é algo tão simples assim.
Uma maldição que segue sua própria filosofia, era algo difícil de manipular, ainda mais com uma falsa verdade. Kizimu tinha certeza. Certeza absoluta.
— Está saindo muito sangue. É tudo culpa minha.
— Não, não se preocupe. É só, alguns cortes.
As pálpebras de Pandora não paravam de tremer, ela queria chorar, mas não conseguia e então seus cabelos começaram a ficar loiros.
— A garota morreu por minha culpa. Você se feriu por minha culpa. Tudo por culpa da minha maldição idiota.
Kizimu ficou assustado com a cor do cabelo dela mudar, mas focou em tranquilizar ela.
— A criança não foi sua culpa.
— Foi sim!
Kizimu recuou com o grito.
— Se eu não tivesse sido capturada, você não estaria aqui. Se eu soubesse controlar minha maldição, tudo seria diferente. Não consigo controlar essa maldição que está em meu corpo. Eu deveria morrer. Eu deveria ser morta por ele. Isso acabaria com tudo.
Algo dentro de Kizimu se acendeu como faísca em mar de pólvora. Morrer? Se matar? A irá de Kizimu atingiu o ápice apenas em ouvir essas palavras.
— Pare de falar isso! Você não pode escolher se matar assim do nada. Tem pessoas que se importam com voc-
— Cala sua boca. O que você sabe sobre mim? Acha que palavras de conforto poderiam salvar as dores de suportar uma maldição tão podre?
A ousadia de Kizimu, fez com que ventos, vórtices e tornados comecem a girar em volta dos dois, a pele por parte dela começava a escurecer. Ela não se importou com os ventos e continua a falar.
— Minne disse que se eu ficasse, você poderia me salvar, acreditei nas doces palavras dela, porque sempre parece que ela sabe de tudo. Só que, tantos anos se passaram… e nada mudou… É isso! Essa situação pode ser tudo que eu preciso. — Um sorriso amargo apareceu na garota que agora tinha cabelos loiros e pele negra. — A morte.
Kizimu não queria ver alguém dizendo que a morte era a solução. Uma raiva imensurável estava crescendo em si.
— Morrer? Droga, eu não ligo para o que você passou no passado. Eu vou falar algo completamente egocêntrico. Eu não sei pelo que você passou antes. Só que eu garanto te ajudar a controlar sua maldição. E o como fazer isso descobriremos juntos.
— Quem você acha que é? É tão normal quando Minne. É um ser humano como eu. Você tem alguma maldição? Provavelmente não né? Foi isso que aquele homem disse.
Kizimu estava se irritando à toa, ele não poderia perder tempo, não sabia quanto tempo demoraria para Kim achar uma das cartas e ir até a casa. Então, olhando a sua volta, percebeu algo.
— Olha aqui. Você disse que quer morrer certo?
— Sim.
Com uma raiva, ela disse, com uma certeza ela respondeu.
— Então, ao invés de jogar sua vida no lixo, entregue ela a mim.
— Ãn?
— Isso mesmo que escutou. Quero que sirva sua maldição a mim. Quero que jogue sua vida fora e me sirva. Não por Minne e sim, por meus ideais. Eu quero o seu poder. Deixe controlar você. Se odeia tanto ter que se controlar. Me permita ter seu descontrole.
Mais raiva sobrevoou tudo. Os ventos cortavam o rosto de Kizimu. Ele não recuou mesmo ferido.
— Você está maluco, quem você pensa que é para me oferecer essa proposta? Por que eu deveria oferecer minha vida a você? Você é maluco. Eu nem sei quem você é direito ainda garoto.
— Essa sua raiva. Deixe ela ficar descontrolada. Agora! Isso é uma ordem.
— Quem!? Quem acha que é seu ridículo! Deixar minha raiva fora de controle?! Vai se fuder! Por que a Minne disse que você seria a solução dos meus problemas?
Os ventos fortes giraram em um vórtice fora do controle. O tornado girou e suas pernas formaram um furacão. Ela estava irada e crescendo para cima de Kizimu, o que ela não esperava, era que esse furacão fosse tão forte que romperia a corrente. Partindo ela em migalhas.
— Quê?
— HAHAHA, desculpa, eu não queria te irritar. Ou melhor, queria.
— Do que você…
— Apenas, eu entendi sua maldição.
Uma maldição tão simples de identificar. Ainda mais ele, que conhecia muitas histórias. Era estranho, já que ele não lembrava de nada. Mas tinha uma certeza absoluta sobre essas histórias. Por quê?
Cabelos de fogo. Um corpo translúcido. Vendavais em suas pernas. Era claro.
Sua maldição dava ela elementos de folclore e lendas urbanas, Curupira, Loira do banheiro e Saci. Ela citou que seu corpo poderia ficar cadavérico, talvez corpo seco fosse outra lenda urbana que ela poderia pegar partes de suas habilidades.
— Sua maldição. É a Maldição da Lenda Urbana. A depender de suas emoções, você usa elementos sobrenaturais.
— Mesmo que… mesmo que seja verdade, isso não ajuda em nada.
— Faremos assim. Coloque tudo em minha responsabilidade. Confie em mim agora, quero que deixe seu controle sobre minha responsabilidade. Se eu falhar e alguém se machucar. Eu mesmo permito você se matar.
Ela travou. Não conseguia acreditar em suas palavras, só que… a morte que se tornava convidativa foi citada por ele. Ela aos poucos começou a ceder. Kizimu estendeu a mão.
— Vamos voltar, Aisha deve estar preocupada.
— Aisha… — começaram a voltar em seus olhos, esse nome foi a chave para ela ceder completamente.
Kizimu, fraco, foi até Pandora e a abraçou. Relutante, ela retribuiu, chorando em silêncio sobre o corpo dele, ainda escorrendo sangue.
Morrer, talvez essa seja a solução que ela quer encontrar, então ele dizer que permitiria, deixou ela contente, isso seria uma libertação.
A pele dela que estava escurecida, aos poucos voltam a ser branca, seu cabelo que estava loiro voltou a ser preto com pontas azuis.
— Temos que voltar. Com segurança dessa vez.
— Ce-certo.
Kizimu pega Pandora pela mão. Ela não tem forças para resistir, apenas segue com ele.
Passando novamente pela porta, o corpo mole da criança continuava lá. Com mais sangue que antes. Pandora começou a tremer. Kizimu envolveu sua mão pelo corpo da garota, levando ela que estava travando em andar.
Eles seguiram para fora da casa. Andaram o mais rápido que suas pernas poderiam andar.
— Vai ficar tudo bem Pandora, confia em mim.
— Eu vou… eu vou confiar.
— Obrigad.
Antes de terminar a frase, o que estava a sua frente, amaldiçoou Kizimu. Kim estava com sua cabeça sendo segurada pelo homem enorme, seu amigo estava acordado, não conseguia se desvencilhar do grande homem, sendo segurado pelo pescoço. A arma estava na cintura do homem e o machado estava nas costas. Ele olhou para Kizimu e riu.
— Fugindo novamente? Não cansa de tentar estragar meus planos? Não muda o final. Matarei os três, aqui e agora.
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Hora do chá
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Yahalloi
CaiqueDLF aqui.
Desculpa, Sorry, gomen. Sério. Eu me atrasei uma semana inteira para postar o capítulo. Isso não deve ocorrer mais. Meu PC quebrou e eu para vocês terem noção, não consertou ainda, eu estou no local de concerto, apenas para revisar e postar os capítulos para vocês. Hoje serão postados 6 capítulos. Os 3 da semana passada e os 3 dessa semana.
Agora está sendo postado 3, e a noite, será postado mais três.
Por isso se você acompanhou até aqui, continue por favor, e vá dando feedback, é isso, foi apenas um aviso. Voltarei no capítulo 11.
Bye bye.
Ass: CaiqueDLF
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