Índice de Capítulo

    A sala de aula estava silenciosa, exceto pelo som suave dos sussurros ocasionais. Hope, Aiden e Elior estavam sentados na primeira fileira, atentos à professora que se preparava para iniciar a lição. Na frente deles, um quadro projetava várias imagens de fluxos de energia, representando diferentes tipos de mana.

    A professora, uma mulher alta e de feições sérias, começou a falar com clareza e confiança. “Hoje, vamos discutir a mana elemental e suas variações superiores. Como muitos de vocês já sabem, a mana elemental é a base da magia. Ela é composta por quatro tipos principais: Vento, Água, Natureza e Fogo.”

    Ela fez uma pausa, permitindo que os alunos assimilassem a informação antes de continuar.

    “O Vento é o tipo mais rápido e flexível de mana. Ele permite que magias sejam lançadas rapidamente e com grande mobilidade. Magos de vento podem controlar a direção dos feitiços com facilidade, tornando-se difíceis de prever.”

    Elior, com os olhos fixos na professora, murmurou para Hope: “Isso explica porque os magos de vento são sempre tão difíceis de atingir.”

    Hope sorriu, concordando, enquanto Aiden apenas deu um aceno leve, mas com um olhar de curiosidade.

    “A Água, por outro lado, é uma mana adaptativa. Ela pode fluir e mudar sua forma de acordo com a vontade do mago. Magias de cura frequentemente utilizam mana de água devido à sua natureza maleável e regenerativa,” continuou a professora. “No combate, pode ser tanto ofensiva quanto defensiva, criando barreiras ou atacando com força fluida.”

    “Natureza,” ela prosseguiu, apontando para uma imagem de plantas crescendo rapidamente, “é uma mana que representa vida e crescimento. Ela é ideal para feitiços de controle de área, como criação de vinhas, raízes, ou mesmo invocar criaturas do ambiente. Essa mana é profundamente conectada à terra, e seu usuário pode manipular o ambiente ao seu redor.”

    A professora olhou diretamente para os alunos, querendo garantir que eles entendessem. “Já a mana de Fogo é pura destruição. Sua essência é o poder bruto, utilizada para ataques diretos e devastadores. Os magos de fogo muitas vezes têm a reputação de serem impetuosos, já que o fogo não tem controle fácil — ele quer consumir tudo ao seu redor.”

    Hope ouvia atentamente, fazendo anotações mentais, enquanto Aiden a observava com um sorriso no rosto. “Tão aplicada,” ele sussurrou, fazendo-a dar um leve sorriso.

    A professora então mudou o foco para algo mais avançado. “Agora, além desses quatro tipos elementares, temos as manas superiores. A primeira é a mana de Luz, que pode aumentar o poder de qualquer magia. Se usada corretamente, ela amplifica não só o efeito, mas também a duração dos feitiços, tornando-os muito mais eficientes.”

    “E a mana de Escuridão,” ela continuou, com um tom mais sombrio, “é usada para aprimorar a precisão e a potência de uma magia. Ela tem a habilidade de penetrar barreiras mágicas e pode transformar feitiços comuns em ataques devastadores, desde que o mago tenha o controle adequado.”

    Neste ponto, Aiden inclinou-se para Elior, sussurrando: “Então, se eu juntar luz e escuridão… seria imbatível, certo?” O garoto apenas deu um sorriso enigmático.

    A professora, parecendo ler o pensamento de Aiden, sorriu suavemente. “Há também a mana Corrompida, uma combinação rara de Luz e Escuridão. Quando essas duas forças opostas se juntam, o mago ganha um poder incomparável. A mana corrompida possui as características de ambas, mas também é extremamente instável. Controlá-la exige um domínio absoluto, ou as consequências podem ser fatais.”

    A sala ficou em silêncio por um momento, a intensidade do tema claramente ressoando nos alunos.

    “Além dessas, temos ainda as manas divinas, utilizadas por seres de origem celestial, como anjos ou divindades. E a mana celeste, que é pura e luminosa, capaz de trazer magia de cura a níveis inimagináveis.”

    “Essas manas superiores,” a professora finalizou, “são raras e exigem não apenas talento, mas um entendimento profundo da própria essência do mago. Vocês podem não ter contato direto com elas agora, mas é importante conhecer suas características.”

    A professora deu um último olhar à sala antes de perguntar: “Alguma dúvida?”

    Aiden levantou a mão com um sorriso travesso. “Então… posso usar mana corrompida, ou é melhor não brincar com isso?”

    A sala soltou um riso leve, e a professora respondeu com um olhar de compreensão. “Aiden, eu diria que seria melhor dominar o básico primeiro.”

    Hope sorriu, enquanto Elior mantinha sua expressão tranquila, embora seus olhos revelassem um brilho de curiosidade.

    Um dos alunos, um jovem mago de cabelos castanhos, levantou a mão com um brilho curioso nos olhos. “Professora, a senhora poderia falar mais sobre a mana corrompida? Parece ser algo… além da nossa compreensão.”

    A professora assentiu, seus olhos suavizando enquanto ela organizava seus pensamentos. “Claro. A mana corrompida é algo extremamente raro e difícil de se obter. Para que alguém possa usá-la, primeiro é necessário possuir dois tipos de mana que, por natureza, são incompatíveis: a mana de Luz e a mana de Escuridão.”

    Ela deu uma pausa, observando a atenção redobrada da turma. “Essa coexistência é improvável porque essas manas se repelem. A luz é pura, expansiva, enquanto a escuridão é densa e oculta. Ter ambas em equilíbrio em um só corpo é algo que desafia a própria natureza da magia.”

    Os alunos se entreolharam, percebendo a magnitude do que era dito.

    “Agora, se — e eu digo se — alguém consegue esse feito quase impossível e consegue juntar essas duas manas, o mago passa por um processo conhecido como o Teste.”

    O silêncio na sala tornou-se quase tangível, todos absorvendo as palavras.

    “Durante o Teste,” continuou a professora, com uma voz baixa e grave, “o corpo do usuário é destruído e reconstruído repetidamente. Esse processo é brutal. A dor é tão intensa que os relatos dizem que a pessoa deseja a morte a cada segundo. Eles ficam inconscientes, mas continuam a sentir essa dor inimaginável. O tempo que o Teste dura varia de acordo com a força e resistência do mago. Pode durar dias, semanas, até mesmo anos.”

    Ela respirou fundo antes de prosseguir, “Na história registrada, só houve dois usuários de mana corrompida. O primeiro deles foi Lúcifer, e o segundo, o imperador dos demônios, Azrael.”

    A sala ficou em choque. Hope, que até então estava atenta, tornou-se visivelmente mais séria ao ouvir o nome de Azrael.

    “Há um detalhe interessante sobre Lúcifer,” continuou a professora. “Os relatos dizem que, inicialmente, ele não possuía mana de escuridão. Mas, com métodos altamente questionáveis, ele conseguiu adquirir essa mana, e sua mana corrompida foi classificada como falsa. Mesmo assim, a história conta que Lúcifer passou mais de um ano desacordado enquanto seu corpo suportava o Teste da mana corrompida.”

    Os alunos estavam fixos em cada palavra, absorvendo o impacto das histórias que pareciam mais lendas do que realidade.

    “Azrael, no entanto,” ela disse, com um tom mais profundo, “nasceu com uma condição que até hoje só se sabe dele. Ele já possuía, desde o nascimento, mana de luz e escuridão. O que o tornava singular. A mana corrompida dentro dele foi despertada quando ele perdeu o controle sobre esses dois poderes.”

    Aiden inclinou-se um pouco, prestando ainda mais atenção quando percebeu a seriedade com que Hope ouvia a história.

    “Azrael não passou por um teste comum,” disse a professora, seu olhar mais sombrio. “Relatos dizem que ele ficou inconsciente por cinco anos enquanto seu corpo era destruído e reconstruído milhares de vezes. Sua mana corrompida era pura, diferente da de Lúcifer. Por isso, o Teste foi ainda mais brutal. Dizem que, mesmo inconsciente, Azrael conseguia sentir cada instante da dor, cada vez que seu corpo era partido e remontado.”

    O ambiente ficou pesado, e Aiden, atento ao redor, notou a expressão de Hope. Ela estava séria, e seus olhos pareciam se encher de uma tensão oculta. Algo na menção de Azrael claramente a incomodava.

    Ele inclinou-se para ela, sussurrando com cuidado, “Você está bem?”

    Hope respirou fundo, seus olhos fixos na professora, mas sua mente parecia em outro lugar. “Estou bem,” respondeu, mas Aiden sabia que havia algo mais profundo por trás de sua reação.

    Aiden observou Hope com um olhar curioso e preocupado, mas decidiu não a pressionar. Ele sabia que havia algo que ela não estava compartilhando, e o nome de Azrael parecia ter um peso muito maior do que qualquer um dos outros alunos podia perceber. Enquanto isso, a professora continuava sua explicação.

    “A mana corrompida,” ela retomou, “não é apenas uma fusão das duas manas. Ela herda as características tanto da luz quanto da escuridão, o que a torna extremamente poderosa. A mana de luz é expansiva, aumenta o poder da magia, enquanto a escuridão a refina, tornando-a precisa e letal. Quando as duas se unem, o usuário pode acessar magias que transcendem as limitações normais.”

    Um dos alunos, ainda chocado com o que acabara de ouvir, levantou a mão novamente. “Mas… professora, se a mana corrompida é tão perigosa e difícil de controlar, como alguém pode usá-la sem perder a cabeça? Azrael e Lúcifer conseguiram controlá-la?”

    A professora refletiu por um instante antes de responder. “É uma boa pergunta. O controle sobre a mana corrompida exige um equilíbrio perfeito entre a luz e a escuridão dentro do usuário. Não se trata apenas de poder, mas de controle emocional e mental. Muitos dizem que Lúcifer, apesar de ter uma mana corrompida falsa, foi consumido pela sua própria ambição e métodos obscuros. Ele não conseguiu manter um equilíbrio perfeito.”

    Ela fez uma pausa, escolhendo cuidadosamente as palavras ao falar de Azrael. “Azrael, por outro lado, nasceu com essa condição. Sua habilidade para controlar a mana corrompida vem não apenas de treinamento, mas da sua própria natureza. Porém, o processo foi brutal para ele. O Teste o forçou a encarar a dor mais extrema e a sobreviver a um tormento que ninguém deveria suportar. Isso o moldou, tornando-o o que ele é.”

    O silêncio caiu sobre a sala novamente, pesado e cheio de reverência. Era difícil para os alunos entenderem como alguém poderia sobreviver a algo tão devastador.

    Elior, que até então estava quieto, observando tudo com seus olhos calmos, quebrou finalmente o silêncio. “A mana corrompida parece ser o maior teste de vontade, mais do que de poder, não é?”

    A professora olhou para ele, admirando a profundidade da pergunta. “Exatamente, Elior. No fim, o que define um usuário de mana corrompida não é sua força, mas sua capacidade de suportar o impossível.”

    Aiden, ainda preocupado com Hope, tentou aliviar o clima com um comentário: “Bom, então acho que vou passar da mana corrompida por enquanto. Prefiro algo mais leve, como a mana de vento ou algo assim.”

    A sala riu levemente, mas Aiden notou que Hope ainda estava distante, perdida em pensamentos. Ele sabia que havia mais sobre Azrael do que ela deixava transparecer, e algo sobre a história da mana corrompida havia tocado uma corda sensível nela.

    A professora sorriu com o comentário de Aiden, mas seu olhar rapidamente voltou para Hope. “É importante entender que, por mais que a mana corrompida seja algo raro e quase inatingível, o conhecimento sobre ela pode nos ensinar muito sobre os limites da magia e de nós mesmos.”

    Ela então olhou para o relógio na parede. “Agora, vamos fazer uma pausa e depois retornaremos com mais detalhes sobre os tipos de mana elementais e suas características.”

    Os alunos começaram a se mexer, prontos para esticar as pernas, enquanto Aiden se aproximava de Hope mais uma vez. “Hey,” ele disse suavemente, “se precisar de um momento, posso te cobrir depois. Você não precisa ficar aqui.”

    Hope forçou um sorriso, mas seus olhos ainda refletiam um peso que não podia esconder completamente. “Obrigada, Aiden. Estou bem… só preciso de um momento.”

    Aiden assentiu, respeitando o espaço dela. Enquanto os outros alunos saíam da sala, ele ficou ao lado dela, em silêncio, oferecendo sua companhia sem forçar uma conversa. Elior, por sua vez, permaneceu observando os dois, como se compreendesse mais do que sua idade sugeria.

    A atmosfera havia mudado, e a menção de Azrael deixou uma sombra no ar, algo que Aiden sabia que precisaria ser abordado eventualmente, mas não agora.

    Algum tempo depois, enquanto os alunos ainda estavam espalhados pelo corredor, Hope quebrou o silêncio ao seu redor.

    “Estou com sede…” Ela comentou de maneira casual, olhando para a janela distante.

    Aiden, sempre rápido em suas brincadeiras, se adiantou com um sorriso. “Quer que eu vá buscar água? Ou quem sabe um suco? Não posso deixar minha futura esposa com sede, né?”

    Hope soltou uma risada suave, mas balançou a cabeça. “É uma sede diferente, Aiden.”

    Ele franziu o cenho, tentando entender, mas logo lançou mais uma de suas respostas típicas. “Olha, se precisar de ajuda, posso resolver qualquer coisa. Teleporte de água? Fácil. Posso roubar de um lago em segundos.”

    Hope sorriu, mas havia um peso em seus olhos que ele notou. “Minha mãe vai cuidar disso… Afinal, ela sabe que ligarei para ela em breve.”

    Antes que Aiden pudesse fazer outro comentário, um dos membros da equipe de Eriel apareceu. “Hope,” ele disse, aproximando-se com uma pequena caixa nas mãos. “Sua mãe mandou isto para você.”

    Hope agradeceu com um aceno de cabeça e pegou a caixa delicadamente. Ao abri-la, revelou-se um pequeno frasco de vidro com um líquido vermelho brilhante. Aiden, sempre curioso, franziu a testa.

    “O que é isso?” ele perguntou, a leveza habitual na voz dando lugar a uma curiosidade genuína.

    Elior, que observava tudo em silêncio até agora, respondeu antes de Hope. “É sangue.”

    Aiden quase deu um passo para trás, surpreso. “Sangue? Você… precisa disso?”

    Hope olhou para o frasco por um momento, então começou a explicar. “Sim. Sou metade vampira. Herdei essas características da minha mãe. Os vampiros não precisam de sangue o tempo todo, mas, de tempos em tempos, sentimos sede. O sangue repõe nossa energia e mantém nossas habilidades em equilíbrio.”

    Aiden, ainda tentando absorver essa nova informação, olhou para ela com uma expressão mista de surpresa e curiosidade. “É o sangue da sua mãe?” ele perguntou hesitante, ainda sem entender totalmente a situação.

    Hope deu uma risadinha suave, balançando a cabeça. “Eu não sei de quem é. Ela nunca me diz. Mas…” Ela fez uma pausa, segurando o frasco entre os dedos e olhando para o líquido. “Este parece ser especial. Minha mãe só toma deste sangue, e agora ela me enviou um pouco.”

    Ela abriu o frasco e tomou um gole, fechando os olhos ao sentir o sabor. “O gosto… é quase divino,” ela murmurou, uma expressão de satisfação tomando conta de seu rosto. “Já tomei sangue de outras pessoas, mas nenhum se compara a este. É… diferente.”

    Aiden, agora mais intrigado do que nunca, observou-a por um momento, sem suas usuais piadas ou brincadeiras. Ele viu a forma como o sangue parecia revitalizá-la, como se fosse algo mais do que uma simples necessidade física.

    “Deve ser um privilégio, ter algo tão raro assim,” Aiden comentou, agora mais sério.

    Hope apenas acenou, ainda saboreando o frasco. “Minha mãe toma apenas esse. Não sei de onde vem ou como é obtido, mas… é realmente especial.”

    Elior, que continuava atento, parecia absorver todas essas informações silenciosamente. Sua expressão não mudou, mas havia uma compreensão em seus olhos.

    O silêncio entre eles foi confortável, mas carregado de novas revelações. Aiden, que geralmente tomava o papel de alívio cômico, agora parecia mais introspectivo, tentando entender melhor sua companheira.

    A tarde seguiu para o campo de treinamento, onde Hope, Aiden, e Elior se posicionaram para uma sessão intensiva. Os três estavam focados, e mesmo com as brincadeiras ocasionais de Aiden, todos sabiam da importância daquele momento.

    Depois de horas de exercícios e simulações de combate, Hope limpou o suor da testa, exalando um longo suspiro de cansaço, mas também de satisfação. Olhando para seus dois companheiros, ela decidiu compartilhar algo importante.

    “Em uma semana, teremos as batalhas pelos rankings de recrutas da facção,” começou ela, um pouco hesitante. “Acontece uma vez por mês… e eu estava pensando… talvez devêssemos aumentar a intensidade dos nossos treinos. Afinal, temos pouco tempo.”

    Elior, com sua postura calma e direta, observou com olhos analíticos antes de responder: “Você é nossa líder. Estamos aqui para cumprir suas ordens. Não precisa pedir permissão, apenas comunicar suas decisões.”

    Hope foi pega de surpresa pela resposta direta de Elior. Ela sempre tinha visto o papel de líder como algo que exigia equilíbrio entre autoridade e empatia, então não esperava que Elior fosse tão objetivo.

    “Eu entendo, mas… mais do que uma capitã, eu quero ser uma amiga. Alguém que vocês possam confiar, alguém que entenda os membros do seu time. Para mim, a relação que construímos é tão importante quanto as batalhas.”

    Aiden, mais relaxado, sorriu ao ouvir as palavras de Hope. “Bom, eu penso como o Elior… mas fico feliz por você perguntar antes. Mostra que se importa.”

    O sorriso sincero de Aiden trouxe um alívio para Hope, que sentiu que sua tentativa de liderança empática estava funcionando. “Fico feliz que vocês concordem,” disse ela, ainda ofegante. “O único problema é que, com tão poucos membros, podemos acabar ficando em uma posição baixa no ranking. E isso… me preocupa.”

    Hope baixou os olhos por um instante, a ideia de estar entre os últimos não agradava nem um pouco.

    Elior, no entanto, quebrou o silêncio com uma fala inesperada: “Então estamos mirando no primeiro lugar. Nada menos.”

    A determinação em sua voz era inegável, como se o sucesso já estivesse assegurado. Aiden, com um sorriso confiante, rapidamente adicionou: “Sim, primeiro lugar.”

    A energia entre os três mudou naquele momento. O peso da possível derrota foi substituído por uma determinação silenciosa. Eles sabiam que o desafio seria grande, mas estavam juntos nisso.

    Nota