Índice de Capítulo

    Enquanto Hope, Eriel e Mana caminhavam pelos corredores amplos e ornamentados, o eco de suas conversas se misturava ao som suave de seus passos. Hope, ainda processando tudo o que sua mãe e tia haviam revelado, sentiu uma estranha mistura de curiosidade e apreensão. No entanto, sua atenção foi rapidamente desviada ao observar duas figuras familiares mais à frente.

    “Olhem quem está ali”, murmurou Hope, franzindo o cenho ao notar a presença de Aiden, que parecia animado em uma conversa animada com outra pessoa ao seu lado. À medida que se aproximavam, a identidade do acompanhante se revelava: Belzebu.

    Eriel, sempre perceptivo às nuances das situações, abriu um sorriso intrigado. “Bem, isso é interessante”, comentou com leveza. “Aiden e Belzebu… uma combinação inesperada, não acha?”

    Antes que Hope pudesse responder, os ecos da conversa entre Aiden e Belzebu chegaram até eles. Aiden, com sua postura despreocupada habitual, parecia genuinamente divertido, enquanto Belzebu, normalmente envolta em uma aura de mistério e poder, mostrava-se surpreendentemente relaxada.

    “Acho que me perdi de novo, mas, pelo menos, encontrei um bom guia!” declarou Belzebu, com um tom sarcástico e bem-humorado.

    Aiden riu e retrucou com uma piscadela: “Só espero que você não esteja pensando em me trocar por doces.”

    Belzebu levou uma mão ao peito, simulando indignação. “Ora, Aiden, que tipo de rainha você acha que eu sou? Claro que trocaria você por doces!”

    A troca espirituosa arrancou risadas de todos, até mesmo de Hope, que geralmente mantinha uma postura mais reservada.

    Mana, observando a cena com um sorriso sereno, perguntou suavemente. “Belzebu, você se perdeu do grupo?”

    Belzebu deu de ombros, como se aquilo fosse a coisa mais trivial do mundo. “Sim, parece que sim. Vi alguns doces irresistíveis e, bem… quando fui pegá-los, acabei me distraindo.”

    “Foi aí que eu a encontrei”, completou Aiden, satisfeito com a missão cumprida. “E, claro, ofereci minha ajuda.”

    “Que cavalheiro”, respondeu Belzebu, com um brilho divertido nos olhos.

    Eriel inclinou-se, avaliando a cena com curiosidade. “Vocês dois são uma dupla peculiar. Parece que possuem um senso de humor bastante… único.”

    Belzebu lançou um olhar perspicaz para Eriel. “Alguém precisa trazer equilíbrio a todo o drama deste lugar, não acha?”

    O comentário provocou mais risadas, e Hope sentiu-se estranhamente à vontade. A leveza de Aiden parecia ter o poder de desconstruir até mesmo as personalidades mais imponentes, como Belzebu.

    Mana observava tudo com um olhar afetuoso e um toque de admiração. “Parece que você encontrou uma boa companhia, Belzebu. Talvez devesse trazê-lo mais algumas vezes às reuniões.”

    Belzebu piscou para Aiden, com um sorriso travesso. “Quem sabe? Talvez eu tenha encontrado meu novo assistente.”

    Aiden retribuiu o sorriso, fingindo seriedade. “Se o pagamento for bom, podemos negociar.”

    A conversa contínua por alguns minutos, recheada de piadas rápidas entre Aiden e Belzebu, enquanto Eriel e Mana assistiam com sorrisos discretos, mas genuínos. Finalmente, Belzebu suspirou dramaticamente, como se a conversa tivesse sido um grande esforço.

    “Bem, acho que está na hora de voltar ao grupo antes que Ethan mande uma equipe de busca”, anunciou, ainda com seu tom brincalhão. “Mas não se preocupe, não vou me perder de novo. Tenho meu guia particular aqui”, concluiu, apontando para Aiden.

    Aiden inclinou-se em uma reverência exagerada. “Sempre à disposição, Vossa Majestade.”

    Antes de se despedir, Mana inclinou-se levemente para Hope e disse, em voz baixa: “Nos vemos em breve. E não se esqueça do que conversamos.”

    Hope assentiu, absorvendo tudo o que havia acontecido, mas agora com um sorriso leve no rosto. Mesmo em meio a toda a formalidade e mistério que envolvem sua nova realidade, foi reconfortante perceber que havia espaço para momentos de descontração e risos.

    Com um último aceno de Belzebu e uma piada final de Aiden, o grupo se separou. Cada um deles melhora seu caminho pelos corredores imponentes, agora com uma sensação renovada de entendimento e conexão.

    Naquela noite, enquanto o mundo lá fora mergulhava no silêncio, Hope se encontrava sentada em seu quarto, envolta pela luz suave. Seus pensamentos ainda ressoavam com as palavras de sua tia Mana, sobre especialmente o artefato que agora descansava em suas mãos. A pedra mágica parecia pulsar com um brilho dourado e suave, como se estivesse aguardando o momento certo para revelar seus segredos.

    Hope fechou os olhos por um momento, recordando as lições com Elior. A runa de mana ‘Liberar’ havia sido a que ela mais praticara, e agora, com uma determinação renovada, ela sentiu que era o momento de colocá-la em prática. Um sorriso tímido surgiu em seus lábios ao considerar a coincidência, quase como se o destino tivesse preparado esse momento para ela.

    Ela então se concentrou, estendendo a mão sobre a pedra, tentando ativar a runa. No começo, seus esforços resultaram em fracasso, a energia parecia escorregar por entre seus dedos, teimosa e rebelde. Mas Hope não desistiu; ela respirou fundo, ajustou sua postura e tentou novamente. Após algumas tentativas, finalmente, ela sentiu a energia se alinhar, e a runa de mana ‘Liberar’ se ativou.

    Um brilho dourado intenso começou a emanar da pedra, preenchendo o quarto com uma luz quase ofuscante. Hope observou, fascinada, quando três criaturas emergiram da pedra com uma velocidade tão impressionante que seus olhos mal conseguiram acompanhá-las. O ar ao seu redor se agitou, como se a própria magia tivesse ganhado vida. As criaturas eram sombras fugazes que se moviam com agilidade, até que, em um instante, elas voaram em direção a Hope, atravessando seu corpo como se fossem espectros.

    No início, Hope sentiu um frio súbito ao seu redor, uma sensação assustadora que a fez ofegar. Mas, antes que o medo pudesse dominá-la, uma enxurrada de informações invadiu sua mente. Ela compreendeu, de repente, a natureza das criaturas e a conexão que elas tinham com o artefato.

    Seguindo as instruções que fluíam em sua mente, Hope convocou a segunda runa de mana, ‘Ligação do Espírito’, e a utilizou para unir as criaturas ao bracelete prateado que encontrara. A energia fluiu naturalmente, criando um vínculo entre ela, as criaturas e o bracelete.

    Quando a ligação foi concluída, Hope chamou as criaturas uma a uma, sentindo uma conexão profunda com cada uma delas.

    “Umbra,” murmurou Hope, e um pequeno lobo espectral surgiu à sua frente. Ele era negro como a noite, seus olhos brilhando em um tom violeta que irradiava um poder misterioso e sutil.

    “Zephyra,” continuou ela, e um falcão espectral apareceu, suas plumas prateadas cintilando com uma luz azulada. Ele batia as asas com elegância, sua figura repleta de uma graça etérea.

    “Arcania,” completou Hope, e uma coruja espectral se materializou. Suas penas roxas brilhavam suavemente, e seus olhos azuis profundos pareciam conter um conhecimento antigo, quase arcano.

    As três criaturas flutuavam à sua frente, cada uma emanando uma presença que era, ao mesmo tempo, reconfortante e poderosa. Hope ficou maravilhada com o que acabara de testemunhar. As criaturas, agora ligadas a ela, eram mais do que apenas seres mágicos; eram companheiros espirituais, cada uma trazendo uma habilidade única que Hope ainda teria que explorar.

    Com um sorriso satisfeito e a sensação de que havia dado um passo importante em sua jornada, Hope observou seus novos companheiros desaparecerem suavemente no ar, sentindo que estava mais preparada para os desafios que viriam.

    Naquela noite, ao se deitar em sua cama, Hope sentiu o peso das emoções que afloraram ao ativar a pedra mágica e liberar as criaturas. O brilho dourado ainda parecia dançar em sua mente, junto com as palavras de Mana, sua tia. Enquanto guardava o artefato e as criaturas no bracelete, uma sensação de desconforto começou a se instalar em seu peito. Pela primeira vez em muito tempo, ela se permitiu pensar em seu pai sem o ódio que sempre a acompanhava.

    O presente que ele havia deixado para ela, escondido dentro da pedra mágica, não era algo que um pai indiferente ou covarde deixaria. Hope se perguntava se ele realmente a havia abandonado por escolha ou se havia algo mais que ela desconhecia. Seu coração se apertou com o pensamento, mas antes que pudesse mergulhar mais fundo naquelas emoções confusas, ela balançou a cabeça, tentando afastar a ideia. Afinal, seu pai a havia deixado, e isso era um fato incontestável.

    Com um suspiro, Hope finalmente se preparou para dormir, os pensamentos ainda rodopiando em sua mente enquanto as criaturas espectrais se acomodavam no bracelete, como se aguardassem o próximo chamado.


    No dia seguinte, enquanto caminhava pelos corredores da facção, Hope parecia afundada em seus próprios pensamentos. A figura de seu pai pairava em sua mente, acompanhada pela lembrança do que acontecera na noite anterior: as criaturas que agora estavam ao seu lado e o peso crescente da dúvida que se enraizava em seu coração. Ao seu lado, Elior caminhava em silêncio, sua presença oferecendo um conforto tácito. Ele parecia sentir o turbilhão de emoções em Hope, mas optou por não romper o silêncio.

    Por fim, Hope não conseguiu mais conter as palavras que se acumulavam dentro dela. “Ouvi muitas histórias sobre meu pai,” começou, a voz baixa e carregada de amargura. “Histórias de um homem honrado. Mas, para mim, ele não passa de um covarde… um idiota que abandonou sua própria família.”

    Elior, que até então olhava distraidamente ao redor, virou-se para encará-la. Havia algo em seu olhar – uma combinação de empatia e intensidade – que parecia convidá-la a continuar.

    Hope soltou um suspiro pesado, como se tentasse expulsar a dor junto com o ar. “Eu o odeio… odeio o homem que fez minha mãe sofrer, que a deixou sozinha por todos esses anos, como se nunca tivéssemos significado nada para ele.”

    O silêncio que se seguiu era tão denso que parecia sufocante. Hope abaixou os olhos, como se o peso de suas palavras tivesse se tornado demais até para si mesma. “Mas, talvez, a verdadeira idiota seja minha mãe. Ela ainda espera por ele. Ainda acredita que ele vai voltar. É como se estivesse presa a uma ilusão… uma esperança patética que nunca se realizará.”

    De repente, Elior parou. Hope sentiu uma mudança no ar, como se a atmosfera ao redor deles tivesse se tornado mais pesada. Quando levantou os olhos, viu algo nos de Elior que a fez estremecer: a doçura habitual havia desaparecido. Em seu lugar, havia uma frieza intensa, um abismo de emoções contidas que a atingiu como um golpe invisível.

    Elior deu um passo à frente. Apesar de ser apenas uma criança, sua presença era esmagadora, como se carregasse uma autoridade muito além de sua idade. Quando ele finalmente falou, sua voz estava baixa, mas cada palavra era um golpe certeiro. “Seu pai pode ter sido um idiota por abandoná-las. Mas sua mãe… ela não merece seu desprezo.”

    As palavras cortaram o ar como lâminas. Hope sentiu o impacto em seu peito, uma mistura de culpa e choque a fez recuar instintivamente.

    Elior continuou, seu olhar fixo nela como se pudesse enxergar até as profundezas de sua alma. “Ela fez o que pôde, carregando sozinha o peso que ele deveria ter dividido. Você não tem ideia do que significa esperar por alguém e, ainda assim, seguir em frente todos os dias. Se falar algo assim sobre sua mãe de novo, eu não vou perdoar.”

    A voz de Elior era calma, mas carregada de um peso que fazia Hope se sentir pequena, vulnerável. Ela deu mais dois passos para trás, o coração acelerado. Aquele garoto, tão gentil e tranquilo momentos antes, agora emanava uma aura de poder quase esmagadora, como se estivesse invocando algo muito maior do que ele próprio.

    “Desculpe,” ele murmurou, a suavidade voltando à sua voz, mas ainda carregada de uma seriedade inabalável. “Sua mãe não tem culpa pelos erros do seu pai. Ame-a. Mostre que, mesmo que ele nunca volte, você estará ao lado dela. Ela precisa disso mais do que você imagina.”

    Então, como se nada tivesse acontecido, Elior voltou a caminhar. Sua postura relaxada contrastava com a intensidade do momento, mas para Hope, o que acabara de acontecer ficaria gravado em sua mente como uma cicatriz.

    Enquanto o seguia, ainda lutando para organizar seus pensamentos, Hope percebeu algo que nunca havia considerado antes: Elior era muito mais do que parecia. Havia nele uma profundidade que ela não sabia explicar, algo que transcendia sua aparência juvenil.

    Com os pensamentos ainda emaranhados, Hope sentiu a necessidade de desviar sua atenção. As memórias de seu pai, as palavras de Elior e o peso das criaturas que agora a acompanhavam estavam se misturando, tornando impossível encontrar paz. Ela hesitou antes de falar, mas, enfim, quebrou o silêncio.

    “Elior,” começou, a voz trêmula, mas firme, “você conhece alguma magia que permita falar com outra pessoa à distância?”

    Elior parou, virando-se lentamente para encará-la. Seus olhos carregavam um brilho de curiosidade cautelosa. “Existem telefones para isso,” respondeu, com simplicidade.

    Hope balançou a cabeça, já antecipando essa resposta. “Eu sei, mas isso não funcionaria para o que eu preciso. A pessoa está muito distante… talvez até em outro mundo.”

    A surpresa no rosto de Elior era evidente. Ele estreitou os olhos, como se ponderasse sobre as implicações daquela pergunta. “Sim… existe uma magia assim. Mas é perigosa.”

    Sua voz ficou séria, quase um sussurro conspiratório. “Você pode usar uma magia de comunicação para projetar a imagem da pessoa, como uma espécie de ligação. Mas ela consome muita mana. Sem estabilizar a conexão, o risco é alto.”

    Hope inclinou a cabeça, absorvendo a informação. “E você pode me ensinar como fazer?”

    Elior hesitou, a preocupação evidente em sua expressão. “Posso. Mas seria melhor se você fizesse isso sozinha. Se descobrirem que ajudei… eu posso acabar em problemas.”

    Hope assentiu, compreendendo a gravidade da situação. “Obrigada, Elior. Eu dou um jeito.”

    Antes que pudesse sair, ele a deteve com um último aviso: “Peça ajuda a Aiden. Ele tem um controle de mana melhor do que você imagina. Pode garantir que nada dê errado.”

    Elior voltou a caminhar, deixando Hope sozinha com seus pensamentos. A determinação dela crescia a cada passo, mesmo enquanto a lembrança do olhar penetrante de Elior continuava a assombrá-la.


    Determinada a seguir o conselho de Elior, Hope foi até a administração da facção e solicitou uma sala isolada. Ela alegou que precisava de um espaço para praticar magias avançadas, uma desculpa que soava plausível, considerando os padrões rigorosos de treinamento da facção. A equipe, ciente da importância do desenvolvimento mágico, concordou sem questionar.

    Com a sala garantida, Hope foi procurar Aiden, encontrando-o relaxado em um canto do prédio, apoiado casualmente contra a parede, com a expressão de alguém prestes a fazer uma piada. Mas assim que Hope se aproximou, ele percebeu a gravidade em seu olhar.

    “Aiden,” começou ela, sua voz firme, mas carregada de urgência. “Preciso da sua ajuda.”

    Aiden arqueou as sobrancelhas, a despreocupação habitual dando lugar a uma preocupação genuína. “Claro, Hope. O que está acontecendo?”

    Ela explicou rapidamente o que Elior havia lhe dito, detalhando a magia de comunicação, a dificuldade de estabilizar a conexão e o risco envolvido. Aiden ouviu em silêncio, a expressão ficando mais séria a cada palavra. Quando ela terminou, ele cruzou os braços e olhou para o chão, como se calculasse os próximos passos.

    “Isso é perigoso,” ele disse finalmente, olhando-a diretamente nos olhos. “Se algo der errado, a mana pode sair do controle, e o impacto seria… bem, catastrófico. Mas juntos, podemos tentar. Vou garantir que tudo fique estável.”

    Hope assentiu, sentindo um misto de alívio e nervosismo.

    “Vamos para a sala isolada,” ele continuou, já assumindo um tom resoluto. “Se é isso que você quer, então não podemos perder tempo.”

    Ao chegarem na sala, Aiden começou a trabalhar imediatamente, traçando runas no chão com precisão quase artística. Cada símbolo parecia pulsar com mana, formando uma rede intricada ao redor do espaço. Ele murmurou palavras de encantamento enquanto ativava barreiras mágicas para conter qualquer possível explosão de energia.

    “Essa magia que Elior mencionou não é só complexa,” disse Aiden enquanto ajustava os últimos detalhes. “Ela é arriscada porque exige uma conexão emocional muito forte. Se houver hesitação ou dúvida, a energia pode se dispersar, ou pior, se voltar contra você. Mas tenho certeza de que você consegue.”

    Hope respirou fundo, tentando afastar os pensamentos que começavam a nublar sua mente.

    “Você precisa focar completamente na pessoa que deseja alcançar,” Aiden continuou, sua voz firme e tranquilizadora. “Visualize-a como se estivesse bem na sua frente. Deixe sua mana fluir, mas controle o ritmo. Se perder o controle, me avise. Eu vou estabilizar o fluxo.”

    Hope fechou os olhos, concentrando-se nas palavras de Aiden. Ela começou a reunir sua mana, sentindo-a se movimentar dentro de si como um rio prestes a transbordar. Era uma sensação poderosa e, ao mesmo tempo, avassaladora, como se estivesse tocando algo que mal conseguia compreender.

    Enquanto isso, Aiden observava atentamente sua própria mana formando uma espécie de corrente que envolvia Hope, ancorando-a. Ele podia sentir a intensidade do que ela estava tentando fazer. “Vamos, Hope,” murmurou baixinho para si mesmo, as mãos estendidas para manter o campo estável.

    A mana de Hope começou a irradiar ao redor dela, formando um brilho crescente no centro da sala. Lentamente, uma figura começou a emergir da luz, inicialmente desfocada, mas ganhando nitidez conforme Hope mantinha sua concentração. Cada detalhe da imagem parecia exigir mais dela, como se estivesse esculpindo a figura com sua própria energia vital.

    Quando a projeção finalmente se estabilizou, Hope ofegava, sentindo o suor escorrer por sua testa. No entanto, seus olhos estavam fixos na figura diante dela. A conexão havia funcionado.

    Aiden, ainda sustentando o campo mágico, olhou para a projeção, mas logo desviou o olhar para Hope. Ele sabia que aquele momento era dela, mas a intensidade da magia o impressionava. Mesmo com sua experiência, ele podia sentir que algo mais profundo estava em jogo, algo que ultrapassava os limites de uma simples ligação mágica.

    “Hope,” chamou ele suavemente, tentando não quebrar o foco dela. “Eu estou segurando o fluxo, mas não posso fazer isso por muito tempo. Diga o que precisa e encerre antes que a conexão nos sobrecarregue.”

    Hope assentiu, mas as palavras que queria dizer ficaram presas em sua garganta. As emoções transbordavam, misturando alívio, dor e uma vontade incontrolável de entender.

    Aiden, observando de longe, percebeu que a magia de Elior ia além da teoria que ele conhecia. A estrutura parecia instável, mas não por falta de controle de Hope. Era como se a própria magia tivesse uma complexidade única, quase viva.

    “Quem ensinou isso a você… é mais do que parece,” murmurou Aiden, impressionado.

    A tensão na sala continuava a crescer, o brilho da projeção oscilando levemente. Hope sabia que o tempo era valioso, mas a simples visão da figura diante dela era suficiente para reacender algo em seu coração.

    “Você conseguiu,” disse Aiden, colocando a mão no ombro dela, o tom de voz misturando alívio e respeito. 

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