Capítulo 153 — Território Proibido
A floresta repousava em um silêncio inquietante. A densa vegetação parecia absorver todos os sons, como se a própria natureza estivesse em estado de alerta constante. As copas das árvores bloqueavam grande parte da luz, deixando o caminho imerso em uma penumbra misteriosa. Hope caminhava ao lado de Mana e Aiden, com Elior à frente, liderando o grupo. O garoto, de aparência frágil e serena, movia-se com uma confiança que desmentia sua idade e aparência delicada.
O silêncio opressor foi quebrado por Aiden, que lançou um sorriso travesso enquanto girava uma pequena pedra entre os dedos antes de jogá-la no matagal ao lado. “Pelo jeito, estamos assustando até as folhas. Nem uma criatura para dar as boas-vindas. Achei que ia ser mais divertido.”
Ele olhou ao redor, como se esperasse ver algum animal emergir das sombras em resposta ao som da pedra. Mas a floresta permaneceu imóvel, o ar tão denso que parecia prender até a respiração.
Mana riu baixinho, lançando um olhar curioso para Elior antes de voltar a encarar Aiden. “Não se engane. Há criaturas aqui. Elas só não estão dispostas a aparecer.” A voz dela mantinha um tom casual, mas havia uma profundidade oculta em suas palavras, como se ela falasse de algo além do que se via. “Os seres que habitam esta área são de nível baixo. Quando sentem uma presença… intimidadora, preferem se esconder.”
Hope franziu a testa ao captar o significado sutil. “Presença intimidadora?” Ela repetiu, os olhos varrendo a floresta ao redor. “Então por que estamos assustando essas criaturas?”
Mana deu de ombros, um pequeno sorriso brincando em seus lábios. “Alguém aqui deve estar causando essa impressão, não é? Criaturas fracas são extremamente sensíveis a presenças poderosas. Elas sentem instintos de sobrevivência que nós, às vezes, ignoramos.”
Aiden riu, piscando para Hope. “Talvez seja você, Hope. Finalmente mostrando seu lado ameaçador.”
Hope bufou, balançando a cabeça, mas um sorriso suave escapou. “Duvido muito. Se fosse eu, as criaturas provavelmente estariam rindo, não se escondendo.”
À frente, Elior manteve seu silêncio habitual, os passos leves e precisos. Aiden olhou para ele de relance, esperando algum comentário, mas nada veio. Com um suspiro teatral, ele se virou para Mana, inclinando a cabeça. “Então, quem é que está emanando essa presença assustadora? Eu sei que não sou, afinal, todo mundo adora estar perto de mim.”
Mana desviou os olhos para Elior, mas sem revelar nada. “Pode ser qualquer um de nós, Aiden,” disse ela, mantendo um tom brincalhão. “Mas algumas presenças são tão sutis que nem percebemos quão poderosas elas são. Apenas… sentimos.”
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A tensão ao redor parecia aumentar com cada passo de Elior, como se o ambiente reagisse à sua simples presença. Aiden riu, tentando manter o tom despreocupado. “Você está falando da gente? Porque, sinceramente, eu não sou nada sutil.”
Hope sorriu, o riso de Aiden quebrando a tensão momentaneamente. Eles continuaram avançando, enquanto Aiden lançava comentários sobre o silêncio desconfortável da floresta e seu desejo por alguma ação.
A vegetação ao redor tornou-se mais densa, o ar mais pesado, carregado de uma sensação quase palpável de expectativa. Mana parou por um momento, os olhos analisando o ambiente com mais cuidado. “A partir daqui, as coisas podem ficar… interessantes.”
Aiden arqueou uma sobrancelha, um brilho de empolgação nos olhos. “Finalmente?”
“Sim,” confirmou Mana com um sorriso leve. “Acabamos de cruzar para a segunda parte da floresta. Aqui vivem criaturas mais poderosas. Elas não se esconderão tão facilmente quanto as de nível baixo.”
Hope sentiu uma mudança sutil ao redor, como se o próprio ar carregasse uma energia diferente. “Então, devemos nos preparar para um ataque a qualquer momento?”
“Não exatamente,” respondeu Mana com calma. “Essas criaturas são inteligentes. Elas vão avaliar suas chances antes de agir.”
Um movimento furtivo entre as árvores capturou a atenção do grupo. Dos arbustos surgiu uma criatura majestosa, semelhante a um tigre, mas muito maior. Sua pele era acinzentada, com um brilho metálico sob a luz filtrada pelas folhas. Os olhos brilhavam com uma intensidade sobrenatural, fixos no grupo com uma mistura de cautela e avaliação predatória.
Hope e Aiden assumiram posições defensivas por instinto. A energia mágica começou a pulsar nas mãos de Hope, pronta para ser liberada a qualquer momento.
“Espera,” disse Mana, a voz firme, mas tranquila. “Não é necessário.”
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A criatura observava com atenção, mas seu foco principal estava em Elior. Havia reverência e um traço de medo em seu olhar, como se estivesse diante de algo incompreensível e poderoso.
“Ele já decidiu,” explicou Mana, sem qualquer preocupação aparente. “A criatura calculou suas chances e concluiu que não vale a pena atacar.”
Aiden arqueou uma sobrancelha. “Presenças poderosas de novo? Mana, estamos assim tão assustadores?”
Mana apenas sorriu. “Às vezes, quem tem poder não precisa lutar. Apenas estar presente já é suficiente.”
Elior, inabalável, continuou avançando com passos leves, como se o tigre fosse apenas parte da paisagem. A criatura permaneceu imóvel por um momento antes de recuar lentamente para a escuridão da floresta, desaparecendo entre as árvores sem emitir um único som.
O grupo avançou, o silêncio da floresta retornando com uma intensidade ainda maior, quase opressora. A presença do tigre nas sombras havia deixado o ar carregado, como se a natureza estivesse prendendo a respiração, aguardando o próximo movimento do grupo. Elior, no entanto, não parecia se importar com o que acabara de acontecer. Seus passos continuavam firmes e seguros, e sua postura calma parecia ter um efeito tranquilizador em Mana, Hope e até em Aiden, que costumava preencher o silêncio com piadas e comentários descontraídos.
“Ok… aquilo foi estranho,” Aiden murmurou, ainda olhando para as árvores onde o tigre desaparecera. “Eu sei que sou charmoso, mas isso foi um pouco demais, até para mim.”
Hope soltou uma risada suave, o alívio misturado à tensão. “Se isso foi charme, eu adoraria ver o que acontece quando você realmente tenta impressionar alguém.”
“Ah, você ainda não viu nada,” respondeu Aiden, piscando para ela. Mas, apesar de seu tom leve, havia algo em seus olhos — uma vigilância latente, como se estivesse pronto para qualquer mudança no ambiente.
Mana, que caminhava um pouco atrás de Elior, observava atentamente a floresta ao redor. “Algo está mudando,” ela disse, quase num sussurro. Seus olhos vasculhavam as árvores à frente. “Não só o ambiente, mas a própria energia daqui. Estamos nos aproximando de algo… diferente.”
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Hope sentiu o peso das palavras de Mana. Havia uma energia sutil no ar, um presságio de que estavam se movendo para uma área muito mais perigosa. “Diferente como?” Ela perguntou, sua voz mais baixa do que pretendia.
“Diferente como um presságio,” Mana respondeu, sua voz tingida com uma seriedade que normalmente não exibia. “As criaturas que encontraremos à frente não serão tão facilmente dissuadidas como o tigre de agora. Elas são inteligentes, poderosas e… protetoras.”
“Protetoras de quê?” Aiden perguntou, parando por um instante. “Estamos invadindo o território de algum tipo de chefe final?”
Mana apenas olhou para ele, seus olhos afiados, mas com um toque de ironia. “Algo assim.”
Antes que qualquer um deles pudesse responder, uma onda de pressão invisível passou por todos, como se o próprio ar tivesse ficado mais denso e difícil de respirar. A floresta ao redor parecia ter mudado de uma vez — as árvores eram mais altas e retorcidas, a vegetação mais densa, e a luz natural parecia ter se tornado mais escassa, como se o sol estivesse sendo lentamente engolido por nuvens invisíveis.
Elior, pela primeira vez, parou. Ele olhou ao redor, seus olhos escuros avaliando cada detalhe ao redor com um cuidado meticuloso. Sua postura não mudou, mas era claro que ele sentia o que todos estavam sentindo — algo os observava.
“Aqui,” Elior disse suavemente, sua voz quase inaudível, mas carregada de certeza. “Eles estão aqui.”
Antes que alguém pudesse perguntar a quem ele se referia, a floresta ao redor deles pareceu explodir em movimento. De todos os lados, criaturas saíram das sombras, cercando o grupo. Eram seres altos, com corpos esguios e cobertos de uma pele espessa e negra, seus olhos brilhando com uma luz pálida e malévola. As criaturas não pareciam atacar de imediato, apenas cercavam o grupo, como predadores avaliando suas presas.
Mana estreitou os olhos, seu corpo se preparando instintivamente para qualquer reação iminente. “Eles estão analisando a gente,” ela murmurou, mantendo o tom baixo, mas firme. “Não se movam de forma brusca.”
Hope tentou respirar fundo, embora seu coração batesse acelerado. “Eles vão atacar?”
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“Não ainda,” respondeu Mana, os olhos fixos nos seres à sua frente. “Mas se perceberem hesitação, vão considerar isso um convite.”
Aiden arqueou uma sobrancelha. “Então vamos ser simpáticos e dizer que já estamos ocupados, não?”
“Ser simpático não funciona aqui,” disse Elior calmamente. Ele deu um passo à frente, enfrentando as criaturas com uma serenidade que desafiava o caos ao redor. As criaturas hesitaram, movendo-se de forma incerta. “Eles reconhecem força, não palavras.”
Mana assentiu em silêncio. “E é por isso que eles pararam. Sabem que não podem enfrentar ele.”
“Espera aí,” Aiden sussurrou. “Estamos falando desse cara quietão que nunca levanta a voz? Ele parece mais o tipo que resolve conflitos com chá e conversa.”
Hope lançou um olhar para Aiden, tentando disfarçar o nervosismo. “Talvez seja exatamente isso que o torna mais perigoso.”
Enquanto as criaturas continuavam a rodeá-los, Elior ergueu uma mão, como se estivesse selando um acordo invisível com os seres sombrios. Um silêncio absoluto se instalou, e lentamente as criaturas começaram a recuar para as sombras, seus olhos brilhantes ainda fixos no grupo até desaparecerem por completo.
O ar ao redor aliviou, e a floresta voltou a uma calma relativa. Hope soltou um suspiro aliviado. “O que foi isso?”
“Eles entenderam a mensagem,” disse Mana suavemente.
“Que mensagem?” Aiden perguntou, franzindo o cenho. “Porque eu não ouvi nada.”
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“A mensagem foi clara,” disse Mana. “Que não somos presas fáceis.”
Elior voltou a caminhar sem dizer uma palavra, como se nada tivesse acontecido, e o grupo o seguiu, ainda absorvendo o encontro estranho e silencioso. Hope trocou um olhar rápido com Mana antes de perguntar: “Você sabia que isso ia acontecer, não sabia?”
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