Índice de Capítulo

    A manhã na mansão estava tranquila, e Hope sentia uma calma incomum enquanto caminhava pelos corredores silenciosos. O brilho suave do sol iluminava as janelas, lançando reflexos dourados sobre o mármore polido. Ela passou por alguns empregados, que pareciam ocupados com suas tarefas diárias, e uma ideia surgiu em sua mente.

    “Talvez eu devesse fazer algo hoje…”, pensou ela, sentindo uma vontade repentina de preparar a refeição.

    Entrando na espaçosa cozinha, Hope olhou ao redor, inspirando o ar fresco e suave, carregado com o aroma de ingredientes frescos e especiarias que estavam à disposição. Apesar de sempre ter uma equipe de empregados à disposição, ela decidiu que seria interessante tentar cozinhar algo sozinha.

    Ela escolheu algo simples para começar: talvez um prato fácil de fazer, uma refeição leve. Enquanto separava os ingredientes, sentia uma estranha animação em tentar algo novo. Não pode ser tão difícil…, pensou, confiante.

    Porém, logo percebeu que estava enganada. A massa que tentou fazer grudava nas mãos de forma desconfortável, o molho que preparou ficou grosso e salgado demais, e, quando finalmente tirou o prato do forno, o cheiro queimado foi um alerta claro de que as coisas não estavam indo conforme o planejado.

    Hope olhou para a bagunça que tinha feito e suspirou. “Acho que não sou uma boa cozinheira.” Pensou em chamar alguém para ajudar, mas viu que todos os empregados pareciam ocupados demais.

    Foi nesse momento que a porta da cozinha se abriu, e sua irmã mais velha, Sien, entrou. Ela usava um vestido elegante e tinha a típica expressão calma e reservada que sempre a acompanhava.

    “Hope?” perguntou Sien, arqueando uma sobrancelha ao ver a cena. “O que você está fazendo?”

    Hope corou levemente, envergonhada, enquanto tentava limpar parte da bagunça. “Eu… estava tentando fazer uma refeição.” Ela apontou para o prato queimado no balcão. “Mas acho que fiz tudo errado.”

    Sien olhou para o prato e depois para Hope, um sorriso suave surgindo em seus lábios. “Bem, você definitivamente não herdou as habilidades culinárias do nosso pai.” Ela deu uma risadinha. “Por que não pediu para a Beherit te ajudar?”

    “Ela está no jardim com a nossa tia Alice,” Hope respondeu, meio frustrada. “E como todos os outros estão ocupados, achei que seria bom fazer isso sozinha.”

    Sien olhou para a irmã mais nova com um brilho de ternura nos olhos. Ela sempre teve um certo carinho protetor por Hope, especialmente devido às dificuldades que ambas enfrentavam dentro da complexidade da família. “Bem, se você não se importa, eu posso ajudar. Vamos fazer algo simples juntas.”

    Surpresa, Hope aceitou de bom grado a oferta. As duas irmãs começaram a trabalhar juntas, e, com a orientação paciente de Sien, a cozinha logo estava preenchida com o aroma doce de uma sobremesa simples: bolinhos de frutas com creme.

    Enquanto provavam a sobremesa, sentadas em uma das mesas de mármore da cozinha, Hope suspirou de alívio. O sabor, finalmente, estava ótimo. “Sabe, acho que eu não sou tão ruim na cozinha, só precisava de uma boa professora,” disse ela, piscando para Sien.

    Sien deu de ombros, sorrindo. “Talvez você só precisasse de um pouco de prática.”

    Hope continuou a comer em silêncio, mas depois de um tempo sentiu algo diferente. “Estou começando a ficar com sede,” comentou casualmente, pensando que precisaria voltar para a Facção Humana em breve para repor suas reservas de sangue. “Acho que vou ter que ir até lá mais tarde.”

    Sien parou de comer e olhou para Hope com uma expressão cuidadosa. Ela esticou o braço lentamente, expondo a pele pálida e delicada de seu pulso. “Você pode beber o meu sangue.”

    Hope piscou, surpresa pela oferta repentina. “Você… tem certeza?”

    “Claro,” respondeu Sien com naturalidade. “Mamãe mencionou que estaria em uma reunião importante hoje, então provavelmente ela não estará no centro de pesquisas. Pode levar algum tempo até você conseguir ir lá.”

    Hope hesitou por um momento. Embora o sangue de sua irmã fosse uma solução rápida, ela ainda sentia um pequeno desconforto em aceitar. Porém, havia uma conexão entre elas que transcendia o simples ato de compartilhar sangue — era um elo de confiança.

    “Se é o que você quer,” disse Hope, baixando o olhar por um instante, antes de se aproximar.

    Sien observou com calma enquanto a irmã se preparava, sem demonstrar nenhuma emoção em particular. “Além disso,” ela acrescentou casualmente, “é sempre bom cuidar de você ocasionalmente. Somos irmãs, afinal.”

    Hope sorriu levemente. Com um movimento delicado, ela segurou o braço de Sien e, com cuidado, bebeu o sangue oferecido. A sensação familiar percorreu seu corpo, a energia revigorante que apenas o sangue de um demônio de alto escalão poderia proporcionar. O gosto doce e forte era inconfundível, e ela se sentiu grata pela oferta generosa de Sien.

    Quando terminou, Hope limpou os lábios e olhou para a irmã, sentindo-se renovada, mas também um pouco envergonhada. “Obrigada, Sien.”

    Sien deu de ombros de novo, como se não fosse nada demais. “Não foi nada. Só se lembre de pedir ajuda quando precisar. Nem sempre precisamos fazer tudo sozinhas, sabe?” Ela sorriu e colocou a mão no ombro de Hope de maneira reconfortante.

    Hope sorriu de volta. Talvez ela tenha razão…, pensou.

    Ainda assim, uma lembrança surgiu em sua mente, fazendo-a franzir a testa. Embora o sabor do sangue de Sien ainda permanecesse em seu paladar, ela não poderia deixar de compará-lo com o sangue que sua mãe, Eriel, havia lhe oferecido há alguns meses. A diferença era gritante, quase como se fossem substâncias completamente diferentes.

    Ela virou-se para Sien, uma curiosidade já tomando conta. “Sien, há uns meses, minha reserva de sangue estava no fim, e… nossa mãe me deu um frasco de sangue dela.” Ela fez uma pausa, hesitando, lembrando-se vividamente da experiência única daquele momento. “O gosto era… diferente. Muito mais intenso. De onde ela consegue o sangue dela?”

    Sien parou de limpar a mesa, seu rosto está ficando sério e pensativo. “O sangue tomado pela nossa mãe é diferente do que você recebe, Hope.”

    Hope arqueou uma sobrancelha, intrigada. “Diferente como? Porque, para ser honesta, o que ela me deu parecia… surreal. Eu nunca senti nada parecido antes.”

    Sien cruzou os braços, pensando cuidadosamente nas palavras que escolheria. “É raro que mamãe compartilhe esse tipo de sangue. Na verdade, o que você tomou provavelmente é algo… único.” Ela encarou Hope com um olhar profundo, como se estivesse pesando a importância do que estava prestes a revelar. “Há pouquíssimos indivíduos no universo que possuem esse tipo de sangue, Hope. Você pode contar nos dedos quantos existem.”

    Hope piscou, surpresa. “Espera, o quê? Eu sabia que era algo especial, mas não sabia que era tão raro assim. Como… como ela consegue esse sangue, então?”

    A pergunta pairou no ar por alguns segundos, o silêncio da cozinha se intensificando à medida que Hope esperava pela resposta. Sien ficou em silêncio por mais um momento, como se estivesse decidindo até onde poderia revelar.

    “Ela o recebe diretamente de alguém”, começou Sien, sua voz cautelosa. “De um… membro do lado dos demônios. Mas… não posso te contar mais do que isso. É algo extremamente confidencial.”

    Hope se inclinou levemente para frente, a mente girando com as novas informações. Um membro do lado dos demônios? Quem poderia ter um sangue assim? E por que minha mãe mantém isso tão secreto?

    “Sien, mas… por que não posso saber mais? Isso me afeta também, não? Eu tomei esse sangue.”

    Sien manteve sua expressão firme, mas havia uma leve preocupação em seus olhos. ”Algumas coisas são melhores, mantidas em segredo, Hope. Especialmente coisas que envolvem nossa mãe.” Ela deu de ombros, tentando encerrar a conversa de forma suave. “Você só precisa saber que o sangue que tomou não é comum. E, por isso, você deve ser cauteloso com ele.”

    Hope sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Embora ela quisesse saber mais, o Tom de Sien deixa claro que não era algo a ser discutido abertamente. Mas uma curiosidade já estava plantada, e Hope sabia que não conseguiria simplesmente esquecer o que acabara de ouvir. O sangue que sua mãe tomou e, mais importante, o que ela mesma tinha consumido, era mais do que um simples nutriente. Havia algo mais ali, algo profundo e enigmático.

    Quem será essa pessoa que tem esse sangue? E por que mamãe nunca falou sobre isso antes? Ela se perguntou, com a sensação de que esse mistério poderia levar a respostas maiores do que ela esperava.

    A tarde estava serena enquanto Hope observava sua irmã e sua tia se preparando para sair. Ela já havia pedido a um dos empregados que preparasse um carro para ir até a Facção Humana, mas antes que ele pudesse agir, Sien interrompeu sua solicitação com um sorriso calmo.

    “Não precisa de carro, Hope. Nós também estamos indo para a facção. Por que você não vem com a gente?” Sien sugeriu, abrindo a porta da mansão.

    Sem querer recusar a oferta, Hope assentiu, ainda surpresa com a coincidência. Enquanto o carro atravessava o caminho que cortava os bosques entre a mansão e a facção, ela olhou para Sien e Alice, curiosa.

    “Por que vocês estão indo para a facção humana?” Hope perguntou, ajeitando-se no banco traseiro.

    Alice, sempre com sua postura elegante e calma, foi a primeira a responder. “Ethan solicitou nossa presença. Parece que ele tem algo importante a discutir.”

    “Algo importante?” Hope murmurou, intrigada. “É sobre o que exatamente?”

    Sien olhou para ela pelo canto dos olhos, com um meio sorriso. “Por que não vem com a gente? Tenho certeza de que você vai achar interessante. Além disso, seria bom ter você lá.”

    A curiosidade de Hope só aumentava, e ela concordou com um aceno. “Eu vou, então. Pode ser interessante.”

    Quando chegaram à Facção Humana, Hope sentiu a familiaridade do ambiente se misturar com uma estranha tensão no ar. Ela seguiu Sien e Alice até o último andar do prédio, onde Ethan tinha seu escritório. As portas de madeira pesada se abriram e, ao entrar, ela foi surpreendida ao ver Naara e Eriel já sentadas ao redor da mesa de conferência, em uma conversa silenciosa. O ambiente carregava uma seriedade que Hope não estava acostumada a ver entre elas.

    Ethan levantou o olhar e franziu o cenho por um breve instante ao ver Hope, mas rapidamente sua expressão relaxou. “Hope? Eu não esperava te ver aqui.”

    Sien respondeu por ela, sorrindo levemente. “Eu a convidei. Achei que ela pudesse se interessar em ouvir o que você tem a dizer.”

    Com todos acomodados, Ethan cruzou as mãos sobre a mesa e começou a falar, sua voz grave e controlada.

    “Tenho uma missão para a equipe de Eriel.” Ele parou por um momento, observando o impacto de suas palavras. “É uma missão extremamente delicada e de grande importância. Algo à altura do que apenas sua equipe pode enfrentar.”

    Hope, que ouvia atentamente, percebeu que o tom de Ethan indicava uma seriedade além do comum. Sua curiosidade estava completamente atiçada, e ela aguardava mais detalhes.

    “Nosso objetivo é investigar uma anomalia que foi detectada em um dos planetas sob nossa jurisdição. Normalmente, essas anomalias são monitoradas à distância, mas esta é diferente. Os sensores indicam uma concentração incomum de energia arcana, algo que não vemos há milênios.”

    Eriel arqueou uma sobrancelha. “Energia arcana? Você quer dizer magia primordial?”

    Ethan assentiu, sua expressão grave. “Exatamente. A energia primitiva que remonta à criação de universos. Algo assim não pode ser ignorado. Nossas análises mostram que a fonte dessa energia parece estar concentrada em um ponto, mas o que torna a missão mais urgente é que esse ponto parece estar em expansão. Algo ou alguém está tentando desbloquear o poder que repousa ali.”

    Naara, que havia permanecido em silêncio até então, finalmente falou, sua voz calma, mas com uma firmeza que revelava a experiência em combate. “Isso significa que alguém pode estar tentando manipular esse poder… E se conseguirem, isso pode ser catastrófico.”

    “Exato.” Ethan olhou para Eriel, seu rosto endurecido. “Se for o caso, precisamos de vocês para não só investigar, mas também intervir. O nível de poder envolvido faz com que enviar qualquer outra equipe seja arriscado. Vocês são as únicas com força suficiente para lidar com o que quer que esteja acontecendo.”

    Hope observava tudo em silêncio, absorvendo as informações. Ela sabia que a equipe de sua mãe era a mais poderosa, composta por demônios de habilidades únicas e de status inimaginável. Ver Ethan solicitar uma missão tão perigosa significava que as coisas eram mais sérias do que pareciam.

    Foi nesse momento que Ethan acrescentou uma última informação, com um tom ainda mais sério. “Há mais um detalhe importante… Eriel, você será um suporte durante essa missão, já que não poderá usar sua habilidade nascente.”

    Hope, que até então mantinha a calma, olhou surpresa para sua mãe. “O quê? Mamãe, por que você não pode usar sua habilidade?” Ela se referia ao Lorde do Tempo, a habilidade que conferia à Eriel um controle absoluto sobre o tempo, algo que a tornava praticamente invencível em batalha.

    Eriel, que até aquele momento mantinha uma postura serena, soltou um suspiro profundo. Sua expressão não era de surpresa, mas sim de aceitação, como se já estivesse esperando por essa pergunta. “Hope… Eu não posso usar essa habilidade há muito tempo.”

    A revelação deixou Hope ainda mais confusa. “Há muito tempo? Mas… por quê? Você nunca me disse nada.”

    Sien olhou para a irmã mais nova, uma sombra de compreensão passando por seus olhos. “Foi algo que mamãe teve que fazer… para o bem de…”

    Eriel assentiu, sua voz permanecendo calma. “Precisei selar o Lorde do Tempo anos atrás. O poder que ele consome e o risco que ele representa se tornaram grandes demais.”

    Hope, ainda atônita, absorveu as palavras com dificuldade. Ela sempre vira sua mãe como alguém imbatível, invencível, alguém que poderia resolver qualquer situação. Mas agora, sabendo que Eriel havia abdicado de seu maior poder, algo mudou dentro dela. “Por que você nunca me contou?”

    Eriel sorriu levemente, mas havia um toque de tristeza em seus olhos. “Eu não queria que você se preocupasse.”

    Hope balançou a cabeça, ainda incrédula, mas compreendendo as razões. “Mas… e agora? Como você vai lidar com essa missão sem o seu poder?”

    Eriel se endireitou na cadeira, sua confiança retornando. “Nós somos a equipe mais poderosa por várias razões, Hope. O Tempo não é apenas o Lorde do Tempo. Trabalhamos juntas há anos, e sabemos como superar qualquer obstáculo. Essa missão não será diferente.”

    Antes que Hope pudesse insistir, Alice, que estava quieta até aquele ponto, falou, sua voz suave, mas cheia de autoridade. “Se essa anomalia está ligada à magia primordial, quem está por trás dela deve ser extremamente poderoso. Estamos lidando com algo que poderia ameaçar a ordem do nosso universo?”

    “Possivelmente.” Ethan não hesitou. “Por isso, estou confiando essa missão à equipe de vocês. Vocês têm a capacidade de neutralizar a ameaça e, mais importante, compreender o que está realmente acontecendo.”

    Sien olhou para Hope e notou a preocupação nos olhos da irmã mais nova. Ela estendeu a mão e a segurou por um momento, oferecendo um conforto silencioso. “Não se preocupe, Hope. Vamos lidar com isso.”

    Ethan ponderava sobre algo em silêncio por um breve momento, o peso de sua expressão mais evidente agora. Então, ele falou, sua voz grave e cheia de preocupação:

    “Há algo mais que eu não mencionei ainda… Baal tem se movido de maneira estranha nos últimos anos.”

    O nome Baal fez o ar na sala parecer mais denso. Hope, que ainda tentava processar toda a revelação sobre sua mãe, observou a súbita mudança nas expressões de Eriel, Sien e Alice. As três, sempre tão confiantes e inabaláveis, agora exibiam uma sombra de tristeza, quase de luto. Baal parecia ser um nome que carregava um peso especial, um impacto emocional que reverberava em silêncio entre elas.

    Ethan notou o efeito do nome, mas continuou com a seriedade que a situação demandava. “De acordo com informações recentes enviadas pelo Palácio Imperial, Baal tem agido sem o consentimento da Aliança. Ele está vagando de planeta em planeta, sem um propósito aparente… ou ao menos, sem um propósito que conhecemos.”

    Antes que Hope pudesse fazer perguntas, foi Naara quem quebrou o silêncio, sua voz tranquila, mas carregada de uma certa preocupação. “Baal sempre foi problemático… Mas o fato de ele possuir a espada lendária Ziz o torna ainda mais difícil de lidar.”

    Hope franziu a testa, a mente fervilhando de perguntas. Ziz? Espada lendária? Mas antes que ela pudesse falar, Eriel suspirou profundamente, seu olhar distante e melancólico, como se mergulhasse em memórias dolorosas.

    “Quem é Baal?” Hope finalmente perguntou, a voz hesitante, percebendo o peso emocional que o nome carregava para sua mãe e suas tias.

    Eriel virou-se para encará-la, seus olhos suavemente tristes, mas sua voz serena ao falar. “Baal… Ele era o filho de Eisheth.”

    Hope piscou, confusa. O nome Eisheth soava familiar, mas o que isso tinha a ver com sua mãe? E por que isso a afetava tanto?

    Eriel continuou, sua voz agora mais suave, quase um sussurro. “Eu sou a reencarnação de Eisheth. Baal deveria ser… como um filho para mim. Como se fosse meu próprio sangue.”

    Hope sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ela nunca imaginou que sua mãe tivesse esse tipo de ligação emocional tão profunda com alguém de quem ela nunca havia falado. Baal, então, não era apenas um inimigo a ser temido… Ele era alguém que, de certa forma, fazia parte da história de Eriel. Parte da sua família, mesmo que no passado.

    O choque estampou-se no rosto de Hope. “Então… ele é… como meu irmão?” A ideia parecia absurda, mas, ao mesmo tempo, fazia sentido.

    Eriel assentiu lentamente. “De certa forma, sim.”

    O silêncio que se seguiu foi interrompido pela voz firme de Ethan, trazendo todos de volta à realidade. “Não é apenas Baal. Informações recentes indicam que, alguns dias atrás, ele foi visto ao lado de Zariel.”

    Naara, que até então mantinha sua compostura serena, ficou visivelmente surpresa com a menção do segundo nome. Ela inclinou-se para frente, seus olhos arregalados em surpresa. “Zariel? Ethan… você tem certeza?”

    Ethan assentiu. “As informações são sólidas. Eles foram vistos juntos, atacando pequenos planetas nos arredores das fronteiras da Aliança. Sabemos que Baal é um oponente formidável, mas com Zariel ao seu lado…”

    Naara completou o pensamento, sua voz carregada de preocupação. “Enfrentar Baal sozinho já seria problemático, mas Baal e Zariel juntos… isso seria quase impossível de parar.”

    Alice, sempre atenta e analisando a situação, franziu a testa. “O que vocês sabem sobre os objetivos deles? Há algum padrão nos ataques?”

    Ethan balançou a cabeça lentamente. “Infelizmente, não temos muitas informações. Os ataques parecem aleatórios, mas todos os planetas tinham algo em comum: resquícios de poder arcano muito antigo. Talvez estejam buscando algo que nós ainda não conseguimos identificar.”

    Eriel apertou os punhos levemente, sua mente parecendo trabalhar rápido. “Se for esse o caso, então o poder que estamos indo investigar pode ser o próximo alvo deles.”

    Ethan cruzou os braços, concordando com a análise de Eriel. “Exatamente o que temo. É por isso que vocês precisam agir rápido. Resolvem o que puderem com a anomalia arcana e retornem. Quanto mais tempo Baal e Zariel ficarem soltos, maior o risco de algo maior estar sendo preparado.”

    Naara assentiu, se levantando. “Entendido. Devemos nos apressar.”

    Enquanto a reunião chegava ao fim, Hope sentia o peso das novas informações em seus ombros. 

    Ethan, observando a equipe se preparar para partir, se aproximou de Eriel e sussurrou. “Sei o quanto isso deve ser difícil para você… mas espero que você consiga o que for necessário.”

    Eriel não respondeu de imediato, apenas o encarou com os olhos cheios de emoções que ela não deixaria transparecer. Por fim, ela apenas assentiu. “Eu sei o que tenho que fazer.”

    Hope olhou para sua mãe uma última vez, percebendo a dor oculta por trás de sua serenidade, mas também a determinação que sempre esteve ali. Essa missão não seria apenas mais uma entre tantas… Era algo pessoal. E dessa vez, as coisas pareciam muito mais perigosas do que jamais foram.

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