Capítulo 163 — Inevitável
A tensão no ar era quase palpável quando a batalha finalmente começou. Baal, com sua espada divina irradiando uma energia esmagadora, avançou com uma rapidez assustadora em direção a Sien. A lâmina multicolorida cortava o ar com uma força absurda, capaz de destruir qualquer coisa em seu caminho. Sien mal teve tempo de levantar sua espada para bloquear o golpe inicial. O impacto foi brutal, forçando-a a recuar alguns metros enquanto seus pés deslizavam pelo chão duro.
Ela sentiu o peso da responsabilidade recair sobre seus ombros. Não estava apenas lutando contra um adversário poderoso; também precisava proteger Hope e Aiden, que eram claramente inferiores em termos de experiência e poder. Qualquer erro poderia ser fatal.
“Fiquem atentos!” gritou Sien, sua voz firme apesar da pressão que sentia. Ela desviava os ataques com habilidade, sua espada cortando o ar enquanto bloqueava cada golpe com precisão. Mas Baal era implacável, seus movimentos rápidos e devastadores.
Hope e Aiden se mantinham nas laterais, observando cada movimento de Baal com cuidado, procurando uma brecha para atacar. No entanto, as oportunidades pareciam inexistentes. A força e a velocidade com que Baal lutava eram muito superiores a qualquer coisa que eles já tivessem enfrentado antes. Cada vez que eles tentavam avançar, Sien gritava uma advertência, forçando-os a se afastar para não serem pegos pelos ataques fatais de Baal.
Em um movimento fulminante, Baal girou sua espada em um arco largo, e Sien mal conseguiu erguer sua lâmina para bloquear o ataque, sendo forçada a recuar mais uma vez. A cada bloqueio, o impacto reverberava por seus braços, seus músculos começando a sentir o esforço. Ela era habilidosa e rápida, mas estava em desvantagem clara. Baal não só tinha uma força absurda, mas também possuía uma técnica refinada, algo que Sien não podia ignorar.
Maldição… Ele é ainda mais forte do que eu esperava, pensou Sien, apertando os dentes enquanto se preparava para o próximo ataque.
Baal era metódico em sua ofensiva. Seus golpes eram precisos, sem desperdício de movimentos. Cada vez que ele avançava, a pressão aumentava sobre Sien, que se via forçada a desviar de ataques fatais enquanto tentava proteger Hope e Aiden ao mesmo tempo.
Aiden tentou se mover em círculos, procurando um ângulo para atirar, mas Baal parecia prever cada movimento. Sem sequer olhar para ele, Baal levantou a mão esquerda e uma barreira de energia brilhou por um segundo, desviando os tiros que Aiden disparava. Nenhuma das balas conseguia sequer se aproximar.
“Isso é ridículo,” murmurou Aiden, franzindo o cenho. “Ele nem está tentando se defender de mim. Estou sendo ignorado…”
Hope, por sua vez, tentava se concentrar, segurando a espada que Eriel havia lhe dado. Ela observava cada movimento de Sien e Baal, sentindo a pressão crescente no ar. Ela sabia que não estava no mesmo nível, e isso a frustrou profundamente. Eu quero ajudar, mas… parece que estou apenas atrapalhando, pensou ela, mordendo o lábio inferior.
Sien estava lutando bravamente, mas a situação não era favorável. Ela não podia se concentrar totalmente em Baal porque, a cada segundo, precisava garantir que Hope e Aiden não fossem pegos em uma onda de energia ou em um golpe que passasse despercebido. E Baal parecia estar ciente disso. Ele jogava com a vantagem, pressionando Sien de forma constante, forçando-a a se defender em vez de atacar.
Baal atacou novamente, sua espada divina emitindo um brilho intenso enquanto cortava o ar em direção a Sien. Ela bloqueou o golpe no último segundo, mas o impacto a jogou para trás. Ela caiu de joelhos por um instante, respirando com dificuldade.
“Sien!” gritou Hope, dando um passo à frente, mas Sien levantou a mão, indicando que ela deveria ficar onde estava.
“Eu estou bem… Só não avancem. Ele está me testando… Não se aproximem!” ordenou Sien, com a voz firme, mas claramente cansada.
Baal, por outro lado, permaneceu em silêncio, seus olhos frios e calculistas fixos em Sien. Era como se ele estivesse estudando cada movimento dela, procurando brechas, falhas que ele pudesse explorar. Ele sabia que tinha a vantagem, e estava jogando com isso.
O suor escorria pela testa de Sien enquanto ela se levantava novamente, segurando firmemente a espada que Eriel lhe dera. “Ele é um guerreiro experiente, muito além do nosso nível. Eu preciso de uma estratégia… Preciso encontrar uma abertura…”
No entanto, antes que ela pudesse pensar em um plano, Baal avançou novamente, sua espada cortando em direção a ela com uma força avassaladora. Sien ergueu sua lâmina para bloquear, mas o impacto foi tão forte que rachaduras começaram a se formar no chão ao redor de seus pés.
Ela sabia que estava ficando sem tempo e energia. Se essa batalha continuasse assim, ela acabaria esgotada e vulnerável.
“Aiden, Hope… esperem pelo meu sinal. Quando eu der a ordem, ataquem juntos,” disse Sien, já planejando sua próxima jogada, tentando ganhar tempo enquanto continuava a bloquear os golpes implacáveis de Baal.
Mas, no fundo, ela sabia que, se algo não mudasse rapidamente, eles estariam em sérios apuros.
A luta avançava, com Sien sendo forçada a bloquear os ataques implacáveis de Baal, enquanto Aiden e Hope tentavam encontrar alguma abertura para ajudar. Aiden, impaciente, decidiu agir. Ele ativou sua habilidade de teleporte de curta distância, desaparecendo em um piscar de olhos e surgindo próximo a Baal, sua arma pronta para disparar um ataque certeiro. Era sua chance de surpreender o oponente.
No entanto, antes que pudesse sequer pensar em atirar, uma força o empurrou com brutalidade. “O quê—?” Aiden mal teve tempo de reagir quando Sien surgiu em frente a ele e o jogou para longe, desviando-o do ataque de Baal. Ele foi arremessado para trás, caindo com força no chão.
O impacto foi devastador. Baal havia atacado Aiden com toda sua força, mas Sien, mais rápida, tomou o golpe em seu lugar. A lâmina divina de Baal cortou o ar com um brilho ofuscante, atingindo Sien de cheio. Ela rangeu os dentes de dor, mas manteve-se firme, recuando apenas o suficiente para se manter em pé.
“Sien!” Hope gritou, com os olhos arregalados, vendo sua irmã ferida.
Aiden levantou-se rapidamente, surpreso com a velocidade e a força de Baal. Ele mal teve tempo de processar o que havia acontecido quando algo ainda mais perturbador ocorreu: Baal desapareceu.
“Ele se teleportou?!” Aiden exclamou, seus olhos vasculhando o campo de batalha em busca do inimigo.
Baal reapareceu do outro lado, sua espada já em movimento, e Sien mal conseguiu erguer sua lâmina para bloquear o golpe. A troca foi intensa, com faíscas voando no ar a cada colisão de suas armas. Mas algo estava claro agora — Baal havia copiado a habilidade de Aiden. Ele estava usando teleporte.
Hope, ainda tentando acompanhar os movimentos rápidos, trocou um olhar com Aiden. “Como… como ele está fazendo isso?”
Sien, ofegante e já visivelmente cansada, gritou para os dois: “A habilidade nascente de Baal… é Cópia Perfeita! Ele pode copiar qualquer técnica, estilo de luta, magia… ou habilidades nascentes!”
A revelação os atingiu como um balde de água fria. Aiden apertou os punhos, frustrado. “Então… ele pode usar qualquer coisa que a gente fizer contra ele?”
“Sim!” respondeu Sien, enquanto lutava para manter sua guarda firme. “Ele não é só forte, ele é versátil. Vocês precisam ser cuidadosos! Qualquer movimento pode ser usado contra nós.”
A mente de Aiden trabalhava a mil. Se Baal podia copiar suas habilidades, isso significava que qualquer tentativa de teleporte ou ataque surpresa seria inútil. E com Hope ainda inexperiente no combate, as chances de sucesso pareciam diminuir.
Enquanto isso, do outro lado do campo de batalha, Eriel observava com atenção. Seus olhos não estavam apenas na luta de Sien e Baal — estavam também em Noir. A jovem de cabelos negros e olhos roxos parecia inquieta, suas mãos se fechando e abrindo enquanto assistia à batalha. Noir estava claramente em conflito.
Eriel sabia o que se passava na mente de Noir. A lealdade dela a Azrael era absoluta, mas, ao mesmo tempo, ela tinha um vínculo profundo com os filhos de seu mestre. Vê-los lutar contra um oponente tão poderoso sem interferir estava corroendo Noir por dentro.
Eriel então lembrou-se das palavras de Azrael. “Você poderá entregar a espada Tsukoyomi a outra pessoa, mas apenas se considerar essa pessoa seu mestre.”
Era um pacto sagrado. Noir não podia simplesmente conceder a lendária espada a qualquer um. Ao permitir que alguém empunhasse Tsukoyomi, ela estaria reconhecendo essa pessoa como seu mestre no mesmo nível de Azrael. Isso era algo que Noir, tão leal, não podia aceitar facilmente.
Ela está dividida, pensou Eriel, observando os olhos angustiados de Noir, que fixavam-se na batalha. Ver os filhos de Azrael lutando e sendo empurrados ao limite está corroendo sua alma. Mas ela não pode intervir…
Noir apertou os punhos com tanta força que suas unhas quase perfuraram a pele. A vontade de correr e proteger os filhos de Azrael era quase incontrolável, mas ela sabia que, se fizesse isso, estaria violando o próprio juramento que havia feito ao mestre.
A espada… ela ainda pertence a Azrael. Não posso…, pensou Noir, sua mente em uma luta interna feroz. Sua vontade de proteger era gigantesca, mas sua lealdade a Azrael a mantinha enraizada no chão.
Eriel, percebendo o conflito dentro de Noir, se aproximou, sua voz baixa, mas cheia de compreensão. “Você não pode agir, Noir. Essa batalha é deles. Eles precisam crescer, e interferir agora… não será apenas contra o que Azrael pediu, mas contra o que eles precisam.”
Noir, ainda sem desviar o olhar da batalha, assentiu levemente. “Eu sei… Mas vê-los assim… é insuportável.”
Eriel colocou a mão no ombro de Noir, tentando confortá-la. “Confie nelas. Elas são filhas de Azrael. E mesmo que a batalha pareça perdida agora, eles encontrarão uma forma de se levantar.”
As palavras de Eriel soaram como uma ordem firme, mas também como um lembrete gentil de que os filhos de Azrael carregavam dentro de si o poder de seu pai. Noir precisava acreditar nisso, mesmo que seu coração estivesse aflito.
No campo de batalha, a luta continuava intensa. Baal teleportava-se constantemente, usando a própria habilidade de Aiden contra ele. Sien, ainda lutando, sabia que precisava de uma estratégia diferente. A luta estava em desvantagem, mas ela não desistiria.
“Espero que vocês estejam prontos,” murmurou Sien, seus olhos determinados enquanto bloqueava mais um golpe brutal de Baal.
A batalha prosseguia com intensidade, e a situação começava a parecer desesperadora para Sien. Cada ataque de Baal era um lembrete brutal de sua força e habilidade superior. Mesmo com sua vasta experiência e poder, Sien estava em desvantagem, não apenas por Baal ser um adversário formidável, mas também porque ela precisava proteger os mais jovens — Hope e Aiden.
Hope, com os olhos fixos na luta, não podia mais suportar apenas observar. Mesmo sem o Pseudo god, ela ainda tinha habilidades que podiam ser úteis. Não posso deixá-la lutar sozinha, pensou ela, sentindo seu coração bater mais forte. Seus olhos brilharam com determinação. Ela não era tão poderosa quanto Sien, mas tinha treinado o suficiente para, pelo menos, ajudar.
Aiden, por outro lado, estava frustrado. Seus planos haviam sido anulados, e sua habilidade de teleporte, copiada por Baal, parecia agora mais uma armadilha do que uma vantagem. Mas ele não podia desistir. Ele lançou um olhar decidido para Hope e disse, “Não podemos ficar parados. Vamos entrar na luta.”
Hope assentiu. Mesmo sabendo que estavam em grande desvantagem, não havia escolha. Ela está nos protegendo, mas não podemos deixá-la sozinha, pensou Hope.
Sien, percebendo o movimento de Hope e Aiden, gritou, “Fiquem longe! Vocês não são páreo para ele!”
Mas Hope já avançava. Ela precisaria contar com suas habilidades físicas e mágicas. Sua respiração acelerada, ela focou em Baal. Erguendo a espada que Eriel havia lhe dado, ela invocou uma magia de vento para aumentar sua velocidade. Seus movimentos tornaram-se mais rápidos e precisos, e com um impulso, ela lançou-se em direção a Baal.
Baal, no entanto, era absurdamente ágil. Quando Hope chegou perto o suficiente para tentar um golpe, ele se teleportou, reaparecendo atrás dela. Seus instintos gritaram perigo, mas antes que pudesse reagir, Baal já estava em movimento. A espada dele desceu em um arco perfeito, mas Sien surgiu novamente, bloqueando o ataque com sua própria lâmina. Faíscas voaram enquanto as espadas se chocavam.
“Aiden, agora!” Sien gritou, já sabendo que Hope precisava de cobertura.
Aiden já estava em movimento. Com sua arma de fogo em mãos, ele visou Baal, mirando com precisão. Ele sabia que Baal poderia copiar sua habilidade de teleporte, mas ele ainda tinha o elemento surpresa de suas balas mágicas, carregadas com mana. Num piscar de olhos, Aiden disparou uma série de tiros, todos direcionados ao ponto onde Baal havia acabado de se teletransportar.
Porém, como esperado, Baal não se deixaria pegar tão facilmente. Ele se teleportou novamente, desviando dos projéteis de Aiden com uma fluidez impressionante. A cada bala que passava, Baal parecia brincar com o tempo e o espaço, reaparecendo em locais inesperados, confundindo Aiden.
“Maldito…” Aiden murmurou, tentando ajustar seus disparos, mas a velocidade de Baal era inacreditável. Era como lutar contra sua própria sombra, e cada vez que parecia que ele o tinha encurralado, Baal escapava novamente.
Sien, ciente do perigo crescente, tentou manter a luta controlada, mas estava claro que proteger os dois era exaustivo. A cada golpe que ela desviava, Baal se adaptava, tentando encontrar uma abertura. Ele se movia com a precisão de um guerreiro experiente, e a habilidade de copiar suas técnicas o tornava um adversário praticamente imparável.
Hope, apesar da desvantagem, não desistiu. Ela canalizou mais mana em sua espada, sentindo a energia mágica pulsar em suas veias. “Não posso falhar agora.” Ela girou, tentando acompanhar a movimentação de Baal, e lançou uma explosão de vento em sua direção. A rajada cortante não acertou em cheio, mas forçou Baal a recuar momentaneamente, criando uma pequena brecha.
“Agora!” Hope gritou para Aiden.
Aiden, sem hesitar, disparou mais uma vez, desta vez com maior precisão. As balas de mana atingiram o ar ao redor de Baal, e uma delas quase acertou, fazendo com que o adversário parasse por um segundo para se esquivar.
Sien aproveitou a distração mínima e avançou, sua espada brilhando com uma energia intensa. Com um grito, ela desferiu um golpe rápido, mirando o flanco de Baal. A lâmina cortou o ar, mas Baal, com reflexos sobre-humanos, bloqueou no último instante, suas espadas colidindo em um estalo ensurdecedor.
“Você não vai durar muito mais tempo,” Baal comentou, sua voz fria, enquanto mantinha a pressão contra Sien.
“Eu só preciso ganhar tempo,” Sien respondeu entre dentes, o suor escorrendo por sua testa.
A luta estava ficando cada vez mais complicada. Baal estava forçando Sien ao limite, enquanto Hope e Aiden tentavam, inutilmente, criar alguma vantagem. O trio estava sendo pressionado, mas eles continuavam lutando com determinação.
Enquanto isso, do lado de Eriel, Noir continuava inquieta. Ela assistia à luta, observando cada movimento de Baal, Sien, Hope e Aiden. A preocupação em seus olhos era clara, mas o que a deixava mais angustiada era o fato de que, mesmo querendo ajudar, ela estava presa pelas palavras de Azrael.
Eles precisam se virar sozinhos, Noir pensava, seus olhos fixos nos jovens. Mas… eles não estão prontos para esse nível de combate.
Eriel, percebendo a angústia de Noir, se aproximou novamente. “Você tem que confiar neles,” disse com firmeza. “Essa luta vai determinar o quanto eles podem crescer. Interferir agora não os ajudará.”
Noir apenas assentiu, mas sua mente continuava dividida. As crianças estavam em grande perigo, e tudo o que ela podia fazer era assistir.
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