Índice de Capítulo

    A jovem apareceu no campo de batalha, sua presença iluminando o ambiente com uma aura poderosa. O campo se encheu de uma energia palpável, vibrando com a promessa de uma batalha épica. O ar parecia cintilar ao redor dela, como se a própria natureza reconhecesse sua chegada.

    “Azrael,” ela chamou, sua voz ressoando como um sino cristalino. “Prepare-se.”

    Eu sabia que ela seria um oponente formidável. Concentrei minha mana, sentindo a energia percorrer meu corpo, e me preparei para enfrentar a ameaça iminente. Ativei minha habilidade mais poderosa: “Olho de Deus.” Meus olhos brilharam com uma luz intensa, permitindo-me copiar qualquer técnica ou magia que ela usasse. Eu precisava estar um passo à frente.

    Ela levantou a mão, e um portal se abriu ao seu lado. Dela, três fantasmas espectrais emergiram: um lobo negro com olhos brilhantes, um falcão prateado cujas asas reluziam como lâminas, e uma coruja roxa, envolta em uma aura misteriosa. “Conjuração Espectral,” disse ela calmamente. “Vamos começar.”

    “Vá, Umbra!” comandou, e o lobo avançou.

    Umbra foi o primeiro a atacar, sua mordida sombria vindo em minha direção com uma velocidade assustadora. Usei minha espada para bloquear, mas senti minha energia vital sendo drenada pelo toque do lobo espectral. Reagi rapidamente, desferindo um golpe que fez Umbra recuar, mas a sensação de fraqueza persistia.

    “Zephyra!” gritou a jovem, e seu falcão reagiu.

    Zephyra desceu dos céus com uma velocidade impressionante, suas garras brilhando com energia cortante. Rolei para o lado, evitando o ataque, mas senti o ar ao meu redor ficando mais denso e pesado. A habilidade de Zephyra estava reduzindo minha velocidade, dificultando meus movimentos.

    “Arcania!” invocou, e a coruja lançou um sopro místico que envolveu meu corpo em uma névoa arcana. Cada movimento parecia mais difícil, como se a névoa estivesse sugando minha força mágica. Mas não podia me deixar derrotar tão facilmente.

    Canalizei toda minha mana para fortalecer meu corpo e criei uma explosão que dissipou a névoa e afastou os fantasmas. Uma barreira protetora se ergueu ao meu redor, me dando um momento para recuperar o fôlego.

    A jovem não perdeu tempo. “Nexo Cósmico,” disse ela, criando vários portais ao nosso redor. Ela passou por um deles, desaparecendo da minha vista, apenas para surgir atrás de mim com uma lâmina brilhante. Bloqueei o golpe no último segundo, sentindo a força por trás dele.

    “Você é rápida,” comentei, lançando uma série de ataques mágicos. Ela abriu mais portais, absorvendo meus ataques e os redirecionando de volta para mim. Bloqueei alguns, mas outros me atingiram, me forçando a recuar.

    “Você não entende,” disse ela, sua voz firme e cheia de convicção. “Réquiem,” ela invocou, e uma legião de espíritos benevolentes que apareceu ao seu redor, fornecendo suporte. Eles formaram escudos de proteção e começaram a curar suas feridas. Eu senti o peso da batalha se intensificar.

    ativei minha “Defesa Absoluta” para bloquear seus ataques. Mas ela estava determinada, avançando com uma precisão mortal.

    De repente, ela começou a recitar um encantamento. “Nas profundezas do meu ser, desperte o poder adormecido. Que a lótus carmesim floresça, brilhando com a fúria do crepúsculo. Pétalas afiadas como lâminas, dançai sob minha vontade. A realidade se curva ao meu comando, enquanto o tempo obedece à minha voz. Lótus Carmesim, manifeste-se e devore meus inimigos!”

    Uma gigantesca flor de lótus carmesim surgiu ao seu redor, suas pétalas brilhando com energia intensa. “Pétalas da Destruição,” comandou ela, lançando as pétalas como projéteis contra mim. Cada pétala era uma lâmina mortal, e tive que usar toda minha habilidade para desviar e bloquear.

    “Campo Temporal,” disse ela, manipulando o tempo para sua vantagem. Dentro do campo de influência do lótus, o tempo parecia desacelerar.  Eu me movia com dificuldade, enquanto ela se movia com graça e precisão.

    “Explosão Carmesim,” ela gritou, e uma onda de energia devastadora explodiu do lótus, me atingindo e me jogando para trás. A dor era excruciante, mas me recusei a desistir.

    Ela avançou, suas pétalas formando uma barreira ao seu redor. “Barreira de Pétalas,” murmurou, se protegendo contra meus contra-ataques. Eu precisava encontrar uma brecha.

    “Essa luta ainda não acabou,” declarei, reunindo minhas forças para continuar. Ela sorriu, sabendo que a batalha estava longe de terminar. “Forma demoníaca,” eu disse, sentindo meu sangue começar a correr mais rápido em minhas veias. Todos os meus sentidos foram apurados e meu poder começou a crescer rapidamente.

    “Hoje não. Isso é perigoso,” gritou a jovem. “Nexo Cósmico!” ela disse, enquanto um novo portal se formava debaixo dos meus pés. “Dimensão de Bolso.”

    Caindo no portal, notei o mundo à minha volta escurecer enquanto eu parecia estar flutuando no espaço. Estrelas começaram a aparecer ao longe, iluminando a vasta escuridão. A jovem finalmente apareceu diante dos meus olhos. De alguma forma, minha transformação foi cancelada, deixando-me sem opções.

    “É bonito, não?” Ela disse com um suspiro, enquanto contemplava a beleza da vasta escuridão iluminada por pequenas estrelas. “Foi meu pai quem criou esse espaço… Aqui, eu possuo o poder de um deus, sabe?”

    Um leve sorriso surgiu em seu rosto, um gesto que me fez hesitar por um momento. Algo dentro de mim dizia que não deveria atacar essa pessoa, não importa a situação.

    “Irônico… Bom, de qualquer forma, como possuo um poder muito além do seu aqui, utilizarei essa vantagem ao meu favor.”

    Senti a mana da jovem colidir em seu corpo, a magia dela alterando-se de ‘realidade’ para ‘tempo’. A mana corrompida tornava sua próxima magia ainda mais poderosa.

    “Ah, isso é difícil… Vamos, concentração, concentração…” murmurou, até que algo pareceu estalar em sua mente. “Achei! Bom, não lutaremos, quero te mostrar algo ainda mais legal. O que me diz?”

    Eu não conseguia me mover livremente, então não tinha escolha.

    “Azrael, poderia desativar sua magia? Se no final do que você encontrar, ainda desejar lutar, ativarei o ‘retroceder’ e devolverei você ao seu estado original. Além disso, vou embora junto ao idiota de mais cedo. Assim, você pode vencer sem dificuldades, certo?”

    Assenti com a cabeça enquanto desativava minha magia. Meu corpo foi envolto em uma energia estranha. Meus sentidos ficaram confusos e meu corpo começou a formigar. Notei que estava me movendo em uma velocidade surpreendente. Quando finalmente parou, caí no chão.

    Olhando ao redor, vi um ambiente que parecia um local de pesquisa. O som de material sendo processado ecoava junto a passos leves.

    “Oh? Hope, querida, você não me avisou sobre uma visita,” disse uma voz calma enquanto se aproximava.

    “Desculpe, mãe. Aconteceu de eu ir para o passado, sabe?”

    Quando nossos olhos se encontraram, notei o brilho sutil que emanava da pessoa misteriosa.

    “Azrael?” disse surpresa, e finalmente reconheci quem era.

    Seus longos cabelos castanho-avermelhados estavam elegantemente amarrados, enquadrando seu rosto com uma suavidade que contrastava com a intensidade de seus olhos ambarinos, brilhantes como joias preciosas. Vestida com um jaleco branco impecável, ela segurava cuidadosamente alguns frascos contendo materiais, seu gesto mostrando tanto delicadeza quanto confusão.

    “Eriel?” eu disse, incrédulo. “Isso não é possível. O Deus Supremo não permitiria que eu viajasse para o futuro.”

    “Hope tem uma habilidade que permite interferir com o tempo, se livrando da causalidade,” explicou Eriel, colocando os frascos sobre a mesa e tocando a bochecha da jovem chamada Hope. “Contudo, não imaginei que ela lhe traria ao futuro… Então foi isso que aconteceu naquela época,” disse, demonstrando um sorriso satisfeito.

    “O que está acontecendo?” perguntei, tentando entender a situação.

    “Hope querida, posso perguntar o motivo de trazer o Azrael ao nosso tempo?” Eriel também parecia não entender completamente.

    “Imaginei que a única pessoa que poderia colocar um pouco de juízo na cabeça desse idiota seria você,” disse Hope com um sorriso, olhando para mim. “As outras começariam a chorar e talvez não conseguissem convencê-lo. Prometi que utilizaria o ‘retroceder’ se não conseguisse convencê-lo e iria embora, então espero que faça um bom trabalho, mãe.”

    Mãe? Pensei… Então ela continuou com a vida sem mim… Esse pensamento foi o suficiente para apertar meu coração.

    “Querida, não é assim que funciona,” disse Eriel com um suspiro.

    “… Você poderia usar o ‘tempo’ para encontrar a melhor forma de me convencer,” eu disse, deixando transparecer meu descontentamento em minha voz.

    “Não posso,” disse Eriel com pesar em sua voz. “Renunciei ao ‘tempo’ alguns anos atrás. Posso utilizar, mas não para ver o futuro. Digamos que minha habilidade está limitada.”

    “De qualquer forma, vejo que conseguiu criar uma linda família. Fico feliz por você…” Eriel rapidamente notou minha insegurança. Eu queria fazer uma pergunta, mas não tinha coragem.

    “Sim, uma linda criança. Ela é inteligente e forte como o pai…” Eriel se aproximou de Hope, acariciando-a mais uma vez. “Esse foi o maravilhoso presente que recebi. Sou grata por ela, sinto que minha vida seria bem obscura se não tivesse essa esperança.”

    “Hope, hein?” sussurrei, enquanto observava a jovem que havia mudado tanto minha perspectiva em tão pouco tempo.

    “Não vem com essa. Não somos tão próximos, acredite, a maioria da minha vida, passei te odiando,” disse Hope enquanto abraçava sua mãe. “Você pode ser… Bom…, mas fez bastante para eu sentir raiva, sabe? Você pode entender o que estou falando, certo? Afinal, você está fazendo algo errado antes mesmo do nosso encontro.”

    “Hope, você prometeu.”

    “Tudo bem, tudo bem.” A jovem então me olhou. “Não estou aqui para julgar suas decisões. Vamos apenas esquecer o que eu disse.”

    “Parece que mesmo morto, não deixei de ser uma pessoa ruim.”

    “….”

    “….”

    As duas permaneceram em silêncio enquanto trocavam olhares. Foi Hope a primeira a quebrar o clima estranho.

    “Já sei, posso trazer a Sien até aqui. Ela adoraria reencontrá-lo.”

    “Sien?” perguntei confuso.

    “Oh? Ainda não aconteceu?” perguntou Hope para Eriel.

    “Sim, ainda é muito cedo. Hope, deixe-me conversar com ele um pouco.”

    “Tudo bem, estarei dando alguns minutos. Lembre-se, meu poder continua limitado, então ele deve voltar para o passado o mais rápido possível.”

    “Terei isso em mente,” respondeu Eriel enquanto observava Hope deixar a sala.

    Eriel então apontou para a mesa ao lado, e eu a segui, sentando-me à sua frente. Seu olhar em minha direção parecia estranho, mas não foi desconfortável. Com o silêncio estranho, decidi falar primeiro.

    “Como você está…?” Contudo, não encontrei as palavras certas.

    “Bem?” perguntou Eriel, como se tivesse lido a minha mente.

    “Tenho pouco mais de uma semana, um mês no máximo se conseguir prevenir a primeira parte da profecia.” Não deveria ter tempo o suficiente.

    “Mesmo uma semana é tempo o suficiente para pedir alguém em casamento. Sabe, o fim de uma guerra é um momento perfeito para fazê-lo, não?”

    “Oh? Farei o meu melhor,” eu disse, imaginando que Eriel estava brincando. “E o que aconteceu com você?” perguntei lançando um olhar sobre sua aparência. “Não sinto mais a presença de um humano em você, tem algo estranho.”

    Eriel apenas suspirou. “Isso não importa, certo? É isso que você quer me perguntar depois de tanto tempo?”

    “Como os outros estão? Não sei quanto tempo se passou, mas imagino que mudanças aconteceram, certo? Meus companheiros estão felizes, como estão Sien e Dian, Naara, você?”

    Eriel pareceu ponderar por um momento, pensando no que deveria dizer ou não.

    “Ah, foda-se,” ela disse, parecendo não se importar com as consequências. “Eu desisti do tempo, mas isso você já sabe. Não tenho permissão para falar muito sobre o futuro, então não vou te dar spoilers,” Eriel suspirou pesadamente. “Ela está aqui, Azrael.”

    Contudo, antes que Eriel terminasse sua frase, notei a presença de Sien e Hope se aproximando, junto a suas vozes.

    “Sien, ainda não. Deixe-os ter um pouco de privacidade.”

    “Eu sei, mas Noir não para—” Foi quando a porta abriu. O semblante de Sien mudou, seus olhos que antes pareciam frios, agora emanavam sua juventude. Ela parecia uma jovem completamente diferente.

    “Sien,” falei com a voz pesada.

    Foi quando o círculo mágico apareceu. Diante dos meus olhos, a presença jovem da pessoa em quem mais confio parecia distante. Vi Noir no passado, mas de alguma forma, parecia que haviam se passado centenas de anos. Os olhos de Noir se encontraram com os meus, e lágrimas começaram a correr pelos seus olhos.

    Ela não falou nada, apenas se aproximou, olhos em lágrimas enquanto não continha suas emoções.

    “Azrael,” disse Noir em meio a lágrimas, enquanto me abraçava com força. Fiquei sem reação por um momento.

    “Noir…” Olhei em volta e percebi finalmente o quão forte todos pareciam. Eriel, quem estava se contendo, Sien e até mesmo Hope pareciam estar prestes a chorar. “Ei, sou eu Noir, o Azrael, seu mest—” contive minhas palavras, mas como sempre, Noir entendia o que eu queria dizer.

    “Sim, verdade… Não posso chorar,” disse Noir, enxugando as lágrimas.

    “Está vendo, Azrael? Não existe motivo para lutar… Você deveria apenas desistir. Todos que estão aqui te amam, e desejam estar com você, mesmo em seus últimos momentos,” disse Eriel.

    “Sim, mas o que me garante que vocês vão apenas aceitar e me deixar morrer?” perguntei, sabendo a resposta. “Não posso suportar perder mais pessoas importantes.”

    Eriel suspirou profundamente, seus olhos fixos nos meus, refletindo uma tristeza profunda e um entendimento mútuo. “Azrael, entendo sua determinação e o peso de suas decisões. Embora nobre, deixarão um vazio imenso em todos nós. Você não precisa fazer isso sozinho.”

    Noir, ainda segurando minha mão, enxugou as lágrimas com o braço livre. “Todos estamos dispostos a lutar ao seu lado. Não queremos que você sofra sozinho.”

    Olhei para cada um deles, absorvendo a força e a determinação em seus olhos. O peso da responsabilidade e do amor incondicional que sentiam por mim era esmagador. “Eu… Eu não sei se consigo aceitar isso. Sempre fui o protetor, o guerreiro. Como posso simplesmente aceitar ajuda?”

    Hope deu um passo à frente, sua expressão séria, mas cheia de compaixão. “Azrael, a maior prova de coragem é saber quando aceitar a ajuda dos outros. Aprendemos com você, nos tornamos fortes por sua causa. Agora é nossa vez de retribuir.”

    As palavras dela perfuraram meu coração, despertando uma nova perspectiva dentro de mim. Talvez fosse verdade. Talvez, ao aceitar ajuda, eu estivesse permitindo que uma luta mais importante fosse vencida por aqueles que eu amava.

    Eriel se aproximou e colocou uma mão gentil em meu ombro. “Azrael, viver não é apenas sobre lutar e se sacrificar. É sobre amar, aprender, e deixar um legado. Seu legado já está aqui, em todos nós. Por favor, confie que cuidaremos disso.”

    Respirei fundo, sentindo a luta interna começar a diminuir. “Vocês têm razão. Talvez seja hora de aceitar ajuda e lutar juntos. Prometo que, se for necessário, estarei ao lado de vocês.”

    Eriel sorriu, seu olhar carregado de alívio e esperança. “Isso é tudo o que pedimos. Cuidaremos de tudo, Azrael. Lute ao nosso lado.”

    O peso nas minhas costas parecia aliviar, substituído por uma sensação de aceitação e paz. Eu assenti, finalmente encontrando um resquício de tranquilidade. “Tudo bem. Lutemos juntos.”

    “Isso, bem falado, agora tenho que voltar ao passado. Sinto que o Aiden pode causar problemas se deixarmos ele muito tempo sozinho.”

    “Isso me lembra, aquele garoto até mesmo teve a coragem de pedir Eriel em casamento.”

    Eriel sorriu. “Sim, ele é um jovem muito engraçado, mas não se preocupe, ele estava apenas brincando.”

    Contudo, não foi o que pareceu.

    “Vamos voltar. Todos devem estar preocupados.”

    Senti a magia de Hope envolver meu corpo. Contudo, antes de voltar, Eriel me chamou. “Azrael, isso me lembra. Tome, fiz uma cópia, então pode usar este,” ela disse, entregando-me algo.

    Olhei para o objeto em minha mão e sorri. “Sim, manterei isso em mente.”

    “Adeus, Azrael.”

    Antes que eu pudesse responder, estávamos novamente no espaço de bolso de Hope.

    “Deixe-me avisar. Sou imune às leis do universo, mas você esquecerá quase toda a informação que recebeu. Além disso, você lembrará de sua visita ao futuro, mas não tudo. Suas memórias vão parecer borradas. Bom, você deve entender o que quero dizer.”

    Assenti, tendo uma ideia dos efeitos de uma viagem dessa magnitude.

    “Me desculpe…” eu disse, ao que Hope sorriu enquanto me olhava maliciosamente. “Não foi o melhor homem, mas as histórias que ouvi de Naara, Zenith, entre vários outros, me fizeram entender o tipo de pessoa que você é. Digamos que isso compensa os erros. Apenas não cometa os mesmos erros que sua versão que eu conheço.”

    “Cuide bem de sua mãe.”

    “Eu cuidarei.”

    Foi quando reapareci diante do campo de batalha. Todos estavam surpresos com meu desaparecimento. Senti meu corpo pesar, contudo, busquei Eriel com meus olhos. Ao encontrá-la, caminhei lentamente em sua direção. Os olhos de todos estavam alerta, mas Hope balançou a cabeça, cessando toda a preocupação que poderiam ter.

    Ficando em frente a Eriel, não tive coragem de encará-la, e ela rapidamente percebeu isso.

    “Deveríamos voltar. Acho que acabamos aqui.”

    “Eh? Essa é a melhor parte.”, disse o jovem. “Sabe quanto o quanto vivi para finalmente conseguir ver o Azrael se desculpar?”

    Sem me importar com a conversa dos dois, suspirei, reunindo forças, levantei a cabeça para encontrar os olhos de Eriel. Ela continuou me observando, esperando meu próximo movimento.

    “Me desculpe por tudo isso,” eu disse, sentindo minha mente vacilar.

    “Não se preocupe, vamos resolver tudo quando voltarmos,” ela respondeu com um sorriso sem jeito.

    Ah, como ela é linda… Pensei.

    Foi quando levantei minha mão, para que ela pudesse ver o que eu havia guardado. Seus olhos se arregalaram de surpresa.

    “Quer se casar comigo?”, perguntei com confiança.

    Em minha mão, um lindo anel de ouro com uma pequena pedra que parecia ser feita do núcleo de algum material estranho que eu não consegui descobrir o que era.

    Todos ficaram surpresos enquanto o jovem ao lado de Hope começava a chorar e murmurar palavras.

    “Droga, droga. Maldito seja, eu poderia ter pedido primeiro se não fosse a situação.”

    “Azrael, eu…”

    Contudo, antes de ouvir a resposta de Eriel, minha consciência começou a desaparecer. Senti meu corpo atingir o chão enquanto tudo à minha volta se tornava escuro. Os gritos desesperados de meus companheiros pareciam distantes enquanto as lembranças do futuro começavam a desaparecer.

    Foi quando finalmente apaguei.

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