Capitulo 38 — Sucessores
Logo após retornar do mundo demoníaco, a facção estava em um turbilhão de atividades. O início de um novo evento para decidir os membros do Esquadrão 10 havia sido anunciado, e, embora houvesse uma data prévia para sua realização, a urgência da escolha de um novo líder acelerou os planos. Não era viável permanecer sem um capitão por muito tempo, e os superiores decidiram por um evento rápido para resolver a situação.
Com as movimentações, Eriel recebeu uma rara folga de três dias, a qual aproveitou até o último momento. No terceiro dia, decidi passar algum tempo em uma cafeteria, acompanhado de um livro que encontrara na biblioteca.
Ainda assim, sua mente estava inquieta. Havia algo que a perturbava há dois dias: uma marca estranha que surgia em seu peito. A princípio, pensou tratar-se de uma marca de nascente, mas isso não fazia sentido — nunca havia notado sua existência antes. A marca tinha o formato peculiar de uma coroa, e, no momento em que apareceu, Eriel sentiu uma breve dor. Contudo, o incômodo passou rápido, e Eriel decidiu ignorar o ocorrido.
Tomando um gole de sua bebida, ela se perdeu nos próprios pensamentos, refletindo sobre tudo o que havia acontecido. Por mais que tentasse entender, não fazia sentido a Aliança ter levado sua mãe. Suspirando em desânimo, Eriel decidiu sair do local e procurar outro estabelecimento, talvez até beber um pouco.
No entanto, seus pensamentos se dissiparam no instante em que alguém entrou na cafeteria.
O indivíduo emanava uma aura clara, a mana ao seu redor transbordava, denunciando um nível de poder transcendental. Ele caminhou diretamente até Eriel e parou à sua frente.
“Posso ajudá-lo?” Perguntou ela, intrigada.
Com a pergunta, o homem abriu um sorriso. Seus olhos azuis brilhavam com intensidade, observando-a como um caçador analisando sua presa. Eriel notou algo estranho naquele momento: a marca em seu peito começou a emitir uma leve pulsação de mana.
O homem passou a mão pelos cabelos brancos, suspirando.
“Peço desculpas por aparecer assim. Sei que deve ter sido surpreendida com a minha presença”, disse ele, sua voz serena.
“Surpresa é pouco. Não é todo dia que veja alguém com seu nível de poder. Talvez não tenha me informado sobre sua visita”, respondeu Eriel, tentando esconder sua inquietação.
“Não recebeu informações porque não preciso de permissão para vir ao planeta. Não há restrições de território para a minha raça.”
Apenas uma raça no universo tinha passe livre para transitar por qualquer facção. Nesse instante, a verdade caiu como um peso em sua mente.
Como você não percebeu antes?
Cabelos brancos como a neve e olhos azuis como o céu. Essas características eram da raça absoluta do universo, seres cuja força superava qualquer mortal ou divindade.
“Você é… um anjo?”
“Sou Metatron, um anjo serafim”, respondeu ele calmamente.
A revelação causou um impacto imediato. Os anjos possuíam uma Hierarquia, e Metatron era de uma patente suprema, raramente vista fora do Reino Celeste.
“Posso perguntar o motivo de um serafim—”
“—ter vindo até você?” interrompeu Metatron. “Tenho inúmeras responsabilidades no Reino Celeste. Deixar o lado do Criador não é algo que deveria acontecer… Mas, Eriel, o motivo da minha vinda é simples: você foi escolhida para ocupar o posto de maior prestígio no universo.”
As palavras dele atingiram Eriel como um raio. Sua mente girava, processando o que ouvira.
Metatron notar a sua confusão, continuou: “Atualmente, você é uma das escolhidas para o posto de sucessor do Deus Supremo.”
O choque fez o corpo de Eriel tremer. Sentiu-se sem ar por um momento. Se outra pessoa dissesse aquilo, seria impossível acreditar. Nem mesmo Azrael poderia convencê-la.
Contudo, as palavras recebidas de um anjo serafim eram irrefutáveis.
Eriel lembrou-se do que Azrael mencionou no castelo: o encontro dos sucessores e a existência de um novo escolhido. Mas jamais imaginei que ele estivesse falando dela. Talvez nem o mesmo Azrael recebeu a informação de que Eriel havia sido escolhida.
“O símbolo da coroa em seu peito é a prova de sua escolha”, explicou Metatron. “Como tal, você deve comparecer à reunião com o anjo que lhe escolheu.”
Metatron começou a explicar o processo de seleção. De acordo com ele, um anjo escolhe um mortal ou imortal para ocupar o posto de sucessor do Deus Supremo. Após uma escolha, o indivíduo recebe uma marca em forma de coroa, simbolizando sua nova responsabilidade.
“O anjo que a escolheu fui eu”, disse Metatron, com um leve sorriso. “Sei que isso pode parecer inesperado, mas tenho grandes expectativas sobre você.”
Eriel franziu a testa, ainda processando a revelação. “Espere… se eu fui escolhido por um anjo, isso significa que o Azrael também foi?”
Ela sabia que os anjos geralmente evitavam qualquer associação com demônios, mas o caso de Azrael parecia desafiar essa lógica.
“Suspiro… Azrael é uma exceção”, respondeu Metatron, parecendo ponderar sobre suas palavras. “Ele é o único sucessor que não foi escolhido por um anjo. O Deus Supremo, em um gesto raro, permitiu que Lúcifer, seu filho caído, escolhesse alguém para a sucessão. Azrael foi a escolha dele.”
Eriel ficou surpresa. Entre todos os sucessores, Azrael foi o único escolhido por um caído, e isso parecia incomodar outros anjos.
“Alguns anjos se apegam a sentimentos mortais e não aceitam que Lúcifer tenha o direito de escolher um sucessor”, continua Metatron. Sua expressão, entretanto, não revelou nenhum traço de desaprovação. Ele parecia distante de qualquer preconceito ou ressentimento.
“Bom, posso explicar mais no caminho”, completou Metatron.
“Caminho?” Disse Eriel, confuso.
“Sim. Você vem comigo para a reunião dos sucessores.”
Eriel hesitou. Nunca havia se imaginado no meio de algo tão grandioso, muito menos como candidata à sucessão ao trono do Deus Supremo.
“Vamos para fora. Os outros já estão esperando”, disse Metatron, sinalizando para que o acompanhasse.
Sem muitas opções, Eriel seguiu Metatron em silêncio.
Assim que saiu do ambiente, tudo ao redor dela mudou. Não parecia um simples teleporte — era algo muito além de qualquer magia que ela conhecesse. Não houve visualização visível, nenhum sinal ou sensação de posicionamento. Até mesmo a náusea habitual que acompanhava teleportes de alto nível estava ausente.
Em um piscar de olhos, Eriel se viu diante de uma imponente porta de mármore com mais de dois metros de altura. Letras entalhadas em ouro adornavam a superfície, formando palavras em uma linguagem desconhecida, provavelmente angelical.
Eriel tentou decifrar, mas ainda não dominava o feitiço de tradução universal.
“Vamos”, disse Metatron, tocando a porta.
Com seu toque, a porta começou a se abrir lentamente, revelando o que parecia ser outro plano de existência. Assim que Eriel atravessou a entrada, sentiu algo diferente.
De repente, sua mana transbordou de forma intensa e ilimitada. Sua capacidade mágica havia aumentado exponencialmente, rivalizando com a de um ser imortal. Pela primeira vez, sentiu o poder total de sua habilidade temporal — Tempo — e soube que poderia utilizá-la ao máximo de seu potencial.
Mas algo parecia errado. O corpo humano era frágil demais para conter uma quantidade tão absurda de mana. Tal poder deveria destruí-la imediatamente.
“Esse poder…” murmurou Eriel, enquanto olhava para Metatron em busca de respostas.
Com seu poder recém-elevado, Eriel foi capaz de sentir uma pequena fração da energia de Metatron. Era um abismo insondável, muito além do que qualquer descoberta poderia alcançar.
“No local onde estamos, seu potencial máximo é liberado”, explicou Metatron. “É necessário que você esteja nesse estado para se equiparar a outros sucessores.”
Metatron respondeu com simplicidade, mas sua explicação ainda deixa lacunas. Pelo menos, agora Eriel compreende que a abundância de mana em seu corpo era fruto do ambiente onde estava.
“No momento em que atravessou a porta, seu poder atingiu o auge”, explicou ele com a calma de quem estava habituado ao aquilo. “Por isso consegue sentir a presença de um anjo. Este lugar foi criado pelo Deus Supremo para mostrar aos sucessores o potencial que possuem ou que podem alcançar com o tempo.”
Para Eriel, aquilo parecia interessante, considerando que era humana. O poder que transbordava naquele instante era algo inalcançável em sua condição normal. Qualquer tentativa de liberá-lo fora desse espaço resultaria na destruição completa de seu corpo.
O que sentia agora era seu potencial máximo, uma visão de 100%, enquanto sabia que, no mundo real, sua capacidade não estava passando de míseros 2%. Os 98% adicionais eram um brilho, uma projeção possível apenas naquele lugar.
Ela olhou para Metatron, imaginando o que seria capaz de fazer se pudesse controlar todo aquele poder. O anjo também parecia diferente de tudo. A figura serena e simples que vira na Terra dera lugar a alguém que aparentava cerca de 40 anos, mas com uma sabedoria atemporal estampada no rosto. Sua postura era digna, quase imperial. Talvez essa fosse sua verdadeira forma, revelada só agora que ela estava mais consciente de si mesma.
Com o potencial liberado, Eriel sentiu algo inédito: seu corpo parecia fundido à habilidade primordial do Tempo .
“Metatron, sinto a presença de pessoas à nossa frente…”
Mesmo à distância, Eriel conseguiu distinguir as auras. Sucessores e os anjos, inconfundíveis em sua magnitude e pureza. Tinham níveis de poder semelhantes aos dela, exceto por uma figura cuja energia era pelo menos três vezes maior que a dos demais. Aquele indivíduo tinha uma capacidade de mana imensurável, ainda que estivesse ao lado de um anjo.
“Oito sucessores já chegaram, acompanhados por seus anjos”, disse Metatron, confirmando suas suspeitas.
A sala ainda parecia distante, mas Eriel decidiu aproveitar o momento para buscar mais respostas.
“Como funciona o sistema de sucessores?”
Metatron lançou-lhe um olhar apático antes de responder, após uma breve pausa.
“Dez anjos receberam a tarefa de encontrar representantes que julgassem dignos de suceder o Deus Supremo. Como exemplo, eu escolhi você. O mesmo aconteceu com os outros anjos.”
“E como fui escolhida?”
Ela não conseguia imaginar o motivo que levou Metatron a escolhê-la.
“Observei seus movimentos e escolhas por muitos anos”, disse ele com a mesma calma, como se não houvesse nada de extraordinário em suas palavras. “Por meus próprios fundamentos, decidi que sua presença era fundamental. Julguei que você era digna do posto de Deus Supremo. Talvez tenha sido por capricho ou curiosidade. Você vai me julgar por isso?”
“Não.”
Mesmo sem compreender completamente, Eriel aceitou a resposta. Se fora escolhido, havia algo que nem ela mesma conseguia ver.
“Chegamos”, anunciou Metatron.
Com um movimento simples, o anjo abriu uma imensa porta à frente. Assim que ela cruzou o portal, o ambiente revelou-se grandioso, e os olhares dos presentes recaíram sobre ela, carregados de curiosidade e cautela.
Os oito sucessores e seus anjos observaram a nova chegada. Apenas um deles parecia desinteressado — o indivíduo de poder colossal. Ele não lançou sequer um olhar em sua direção, mantendo a cabeça apoiada na enorme mesa, como se estivesse dormindo tranquilamente.
Metatron guiou Eriel até seu lugar. Todos prontos para começar, mas uma cadeira permaneceu vazia.
Antes que ela pudesse se preocupar com a ausência, algo mudou no ambiente.
“…!!!”
Todos os presentes perceberam a proximidade de um novo indivíduo. Uma aura avassaladora preencheu a sala, penetrando cada sucessor com uma sensação de perigo iminente.
A energia emanada era tão imensa que parecia sem fim. Eriel sentiu que, mesmo que todos os sucessores unissem suas forças, aquele poder continuaria inalcançável, um abismo impossível de superar.
A atmosfera densa na sala deixou claro o quão irritado o novo indivíduo estava. A intensidade de sua fúria tornava-se quase insuportável, um peso palpável que parecia dobrar os outros sucessores em suas cadeiras.
Os anjos, mesmo em sua majestade, suspiraram, visivelmente desconfortáveis com a presença que se aproximava.
“Parece que ele já descobriu”, comentou com desdém o sucessor de maior poder, ainda com a cabeça encostada na mesa. Sua voz era abafada, mas provocou reações imediatas entre os demais, que fixaram os olhos na porta, esperando com ansiedade e apreensão.
A maneira como Eriel sentiu a aproximação era diferente de tudo que conhecia. Não era mana elemental, nem mesmo luz ou escuridão era difícil para descrevê-la. Aquela presença parecia carregar uma energia única, dissociada da mana universal que regia os seres vivos.
Então, a porta se abriu, e todos os olhos se voltaram para o caminho que levaria o misterioso ser à sala. Mas, para a surpresa de Eriel, quando seus olhos focaram na entrada, a porta já estava novamente fechada — como se nunca tivesse se movido.
Foi então que descobriu algo: o lugar vazio na mesa agora estava ocupado. Sentado na cadeira com o número “um”, estava alguém cujo rosto era estranhamente familiar.
Como não percebi que ele não estava aqui antes? Pensou, incrédula.
O ser emanava uma aura de fúria incontrolável, vestindo um sobretudo negro adornado com detalhes dourados. Seus cabelos brancos pareciam repelir a luz ao seu redor, enquanto seus olhos vermelhos brilhavam com uma intensidade ameaçadora. Mas não era Eriel que ele encarava — seu olhar estava fixo em Metatron, como se houvesse uma longa história entre os dois.
Eriel ficou paralisado. Aquele foi Azrael, o sucessor escolhido por Lúcifer, o caído. Sua presença era avassaladora, ocupando um espaço além do que qualquer sucessor poderia alcançar, embora ainda estivesse abaixo dos anjos.
“Com todos os indivíduos presentes, podemos começar”, anunciou Metatron, dando um passo à frente para quebrar a tensão no ar.
“O novo membro precisa aprender como proceder. Começaremos com as apresentações, do décimo ao primeiro.”
Eriel notou então que cada cadeira ao redor da grande mesa trazia um número gravado. A sua era a dez.
“Essa é a primeira vez”, continua Metatron, com autoridade. “Como o anjo que a escolheu, eu vou instruir sobre como deve se apresentar. Todos concordam?”
O silêncio que se seguiu foi suficiente para ele continuar.
“Eriel, agora você aprenderá como deve se apresentar quando estiver na mesa dos sucessores.”
Aproximando-se, ele murmurou palavras em seu ouvido.
Repetindo as instruções, Eriel disse, com firmeza:
“Sou Eriel, décima sucessora. Escolhida por Metatron, minha existência foi atribuída ao: Conhecimento.”
Ao concluir, todos os olhares se voltaram para a próxima pessoa.
“Sou Deklarf, nono sucessor. Escolhido por Camael, minha existência foi atribuída a: Pureza.”
O nono sucessor era um homem de estatura baixa, com aparência jovem e robusta. Vestia uma túnica verde musgo e trazia ao pescoço um colar feito de conchas de ostra, que brilhavam sob a luz suave da sala.
“Sou Whendoshi, oitavo sucessor. Escolhido por Melahel, minha existência foi atribuída à: Benevolência.”
O oitavo sucessor, um jovem vampiro, parecia ter pouco mais de 17 anos em termos humanos. Seus longos cabelos avermelhados caíram sobre os ombros, e seus olhos amarelados reluziam como fogo. Vestia roupas nobres, ornadas com detalhes que remetem à mitologia nórdica.
“Sou Sadheg, sétimo sucessor. Escolhido por Haziel, minha existência foi atribuída a: Fé.”
Sadheg era um elfo de aparência despreocupada, mas sua presença era marcante. Seus cabelos verdes e olhos cor de jade transmitem uma beleza majestosa, característica de sua origem como príncipe élfico da mesma mitologia nórdica que Whendoshi.
“Sou Hilyher, sexta sucessora. Escolhida por Abaddon, minha existência foi atribuída à: Tranquilidade.”
A sexta sucessora foi uma mulher deslumbrante, que apareceu ter 24 anos. Seus cabelos curtos, dourados como o sol, contrastavam com olhos que lembravam o céu noturno. Sua aura divina indicava que era uma semideusa, embora sua origem mitológica permanecesse um mistério.
“Sou Melekaf, quinto sucessor. Escolhido por Uriel, minha existência foi atribuída à: Força.”
Melekaf era um mago que exalava sabedoria e habilidade. Mesmo parecendo ser o mais velho entre os sucessores, sua energia era formidável. Ele vestia uma túnica ornamentada com pedras preciosas e runas esculpidas em uma língua antiga, imediatamente reconhecível como parte da mitologia egípcia.
“Sou Viler, quarto sucessor. Escolhido por Rafael. Minha existência foi atribuída à: Cura.”
Viler era o mais jovem presente. Sua aparência era modesta, sem traços distintivos, quase como a de um humano comum. No entanto, sua aura divina deixa claro que ele era um semideus, o segundo na sala. Sua mitologia, no entanto, permanecia um mistério.
“Sou Gael, terceiro sucessor. Escolhido por Gabriel. Minha existência foi atribuída à: Confiança.”
Gael falou com um tom carregado de arrogância, que refletia tanto em sua voz quanto em sua postura. Sua beleza majestosa e aura imponente eram suas maiores características. Observando atentamente, era possível notar sua origem na mitologia hindu.
O ambiente ficou mais tenso quando o sucessor, que manteve a cabeça abaixada durante toda a reunião, abriu finalmente os olhos e levantou a cabeça, lançando um olhar penetrante à sala.
Eriel ficou atônita. O rosto dele… Era semelhante ao de Azrael, como se fossem irmãos.
“Meu nome é Zariel, segundo sucessor. Escolhido por Miguel. Minha existência foi atribuída ao: Amor.”
Zariel possuía cabelos negros e olhos vermelhos que brilhavam com intensidade. Sua aura era pesada, carregada de uma energia demoníaca que o aproximava de Azrael. Embora sua mana se parecesse com a escuridão, havia algo nela que a tornava única.
Finalmente, o último sucessor foi apresentado.
“Meu nome é Azrael, primeiro sucessor. Escolhido por Lúcifer. Minha existência foi atribuída ao: Desespero.”
A sala mergulhou em um silêncio sombrio. A apresentação dos dois últimos sucessores trouxe um peso quase palpável ao ambiente.
Eriel então observe que os números atribuídos às cadeiras não eram meramente decorativos; Eles indicaram a ordem em que os sucessores foram escolhidos. Azrael, o primeiro sucessor, provavelmente fora o primeiro a assumir o manto de sucessor do Deus supremo.
“Agora que as apresentações terminaram, podemos dar continuidade à reunião”, anunciou Metatron, tentando retomar o controle.
“Podemos terminar logo? Estou com-”
Antes que Zariel concluísse sua frase, Azrael o agarrou pelo pescoço e o lançou contra uma parede na próxima. O impacto gerou uma pequena rachadura, mas Zariel parecia ileso.
Ainda segurando Zariel pelo pescoço, Azrael falou com uma voz carregada de rancor: “Quem está comandando a atual Aliança?”
Sadheg, sentado calmamente, olhou para o anjo atrás de Zariel.
“Não deveria interferir, Miguel?”
Miguel lançou um olhar na direção do anjo atrás de Azrael.
“Jofiel?”
Jofiel olhou para seu companheiro anjo, um sorriso quase desafiador. Embora houvesse uma clara tensão entre os dois, eles mantiveram o conflito contido, sem deixar transparecer aos sucessores.
“Isso não parece ser um problema nosso”, respondeu Jofiel, com tranquilidade.
“Então, deixemos que eles terminem”, completou Miguel.
Com um suspiro desanimado, Zariel, ainda preso, respondeu:
“Não sei quem é o atual líder. Esqueceu? Estou no Tártaro desde que você me derrotou. Mesmo que não entenda a situação, não posso te ajudar.”
Azrael soltou Zariel, voltando ao seu lugar com uma expressão séria.
“Agora que não há mais interferências, podemos continuar”, disse Metatron, com autoridade.
Uma imagem se formou à frente dos sucessores. Ela projetou informações sobre desastres naturais, conflitos bélicos e indivíduos procurados pelo universo.
“Hoje é a primeira vez de Eriel entre os sucessores. Ela está dispensada de resolver quaisquer problemas no universo.”
O anjo que acompanhava Gael deu um passo à frente.
“Mas isso não se aplica aos demais. Lembre-se de que falhas não serão toleradas.”
Metatron continuou:
“Como Gabriel afirmou, cada um de vocês deve escolher uma tarefa. Todos têm cinco minutos.”
Os sucessores analisaram as informações e selecionaram suas missões. Enquanto isso, Eriel permaneceu em silêncio, observando.
“Por hoje, isso é tudo. Consideram a reunião encerrada”, declarou Metatron.
Quando todos se preparavam para partir, Miguel tomou a palavra:
“Décima sucessora, Eriel. Primeiro sucessor, Azrael. O Deus supremo requisitou a presença de ambos na sala do trono.”
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