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    Beherit guiou Eriel pelos corredores da mansão até a sala onde a pessoa que Azrael queria apresentar estava. Durante o caminho, ele explicou que todos os membros do esquadrão já estavam acomodados e haviam escolhido seus quartos. Além disso, eles foram convocados para assistir às aulas ministradas por aquele indivíduo. Eriel, intrigada, deixou que uma ponta de expectativa surgisse em sua mente. Conhecer o professor responsável pelo treinamento de Azrael era, no mínimo, interessante.

    “É bom saber que você vai voltar a morar na mansão”, comentou Beherit com um sorriso sincero.

    Eriel sentiu um calor inesperado em seu peito ao ouvir aquilo. Apesar de ter se sentido deslocado no início, a mansão havia se tornado seu lar. As lembranças de seu primeiro dia ali ainda eram nítidas: insegurança, desconfiança. Contudo, com o tempo, ela se acostumou à rotina, aos rostos e até aos desafios do treinamento.

    Naquela jornada, ela descobriu algo extraordinário sobre si mesma. Seu poder, que antes parecia insignificante, revelou-se ser algo muito além do imaginável. A habilidade do Tempo — uma das três habilidades primordiais — fluía nela, desafiando tudo o que acreditava ser possível.

    “Obrigada. Também estou feliz em voltar”, respondeu ela, com um leve sorriso.

    Pararam diante de uma sala de aula. Lá dentro, os outros membros do esquadrão estavam atentos ao que parecia ser uma explicação. Azrael, como de costume, encostou-se silenciosamente à parede, ocultando sua presença com maestria, enquanto seus olhos atentos acompanhavam cada detalhe.

    “A mana possui vários elementos. Os elementos principais são Fogo, Água, Natureza e Vento”, disse uma voz feminina vinda da frente da sala.

    Eriel olhou para a fonte da voz e ficou surpresa com o que viu. A mulher que falava era incrivelmente bela, com uma aparência quase divina. Seus cabelos vermelhos brilhavam intensamente, como se fossem fogo vivo, e seus olhos azuis eram tão límpidos quanto o céu em um dia sem nuvens. Mesmo sem emitir aura, era evidente que ela possuía um poder avassalador.

    “Cada elemento possui suas fraquezas,” continuou a professora. “Eles não são absolutos. Fogo é forte contra o Vento, Vento tem vantagem sobre a Natureza, Natureza supera a Água e Água apaga o Fogo.”

    Ela levantou a mão, conjurando uma pequena chama que dançava na ponta de seus dedos.

    “Observem.”

    Com um gesto delicado, a chama foi apagada por um pequeno jato de água que ela conjurou no instante seguinte.

    “Água apagou o Fogo. Mas essa regra também não é absoluta. Se um usuário com mana de Água encontrar um usuário de Fogo, é normal pensar que a Água tem vantagem, certo?”

    “Sim”, respondeu Lethea, uma das alunas, com um tom firme.

    “Agora, deixe-me perguntar: e se o usuário de Fogo for muito mais forte que o usuário de Água?”

    A sala ficou em silêncio. Todos aguardavam a resposta com atenção.

    “Simples.”

    A professora criou a chama, mas desta vez, ao lançar água sobre ela, o calor evaporou o líquido antes que pudesse tocá-la.

    “A Água possui vantagem contra o Fogo, mas essa vantagem pode ser superada com poder. Não se esqueçam disso.”

    Seghav, o jovem elfo de expressão curiosa, levantou a mão para fazer uma pergunta.

    “E os dois elementos primordiais? Eles também têm vantagens e vantagens?”

    A professora pareceu satisfeita com a pergunta e continuou sua explicação.

    “Os elementos primordiais, Luz e Escuridão, existem desde antes da criação do mundo. Por serem os mais antigos, têm vantagem contra todos os outros elementos e exercem uma enorme influência sobre a magia.”

    Ela fez uma pausa, observando os rostos atentos à sua volta.

    “Luz é o elemento que amplifica o poder das magias, enquanto Escuridão refina e compreende suas complexidades. Por isso, Luz é conhecida como o elemento do ‘Poder’, e Escuridão, como o elemento do ‘Conhecimento’. Porém, esses dois elementos possuem um recurso único: eles se autodestroem.”

    Com um movimento elegante, ela conjurou uma pequena orbe de Luz em sua mão esquerda e outra de Escuridão à direita. Os alunos observaram com fascínio enquanto ela se aproximava das duas esferas.

    Quando elas colidiram, uma explosão controlada ecoou pela sala, liberando uma onda de energia que fez os alunos recuarem instintivamente.

    “Como poderia ver, Luz e Escuridão não coexistem naturalmente. Essa oposição constante é o que lhes confere tamanha força, mas também é sua maior limitação.”

    A professora então continuou, aprofundando a explicação.

    “Além dos elementos principais e primordiais, há variações e referências que vocês devem conhecer. Mana de Gelo, por exemplo, é uma extensão da água e é extremamente útil para controle de área e redução de mobilidade. Mana de Relâmpago, derivada do Vento, é rápido, destrutivo e excelente para ataques concentrados.”

    Ela pausou, deixando o ambiente imerso com sua explicação.

    “Existem também tipos raros, como Mana de Metal, uma variação da Natureza, ideal para conjurar armaduras ou criar armas em combate. E a Mana de Sombras, uma vertente da Escuridão , especializada em furtividade e ilusões.”

    O silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pela respiração controlada dos alunos, absorvendo cada palavra dita.

    “Entender os elementos e suas interações é o primeiro passo para se tornarem magos completos”, concluiu a professora, olhando para os alunos com seriedade. “O caminho será árduo, mas também recompensador.”

    Eriel lançou um olhar discreto para Azrael, que permanece encostado na parede, impassível. Sua expressão transmitia um pouco, mas havia algo em seus olhos que sugeria um conhecimento além do que estava sendo ensinado naquela aula. Ele parecia enxergar além das palavras da professora, como se carregasse segredos que nenhum ali ousava imaginar.

    A professora retomou a explicação, agora aprofundando-se nos conceitos.

    “Como são elementos contrários, Luz e Escuridão entram em colapso quando combinados, o que chamamos de corrupção da magia. Esse é o motivo pelo qual um usuário de Luz não consegue, em condições normais, usar Escuridão. Claro, isso não significa que seja impossível.”

    Ela fez uma breve pausa, seus olhos captando um movimento na entrada da sala. Por um instante, parecia hesitante.

    “Um usuário de mana elemental não pode acessar os elementos primordiais, mas os usuários de mana primordial podem manipular os elementos inferiores. Ainda assim, quando um usuário tenta usar elementos que não são sua mana básica, o poder dessa magia é significativamente reduzido.”

    A professora olhou ao redor, certificando-se de que todos compreenderam.

    “O mesmo vale para os elementos primordiais. Um usuário de Luz pode tentar manipular o Escuridão, mas em uma escala de poder muito menor. E se ambos os elementos forem usados ​​em sua forma pura e com força suficiente, o colapso é concluído.”

    Enquanto ela explicava, um pequeno sorriso se formou no rosto de Azrael, que continuava observando tudo sem emitir uma palavra.

    “Agora, se o usuário sobreviver a esse colapso e suportar as sequelas, algo extraordinário pode ocorrer. Uma nova mana é criada — uma que está além de todas as outras. Essa mana, conhecida como Corrompida, é o encontro perfeito dos elementos primordiais. “

    Com um movimento elegante, a professora conjurou uma orbe de fogo em sua mão. O orbe tinha pouco mais de sessenta centímetros de diâmetro e era envolto por um escudo invisível, protegendo os alunos do calor intenso.

    Eriel notou que aquele orbe era diferente. A intensidade do poder emanado era esmagadora, como se pudesse incinerar toda a propriedade em um único instante.

    “Esse orbe em minha mão possui metade da temperatura do Sol no planeta humano. Agora, me digam: o que aconteceria se eu tentasse apagá-lo com a mesma magia de água usada anteriormente para extinguir uma pequena chama?”

    “A água vai evaporar”, respondeu Cledberk, confiante.

    A professora concordou levemente.

    “Essa é a resposta esperada. No entanto, se eu adicionar magia de Luz à água e amplificar seu poder, ainda assim, o orbe de fogo sobreviveria. Afinal, mesmo a Luz ou o Escuridão devem ser suficientemente fortes para desafiar algo desse nível. Para extinguir este orbe, o nível de potência necessário excede o que um usuário normal consegue atingir.”

    Ela lançou um olhar discreto em direção à porta, e Eriel percebeu que sua atenção não estava exatamente nela, mas na figura escondida fora de seu campo de visão.

    “Agora, se usarmos mana corrompida…”

    A professora pausou, deixando a sala em suspense antes de continuar.

    “Com mana corrompida, até mesmo uma magia de nível iniciante poderia apagar um Sol.”

    Nesse momento, Azrael finalmente entrou na sala. A professora examinou seus gestos com atenção, como se antecipasse algo. Sem hesitar, Azrael conjurou uma pequena esfera de mana, que parecia inferior à magia de água usada no primeiro exemplo.

    Com um movimento preciso, ele lançou a magia contra a esfera de fogo. Todos assistiram incrédulos enquanto a barreira protetora era atravessada, e o fogo era extinto de forma instantânea.

    “Esse é o poder da mana corrompida”, declarou a professora, com um brilho de admiração em sua voz.

    Eriel finalmente compreendeu. A sensação estranha que ela havia experimentado na sala de reuniões vinha dessa energia única. Agora fazia sentido por que não conseguira identificar o elemento da mana de Azrael: ela nunca havia encontrado uma mana corrompida antes.

    A professora contínua, aprofundando-se na explicação.

    “Ter mana corrompida torna qualquer pessoa incrivelmente poderosa, mas não pense que é fácil alcançar esse estado. Além de dominar os dois elementos primordiais, o usuário deve passar por um processo infernal conhecido como ‘O Teste’. Durante esse teste, o corpo do usuário é destruído e sua mana colapsa em seu núcleo. A dor é indescritível, tão intensa que muitos ficam em coma mesmo nesse estado, o mago sente cada parte de sua mana sendo corrompida.”

    Ela fez uma pausa dramática antes de concluir.

    “Até hoje, apenas duas pessoas sobreviveram a esse processo: Azrael e Lúcifer.”

    As palavras ecoaram pela sala, deixando os alunos em silêncio. Eriel ficou impressionado, incapaz de imaginar a intensidade desse desafio. A mana corrompida não era apenas uma combinação de Luz e Escuridão — era uma fusão perfeita que amplificava poder e compreensão, colocando conhecimento e força em um único ser.

    “Vamos encerrar por aqui”, disse a professora, sinalizando o fim da aula.

    Enquanto os alunos se dispersavam, Eriel continuou observando Azrael. Ele se moveu até a professora, e os dois trocaram olhares intensos por alguns segundos. O ar ficou pesado, e o silêncio parecia carregar anos de história não contada.

    “…Samael…”

    “Azrael?”

    O rosto de Samael se iluminava com um sorriso enquanto ela se aproximava e o abraçava. Azrael, surpreendentemente, retribuiu o gesto, algo raro de se ver.

    “Você não mudou nada”, disse ela, avaliando-o com atenção, como se buscasse por algo além do físico.

    “Você também não”, respondeu Azrael, seus olhos fixando-se brevemente em algo específico.

    Eriel observou o olhar dele desviar para o busto de Samael, que, com um leve rubor, notou a direção de sua atenção.

    “Safadinho. Sua mestra não faz parte do seu harém”, provocou Samael, com um sorriso malicioso, cruzando os braços enquanto olha diretamente para Azrael.

    “Isso de novo? Não me lembro de ter formado um harém”, respondeu Azrael, com uma expressão mista de cansaço e humor, mas sem perder o tom sério.

    O sorriso de Samael se tornou ainda mais animado, como se estivesse satisfeita em obter alguma resposta dele.

    “Mudando de assunto. Preciso de sua ajuda,” disse ela, mudando sutilmente o tom para algo mais sério.

    “Você? O mundo se tornou sombrio”, respondeu Azrael, arqueando uma sobrancelha enquanto olhava para ela com desconfiança.

    “Certamente,” comentou uma voz suave ao lado dele. Noir, sua fiel companheira, surgiu sem fazer barulho.

    “Noir. Onde você estava?” Disse Azrael, voltando-se para ela.

    “A mestra me chamou, então atendi ao pedido. Foi isso que você me ensinou.”, disse Noir, com uma reverência quase imperceptível.

    Azrael estendeu a mão e acariciou a cabeça de Noir, em um gesto raro de afeto.

    “Não sei o que está acontecendo, mas farei o possível para ajudar”, declarou ele, com um leve suspiro.

    Samael também suspirou, visivelmente mais relaxada.

    “Fico feliz em ouvir isso. Vamos até o escritório. Lá podemos conversar com mais calma.”

    Eriel, ainda processando tudo o que aconteceu na aula, seguiu o grupo em silêncio. O corredor era amplo, iluminado por lustres mágicos que emanavam uma luz dourada suave. As paredes ostentavam tapeçarias intricadas que contavam histórias de batalhas antigas, enquanto o chão de mármore refletia as figuras que passavam.

    Ao chegar no escritório, Alice já estava lá, aguardando pacientemente. Seus olhos encontraram os de Azrael assim que ele entrou, e ela fez um pequeno gesto para que ele olhasse para a frente.

    Sentado em uma poltrona de couro confortável, um homem de cabelos vermelhos intensos e olhos de um azul profundo. Sua postura era relaxada, mas sua aura era esmagadora. Havia nele algo que parecia transcender o plano mortal. A aura que o cercava era divina, embora distorcida — claramente a de um anjo caído, mas de uma classe muito superior.

    Azrael se moveu imediatamente. Seus olhos se estreitaram e, em um movimento tão rápido que mal foi visível, ele se lançou à frente. Sua mão agarrou o pescoço do homem, imobilizando-o com uma força avassaladora.

    “Não pensei que te encontraria tão cedo”, rosnou Azrael, com uma frieza que fez o ar na sala parecer mais pesado.

    O homem, no entanto, continuou surpreendentemente calmo. Nem mesmo um traço de medo ou desconforto passou pelo seu rosto. Ele olhou para Azrael com uma expressão quase paternal.

    “Como é bom ser recebido com tanto carinho por meu filho”, disse ele, com um leve sorriso, como se aquela fosse apenas uma interação trivial.

    Eriel arregalou os olhos. O que está acontecendo? O homem que Azrael atacou… ele o chamou de filho?

    Alice interveio, sua voz carregando uma mistura de autoridade e apelo: “Azrael, por favor, não maltrate o papai.”

    Após alguns segundos de tensão palpável, Azrael soltou o pescoço do homem e recuou, acomodando-se em um sofá próximo. Ele cruzou as pernas e lançou um olhar desafiador para o homem, esperando que ele ou Samael explicassem a situação.

    “Bom, vamos começar…” Samael cortou o silêncio, olhando diretamente para Azrael. “Você sabe que Belial desapareceu há algum tempo, certo?”

    “Sim. Tive que assumir o trono com o desaparecimento repentino,” respondeu Azrael, sua voz fria, mas com um tom subjacente de curiosidade.

    Belial então falou, sua voz profunda preencheu a sala: “Na verdade, estava investigando o atentado que ceifou a vida de Lilith. Fui até Lúcifer em busca de ajuda e informações, mas acabei me envolvendo em uma disputa de poder.”

    “Lúcifer foi traído por seu próprio filho adotivo, que iniciou uma rebelião”, completou Samael, com um tom de pesar.

    “Os caídos gostam de se rebelar”, murmurou Azrael com sarcasmo, apoiando o queixo na mão, enquanto seus olhos analisavam os outros presentes.

    Samael cruzou os braços, inclinando-se levemente para frente. “De qualquer forma, Azrael, Lúcifer solicita sua ajuda para lutar na guerra.”

    Azrael suspirou profundamente, fechando os olhos por um momento como se reunisse paciência. “Deixe-me adivinhar. Novamente lutarei sozinho. Lúcifer não lutará, certo?”

    “Sim”, respondeu Samael com um tom neutro. “A primeira geração não pode atrapalhar as próximas gerações.”

    Eriel observava atentamente enquanto Samael explicava. A primeira geração era composta pelos seres criados diretamente pelo Deus Supremo. A partir da segunda geração, vieram os descendentes dessas criações. Por terem um poder avassalador, os da primeira geração eram proibidos de entrar em conflitos diretos com as gerações posteriores, mantendo um delicado equilíbrio entre as forças.

    “Lúcifer não pode lutar, mesmo que esse fosse o desejo dele”, completou Samael.

    “O que mais?” Disse Azrael, sua voz firme, mas carregada de impaciência.

    Samael hesitou brevemente antes de continuar. “A Aliança parece ter formado um acordo com o filho adotivo de Lúcifer.”

    Ao ouvir isso, a irritação de Azrael ficou evidente, mas ele se conteve, optando por permanecer em silêncio.

    Foi então que Eriel se lembrou das palavras que sua versão futura lhe dissera. Um arrepio percorreu sua espinha ao perceber que aquele era o momento exato. Respirou fundo antes de pronunciar as palavras que mudariam o rumo da conversa.

    “O que você precisa está no planeta Hidekon.”

    Azrael franziu o cenho, claramente confuso. “O que isso significa? Não acho que exista algo valioso em Hidekon. Por ser uma área perigosa, até mesmo os saqueadores evitaram aquele planeta.”

    Samael inclinou levemente a cabeça, pensativa. “Na verdade, ouvi sobre algo estranho aconteceu em Hidekon séculos atrás.”

    “Algo estranho?” Azrael arqueou uma sobrancelha, interessado.

    “Pode ser uma das espadas do Deus Supremo”, sugeriu Samael, seu tom ganhando um peso sombrio.

    Azrael se inclinou para frente, uma curiosidade finalmente tomando conta. “Eu devo ir até Hidekon?”

    “A viagem demora quatro meses”, ponderou Samael. “Mas não podemos esperar tanto para invadir o país dos caídos.”

    Eriel interveio, explicando o motivo de suas palavras. Contou sobre sua versão futura e como ela parecia saber de algo que ninguém ali compreendia completamente.

    Azrael ponderou por um momento, antes de tomar uma decisão. “Dois meses. Usarei esse tempo para ir até Hidekon. Enquanto isso, os cavaleiros e Belial invadem uma parte do país dos caídos. A guerra será iniciada dois meses após minha partida.”

    Samael concordou. “Se Belial agir como estrategista enquanto se mantém fora da batalha, pode operar.”

    Azrael voltou-se para Samael, seu tom progressivamente mais suave. “Tenho um favor para pedir.”

    Samael suspirou, desviando o olhar para a janela do escritório. “Alice me contou que o nome daquilo é piscina, certo?”

    Azrael seguiu o olhar dela. O escritório ficava no terceiro andar da mansão, oferecendo uma vista perfeita da piscina iluminada pelo sol.

    “Você não acha que apenas uma é pouco? Que tal construir outra?”

    Um raro sorriso surgiu no rosto de Azrael. “Como pensei. Você me entende muito bem.”

    “Cuidarei da parte divertida”, respondeu Samael, com um leve tom de provocação. “Mas não se esqueça de que vai me dever uma.”

    “O que você deseja?”

    “Que você volte vivo.”

    “Entendido,” respondeu Azrael, sério.

    Com os planos traçados, Azrael caminhou até Alice, que esperava próxima à entrada do escritório.

    “Vou deixar o trabalho com Samael e Belial. Garanta que todos sigam suas ordens.”

    “Quando vai partir?” Disse Alice, sua voz baixa.

    “Em três horas”, respondeu Azrael. “Apenas Noir e Sonne me acompanham. Quero garantir que tenham alguma vantagem na guerra.”

    Alice concordou lentamente. “Nosso melhor estrategista está partindo em uma viagem perigosa. Se você voltar vivo, farei o meu melhor para honrar suas expectativas.”

    Azrael então voltou sua atenção para Eriel, com uma expressão que carregava tanta expectativa quanto determinação.

    “Eriel, minha mestra cuidará de seu treinamento.”

    Eriel olhou para Samael, que sorriu de maneira maliciosa, tendo claramente pensado algo.

    “Notei que seu corpo é fraco”, começou Samael, em um tom quase despreocupado. “O treinamento no mundo interno te ajudou, mas você precisa de mais resistência e força. Por isso…”

    Ela apontou para o lado de fora da mansão. Quando Eriel seguiu seu gesto, viu a piscina brilhando sob o sol e finalmente entendeu.

    “Primeiro…” Samael contínuo, com um sorriso travesso nos lábios. “Em duas horas, você começa a cavar. Afinal, precisamos de mais uma piscina.”

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