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    Passado

    Em um reino além da compreensão mortal, onde o tempo e o espaço não se dobravam às leis conhecidas, os deuses supremos de todas as mitologias se reuniam. Este lugar não pertencia a nenhuma mitologia em particular, mas foi construído por ordem de Cronos, o rei dos deuses gregos, exclusivamente para abrigar aquele encontro decisivo.

    Os salões do palácio resplandeciam com uma majestade inimaginável: colunas feitas de éter brilhavam como estrelas, e o teto era um céu infinito, refletindo as constelações das muitas culturas ali representadas. Cada presença divina carregava consigo a essência de seus respectivos panteões, desde o calor do sol radiante de Amaterasu até a gravidade austera e glacial de Odin.

    Eles estavam ali para discutir um único assunto: os dragões.

    Essas criaturas titânicas, cujo poder rivalizava com os próprios deuses, não reconheciam nenhuma autoridade divina. Diferentemente de outras criações, que geralmente estavam sob o domínio ou supervisão dos deuses, os dragões eram entidades livres, caóticas e perigosamente imprevisíveis. Até então, sua presença estava limitada ao território grego, mas sua mera existência representava uma ameaça às mitologias como um todo.

    Cronos, conhecido por sua frieza e visão estratégica, foi o primeiro a se pronunciar, sua voz reverberando como um trovão contido.

    “Estou grato pela presença de todos. Este palácio foi erguido para acolher este encontro, pois o assunto que temos a tratar é de extrema importância para a nossa existência coletiva.”

    Todos os olhares se voltaram para o deus do tempo, e o silêncio na sala era quase palpável. Ele continuou:

    “Os dragões. Sei que todos aqui compreendem a magnitude do poder dessas criaturas. Se decidirem voltar suas forças contra nós, não há mitologia que escape da destruição.”

    Antes que pudesse terminar, uma voz melodiosa e confiante cortou o ar:

    “Você, Cronos, está preocupado com eles? Não será porque essas criaturas habitam seu território que está tão alarmado?”

    A voz era de Amaterasu, a deusa do sol e líder dos deuses de sua região. Seus longos cabelos dourados pareciam irradiar luz própria, e seus olhos brilhavam como um farol celestial. Sua postura exalava autoridade e serenidade.

    “Amaterasu…” Cronos cerrou os punhos, um vislumbre de preocupação cruzando seu rosto. “Se você está aqui, significa que…”

    “Não se preocupe”, interrompeu com um leve sorriso. “Eu vim sozinha. Estou aqui para representar minha região.”

    “Deixemos as formalidades de lado.” A voz grave de Odin ecoou pelo salão. O líder dos deuses nórdicos era conhecido por sua impaciência, mas também por sua sabedoria. “Viemos discutir a ameaça dos dragões, então vamos economizar palavras inúteis.”

    Cronos assentiu e continuou. “Obrigado, Odin. Vamos ao ponto. Os dragões que enfrentamos não são simples bestas. Eles são forças da natureza encarnadas. Dos milhares que existem, há seis que se destacam acima de todos.”

    Nesse momento, o ambiente pareceu pesado. Até mesmo os deuses mais confiantes franziram a testa ao ouvir as próximas palavras de Cronos.

    “Os Quatro Imperadores Dragões, o auge da força entre sua espécie, são capazes de rivalizar com os deuses maiores. Cada um deles exige, no mínimo, a força combinada de quatro deuses maiores para serem derrotados. Entre eles, o mais formidável, conhecido como o Dragão Sanguinário, só poderia ser vencido se dez de nós lutássemos juntos.”

    Uma onda de murmúrios atravessou a sala, mas Cronos não parou.

    “Acima deles é a imperatriz dos Dragões. Seu poder sobre o ‘Tempo’ é algo que até mesmo eu, Cronos, temo. Seria necessária a força combinada de uma mitologia inteira para enfrentá-la… e, ainda assim, a vitória não seria garantida.”

    “Impressionante…” murmurou Rá, o deus do sol de sua região, com sua voz profunda e ressonante. “E o Deus Dragão?”

    Cronos fez uma pausa, seu semblante tornando-se ainda mais sombrio.

    “O Deus Dragão do Caos é uma existência que transcende toda a lógica. Ele não apenas rivaliza com as forças combinadas de todas as mitologias, mas as ultrapassa. Mesmo que nos uníssemos, não há garantia de vitória. Seu poder é absoluto, e sua vontade é soberana.”

    O silêncio que se abalou foi avassalador, como se até o ar ao redor tivesse sido esmagado pelo peso das palavras de Cronos. Nenhum dos deuses ousou falar. Até mesmo os mais orgulhosos sentiram o frio da dúvida e o peso do desafio à frente.

    Os dragões, no entanto, não se preocupavam com as consequências de suas ações. Eles traziam destruição indiscriminada, e o tempo era apenas uma ferramenta que usavam para moldar a própria vontade. Os deuses sabiam que a mera existência do Deus Dragão era uma ameaça que não podiam ignorar.

    Cronos, com um olhar firme, encorajou cada um dos líderes presentes antes de falar novamente:
    “Vocês estão certos em se preocupar. Tenho um plano para destruir os dragões, mas ele exige algo que nenhum de nós poderia realizar sozinho. Para isso, preciso da permissão e da força de todos os deuses chefes de cada mitologia.”

    Os deuses trocaram olhares desconfiados, mas antes que qualquer um pudesse questionar, Cronos virou-se para a porta monumental do salão. Com um tom grave, ele declarou:
    “Pode entrar”.

    As portas se abriram com um som profundo, como o eco de um trovão reverberando por eras. O ambiente foi preenchido imediatamente por uma presença poderosa, avassaladora.

    Com passos graciosos e elegantes, uma figura feminina adentrou o salão, capturando instantaneamente a atenção de todos. Sua beleza era sobrenatural, mas não convencional. Seus olhos negros brilhavam com a intensidade de um céu estrelado, como se o infinito do cosmos estivesse concentrado ali. Havia profundidade em seu olhar, um abismo de segredos insondáveis ​​que pareciam passar pelas eras.

    Sua presença estava além do físico; ela emanava uma aura densa, envolta em mistério e poder. Era como se a própria noite tivesse personificado uma forma, e sua escuridão carregava uma força magnética, um domínio absoluto. Ao redor dela, parecia haver um campo de energia que evocava respeito e medo em igual medida.

    Nas mãos daquela mulher, estava uma pequena criança envolta em mantos escuros, mas reluzentes. Embora o bebê fosse quieto, havia algo em sua presença que fazia os próprios deuses hesitarem. Uma aura divina emanava dele, mas não era comum. Era algo primitivo, ancestral, uma energia que fazia até os maiores dentre os deuses se sentirem pequenos.

    Cronos levantou a voz, suas palavras reverberaram como o som de engrenagens do tempo se move:
    “Essa é Nix, a deusa primordial da noite. E este é seu filho, Nêmesis.”

    Um murmúrio percorreu o salão. Era raro que os deuses primordiais, as forças que existiam antes mesmo da formação do mundo mortal, se envolvessem nos assuntos do universo. Para um deles deixar seu domínio, algo realmente monumental estava em jogo.

    Nix permanece em silêncio, mas sua presença parecia absoluta. Ela era uma força intangível, um lembrete de que, mesmo entre os deuses, existiam regiões incompreensíveis.

    Cronos continuou, com firmeza:
    “Meu plano é simples, mas ousado. Proponho que uma parte do poder de cada um de nós seja canalizada para o filho de Nix. Ele será forjado como nossa arma contra os dragões. Combinando nossas forças, ele terá o poder necessário para enfrentar até mesmo o Deus Dragão do Caos.”

    O silêncio no salão foi quebrado por uma risada breve e melódica. Amaterasu deu um passo à frente, seus olhos dourados faiscando com curiosidade e cautela.
    “Interessante, Cronos. Mas o que nos garante que esse ‘garoto’ não se voltará contra nós depois? Afinal, estaríamos criando algo que pode se tornar uma ameaça ainda maior.”

    A resposta de Cronos foi imediata, sua voz carregando um tom de autoridade inquestionável:
    “Eu já considerei isso, Amaterasu. Nêmesis possui um selo em sua essência, algo que o impede de se voltar contra qualquer deus de qualquer mitologia. Se isso não for suficiente para aliviar suas preocupações, ofereço mais. Vocês poderão examinar o selo por si mesmos e, caso ainda desconfiem, poderão impor seus próprios selos sobre ele. Claro, isso será feito sob supervisão de todos nós, para garantir que não haja traição.”

    O salão mergulhou novamente no silêncio enquanto os deuses ponderavam. Foi Amaterasu quem quebrou o impasse:
    “Eu aceito sua proposta.”

    As palavras da deusa do sol foram seguidas por outro deus, que assentiu com solenidade.
    “Eu também concordo.”

    Rá, o deus do sol egípcio, deu um passo à frente.
    “Estou disposto a cooperar.”

    Um por um, outros deuses começaram a declarar seu apoio.
    “Eu também concordo.”
    “Estou dentro.”
    “Eu também!”

    Por fim, Odin, com seu olhar penetrante, ergueu a voz:
    “Concordo com sua proposta, Cronos. Mas saiba que monitoraremos cada passo.”

    Com a aprovação de todos os líderes, Cronos finalmente pôde avançar com seu plano.

    Nos meses que se seguiram, Cronos viajou por cada domínio mitológico, convocando deuses de todos os níveis — dos menores aos chefes. Cada um deles cedeu uma fração de seu poder divino ao jovem Nêmesis. O processo era meticuloso, mas inevitável. Lentamente, o poder da criança ultrapassou até mesmo o dos deuses mais antigos.

    Conforme o poder crescia, ele foi treinado intensivamente. Cada deus, com sua sabedoria única e métodos distintos, moldava o jovem. Nêmesis passou anos sob treinamento rigoroso, aperfeiçoando habilidades, aprendendo a canalizar seu poder imenso e dominando diferentes aspectos das energias que carregava.

    E então veio o dia fatídico: a Guerra dos Dragões.

    A batalha foi catastrófica. Nêmesis, junto aos deuses, enfrentou os poderosos dragões, exterminando-os um por um. No entanto, os seis dragões principais, incluindo o Deus Dragão do Caos, provaram ser adversários terríveis. Muitos deuses caíram durante o confronto, sacrificando suas vidas para garantir a vitória. No final, após um confronto titânico, o último dragão, o próprio Deus Dragão do Caos, foi derrotado.

    Apesar da vitória, o preço foi alto. Os deuses maiores ficaram severamente enfraquecidos, e esse estado de fragilidade durou anos. Aproveitando-se disso, intrigas e traições surgiram. Alguns deuses menores e intermediários derrubaram os deuses maiores, remodelando o panteão. Entre os caídos estava o próprio Cronos, derrotado por seus filhos em um golpe definitivo.

    Nêmesis, agora visto como uma ameaça devido ao imenso poder que carregava, tornou-se alvo do medo e da desconfiança dos novos líderes divinos. Os deuses decidiram selar seus poderes e aprisioná-lo por toda a eternidade. No entanto, o medo de que ele pudesse um dia se libertar levou Zeus, o novo rei dos deuses gregos, a ordenar sua execução.

    A notícia devastou Nix, que desapareceu, consumida pela tristeza de perder seu filho.

    Mas o que ninguém poderia prever aconteceu.

    A alma de Nêmesis recusou-se a se submeter. Movida por um desejo ardente de justiça e retaliação, sua essência vagou pelo universo, em busca de um corpo que pudesse suportar o poder divino que carregava. Milhares de anos se passaram enquanto sua alma viajante procurava um receptáculo digno.

    Finalmente, em um planeta distante, Nêmesis sentiu a presença que tanto buscava. A aura de um ser compatível brilhou como um farol, guiando-o até lá.

    Ao sobrevoar o planeta, ele encontrou-se em meio a uma guerra sangrenta entre nobres locais. O caos da batalha ameaçava a segurança do receptáculo, e Nêmesis apressou-se. Quando alcançou o local, descobriu que o ser que buscava ainda não havia nascido. Era uma criança, ainda no ventre de uma mulher grávida.

    Hesitante, mas sem alternativas, Nêmesis decidiu possuir o corpo da criança. No entanto, ao entrar no ventre da mulher, uma revelação inesperada o atingiu: não havia apenas uma criança, mas duas.

    A aura de uma delas era inconfundível — era seu receptáculo. Mas antes que pudesse se fundir ao corpo, algo o puxou com uma força esmagadora. Ele foi arrastado para um local escuro e desconhecido.

    Confuso, Nêmesis olhou ao redor e percebeu que estava em uma caverna envolta em trevas profundas. A aura avassaladora que sentia atrás de si era familiar, e quando se virou, seu corpo tremeu.

    Diante dele, estava uma criatura imensa, com asas negras que se estendiam como o céu noturno. A energia esmagadora que emanava dela fazia cada fibra de seu ser se encolher. Ele reconheceu imediatamente aquele ser.

    “Uma criatura inferior ousa tentar tomar o controle do meu corpo.”

    A voz grave do grande dragão negro ressoou como um trovão, e o olhar penetrante da criatura não mostrava sinal de reconhecimento. O Deus Dragão do Caos não o reconhecia.

    “Espere!” Nêmesis gritou, sua voz carregada de desespero.

    Mas antes que pudesse dizer mais, o grande dragão ergueu uma garra, e uma enorme caixa prismática envolveu Nêmesis. Correntes e selos intricados formaram-se ao redor, selando seu poder completamente.

    “E pensar que uma criatura tão patética ousaria tentar roubar o corpo do Dragão do Caos…” murmurou o dragão, sua voz carregada de desdém. Ele observou a caixa por alguns instantes antes de desviar o olhar para a entrada da caverna.

    “Quantos anos se passaram…?” ele murmurou para si mesmo, com um brilho melancólico em seus olhos. “Me pergunto… se você ainda está bem.”

    E com isso, o dragão voltou seu olhar para o horizonte, como se estivesse se lembrando de algo — ou de alguém.

    ***

    No sul do mundo demoníaco, os exilados rebeldes construíram um centro de pesquisa isolado, erguido ao pé de uma grande montanha que servia de barreira natural, limitando seus movimentos e confinando-os na região. As pesquisas realizadas no local foram motivadas por um objetivo comum: encontrar um meio de fuga do exílio. Com o tempo, uma nova facção formada por dissidentes ganhou força, unindo demônios exilados em torno de uma descoberta promissora.

    A chave para sua libertação não era um artista ou magia ancestral, mas sim o sangue de um demônio. Um demônio que, ironicamente, era o mais fraco já registrado. Seu poder estava muito abaixo de um demônio de classe baixa, algo que normalmente o tornaria insignificante. No entanto, seu sangue possuía propriedades únicas que aceleravam o crescimento e fortaleciam temporariamente outros demônios.

    Os pesquisadores se dedicaram a estudar este indivíduo, tentando encontrar uma forma de prolongar os efeitos. Em uma sala escura e fria, o chamado “Experimento 1” permanecia sob observação. Lá dentro, ele era tratado como uma mera cobaia, sua existência reduzida a fornecer amostras de sangue para a causa rebelde.

    Azrael estava sozinho, como sempre, quando os pesquisadores terminavam de coletar seu sangue, logo desapareciam sem cerimônia. Ele suspirou, o som ecoando pelas paredes vazias, e murmurou:
    “Eu só queria sair daqui…”

    Foi então que a porta se abriu novamente. Azrael pensou que um dos pesquisadores havia esquecido algo, mas para sua surpresa, uma figura familiar surgiu na entrada.

    “Az! Como você está?”

    A voz alegre era da jovem de cabelos negros alongados, que carregava um sorriso radiante no rosto. Azrael tentou disfarçar, esboçando um sorriso, mas a reação dela foi imediata. Seu olhar mudou, parecendo desconfortável ou talvez até enojada.

    “Oh? É muito estranho te ver tentando sorrir”, comentou ela com naturalidade, rindo baixinho.

    Azrael desviou o olhar, sentindo-se inadequado.
    “Me desculpe,” respondeu ele, baixinho.

    “Não precisa se desculpar”, disse ela, balançando a cabeça. “Na verdade, seu rosto inexpressivo é mais fácil de observar. Quando você tenta sorrir, parece muito… falso.”

    As palavras dela o atingiram como uma constatação amarga, mas ele apenas assentiu. “Entendi.”, ele murmurou baixo. “Deixando isso de lado, você sabe que não deveria estar aqui. Papai ficará furioso se descobrir.”

    “Não se preocupe”, respondeu ela, sorrindo de forma travessa. “Eles nem imaginam que eu estou te visitando.”

    Azrael suspirou e olhou para a irmã mais velha com certa admiração. Apesar de ser apenas uma jovem, ela parecia radiante, quase angelical, mesmo sendo um demônio. Sua aura era fraca, mas a quantidade de mana que seu corpo carregava a tornava uma peça vital nas pesquisas do centro. Por causa disso, seus pais não hesitaram em colocá-la sob observação também, ainda que seu tratamento fosse muito mais brando do que o reservado a ele.

    “Vai chover”, comentou Azrael, desviando o olhar para a janela.

    Diferentemente dele, que estava preso na sala, ela tinha liberdade para ir e vir. Ainda assim, ele sabia que suas visitas não passavam despercebidas pelos olhos atentos dos pesquisadores.

    “Você deveria voltar,” aconselhou Azrael. “Se eles descobrirem que você me visitou de novo, não sei o que pode acontecer.”

    Ela sorriu de forma tranquila, sem demonstrar o peso da advertência.
    “Não se preocupe. Um castigo não é suficiente para me impedir de te visitar.”

    Apesar de saber que suas palavras poderiam causar ainda mais problemas, Azrael sentiu um calor reconfortante ao ouvi-los.

    “Mas você tem razão”, ela admitiu. “Os pesquisadores devem me procurar em breve, então é melhor eu ir. Só queria passar para ver o rosto do meu querido irmãozinho. Tenha um bom dia, Az.”

    Com um sorriso animado, ela se virou para sair.

    “Mana, é bom que ver você”, disse ele, sua voz baixa e sincera. “Mas tome cuidado com os pesquisadores.”

    Ela acenou levemente antes de desaparecer pela porta, deixando a sala em silêncio novamente. O sorriso que ele tentou manter desfez-se assim que ela partiu.

    “Não precisa ser tão severo com ela…” murmurou Azrael, erguendo os olhos para a figura sombria que se moveu pelas sombras da sala. “Eu aceito o castigo. Apenas deixem Mana em paz.”

    A voz que respondeu era fria, quase cortante, mas carregava um tom de diversão maliciosa.
    “Tudo bem”, disse a figura. “Então hoje os testes serão ainda mais rigorosos. Prepare-se.”

    Do fundo da sala, o líder do centro de pesquisas emergiu das sombras, revelando um rosto marcado por olhos negros e um sorriso cruel. A presença dele era sufocante, e Azrael sentiu seu corpo estremecer sob aquele olhar.

    “Não tema, meu filho,” disse o homem, sua voz gotejando sarcasmo. “Em alguns anos, tudo isso acabará.”

    “Assim espero, pai…” respondeu Azrael, com a voz triste.

    Sem mais palavras, o homem deixou a sala, provavelmente em busca dos equipamentos necessários para os próximos experimentos. Sozinho novamente, Azrael fechou os olhos e sussurrou para si mesmo:
    “Se você está feliz, Mana… então é só isso que importa.”

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