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    Elara

    {Forma Dracônica}

    A explosão de aura que irrompeu foi de uma magnitude avassaladora, pintando os céus com um feixe de luz cegante que cortava os horizontes. No epicentro desse espetáculo de poder, algo extraordinário ocorreu. Azrael, agora alojado no corpo de Eriel, havia transcrito a fronteira entre humanidade e algo divino. Sua aura, outrora contida, rompeu os limites impostos pelas limitadas formas mortais e ergueu-se para beirar a própria esfera das divindades. Era uma força colossal, um facho de energia primordial que irradiava dele em todas as direções.

    Contemplando essa transformação com olhos atentos, testemunhamos uma mudança impressionante na aparência de Azrael. Onde antes ele parecia frágil e quase escondido na casca humana, agora as marcas de sua herança ancestral pulsavam através de seu ser. O sangue dos dragões, ancestrais poderosos, percorria suas veias, infundindo-o com um magnetismo avassalador que se projetava em cada aspecto de sua presença.

    Cabelos que outrora eram castanhos haviam se transformado em uma cascata prateada que caía em ondas de graça sobre seus ombros. Olhos outrora comuns agora refletiam o brilho prateado do luar, emanando uma intensidade que parecia tocar os recantos mais profundos da alma. Sua forma vestia uma armadura que não era apenas uma proteção, mas sim uma extensão de sua própria essência – uma armadura leve, mas intrincadamente forjada, representando sua nova herança e força sem igual.

    Seu porte também havia se metamorfoseado; não mais contido pela frágil mortalidade, ele se movia com graça e confiança. Cada gesto era executado com uma perfeição quase etérea, uma dança de poder que refletia sua nova natureza. A aura que o envolvia brilhava com uma luz intensa, uma luminosidade que mesclava tons de prata e ouro, e a cada respiração parecia pulsar em consonância com a própria essência do universo.

    Ele era Azrael, sim, mas agora um ser em uma sinfonia cósmica, entrelaçado com as forças do passado e do presente, da humanidade e dos dragões. Sua presença transcendia o que já foi conhecido, um equilíbrio perfeito entre poder inato e graça imaculada. Naquele momento, ele se erguia como uma figura dracônica, um elo perdido entre as eras, um farol de esplendor divino, iluminando as sombras e mergulhando o mundo em um novo capítulo de sua saga extraordinária.

    “Um dragão?”, comentou o Deus da Morte, suas palavras sussurrando pelo ar enquanto ele observava a presença esmagadora emanando do corpo de Eriel. Uma sombra de surpresa passou por seus olhos sombrios, revelando um lampejo de desconcerto. “Parece que não recebi informações suficientes.”

    Azrael moveu-se, apenas um único passo em direção ao Deus da Morte. Esse único passo fez com que a terra tremesse sob a pressão do seu poder, e onde seus pés tocaram o solo, uma cratera profunda se formou, como uma cicatriz deixada pela sua mera presença.

    “Antes de começar”, disse Azrael, sua voz ressoando como um trovão suave, antes de traçar um círculo mágico no chão. A energia mágica dançava em torno dele, uma auréola de mistério e poder que parecia tecer-se a partir dos próprios fios do cosmos.

    Então, como um relâmpago em meio a uma tempestade, Azrael desapareceu diante dos olhos atônitos. O ar estalou com a eletricidade de sua passagem, e em um piscar de olhos, ele estava de volta, a magnífica espada Noir empunhada em sua mão. No entanto, algo estava diferente. A espada tinha uma forma que nunca vira antes, como se estivesse em transição, uma arma que ainda estava definindo sua própria essência.

    “Isso é?”, Eriel murmurou, sua surpresa evidente, enquanto observava a espada que agora descansava nas mãos de Azrael.

    “Voltei no tempo”, explicou Azrael, seu tom contido, mas carregado de significado, “momentos antes de receber Noir de volta. Assim, poderei usá-la sem a necessidade de permissão.”

    Ele movia a espada com um domínio que transcendia a maestria. Cada movimento era uma extensão de sua vontade, e o traço da lâmina deixava um rastro de faíscas e energia no ar, como se cortasse através do próprio tecido da realidade.

    Um ressoar de poder ecoou pelo ar quando a terceira forma de Noir despertou, como um rugido silencioso de um deus que desperta de um sono profundo. A divindade transbordou do corpo de Azrael, preenchendo o espaço ao seu redor com uma mana divina de luz que brilhava como estrelas em uma noite sem fim.

    “Venha, Deus da Morte”, convocou Azrael, sua voz reverberando com uma autoridade que parecia erguer-se das próprias entranhas da existência.

    Ele desapareceu, uma sombra em movimento, evaporando-se do campo de visão de todos. E então, uma lâmina afiada cortou o ar, encontrando seu alvo. O Deus da Morte recebeu um corte direto em seu estômago, um golpe que carregava consigo o peso da eternidade. Impelido pela força descomunal, ele foi lançado em direção à cidade, um projétil de destino sombrio.

    Mas antes que seu corpo pudesse se chocar contra a cidade, Azrael ressurgiu, como um espectro da destruição, uma figura avassaladora que não podia ser ignorada. Ele desferiu outro golpe, um raio de energia concentrada que se abateu sobre o Deus da Morte, jogando-o com violência desumana. O solo tremeu sob o impacto, ecoando o conflito cósmico que se desenrolava.

    O Deus da Morte se ergueu, determinado, sua expressão sombria, um testamento de sua natureza implacável. Ele avançou, uma fúria negra em forma, atacando com golpes rápidos e precisos. No entanto, cada investida foi recebida com uma maestria inigualável. Azrael parecia antecipar cada movimento, cada ataque, como se os fios do destino estivessem tecidos em sua mente, guiando seus reflexos.

    O confronto era uma dança de destinos entrelaçados, uma batalha que transcendia o mero domínio físico. Enquanto as lâminas colidiam, enquanto energia chocava-se com energia, o universo assistia a um duelo de forças primordiais, uma sinfonia de poder e propósito que ecoava através das eras. O chão tremia sob o impacto de suas colisões, e o céu parecia refletir o turbilhão de emoções que se desenrolava abaixo.

    Cada golpe, cada movimento, era uma demonstração de habilidade sobre-humana. Azrael era a personificação da perfeição, seus ataques calculados e implacáveis, cada movimento uma expressão da essência da luta. O Deus da Morte, apesar de sua ferocidade, parecia condenado a reagir, incapaz de superar a barreira de intuição e destreza que Azrael havia tecido ao seu redor.

    Enquanto o conflito continuava, o tecido da realidade parecia ondular, como se as forças colidindo estivessem deixando uma marca indelével na própria estrutura do mundo. E à medida que a batalha atingia seu clímax, as energias se despedaçavam, uma explosão final de luz e trevas que rasgou o véu entre o humano e o divino.

    O impacto final reverberou pelo universo, dissipando-se em um eco distante. E quando a poeira se assentou, apenas um permaneceu de pé, o silêncio pesado como um véu de respeito sobre a cena: Azrael, o dragão revestido de divindade, uma lenda viva que havia enfrentado o próprio Deus da Morte e emergido como um titã triunfante.

    “Como isso é possível?”, esbravejou o Deus da Morte, suas palavras vibrando com descrença enquanto ele observava Azrael, agora em sua forma transcendente. Seus olhos sombrios cintilaram com uma mistura de raiva e perplexidade, uma emoção rara para alguém que se considerava acima de todas as coisas. “Uma humana capaz de alcançar a divindade? Não me contaram nada sobre isso!”

    A frustração do Deus da Morte ecoou pelo espaço, como um grito sufocado que tentava negar a realidade que estava diante de seus olhos. Ele parecia se debater contra a ideia de que sua percepção do mundo estava sendo desafiada, que as regras pelas quais havia operado estavam sendo subvertidas por uma força que não poderia ser ignorada.

    Enquanto Azrael permanecia em postura imponente, o Deus da Morte parecia estar à beira de uma fúria incontrolável, como se o próprio tecido da realidade estivesse se desfazendo em sua mente. “Isso não muda nada”, ele murmurou, retomando uma aura de confiança que mascarava sua intranquilidade subjacente.

    Sem mais palavras, o Deus da Morte avançou, sua forma distorcida movendo-se com uma velocidade que desafiava a percepção. Sua presença era como uma sombra, uma escuridão que engolia o espaço à sua volta. A batalha recomeçou com uma ferocidade renovada, uma troca de golpes que parecia ecoar pelos confins do universo.

    “Você é apenas uma peça em meu tabuleiro cósmico”, zombou o Deus da Morte, suas palavras carregadas de desdém enquanto ele lançava ataques implacáveis em direção a Azrael. “Uma peça que logo será varrida pela inevitabilidade da morte.”

    Azrael não respondeu com palavras, apenas ergueu a espada Noir em um gesto determinado. Seus olhos prateados brilhavam com uma intensidade que refletia seu domínio sobre as energias cósmicas que o envolviam. Cada golpe que ele desferia tinha a precisão de um mestre, como se cada movimento fosse uma dança que ele conhecia desde o início dos tempos.

    A batalha se desenrolou em uma sinfonia de destruição e criação, de trevas e luz, de vida e morte. A energia mágica se espalhava como ondas, as forças titânicas colidindo em uma cacofonia de impactos, como trovões cósmicos. A cada choque, o próprio universo parecia tremer, uma testemunha silenciosa da magnitude da batalha.

    O solo sob seus pés se fragmentou, como se a própria terra não pudesse conter a energia que estava sendo liberada. Magias se manifestavam em cada movimento, como manifestações das forças que os dois deuses manipulavam. Explosões de chamas e raios iluminavam o cenário, enquanto o ar se enchia de um odor eletrificado que estava à beira do entendimento humano.

    Cada golpe trocado estava imbuído de poder cósmico, suas lâminas cortando o espaço em trajetórias impossíveis de serem seguidas pelo olho humano. E à medida que a luta continuava, tornava-se evidente que aquilo não era apenas um embate físico, mas um choque de vontades divinas que transcendiam a própria realidade.

    Enquanto os ataques se sucediam, o campo de batalha se tornava uma tapeçaria de luz e sombra, um duelo de cores e formas que dançavam na fronteira entre o visível e o invisível. Azrael e o Deus da Morte eram dois polos opostos, uma dualidade cósmica que se enfrentava em um cenário que ultrapassava as fronteiras da compreensão mortal.

    A luta estava equilibrada, uma dança de poder que oscilava entre a destruição e a criação. Os impactos de seus golpes ecoavam como trovões, e o choque de suas energias ressoava como o coração pulsante do universo. Era uma batalha que transcendia o tempo e o espaço, uma guerra de essências divinas que moldava o próprio tecido da realidade.

    Mortais observavam de longe, testemunhas silenciosas de uma luta que ultrapassava seu entendimento. Era uma escala de poder que estava além do alcance da imaginação humana, uma batalha que ecoava pelos anais do tempo e se erguia como uma odisseia cósmica.

    Enquanto a batalha cósmica rugia em toda a sua grandiosidade, Azrael começou a canalizar poderes ainda mais profundos. Sua aura, já carregada de divindade, parecia pulsar com uma energia que transcendia o próprio conceito de tempo. Seus olhos prateados brilhavam com uma sabedoria ancestral, e um sorriso enigmático brincava em seus lábios.

    “Acabou a brincadeira.”, murmurou Azrael para si mesmo, sua voz carregada de determinação.

    Com um gesto de sua mão, Azrael fez com que o tempo começasse a se distorcer ao seu redor. O universo pareceu estremecer, como se o tecido da realidade estivesse sendo puxado em todas as direções. Eras passadas e futuras dançavam em um turbilhão caleidoscópico, como se o próprio tempo estivesse curvando-se à sua vontade.

    “Veja, Deus da Morte, o poder que está além do seu alcance”, disse Azrael, sua voz ecoando como um trovão através das eras.

    A cena ao seu redor começou a desfocar e refocar, como se ele estivesse manipulando as próprias lentes do tempo. O passado parecia se desdobrar diante de seus olhos, mostrando cenas de épocas esquecidas e momentos que haviam sido esquecidos pelo mundo. E então, como um maremoto cósmico, ele trouxe essas eras para o presente.

    “Aprendi que o tempo é apenas uma ilusão, uma ferramenta para ser moldada”, murmurou Azrael, enquanto assistia aos eventos do passado se desenrolarem diante de seus olhos.

    A paisagem ao seu redor começou a mudar, como uma pintura que estava sendo redesenhada diante de todos. Cenários de cidades antigas e paisagens exóticas apareceram e desapareceram em um piscar de olhos. Monumentos que há muito haviam sido esquecidos foram erguidos mais uma vez, como testemunhas mudas de seu domínio sobre o tempo.

    Enquanto o Deus da Morte lutava contra os efeitos da distorção temporal, Azrael se moveu com uma graça que desafiava a própria realidade. Ele parecia existir em todos os momentos do tempo ao mesmo tempo, um ser que havia transcrito a linha linear que a mortalidade conhecia. Sua espada, agora em uma forma completamente nova, cortava o espaço com uma elegância atemporal.

    “O passado e o futuro estão sob meu comando”, proclamou Azrael, sua voz ressoando como um coro das eras.

    Voltas no tempo eram seguidas por saltos para o futuro, como se ele estivesse navegando pelas correntes do tempo com uma habilidade inigualável. A batalha se transformou em uma coreografia caótica de movimentos, onde cada passo de Azrael era uma transgressão contra as próprias leis da existência. E, no entanto, sua maestria era inegável, como se ele fosse uma força da natureza que estava moldando o próprio destino.

    “Você vê, Deus da Morte, o tempo é apenas uma ferramenta, e eu sou o artesão que a manipula”, disse Azrael, sua voz ecoando como um eco distante de todas as eras.

    Em meio a essa sinfonia temporal, a batalha continuou, intensificando-se ainda mais. E enquanto o Deus da Morte lutava para se adaptar à maré mutante do tempo, Azrael parecia estar em perfeito equilíbrio com essa dança cósmica. Ele desferia golpes que pareciam se originar de eras esquecidas, ataques que eram uma fusão de passado, presente e futuro.

    “Vamos deus da morte, me mostre o que tem!”, disse Azrael, enquanto bloqueava um golpe do Deus da Morte e respondia com um contra-ataque que parecia ser coreografado por todas as eras da história.

    No entanto, antes que a batalha pudesse atingir um novo auge, algo estranho começou a acontecer. Uma perturbação sutil varreu o ambiente, como se a própria realidade estivesse sendo puxada por fios invisíveis. A cena começou a distorcer, as cores se mesclando e as formas se torcendo, até que tudo pareceu desmoronar em uma cacofonia caótica.

    {Isso está errado}, uma voz distorcida ressoou por todo o ambiente, reverberando nas mentes de todos os presentes. E então, como se as cordas do tempo estivessem sendo puxadas de volta à sua posição original, a realidade se reformou.

    Azrael olhou em volta, sua expressão confusa e surpresa. Seus olhos prateados buscaram a fonte dessa interferência, encontrando uma figura sombria que o observava com um sorriso distorcido.

    {Você não deveria exceder o poder do tempo quando está em um nível tão baixo}, a voz da figura ecoou na mente de Azrael, suas palavras carregadas de uma compreensão que ia além da mortalidade.

    Azrael ergueu a espada Noir em direção à figura sombria, mas antes que pudesse atingir seu alvo, a entidade deteve a lâmina com um único dedo. Uma onda de choque reverberou pelo ambiente, como se o simples toque tivesse gerado uma energia inimaginável.

    A entidade se aproximou, seu sorriso distorcido indicando uma compreensão perturbadora da situação. {Dorme um pouco. Vai doer quando acordar}, disse a sombra, antes de desferir um golpe poderoso no estômago de Azrael.

    A dor aguda explodiu em sua mente, e Azrael caiu inconsciente ao chão. Sua forma draconica começou a desvanecer, retornando à sua forma humana.

    A figura sombria virou-se em direção ao Deus da Morte, um ar de desdém pairando sobre ela. {Isso foi problemático… Bom, apenas morra, Shinigami maldito}.

    Antes que o Deus da Morte pudesse reagir, a figura estendeu a mão e o deus desapareceu como se fosse uma névoa dissipada pelo vento. E então, com um simples estalar de dedos, toda a paisagem foi restaurada, como se a batalha nunca tivesse ocorrido.

    {Eriel, você está bem?} A sombra se dirigiu a Eriel, estendendo a mão em um gesto de preocupação.

    “Obrigado pela ajuda, Z”, respondeu Eriel, sua voz carregada de gratidão e alívio.

    A entidade chamada de Z olhou na direção de Eriel e lançou um feitiço de cura instantânea, restaurando todos os presentes.

    {Samael já cuidou de tudo, eu apenas apareci para prevenir que Azrael não saísse do controle}, explicou Z, revelando seu propósito.

    Eriel refletiu sobre o nível de poder que Azrael havia demonstrado e percebeu a importância da intervenção. {Bom, deixe-me partir}, disse Z, enquanto recolhia a espada Noir das mãos de Azrael. {Vou levar isso de volta à sua linha temporal}.

    A entidade sombria se preparou para desaparecer, mas Eriel a deteve com uma pergunta. “Z, espere um pouco… Você pode devolver Azrael ao seu corpo?”

    {Sim, eu posso, mas não vou fazê-lo. Não há motivos para isso, já que existe uma maneira de restaurá-los aos seus corpos originais… Conte a Samael o que aconteceu aqui e ela cuidará de Azrael de maneira adequada}, respondeu Z antes de desvanecer-se, deixando para trás um rastro de mistério e poder.

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