Capítulo 87 — Dois Lados
Naara
Não pude deixar de sentir uma satisfação sombria enquanto observava a sala ensanguentada e os corpos caídos no chão. Vasculhei o ambiente, mas nem um vestígio de vida persistia no local onde a conferência deveria estar ocorrendo.
Uma onda de êxtase percorreu meu ser, algo que não experimentei há muito tempo, desde que Azrael me incumbira da última missão. No entanto, a qualidade dos adversários enfrentados era decepcionante; nenhum deles demonstrou poder suficiente para realmente me desafiar durante uma luta.
Com um suspiro leve, percebi a presença de Aquafira à minha frente. Ela trajava roupas finas que realçavam sua beleza, exibindo um sorriso malicioso. Seu corpo estava à mostra, mas ela parecia completamente à vontade, circulando pela sala enquanto contemplava os corpos espalhados no chão.
“Os demônios se tornaram fracos com o passar das eras?”, murmurou Aquafira desanimada.
Apesar das palavras dela, a maioria dos demônios na sala obtiveram à classe alta, e alguns estavam prestes a ascender à classe de lorde.
“Talvez eu tenha ficado mais forte?” Minha pergunta fez Aquafira soltar uma risada alta, lágrimas nos olhos.
“Fuhahahahah! Não, não é isso”, disse ela, limpando as lágrimas. “Você é tão fraco quanto um bebê. Seu nível de poder continua longe de um dragão primordial.”
Embora suas palavras normalmente me irritassem, dessa vez, não foi o caso.
“Eu já enfrentei um dragão antes, não era muito forte. Você não está apenas superestimando sua raça?”
“Dragão? Aquele lagarto?”, disse ela, com arrogância. “Não entenda errado. Aquele que você enfrentou era descendente dos dragões fracos perdoados pelos deuses por não possuir poder. Até mesmo os descendentes dos fracos são fracos. Nem mesmo o sangue draconiano consegue salvá-los.”
Os dragões que sobreviveram à guerra tiveram descendentes com outras raças, diluindo seu sangue ao longo das eras.
“Então, como foram classificados os dragões em sua época?”, perguntei, verdadeiramente curioso.
“Colocando de uma forma que você consiga entender… Os dragões que sobreviveram à guerra eram classificados como inferiores, até mesmo entre os fracos”, explicou Aquafira.
Ela então delineou uma posição dos dragões, semelhante aos demônios.
Dragão de classe baixa = Demônio de classe baixa.
Dragão de classe alta = Demônio de classe alta.
Dragão Ancião = Lorde demônio.
Os Quatro Dragões Imperadores = Demônio primordial.
Rainha dos Dragões / Dragão do Tempo = Rei e rainha dos demônios.
Rei Dragão / Dragão do Caos = Deus demônio.
“Claro, esse ranking é apenas algo para que você possa entender. Os dragões eram mais fortes que os demônios”, afirmou ela com orgulho.
“Então, o Dragão do Caos era igual ao Deus Demônio?”
Segundo as histórias, apenas um demônio em toda a existência conseguiu o título de Deus Demônio: o avô de Azrael e pai de Lilith, Satã. Com seu poder avassalador, Satã foi o rei demônio mais poderoso existente e o único demônio primordial a desafiar um rei demônio, conquistando o título de rei. Ele governou por muito tempo até a chegada de Belial, que o desafiou para um duelo.
As histórias contam que Belial desejava a mão de Lilith, mas não podia tê-la devido às regras da época. Satã, ao perceber o amor de sua filha, aceitou o duelo, oferecendo não a mão de sua filha, mas seu trono.
Lembro-me de Belial comentando sobre Satã deixá-lo ganhar, mas mesmo para um anjo caído primordial, foi uma luta difícil.
“Igual? Não. O Deus Demônio era poderoso, sim, mas estava longe do nível do meu rei. Se fosse comparar, o Deus Demônio estava no nível de um dragão de classe alta ou, na melhor das hipóteses, um dragão Ancião.
“Queria ter visto o Rei Dragão em seu ápice”, comentei, olhando para o canto escuro da sala. “Parece que uma mosca sobreviveu”, minha aura se intensificou enquanto focava na presença.
Levantei-me da pilha de corpos, preparando-me para avançar, mas a aura que sentia era tão fraca que nem sequer despertou minha vontade de enfrentá-la. ‘Os demônios se tornaram proeminentes’, pensei, diminuindo significativamente minha aura.
“Apareça antes que eu cortei sua cabeça”, minha voz ecoou, e passos suaves revelaram a presença que se escondia na escuridão.
No momento em que meus olhos encontraram a figura, percebi o motivo de não ter notado sua presença. Uma pequena criança de olhos e cabelos negros me observava com medo, tremenda ao me encarar. Suas vestes esfarrapadas e presença insignificante me fizeram estremecer ao contemplar uma criança, que aparentava ter pouco mais de quatro anos.
Seus olhos cheios de medo revelavam o quão desesperada ela estava, mal conseguindo se manter em pé. Ao me aproximar, seu corpo tremia violentamente, e a esperança abandonava seu ser.
“Hmm… Vamos, apenas mate-a e terminará o seu trabalho”, disse Aquafira entediada.
Preparei-me para encerrar a vida da criança diante de mim, no entanto, momentos antes de minha lâmina cortar seu pescoço, parei.
“Isso é…”
Na pele delicada da criança, marcas e cortes severos se destacaram. Todo o seu corpo foi ferido, e apenas seu rosto permaneceu intocado. Olhei para a garota, tentando lembrar se eu era responsável por aquelas feridas, mas eu não faria algo assim com uma criança.
“O que está fazendo?”, Aquafira parecia surpresa com minhas ações. “Não me diga que você vai poupar–”
“Calada”, interrompi. Voltei-me para a criança diante de mim, que me observava com medo. “Criança, você sabe quem eu sou?” A pequena balançou a cabeça em negação, tentando gravar meu rosto. “E quem é você?”, perguntou, querendo confirmar minhas suspeitas.
A criança ficou em silêncio por alguns segundos antes de falar com uma voz hesitante. “Sou uma empregada da Família Sarheber.”
“Sua família?”
“Não tenho…”
“Essas marcas?”
“O visconde pune aqueles que cometem erros, mas ele gosta especialmente de me punir.”
Sarheber, o único conde que conseguiu escapar. Como alguém inteligente, ele notou minha presença e partiu.
Peguei o corpo magro e leve da garota, uma raiva conhecida invadiu meu ser enquanto rasgava suas roupas. Marcas que não deveriam estar lá, sinais de violência que uma criança nunca deveria suportar.
Cortes profundos em seu estômago, marcas de chicotes em suas costas, cortes em seus braços e pernas. Uma criança que sofreu além do tolerável.
Não queria acreditar em meus próprios olhos, mas um pensamento repugnante surgiu em minha mente: se ele fez tal coisa com uma criança, será que…?
Minha fúria atingiu seu auge, mas eu tentei parecer calma enquanto segurava o corpo trêmulo da jovem garota.
Aproximei minha boca de seu ouvido e sussurrei meu maior medo naquele momento, e foi quando ela me olhou surpresa.
“Ele não fez isso, mas… mas… só porque a senhora não permitiu…”, sua voz sufocada por lágrimas involuntárias, relembrando algo que eu não deveria ter comentado.
Todo o meu corpo tremeu enquanto memórias que eu queria esquecer invadiram minha mente como um turbilhão. Toda a minha fúria se intensificou enquanto meus pensamentos pesavam. Eu queria vomitar, chorar, ser acalmada por Azrael.
Mas meu salvador não estava lá naquele momento.
“Aquafira, você poderia localizar o visconde?”, perguntei, deixando minha raiva aparente.
“Tudo bem, mas não ache que ele terá uma morte rápida”, sua voz estava triste.
Aquafira sabia exatamente o que eu estava pensando, sabia o que eu tinha lembrado e também compartilhava da mesma intenção.
“Por favor, dê-lhe a morte mais dolorosa possível. Faça-o implorar pela morte, mas não conceda. Deixe-o desesperado, mas cure-o para que tudo aconteça novamente.”
Minhas preocupações foram ouvidas por Aquafira, que se mudou de um dos corpos mortos no chão. Usando minha mana, todo o sangue que estava nos corpos mortos se juntou em apenas um, permitindo que Aquafira assumisse o corpo morto.
Ela tinha apenas alguns minutos até minha mana se esgotar, já que materializar a consciência de um dragão fora do mundo interno tinha um preço que nem o mesmo Azrael gostaria de pagar.
“Você tem certeza?”
“Sim”, eu disse, sem um pingo de motivação.
Foi quando notei o brilho nos olhos de Aquafira. “Uma mensagem do meu rei?”, sua voz tornou-se trêmula enquanto ela parecia ponderar algo. “Naara, o Rei Dragão enviou uma mensagem… ‘Em duas horas, entrem no mundo interno e lhe darei permissão para me visitar.’, foram as palavras dele… Parece que ele está tramando algo.”
Após ouvir suas palavras, Azrael veio à minha mente. “Então cuidarei da criança no tempo que me resta, resolva os problemas e nos encontremos no castelo.”
Enquanto observava Charlotte escrevendo os relatórios para Azrael, escolhi algumas roupas trazidas por ela. Charlotte parecia alegre ao escolher algumas roupas para a criança. A pequena foi levada para um banho e, ao terminar, experimentei cada roupa com um sorriso no rosto.
Ao testemunhar a transformação da criança, cada vez mais bela com sua nova aparência, não pude deixar de sentir alívio por ela estar bem, apesar do tratamento que havia recebido.
“Você tem algum nome?”, perguntei enquanto lhe entregava alguns doces. Fui até uma das cadeiras e me sentei, aguardando sua resposta.
“Não…”, sua voz triste parecia relembrar algo.
“Então, a partir de hoje, você será Chloe. Algum problema com isso?” embora, na verdade, não me importasse com sua opinião.
“Chloe é um belo nome, estou imensamente grata, duquesa.”
“Naara”, eu disse, olhando para Chloe.
“Eh?”
“Meu nome é Naara, e não Duquesa. Lembre-se disso”, minha voz foi firme, mas ela parecia não entender completamente o que eu queria dizer.
“Como eu posso–”
“Já chega”, interrompi. “Ouça, Chloe, a partir de hoje, você é da minha família. Só preciso da aprovação de Azrael para formalizar isso, mas você continuará sendo parte da minha família.” Não queria explicar algo complexo para uma criança.
Foi quando Charlotte parou de escrever e me olhou surpresa. Seus olhos se voltaram para Chloe e, em seguida, para mim, enquanto seu rosto parecia insatisfeito com algo.
“O que você está pensando?”, perguntou Charlotte irritada, assustando Chloe no processo. “Me desculpe pelo tom de voz…”, Charlotte criou uma barreira ao nosso redor, onde apenas nossas vozes puderam ser ouvidas.
“Não sei do que você está falando.”
“Você quer transformar essa criança no seu novo brinquedo?”
Suas palavras me fizeram suspirar desanimada, já que, de fato, era o que eu estava considerando inicialmente. No entanto, não precisaria da permissão de Azrael se esse fosse o caso. Transformar uma garota em um membro da minha família seria prova suficiente da minha seriedade.
“Talvez ela possa substituir…”, minhas palavras deixaram Charlotte ainda mais confusa. “Eu quero apenas sentir algo. Existe um amor que não posso ter, mas quero sentir isso também. Por isso decidi adotá-la. Quem sabe ela me ajude a entender o significado desse sentimento.”
Por mais que eu demonstrasse expressões, tudo era apenas uma encenação. Sorrir enquanto as pessoas compartilhavam o mesmo era algo que aprendi ao conviver com todos ao longo dos anos. Eu só queria sentir de verdade, não apenas fingir.
“Naara, você está sendo gananciosa.”
“Estou dando um nome, título, moradia, e tentarei dar amor familiar. É tão ruim assim buscar algo em troca? Na verdade, espero não receber algo, mas quero sentir as mesmas emoções que você, que Nain, Zenhith e Azrael. Azrael tem alguém que ama, mas e eu? Eu não tenho ninguém.” Charlotte deu de ombros. “Então, por favor, eu quero me enganar um pouco. Buscar apenas a dor para conseguir sentir algo é horrível.”
Tentei mostrar a Charlotte o que eu estava pensando, mas até ela parecia não acreditar em minhas palavras.
“Se não acredita em mim, espere pela decisão de Azrael. Ele me conhece melhor do que qualquer pessoa. Se ele não aprovar, eu prometo que a levarei para um orfanato–”, antes que eu pudesse terminar a frase, meu corpo foi abraçado fortemente. Braços trêmulos me envolveram enquanto eu me surpreendia com o acontecido.
“Não, por favor. Mesmo que ele não me aprove, não me leve para um orfanato. Eu posso trabalhar para a duquesa como uma empregada”, a voz apavorada de Chloe me fez observar enquanto uma sensação estranha preenchia meu peito.
‘Como ela conseguiu ouvir, mesmo com a barreira?’, pensei.
A coloquei em meus braços enquanto levantava da cadeira. “Não se preocupe, criança. Mesmo que Azrael não aceitou meu pedido, não vou te abandonar, eu prometo”, tentei parecer uma pessoa confiável e minha voz não vacilou. Não me importava realmente com a situação da garota, mas queria fingir que sim.
“Você promete que não vai me abandonar?”
‘Que droga… Essa garota é persistente’, pensei enquanto forçava um sorriso em meu rosto. “Sim, eu prometo.”
Foi quando senti o chamado de Aquafira no mundo interno. Ela parecia ter resolvido seus assuntos e estava pronta para ir até o mundo interno de Azrael.
“Chloe, quer ir até um lugar comigo?”, perguntei, esperando sua resposta.
“Claro.”
Sentei-me na cadeira enquanto arrumava Chloe para que ela ficasse confortável em meu colo. Utilizando a minha mana, envolvi o corpo da criança e a arrastei para o meu mundo interno.
Não demorou muito para chegarmos. Um vasto horizonte se estendia diante de mim, um cenário eternamente branco onde a neve reinava soberana. O silêncio era absoluto, apenas interrompido pelo eco suave dos flocos caindo, como plumas, formando um manto macio sobre o solo. Cada átomo de ar parecia congelado, crispando meu rosto ao respirar.
A paisagem era de uma beleza gélida, uma tela onde a natureza desenhava seus próprios padrões. Árvores esqueléticas se erguiam com ousadia contra o céu de um azul cristalino, seus galhos vestidos de diamantes estendidos, enquanto pequenas partículas de gelo dançavam no ar, refletindo a luz do sol que teimava em penetrar o gélido véu. O frio, intenso e penetrante, cortava como lâminas afiadas, mas o ambiente gelado tinha uma majestade própria. A neve sob meus pés emitia um som delicado, um sussurro cristalino que ecoava na vastidão do inverno eterno. Cada floco se acumulava nas árvores, criando esculturas efêmeras e intrincadas que desafiavam o próprio tempo.
No horizonte distante, picos montanhosos se erguiam como guardiões do reino congelado, suas formas majestosas se destacam contra o branco imaculado. A luz do sol, que pairava baixo no céu, lançava sombras longas e serenas sobre a paisagem, revelando uma beleza austera que capturava a alma.
Apesar do frio intenso, havia uma quietude naquele inferno congelado que sugeria uma serenidade imperturbável. Era como se o tempo estivesse suspenso, congelado na eternidade daquele cenário sublime e selvagem. Cada flocar, cada cristal de gelo, contribuiu para a coreografia silenciosa que transformava a paisagem em um espetáculo celestial e atemporal.
Foi quando Aquafira apareceu em meio à neve, trazendo uma nevasca intensa que apagou completamente a luz do sol que antes brilhava fracamente no céu. “Eles estão…” Aquafira logo notou a garota em meus braços, mas apenas suspirou desanimada. “Vamos, o meu rei já preparou tudo.”
Com sua voz, o ambiente mudou completamente. Fomos transportados para outro mundo interno, onde um vasto gramado se estendia até onde a vista alcançava. No centro desse mundo, uma grande árvore parecia cobrir todo o meu campo de visão, seus galhos se entrelaçando como mãos acolhedoras. As montanhas no horizonte, ao contrário da hostilidade anterior, agora se mostravam majestosas, adornadas por um pôr do sol etéreo.
O céu, antes encoberto por nuvens carregadas de neve, transformou-se em um espetáculo de cores. Tons de laranja e rosa se misturavam com o azul profundo, pintando uma paisagem celestial que evocava uma sensação de calma e serenidade. As estrelas começaram a pontilhar o firmamento, criando constelações que não deixam de contar histórias milenares.
Aquafira, em presença sua majestosa, guiou-me através do gramado até a base da árvore colossal. Seu tronco era robusto, emanando uma energia antiga e sábia que reverberava pelo ambiente. Enquanto caminhávamos, pequenos animais coloridos e luminosos brincavam entre as folhas, criando uma atmosfera mágica e encantadora.
Ao nos aproximarmos do centro da árvore, uma suave melodia começou a ecoar, como se a própria natureza estivesse entoando uma canção de boas-vindas. Uma luz suave emanava das raízes, iluminando nosso caminho até um círculo de pedras disposto de maneira harmoniosa.
Chegando na grande árvore, notei a presença de quatro pessoas sentadas em uma mesa apreciando o que parecia ser uma bebida e alguns lanches. Azrael, o primeiro a perceber nossa presença, se manifestou de seu lugar e os outros fizeram o mesmo. Notei a presença de Eriel e o Rei dragão, mas a mulher mais velha que os segue, foi a minha primeira vez vendo-a.
Sua majestade e quantidade de mana quase infinita, assim como sua beleza, me fez notar que se tratava da rainha dos dragões em sua verdadeira forma. Seus cabelos brancos como a neve e olhos refinados saltaram de Aquafira até mim e em seguida para Chloe, a quem demonstrou um sorriso sincero.
Azrael pareceu surpreso ao observar a criança que estava em meus braços, mas caminhou até mim sem hesitar. Ele colocou a mão na cabeça da criança e demonstrou um sorriso gentil. “E a jovem senhoria, é?”, seu rosto se tornou sombrio quando notou as marcas de machucados em sua pele exposta.
“….”, a criança ficou em silêncio enquanto parecia o admirador Azrael. “Oh? Me- Me desculpe, eu nunca havia visto uma pessoa tão bonita.”
As palavras de Chloe fizeram um leve sorriso aparecer no rosto da Rainha dos dragões. “Cuidado Eriel, parece que um forte oponente chegou”, suas palavras em tom de brincadeira fizeram Chloe corar de vergonha ao notar suas próprias palavras.
“Não é isso… A duquesa, e todos os presentes são bonitos, eu apenas fiquei impressionada.”
“Sério?”, Eriel perguntou enquanto se aproximava de Chloe. Ela parou em sua frente e acariciou sua cabeça delicadamente. “Para mim, você é a mais bonita de todos”, um leve sorriso satisfeito apareceu no rosto de Chloe enquanto ela olhava com admiração para Eriel.
“Qual seu nome?”, uma pergunta de Azrael que hesitou por um momento.
“… Chloe. Esse foi um nome escolhido pela Duque– Naara.”
Azrael continuou observando as ações da garota por alguns segundos até finalmente me olhar. “Naara, podemos conversar um pouco”, a voz doce que tinha enquanto conversava com Chloe alterou para um tom de segurança. “Chloe, você poderia ficar com aquela moça um pouco enquanto conversa com Naara?”
Chloe pareceu hesitar por um momento, mas concordou com a cabeça em confirmação. Ao entregar a criança para Eriel, todos voltaram para a mesa, deixando-me com Azrael.
“Me desculpe por trazer um ‘não convidado’.”
“Não me importa, na verdade, estou feliz que você trouxe mais uma pessoa, mas, poderia me explicar a situação?”, Azrael parecia curioso com tudo, e sua curiosidade, em especial, era devido às cicatrizes que viu na garota.
Após explicar toda a situação para Azrael, ele parecia estar mais calmo, mas apenas parecia, já que sua aura estava alterada. “Vamos esquecer esse assunto por hora… Quando voltar ao palácio, farei questão de distribuir os papéis da adoção pessoalmente.”
Suas palavras me deixaram surpresa por um momento, “Você não vai dizer que estou apenas usando a criança para me entreter?” Foi o que imaginei que Azrael faria, mas ele não parecia estar brincando.
“Naara, eu te conheço muito bem… Não acho que você estaria fazendo tudo isso apenas por diversão”, após dizer essas palavras, Azrael iniciou a caminhada em direção à mesa onde todos estavam reunidos, e eu o segui. “Estou ansioso para vê-la te chamar de Mamãe”, o sorriso sarcástico no rosto de Azrael me preocupou por um momento até compreender a sua frase.
“Eh? Mamãe?”
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