Índice de Capítulo

    No mesmo segundo que Islan e Rod perderam a vida, toda a Trupe de Ataque decretou que Theo havia executado a missão que caiu sobre seus ombros. Contudo, antes que pudessem cair nas lamentações do luto, eles sentiram a presença de Nik’Hael ao lado de Theo e começaram a se mover em direção ao Jovem Mestre Lawrence. 

    Mas, antes que pudessem entrar no território dos Pilares do Renascimento, os irmãos de Hael surgiram diante de seus olhos.

    — Essa mulher… — cochichou Aidna. — É uma elfa caída…

    Carriel, a meia irmã de todos os Emissários, estava impedindo que avançassem para ajudar Theo. Apenas com sua estatura e olhar, a Trupe de Ataque não ousou mover um único músculo. 

    De trajes góticos cobrindo dos pés a cabeça, onde somente o rosto revelava que sua pele era pálida, tinha olhos claros e cabelos intermediários entre grafite e branco.

    — Lady Carriel — disse um nefilim. — Devemos atacar?

    — Ainda não — recusou. — Eles não estão representando ameaças, e o Hael está se divertindo com aquele homem. 

    — Mas eu quero lutar… Aaargh — resmungou desastrosamente.

    Acompanhando Carriel, dois nefilins posicionaram-se ao lado da mulher, servindo como guardas e parecendo pilares ao lado dela.

    — Gigantes… Pra mim que eram maiores — comentou Jack, cochichando somente entre eles.

    — Eles são nefilins — disse Zemynder. — Preparem-se.

    — Para o quê? — indagou Sara.

    Zemynder pôs as mãos na lombar e esticou o corpo para frente.

    — Se lembra de mim, Carriel e companhia? — inquiriu Zemynder.

    Os três o encararam com dúvidas, sem entender realmente quem era aquele homem. O carrasco de Alsu sorriu levemente.

    — Bom, já era de se esperar. Afinal, o carrasco de Alsu sempre irá apagar seus rastros…

    — Zemynder… — disse Carriel, brilhando os olhos.

    O carrasco de Alsu recebeu este nome pois, dentre todos os enviados, ele foi o único a executar sua missão com êxito e eficiência. 

    O único a invadir o império de Cephian e conseguir matar não apenas um, três ou dez… mas cinquenta nefilins e sair ileso contra o Emissário da noite.

    Quando escutaram o verdadeiro nome do carrasco de Alsu, os Nefilins rapidamente mudaram o comportamento descontraído e assumiram uma expressão rígida. 

    Era óbvio, afinal, aquele homem era um dos poucos humanos capazes de rivalizar com o segundo Emissário mais forte.

    Eventualmente, o cabo de uma espada materializou-se na mão esquerda de Zemynder.

    “Faz sentido… Ele estava escondendo sua arma.” ponderou Carriel, abrindo um sorriso sádico.

    De lâmina reta, entretanto, possuindo apenas um lado com fio, gradualmente a espada de Zemynder fora consumida por chamas de tons roxos e lilás. O carrasco de Alsu apontou sua espada para Carriel e então declarou:

    — Deixo você para eles. Vou cuidar das crianças…

    Subitamente, ele surgiu rente a cabeça do nefilim e o chutou para longe. Desaparecendo ainda no alto, Zemynder suspendeu o segundo nefilim no ar e lançou-o na mesma direção do primeiro. 

    Carriel abriu um grimório que flutuava ao seu lado e tentou atacar Zemynder, entretanto, Aidna usou das vinhas para impedi-la.

    — Como já havia dito, deixo você para eles.

    Bruscamente, Jack conjurou um espinho de gelo em direção a Carriel que acertou-lhe em cheio. 

    Durante esse intervalo, Zemynder avançou contra os nefilins com suas chamas roxas.

    — Vocês são malucos… — disse Sara, entendendo a superioridade de Carriel em comparação a todos.

    — Agora não tem volta — afirmou Selina, conjurando suas adagas e máscara da lua, consecutivamente, o manto despencou pelas costas da seguidora de Alunne.

    — Preparem-se, pois ela é uma elfa caída. Isto quer dizer que ela não utiliza a ciência de vocês, nem a magia élfica e druidista…

    — Ela usa magia negra — concluiu Kris, temendo-a ainda mais.

    — Justamente.

    Todos entraram em posição de luta quando viram o gelo derreter lentamente no local onde Carriel estava.

    ☽✪☾

    O estrondo de uma liberação de energia estúpida com assinaturas de Zemynder chegou aos ouvidos de Theo. Este, no momento que sentiu os movimentos do carrasco, arregalou os olhos pela presença dos dois nefilins e pelos golpes de Zemynder.

    — Estão todos se divertindo… Sabia que eles têm um pensamento oposto ao seu? — indagou Nik’hael.

    — Hum?

    — Eles querem ser fortes justamente para esses momentos; quando alguém tão forte quanto eles surgirem, poderão entrar em combate pela própria vida, arriscar tudo pela adrenalina do combate. Essa é a visão de um guerreiro! Querer lutar não apenas por que deseja, mas por que pode. Dizem que a ganância é uma pecado, mas a vejo como uma virtude: tudo o que fazemos é pelo poder. Seja pelas cédulas ou para ser realmente mais forte, a ganância de desejar é o que dá um objetivo à vida.

    Theo abdicou das palavras e apenas escutou.

    — Matar por matar, lutar por lutar, comer por comer… São coisas que a força pode proporcionar. Infelizmente você não gosta desse vício benéfico… Bom, vamos continuar — disse Nik’hael com serenidade.

    Apontando a espada para Theo, avançou em uma estocada veloz e controversa deixando um rastro de cinzas pelo caminho.

    [Intempérie do Firmamento]

    Para defender-se da estocada, Theo conjurou sua zweihänder para servir de escudo entre ambos. Deslizando a ponta da espada de Nik’hael pelo fio da Intempérie do Firmamento, Theo esquivou-se para o lado e cortou seu opositor de baixo para cima.

    Perdendo o equilíbrio ao tentar controlar sua zweihänder com apenas uma mão, Theo conjurou um vórtice de vento que aumentou a distância entre eles novamente.

    — Ártemis… — recitou Theo, sendo bruscamente interrompido por Nik’hael.

    — Lembro desse último recurso.

    “Os atributos dele estão aumentando! Ou são os meus que estão diminuindo pelo cansaço?!” analisou Theo.

    Desde que teve acesso a sua máscara, Theo notou que a capacidade de seu núcleo se expandiu em, ao menos, três vezes. 

    Ainda assim, o cansaço corporal e mental por participar de praticamente três lutas não se curou prontamente, graças a isso, ele notou que sua composição física estava eventualmente perdendo o efeito inicial enquanto os de seu inimigo estavam aumentando exponencialmente.

    Mas… Qual truque Nik’hael estava utilizando para melhorar? 

    Embora soubesse que era uma forma de aprimoramento, Theo não sabia ao certo qual a técnica utilizada. Além disso, a fonte de éter presente no sistema de Hael era, no mínimo, cinquenta vezes maior que o de Theo, tendo ainda uma força e potência, além de armazenamento e refinamento estupidamente superiores.

    — Sagitta Lunae divinae Cervi…

    — Quê?

    — Conversão.

    Sem precisar realizar os movimentos adequados para concluir o feitiço, Theo permitiu que o éter vazasse pelo ambiente enquanto Nik’Hael se preocupava em impedir que suas mãos simbolizassem o arco. 

    Com algumas poucas partículas de éter na atmosfera, Theo as converteu em atributo elemental de vento e aplicou pressão para atingir uma das características do feitiço.

    Os vetores do vento se conturbaram no plexo solar de Nik’hael e, gradualmente, amassaram e desgastaram o peitoral da armadura até finalmente abrir uma ruptura e desmontar uma grande parte da armadura.

    Posteriormente, o ponto de vento transformou-se na ponta de uma flecha e perfurou a caixa torácica de Hael, milímetros acima do pulmão.

    O feitiço definitivo se estendeu por dezenas de metros até perder sua força e desintegrar-se.

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (2 votos)

    Nota