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    Em um campo de batalha anticlimático e caótico, a calmaria dominou perfeitamente. O silêncio ensurdecedor foi preocupante por um único segundo, pois iria destacar uma sessão de tremores e explosões turbulentas. O único barulho era o do vento…

    Entretanto, este barulho foi consumido por dois disparos de energia cujos manifestaram-se em raios roxos. Tais raios foram anulados mutuamente pela lâmina azul royal de Nik’Hael. 

    Malcolm arrancou empunhando sua zweihänder, ao qual brilhava em roxo, e desferiu três golpes contra seu oponente; as duas espadas chocaram-se numa dança de raios roxos e chamas azuis. 

    Assim foi durante uns segundos, onde ambos travaram um duelo de espadas frenético; sem permitir que o outro pudesse respirar corretamente.

    Malcolm deslizou em meia-lua pelo chão, Nik’hael, em contrapartida, saltou para desviar e traçou um caminho de chamas azuis contra o general. Este, portanto, desviou como um raio. 

    Ao trocarem poucos golpes corpo-a-corpo, Malcolm afirmou, para si, que Nik’hael era um oposto similar. Afinal eles estavam nas extremidades de cada núcleo: enquanto Hael tinha um núcleo vermelho — o ápice dos núcleos quentes — Malcolm tinha um núcleo roxo — o ápice dos núcleos frios.

    Entretanto, o que intrigou Nik’hael foi o fato de Malcolm estar usando o atributo elétrico possuindo um núcleo frio. Isso deveria ser impossível, tecnicamente falando, seguindo as leis de atribuição e controle de energia.

    Os núcleos frios possuem uma carga elétrica menor, tendo a mana — éter, ki ou quantum — possuindo uma agitação abaixo de zero na escala de Fulmenbour. 

    Por outro lado, os núcleos quentes possuem uma agitação acima de 40-F, resultando em liberação de mana no elemento fogo. Ou seja, liberação de calor. 

    O núcleo neutro, por sua vez, permanece na estabilidade entre os -20 aos 39-F, mantendo o equilíbrio de energia perfeitamente.

    Inferior aos -20, a energia é convertida num atributo elementar curioso: o gelo. Acima dos 40-F, a energia é convertida no atributo fogo. Para gerar o atributo de eletricidade seria necessária uma margem superior aos 120-F, entretanto, ainda com um núcleo tão “frio”, Malcolm conseguiu atingir tamanha potência.

    Tal força estava superior às próprias chamas de Nik’hael, tal qual possuía uma margem de 78-F no encantamento da espada. Não era possível pensar neste feito, pois era tão complexo e contraditório que nem o próprio Malcolm poderia explicar com poucas palavras.

    Este mesmo feito foi o que deu a sensação de derrota para Nik’hael, já que, uma vez sendo atingido pelo efeito base do atributo elétrico, ele não poderia realizar a reversão de fatores para nulificar o efeito positivo — tendo em vista que é necessário possuir uma energia oposta (negativo) para anular o fator positivo gerado pela eletricidade.

    Em teoria, aquele atributo elementar era invencível.

    À medida que trocavam golpes próximos, Nik’Hael optou por manter-se distantes dos raios de Malcolm, sempre desviando dos feitiços enquanto buscava brechas para contra-atacar. 

    Por outro lado, Malcolm notou o desespero do pequeno anjo ao concluir sobre seu elemento, então, achou a brecha perfeita para pressionar o rapaz quantas vezes fossem necessárias até que uma quebra de postura acontecesse.

    Estocando contra Nik’hael com uma lâmina controlada por eletricidade, Malcolm não apenas estocou, mas conjurou quatro círculos de energia simultaneamente para tentar desequilibrar o oponente. Entretanto, a investida foi arduamente bloqueada pelo pequeno anjo que sentiu a pressão do ataque.

    Recuando para respirar, Hael retornou com um enorme túnel de fogo cobrindo seu corpo e impulsionando a velocidade. As chamas tomaram lentamente o campo de batalha, desestabilizando o clima e incinerando o chão à medida que o anjo se movia contra o adversário.

    Em seguida, chegando a um limite de vinte metros quadrados, as chamas subiram numa parede flamejante e voltaram contra o epicentro da luta; Malcolm. 

    Um mar de ondas, no entanto, compostas por fogo, afogaram o general por um instante. Ileso de quaisquer queimaduras, contudo, tendo sido perfurado no ombro pela espada de Nik’hael, Malcom conjurou subitamente uma torre de raios que se manifestaram em meio a uma tempestade.

    Mesmo sendo eletrocutado pelos raios, Nik’Hael continuou desferindo cortes nas articulações de Malcolm, a fim de romper algum ligamento e impossibilitar o general. 

    Com o intuito de concluir o combate no próximo ataque, o general conjurou uma esfera de raios entre si e Hael onde, consequentemente, forjou uma explosão devastadora. 

    Os raios alastraram-se pelo ar, conectando-se pelas ramificações e formando uma teia de energia que se estendia por todas as direções.

    Um domo de raios foi criado em questão de segundos.

    Ao longe, com o decorrer dos passos enquanto arrastava sua Intempérie do Firmamento pelo chão de terra, Theo enxergou os dois pontos de batalha; à sua direita um domo de raios ofuscava o horizonte; uma arena de fogo ergueu-se à esquerda. 

    Durante a jornada dolorosa até o campo de batalha novamente, a máscara que se diz respeito a benção de Alunne deformou-se até desintegrar no ar. 

    Theo obteve a conclusão de que dependia de três fatores: energia, tempo e a necessidade de Theo em tê-la naquele momento. Seus pensamentos ainda estavam bagunçados devido ao golpe do nefilim, Theo ainda se movia pela única intenção de estar seguro

    Ele queria estar ao lado de Zemynder ou Malcolm, pois ambos eram fortes e poderiam lidar com Nik’hael e o Nefilim. 

    Theo também poderia; não aquele adolescente que estava se arrastando como um peso morto após desferir uma série de ataques sem resultados, e acabar desmaiando no primeiro golpe de risco. Mas sim o Theo Hipotético.

    Aquele que tanto falaram, aquele que Liam Mason queria ser. 

    Quando pensou haver se tornado quem ele tanto buscou, na verdade, apenas encontrou mais um obstáculo para crescer. 

    Sim, obstáculos… Assim como uma rodovia cheia de retornos; Theo se sentiu como alguém que avança alguns quilômetros na estrada, mas logo pegava um retorno para vagar nas próprias lembranças e lembrar de como ele era. 

    Porque ele tomou um caminho tão incoerente e desastrado, tão próximo mas, ainda assim, tão distante da auto iluminação.

    Seus olhos estavam caídos por tanto pensar nisso. O cansaço era repentino, mas justificável; uma cicatriz,   pelo cutelo do nefilim, se estendia por todas a parte direita do rosto de Theo e findava justamente no nariz. 

    Ainda assim, o sangue escorria friamente tanto pela ferida quanto pela boca e nariz, os olhos caídos, mas distantes de perder seu tão precioso brilho, ainda tomavam vida.

    — A guerra, tão pouco se importa com a vida… — Ele disse, arrastando sua zweihänder rumo a Zemynder. — A guerra ignora a morte; ela não se importa com a peste, nem com a fome. A guerra, no entanto, importa-se apenas com o caos, o resto sendo apenas suas meras consequências… Portanto, o homem anseia pela paz pois Deus é para nós, o que nós somos para a guerra; a Luz.

    Theo parou diante a barreira de chamas roxas de Zemynder, tal qual abriu uma majestosa entrada.

    — E a luz é para a escuridão, aquilo que Deus é para nós: a salvação… Aos filhos da perdição, vós entrego a majestosa… — Parando para recuperar seu fôlego e soluçar diante ao nefilim, observando também Zemynder encará-lo com um belo sorriso ao identificar o feitiço entoado, regressou a conjuração: — Conclusão de teus atos tão perdidos.

    Apoiando-se na mão esquerda do nefilim, da qual Zemynder havia decepado há alguns instantes, o carrasco de Alsu, escorado no membro, disse orgulhoso:

    — Bem-vindo de volta, Jovem Mestre.

    Para usufruir do feitiço que ele ditou, Theo suspendeu sua espada para cima, apontando a lâmina para o céu, ao decorrer que uma onda de energia envolvia todo teu corpo.

    Expandindo a arena de fogo, Zemynder aumentou o diâmetro do feitiço em cinquenta por cento da área original, convidando Theo para a execução do nefilim.

    A onda de energia percorreu Theo dos pés a cabeça como um véu translúcido.

    “Você está certo, djinn desgraçado” xingou Nihaya. “Se Egon compartilha das terras do meu mundo, tenho que superá-los. Ignorar que fui um deles, mas ser igual a eles.”

    A aura de energia se apossou da lâmina da zweihänder, aglomerando-se da ponta e pressionando a atmosfera com a própria força. O ar virou turbulento ao nível de criar um pequeno vórtice, densificando-se puramente em éter e causando um certo calafrio no nefilim.

    — Você não morreu? — indagou o nefilim. — Tenho certeza que esmaguei seu crânio…

    Theo se fechou num instante, ajustando sua postura para se adequar aos moldes do estilo de luta que ele aderiu: posicionando-se lateralmente, como se quisesse estocar contra o inimigo.

    — Eu sou uma espécie de fantasma — afirmou com o olhar fervendo.

    O nefilim riu silenciosamente.

    — Meu nome é Mikgeray — apresentou-se. — Mikgeray, o Insano.

    — Theo.

    — Sem títulos?

    — É que ele vai ganhar o mesmo título que eu, tá ligado? — Zemynder se intrometeu. — Ae, Jovem Mestre. Quer saber a fraqueza de um nefilim?

    Os olhos do carrasco de Alsu brilharam como os de um sádico psicótico.

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