Índice de Capítulo

    A noite pairava sobre a cidade, as ruas pouco movimentadas refletiam o brilho alaranjado dos postes. No bairro onde ficava a Escola 25, o silêncio era cortado apenas pelo som ocasional de uma moto passando e pelo vento que balançava as árvores.

    No meio daquela tranquilidade, o celular de Yoru vibrou.

    Ele estava deitado em sua cama, encarando o teto, perdido em pensamentos sobre as últimas semanas. Desde que o caos havia cessado, ele estava tentando se acostumar com uma vida pacífica. Mas, no fundo, sabia que aquilo não duraria para sempre.

    O nome Nathan Rayna brilhava na tela.

    Yoru atendeu imediatamente.

    — Fala, Nathan. O que foi?

    Do outro lado da linha, a voz de Nathan veio tranquila, mas carregada de algo sombrio.

    — Hiroshi começou a movimentar suas peças.

    Yoru se endireitou na cama. Seu olhar ficou mais sério.

    — Explica direito.

    Nathan suspirou.

    — Quatro caras dele vieram me testar. Números 13, 14, 15 e 16. O próprio Hiroshi mandou eles.

    Yoru franziu a testa.

    — E como foi?

    Nathan riu de leve.

    — Os fiz de tapete.

    Por um segundo, Yoru não disse nada. Ele conhecia a força de Nathan, então isso não era exatamente uma surpresa.

    — Mas sabe o que é interessante? — Nathan continuou, seu tom mudando para algo mais sério. — Hiroshi não mandaria esses caras só por mandar. Ele queria informações. Queria testar a Escola 25.

    Yoru respirou fundo.

    — Então ele já deve estar planejando o próximo movimento.

    — Exato.

    O silêncio entre os dois ficou pesado.

    Então, Nathan falou:

    — O que vai fazer?

    Yoru pegou o celular com firmeza e começou a digitar.

    — Vou avisar a todos.

    Naquela mesma noite, vários celulares começaram a vibrar ao mesmo tempo.

    Hayato, que estava terminando um treino noturno, viu a mensagem e arregalou os olhos.

    Sophie, deitada na cama ouvindo música, franziu a sobrancelha ao ler o que Yoru havia mandado.

    Ben, encostado na varanda de seu apartamento, tragou um cigarro e soltou a fumaça devagar, lendo a mensagem com um olhar pensativo.

    E assim, um por um, todos os líderes da Escola 25 receberam o mesmo aviso.

    Yoru: ‘Hiroshi está se movendo. Estejam preparados. A batalha vai começar.’

    Após mandar a mensagem, Yoru se sentou na escrivaninha do seu quarto.

    Ele pegou um caderno, abriu uma nova página e começou a rabiscar um esquema.

    — Se Hiroshi está agindo, significa que ele já tem um plano. Se ele mandou peões primeiro, o próximo passo deve ser algo maior…

    Yoru traçou três círculos na folha, conectando-os com linhas.

    — Ele pode tentar um ataque surpresa. Ou dividir nossas forças antes do confronto principal.

    Seus olhos ficaram afiados.

    — Mas se ele quer testar nossa força, eu também posso testar a dele.

    Ele começou a bolar um contra-ataque.

    Se Hiroshi queria brincar de guerra, Yoru iria jogar no mesmo tabuleiro.

    A batalha pela Escola 25… estava apenas começando.

    A sala de reuniões da Escola 25 ficava em um prédio antigo, um dos únicos lugares que ainda mantinha um ar de tradição dentro da escola. O ambiente era simples, mas funcional: uma grande mesa de madeira no centro, cercada por cadeiras, e um quadro branco na parede com algumas anotações antigas.

    A luz fluorescente piscava levemente, e o som distante de alunos saindo da escola ecoava pelos corredores. Mas ali dentro, a atmosfera era completamente diferente.

    Todos estavam sérios, focados, prontos para o que estava por vir.

    Yoru estava no centro, de pé, encarando seus companheiros. Ele sabia que cada um naquela sala era essencial para o sucesso do plano.

    Ao seu lado, Sophie, a mente mais estratégica do grupo, segurava um caderno cheio de anotações. Ela seria crucial para organizar o contra-ataque.

    Na mesa, Hayato, Ben, Nathan Rayna, Mia, Lee, Yuna Hajuki, Gon, Ryuji Sato, Juan e Matabi Huai estavam atentos, esperando Yoru começar a falar.

    O clima era tenso, mas ao mesmo tempo, havia determinação no olhar de cada um ali.

    Yoru cruzou os braços e olhou para todos.

    — Hiroshi nos testou ontem. Ele mandou quatro dos seus homens para ver como estamos.

    Ele fez uma pausa, olhando para Nathan Rayna.

    — E você os destruiu com facilidade.

    Nathan sorriu de canto, sem precisar dizer nada.

    Yoru continuou:

    — Isso significa que Hiroshi agora tem uma noção da nossa força. Ele sabe que ainda estamos aqui. Sabe que não estamos fracos. Mas… isso não significa que ele vai recuar. Pelo contrário, agora ele vai aumentar o nível do jogo.

    Todos na sala assentiram, já esperando isso.

    Sophie ajeitou os óculos e abriu seu caderno.

    — Por isso, precisamos atacar primeiro.

    Ela colocou o caderno na mesa e girou para que todos pudessem ver.

    — Se ficarmos apenas na defensiva, perderemos o ritmo. A melhor defesa… é um ataque bem planejado.

    Juan cruzou os braços e resmungou:

    — Mas atacar como? Hiroshi não é burro. Ele não vai baixar a guarda.

    Yoru sorriu.

    — Exato. E é por isso que não vamos atacar diretamente. Vamos fazer ele achar que estamos vulneráveis.

    Os olhos de todos brilharam com interesse.

    Sophie tomou a frente:

    — A ideia é simples: fingimos fraqueza.

    Ryuji arqueou a sobrancelha.

    — Explica melhor.

    Sophie virou para Yoru, e ele prosseguiu:

    — Vamos espalhar rumores dentro da escola de que a Escola 25 está dividida. De que estamos brigando internamente. Se fizermos isso direito, a Escola 27 vai achar que estamos vulneráveis. E quando eles virem atacar… pegamos eles desprevenidos.

    Um sorriso malicioso apareceu no rosto de Ben.

    — Isso é bem diabólico. Gosto disso.

    Mia e Lee, que estavam caladas até agora, sorriam de leve.

    — Mas como vamos espalhar esses rumores?

    Sophie olhou para todos.

    — Através de nossos contatos. Alguns de nós temos ligações com outras escolas. Temos informantes. Podemos plantar histórias falsas e deixar que os boatos se espalhem naturalmente.

    Yoru assentiu.

    — E enquanto isso, treinamos e preparamos nossa emboscada. Quando Hiroshi morder a isca, nós acabamos com ele.

    Hayato coçou o queixo.

    — Mas e se eles não caírem nisso?

    Gon se inclinou para frente.

    — Se eles não caírem, pelo menos ganhamos tempo para nos fortalecer. De qualquer forma, saímos ganhando.

    Sophie concordou.

    — Exato. Isso nos dá vantagem.

    Ryuji olhou para Yoru.

    — E se Hiroshi mandar caras mais fortes dessa vez?

    Nathan Rayna riu.

    — Então vai ser divertido.

    Todos riram levemente, quebrando um pouco da tensão.

    Matabi Huai, que até então estava calado, finalmente falou:

    — Se vamos fazer isso, precisamos agir rápido. Quanto mais demorarmos, mais tempo Hiroshi tem para nos atacar primeiro.

    Sophie olhou para Yoru.

    — Temos que começar agora.

    Yoru fechou os olhos por um instante.

    Respirou fundo.

    Então, sorriu.

    — Então vamos começar o jogo.

    E assim, o contra-ataque da Escola 25 teve início.

    A noite começava a cair sobre a cidade. O vento frio soprava pelas ruas desertas, e as luzes dos postes piscavam fracamente, iluminando o caminho dos membros da Escola 25. Cada um avançava em direção ao seu objetivo.

    Sophie havia planejado tudo meticulosamente. Mia e Lee foram enviadas para a área nordeste da Escola 27. Elas avançavam lado a lado, mantendo a postura firme, como duas guerreiras prontas para enfrentar o desconhecido.

    Enquanto isso, Hayato seguia sozinho por um caminho alternativo, pronto para agir caso algo fugisse do plano.

    Ben, Nathan e o resto do grupo também se dispersaram, cada um com seu papel bem definido.

    Já no centro, Sophie e Yoru caminhavam juntos, observando os arredores e preparados para dar ordens conforme necessário.

    O jogo de guerra havia começado.

    Depois de alguns minutos de caminhada silenciosa, Mia e Lee chegaram a um beco estreito, cercado por prédios abandonados. O local tinha um cheiro de ferrugem e cigarro, e a luz do luar criava sombras distorcidas nas paredes descascadas.

    Foi ali que dois rapazes apareceram, vestindo os uniformes da Escola 27.

    Os números 11 e 12.

    [Nome:Viktor – Escola 27. No:11]

    Um cara alto e magro, cabelo loiro bagunçado e olhos frios. Usava um casaco preto aberto sobre o uniforme e tinha um cigarro entre os lábios. Seu olhar era desdenhoso, como se achasse tudo um grande tédio.

    [Nome: Raiko – Escola 27. No:12]

    Um garoto robusto, cabelo curto e vermelho, expressão sempre com um sorriso malicioso. Ele parecia o tipo que adorava provocar os outros.

    Mia e Lee pararam no mesmo instante, ficando em posição de alerta.

    Viktor deu um trago no cigarro e soltou a fumaça lentamente.

    — Ora, ora… Olha só quem veio visitar nossa querida escola.

    Raiko riu, estalando os dedos.

    — Duas garotas sozinhas? Isso não parece muito esperto.

    Mia cruzou os braços e sorriu de leve.

    — E o que vocês dois fariam contra a gente? Nos levariam pra um passeio?

    Raiko inclinou a cabeça, provocador.

    — Se quiser, eu levo você num lugar especial. Só nós dois.

    Lee fechou a cara, contendo a irritação.

    — Vocês dois são só uns babacas tentando pagar de durões.

    Viktor soltou uma risada fraca, olhando para o cigarro entre os dedos.

    — Bom, minha função aqui não é lutar. Só estou aqui para observar o quão idiotas vocês podem ser.

    Raiko deu um passo à frente, olhando diretamente para Mia.

    — Mas eu… eu adoro quebrar brinquedos novos.

    O vento soprou, balançando os cabelos das garotas.

    Mia respirou fundo, mantendo a compostura.

    — Eu já lidei com idiotas como vocês antes. Sempre falam bonito antes de começar a lutar… mas no final, estão no chão chorando.

    Raiko sorriu, girando os ombros.

    — Hmm… parece que alguém tem a língua afiada. Mas será que as mãos acompanham?

    Lee estreitou os olhos.

    — Por que não testamos?

    Viktor, ainda apoiado na parede, deu um longo suspiro.

    — Não tem necessidade de lutar agora, Raiko. Nossa missão era só sondar.

    Raiko girou o pescoço, estalando os ossos.

    — Ahhh, mas eu estou tão entediado…

    Mia sorriu desafiadora.

    — Então vamos acabar logo com seu tédio.

    O ar ficou pesado.

    Os músculos de Mia e Lee estavam tensos, preparadas para reagir a qualquer movimento.

    Viktor recuou um passo, ainda sem demonstrar intenção de lutar. Ele apenas observava, como um predador esperando o momento certo para atacar.

    Raiko, por outro lado, avançou, batendo os punhos um no outro.

    — Se vocês querem briga… então vamos brincar um pouco.

    E assim, a luta estava prestes a começar.

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