Índice de Capítulo

    A lua iluminava as ruas desertas da cidade, refletindo nas poças d’água deixadas pela chuva da tarde. O trio formado por Nathan, Ben e Hayato caminhava com tranquilidade, analisando as ruelas e vielas sem encontrar resistência significativa.

    Nathan, o mais atento dos três, franziu o cenho.

    — Isso tá fácil demais.

    Ben, com as mãos no bolso, apenas deu de ombros.

    — Se não tem resistência, não reclame. Melhor assim.

    Hayato bufou, estalando os dedos.

    — Sorte? Eu chamo isso de tédio.

    O silêncio os acompanhou pelo restante da patrulha. Nenhum ranker da escola 27 apareceu, nenhum confronto digno ocorreu.

    Uma noite silenciosa. Mas algo parecia estranho.

    Eles apenas não sabiam o quê.

    A sala estava tomada por um clima pesado.

    Yoru estava sentado na mesa central, rodeado por seus principais aliados. Ele batia os dedos no tampo da mesa, pensando.

    — Temos um problema maior do que imaginamos. — disse, sua voz carregada de preocupação.

    Sophie cruzou os braços.

    — E qual é o plano? Vamos para cima?

    Yoru suspirou.

    — Não ainda.

    Ele olhou ao redor, certificando-se de que todos estavam atentos.

    — A escola 27 quer nos pressionar. Se atacarmos agora, estaremos jogando no jogo deles. Precisamos segurar as investidas e nos fortalecer.

    Hayato bufou.

    — Segurar? Você quer que fiquemos apenas na defensiva?

    Yoru encarou o amigo.

    — Por enquanto, sim.

    Nathan, pensativo, apoiou os cotovelos na mesa.

    — E quanto tempo precisamos ganhar?

    Yoru estreitou os olhos.

    — No mínimo, alguns dias.

    O grupo murmurou entre si. Eles estavam inquietos.

    Mas Yoru sabia.

    A guerra estava apenas começando

    Hina ria com suas amigas enquanto caminhavam pela calçada. A atmosfera era tranquila.

    — Aquela prova foi um inferno. — reclamou Aiko, revirando os olhos.

    — Só porque você não estudou. — retrucou Erika, dando um leve empurrão na amiga.

    Hina sorriu, ouvindo a conversa enquanto olhava o céu. As estrelas brilhavam intensamente.

    — Bom, eu só quero chegar em casa e dormir. — disse Hina, esticando os braços.

    Foi então que tudo mudou.

    Um vulto apareceu diante delas.

    A rua, que antes estava silenciosa e comum, de repente ficou pesada, como se o ar tivesse sido sugado do ambiente.

    Philips estava parado no meio da rua, encarando-as com um sorriso sádico.

    — Boa noite, garotas.

    Seu tom era falso, doce demais para ser real.

    As meninas pararam imediatamente.

    Aiko segurou o braço de Hina, sussurrando:

    — Quem é esse cara?

    Hina estreitou os olhos. Ela não o conhecia.

    Mas seu instinto gritava. Algo estava errado.

    — Vamos dar a volta… — sugeriu Erika, tentando manter a calma.

    Mas era tarde demais.

    Philips se moveu em um piscar de olhos, rápido como uma sombra, e agarrou o pulso de Hina com força brutal.

    — Você vem comigo.

    — O quê—?!

    Hina tentou se soltar, mas era impossível. A força dele era absurda.

    As amigas gritaram, mas antes que pudessem reagir, Philips as ignorou completamente, jogando Hina sobre seu ombro como se ela não pesasse nada.

    — Solta ela! — gritou Aiko.

    Philips sorriu, mas seus olhos eram gelados como a morte.

    — Quietinhas, meninas. Isso não tem nada a ver com vocês.

    E então, ele desapareceu na escuridão.

    As amigas de Hina ficaram paralisadas, em choque, os gritos morrendo em suas gargantas.

    O plano de Hiroshi estava em movimento.

    Hiroshi girava o gelo no copo de whisky, observando o líquido âmbar com um olhar pensativo.

    Ao seu lado, Kaito estava recostado na parede, os braços cruzados.

    A porta se abriu.

    Philips entrou carregando Hina, que ainda se debatia, tentando desesperadamente se soltar.

    — Me solta, seu desgraçado! — ela gritou, tentando dar um chute.

    Philips simplesmente a largou no chão.

    Hina caiu sentada, arfando, o coração acelerado.

    Ela olhou ao redor—um galpão escuro, cheiro de ferrugem e óleo queimado no ar.

    Hiroshi sorriu, tomando um gole de whisky.

    — Bem-vinda, Hina.

    Ela arregalou os olhos.

    — Quem diabos é você?!

    Hiroshi se levantou, andando lentamente até ela.

    — Ah… você não precisa saber disso ainda.

    Ele se agachou, ficando cara a cara com ela.

    — Mas Yoru…

    Ele sorriu friamente.

    — Ele vai saber.

    Hina sentiu um frio terrível na espinha.

    Isso não era um simples sequestro.

    Era uma mensagem.

    E Yoru iria recebê-la em breve.

    O silêncio era absoluto.

    Dentro de um galpão escuro e úmido, Hina estava sentada no chão, seus pulsos amarrados com uma corda áspera que irritava sua pele. Seu coração batia acelerado, mas ela se recusava a demonstrar medo.

    Diante dela, Hiroshi observava com um olhar frio, sentado sobre uma pilha de caixotes de madeira. Ao seu lado, Philips, o homem que a sequestrou, permanecia de braços cruzados, um sorriso cínico estampado no rosto.

    — Você sabe por que está aqui? — Hiroshi perguntou, sua voz carregada de tédio.

    Hina não respondeu. Seu olhar, firme e decidido, mostrava que ela não daria o gosto de demonstrar fraqueza.

    — Tão orgulhosa… — Hiroshi riu. — Isso vai ser interessante.

    Ele se inclinou para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos.

    — Quero que seu namoradinho venha até mim. Yoru, certo? — ele sorriu de forma perigosa. — Ele está me incomodando. Então, vamos ver o que ele faz para te salvar.

    Hina apertou os dentes.

    — Você acha que ele virá sozinho? — ela disse com firmeza.

    Hiroshi riu novamente, mas dessa vez, mais alto.

    — É exatamente isso que eu quero ver.

    Philips se abaixou na altura de Hina e tocou seu queixo de forma provocativa.

    — Que garota linda… não acha que é perigoso namorar um delinquente? Você poderia acabar se machucando.

    Antes que ele pudesse continuar, Hina o encarou diretamente nos olhos, com um olhar de puro desprezo.

    — Se tocar em mim de novo, eu juro que corto sua mão fora.

    O ambiente ficou tenso. Philips riu, mas se afastou.

    — Gosto das bravas.

    Hiroshi então se levantou.

    — Mantenham ela aqui. Quando Yoru vier, veremos o quão longe ele está disposto a ir.

    Ele se virou e saiu do galpão, enquanto Philips permaneceu de vigia.

    Na escola 25, tudo estava tranquilo… até que a notícia chegou.

    Nathan foi o primeiro a receber uma mensagem anônima em seu celular. Ao abrir, seu rosto ficou sombrio.

    “Temos a garota. Se Yoru quer vê-la novamente, ele sabe onde me encontrar.”

    Nathan imediatamente se levantou e correu até Yoru, que estava na sala de estudos com Sophie e Hayato.

    — Yoru, temos um problema.

    O tom de Nathan fez todos ficarem atentos. Yoru pegou o celular e leu a mensagem. Por um momento, seu rosto permaneceu neutro, mas dentro dele, algo começou a ferver violentamente.

    — Hiroshi… — ele sussurrou.

    Sophie e Hayato leram a mensagem por cima do ombro de Yoru.

    — Ele sequestrou a Hina?! — Sophie arregalou os olhos.

    — Aquele desgraçado…! — Hayato cerrou os punhos.

    Yoru levantou-se lentamente, seus olhos fixos na mensagem. Seus dedos tremiam, mas não de medo—de pura raiva.

    — Vamos buscá-la agora — ele disse, sua voz carregada de fúria contida.

    Nathan segurou seu ombro.

    — Calma. Isso pode ser uma armadilha.

    Yoru o olhou nos olhos.

    — Eu não ligo.

    O silêncio tomou conta da sala. Todos sabiam que, quando se tratava de algo importante para Yoru, nada poderia pará-lo.

    Sophie respirou fundo.

    — Se for para ir, vamos fazer isso do jeito certo. Vamos reunir o máximo de informações possíveis e nos prepararmos para um ataque coordenado.

    Yoru inspirou profundamente e assentiu.

    — Certo. Mas uma coisa é clara…

    Ele fechou o punho com tanta força que seus nós dos dedos ficaram brancos.

    — Hiroshi vai pagar por isso.

    A equipe foi mobilizada. Nathan, Ben, Hayato, Sophie e Ryuji se reuniram em um prédio abandonado próximo à escola 27 para discutir a estratégia.

    Sophie desenhou um mapa rudimentar do galpão onde Hina estava mantida.

    — Baseado nas informações que conseguimos, Hiroshi deve ter vários de seus homens posicionados ao redor do local. Se entrarmos com tudo, seremos facilmente sobrepujados.

    Nathan cruzou os braços.

    — Precisamos dividir nossas forças. Criar uma distração para que Yoru entre sem problemas.

    Yoru olhou para o mapa, seu olhar sério.

    — Me deixem cuidar do Hiroshi.

    Todos o olharam.

    — Tem certeza? — Hayato perguntou.

    Yoru sorriu de lado, mas era um sorriso frio.

    — Eu já esperei tempo demais para isso.

    Sophie assentiu.

    — Certo. Então, vamos executar o plano ao anoitecer.

    Todos estavam prontos.

    A guerra estava prestes a começar.

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